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Tema 4-Ventilação mecânica I


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13/01/24, 19:24 Ventilação mecânica I
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03776/index.html# 1/90
Ventilação
mecânica I
Prof. Caio Vinícius Villalón e Tramont
Descrição Histórico, indicações e objetivos da ventilação mecânica. Principais parâmetros ventilatórios.
Ventiladores utilizados em terapia intensiva.
13/01/24, 19:24 Ventilação mecânica I
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03776/index.html# 2/90
Propósito Uma das funções primordiais do fisioterapeuta é a utilização da ventilação mecânica no ambiente
de terapia intensiva. Dessa forma, se faz necessária uma abordagem ampla sobre ventilação
mecânica, desde o surgimento dos primeiros ventiladores até os tipos de aparelhos e os modos
ventilatórios na prática.
Objetivos
Módulo 1
História, indicações e
objetivos da ventilação
mecânica
Descrever o histórico da ventilação
mecânica, assim como suas
indicações e seus objetivos
terapêuticos.
Módulo 2
Parâmetros e mecânica
ventilatória do paciente
Identificar os principais parâmetros de
mecânica ventilatória no paciente
crítico.
Módulo 3
Principais modos
ventilatórios e
ventiladores
Reconhecer os principais modos
ventilatórios e os ventiladores usados
em terapia intensiva.
13/01/24, 19:24 Ventilação mecânica I
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03776/index.html# 3/90
Introdução
Desde o Egito Antigo, o homem reconheceu que a respiração é fundamental para
a vida. Com o passar do tempo, o conhecimento sobre o tema se aprofundou,
propiciando a realização dos primeiros experimentos acerca da reanimação
cardiorrespiratória.
Foi graças a episódios recorrentes de afogamento no século XVIII, aliás, que o
desenvolvimento da ventilação mecânica foi se acelerando. Observava-se, a partir
daí, o começo da transição da pesquisa para a prática.
Os avanços mais expressivos na área, porém, ocorreram nos séculos XX e XXI
com o surgimento dos ventiladores microprocessados de terceira e quarta
geração, respectivamente. Tais gerações introduziram novos recursos que
permitiram a utilização dos modos ventilatórios, bem como a monitorização e o
ajuste dos parâmetros, tal como ocorre na prática diária dos centros de terapia
intensiva na atualidade.

13/01/24, 19:24 Ventilação mecânica I
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1 - História, indicações e objetivos da ventilação mecânica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o histórico da ventilação mecânica, assim como suas
indicações e seus objetivos terapêuticos.
13/01/24, 19:24 Ventilação mecânica I
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Histórico da ventilação mecânica
Histórico até o início do século XVIII
Vamos começar citando alguns fatos importantes que antecederam a criação da
ventilação mecânica:
Egito antigo
Reconhecimento da importância
da respiração para a
manutenção da vida
Séc. IV a.C
Registro da primeira citação da
intubação orotraqueal (IOT) por
Hi ó t
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Hipócrates.
1530
Paracelso intubou um paciente
recém-falecido e tentou reanimá-
lo insuflando ar pelo tubo por um
fole.
1543
Vesalius descreveu o papel da
insuflação de ar via
traqueostomia (TQT) na
manutenção da vida em animais.
1667
H k d i iê i
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Até então, o emprego da ventilação mecânica era apenas experimental e embasado na
ventilação por pressão positiva (VPP). Mas isso mudaria ao longo dos séculos
seguintes.
Por conta disso, faremos agora um apanhado cronológico do desenvolvimento da
ventilação mecânica a partir do século XVIII.
Histórico a partir do século XVIII
Hooke reproduziu a experiência
de Vesalius com um cachorro
vivo.
Séc. XVIII
Pontapé inicial para o
desenvolvimento da assistência
ventilatória na reanimação de
pacientes afogados
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Século XVIII
Esse período ficou marcado pelo grande número de casos de afogamento, o que
estimulou o desenvolvimento da ventilação mecânica. A seguir, listamos outros dos
principais marcos deste período para a ventilação mecânica:
1740: A respiração boca a boca é a forma de reanimação mais indicada;
1744: Tal recurso obtém sucesso na reanimação de um mineiro sufocado que
havia sido vítima de incêndio;
1754 e 1763: Nessas duas datas, os primeiros relatos de IOT com ventilação
boca-tubo são realizados em neonatos;
1772: Fothergill usa a VPP com fole em vez de soprar ar pelo tubo orotraqueal
(TOT). Como não era possível mensurar a força exercida pelo fole, ele sugeriu
que a pressão elevada poderia causar lesões pulmonares, recomendando a
respiração boca a boca;
1790: O sistema pistão-cilindro substitui os foles, aprimorando a VPP. Mesmo
tendo uma ampla aceitação e disseminação, a VPP acarretou complicações no
manejo das secreções e das infecções respiratórias.
Respiração boca a boca
Ocorre que, apesar desse fato, a respiração boca a boca já havia
ficado ultrapassada após a descoberta do gás carbônico (1754) e,
posteriormente, do oxigênio (1774).
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Século XIX
Durante esse período, constatou-se o potencial lesivo da VPP. Este século ficou
marcado por dois acontecimentos:
A descoberta do barotrauma - 1827
É atribuída a d’Etiolles, que demonstra o risco de ruptura alveolar e repercussões
fatais. Essas descobertas, assim como outros avanços em fisiologia pulmonar,
favoreceram o desenvolvimento da ventilação por pressão negativa (VPN).
Os sistemas de VPN funcionavam da seguinte forma: o corpo do paciente, exceto a
cabeça, repousava numa câmara quase hermeticamente fechada. Dentro da câmara,
aplicava-se a pressão negativa, que expande o tórax.
Introdução da anestesia inalatória - 1846
Este processo impulsionou o progresso das especialidades cirúrgicas, trazendo novos
desafios. No caso da cirurgia torácica, a abertura da pleura, no pulmão exposto,
provocava pneumotórax, respiração paradoxal e complicações hemodinâmicas.
Século XX
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Para solucionar a questão relativa à
pleura, Sauerbruch criou, em 1904, uma
câmara de pressão negativa que permite
a realização de cirurgias em seu interior.
Entretanto, sua câmara perdeu espaço
devido à pouca praticidade dela, a seu
alto custo e à comprovação dos
benefícios da intubação com VPP.
Câmara de Sauerbruch.
Em 1928, Drinker e Shaw desenvolveram o primeiro ventilador de uso prolongado para
portadores de poliomielite, o “pulmão de aço”.
Pulmão de aço.
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Durante a epidemia de poliomielite que ocorreu em Copenhagen, no ano de 1952,
constatou-se que a VPN não protegia as vias aéreas, que tinham maior risco de
obstrução, e teve altas taxas de mortalidade por insuficiência respiratória.
Para reduzir os óbitos, Ibsen utilizou TQT com balonete inflável e VPP. Seu sucesso
levou à substituição da VPN pela VPP. Em 1953, Ibsen criou o primeiro Centro de
Terapia Intensiva (CTI) da história.
Em meados da década de 50, surge o conceito de ventilação mecânica controlada
associada à anestesia. Em seguida, os ventiladores de primeira geração são
desenvolvidos, sendo o Bird Mark 7 o mais famoso.
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Bird Mark 7.
As características desses primeiros ventiladores são:
VPP invasiva;
Único modo ventilatório: Ventilação volume controlado (VCV);
Ausência de alarmes monitorização da mecânica ventilatória e ajusteda
frequência respiratória (FR);
Aplicação de pressão positiva expiratória final (PEEP) somente com selo d’água.
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O ínício dos anos 70 foi marcado pelo surgimento da segunda geração da ventilação
mecânica. A seguir exemplificamos alguns dos equipamentos usados neste período:
Ventiladores mecânicos de segunda geração.
Com o surgimento dos equipamentos de segunda geração, surgem os seguintes
aprimoramentos:
Monitorização simplificada do paciente;
Inspiração deflagrada pelo paciente;
Modo de desmame;
Sistema de alarmes para taquipneia, alta pressão e VC baixo.
A terceira geração de equipamentos surge na década de 80 com os seguintes
aprimoramentos:
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Microprocessadores;
Melhora dos mecanismos de liberação de gás;
Menor esforço do paciente para deflagrar o ciclo espontâneo;
Novos modos ventilatórios: Pressão controlada (PCV), pressão de suporte (PSV)
e SIMV;
Monitorização ventilatória mais abrangente.
A seguir, um exemplo de equipamento de terceira geração:
Desmame
Trata-se do processo de interrupção da ventilação mecânica. Nesses
ventiladores, o desmame é realizado no modo de ventilação
mandatória intermitente (IMV), a qual, posteriormente, se tornou
sincronizada (ou SIMV).
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Ventilador mecânico de terceira geração.
Os equipamentos da atualidade
Atualmente, temos os equipamentos de quarta geração que, além de mais modernos,
são os que apresentam maior versatilidade em aspectos como:
 
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Transporte Ventilação não invasiva
Outra importante contribuição desta geração de equipamentos é proporcionar modos
avançados de ventilação mecãnica, entre os quais:
Pressão Regulada com Volume Controlado (PRVC);
Ventilação Assistida Proporcional (PAV);
SIMV (ventilação mandatória intermitente sincronizada).
Veja, a seguir, exemplo de equipamentos de quarta geração:
Monnal T75. Bennett 840. Bennett 980.
Quer saber um pouco mais sobre as origens da ventilação mecânica? Não perca o
vídeo a seguir!
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Surgimento da ventilação mecânica
Veja como surgiram os ventiladores, desde a percepção que o homem criou sobre a
importância do ar para a manutenção da vida, até o avanço no desenvolvimento de
ventiladores mecânicos.
Indicações da ventilação mecânica
Normalmente, chamamos de “indivíduo autossuficiente” o paciente capaz de manter
os seguintes parâmetros nos limites fisiológicos:

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Parâmetro
Faixa de
normalidade
Potencial hidrogeniônico
(pH)
7,35 a 7,45
Pressão arterial de oxigênio
(PaO2)
80 a 100mmHg
Pressão arterial de gás
carbônico (PaCO2)
35 a 45mmHg
Saturação de O2 (SpO2) 90% a 100%
Quadro: Parâmetros de ventilação mecânica.
Caio Tramont.
O comprometimento das trocas gasosas resulta numa condição incompatível com a
vida. Isso quer dizer que o paciente é incapaz de manter tais trocas de forma
independente (levando a insuficiência respiratória) e, caso a ventilação mecânica não
seja providenciada a tempo, evoluirá para o óbito.
A ventilação mecânica é definida como o suporte ventilatório utilizado em casos de
insuficiência respiratória (aguda ou crônica agudizada). Nesse caso, um ventilador
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oferece uma pressão positiva às vias aéreas por meio de uma prótese, que pode ser
TOT, TQT e tubo nasotraqueal (menos frequente).
Veri�cação do sucesso da IOT
Antes de prosseguirmos, precisamos frisar que uma IOT bem-sucedida é fundamental
para a eficácia da assistência ventilatória. Mas você sabe verificar o sucesso da IOT?
Essa verificação é feita em duas etapas. O paciente é ventilado com um ambu por um
profissional da equipe, enquanto outro profissional faz a ausculta pulmonar. Em
seguida, uma radiografia é feita para verificar o posicionamento do TOT e se a
intubação está seletiva.
Observe agora a sequência da ausculta:
 Epigástrio
Auscultar sons no epigástrio significa que o TOT está localizado no esôfago. Nesse
caso, o TOT é removido e descartado, e uma nova IOT é reiniciada.
Ausculta pulmonar
V ifi há di i i ã d ú i i l l t
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Este esquema oferece o resumo do passo a passo para se iniciar a ventilação
mecânica:
Passo a passo para iniciar a ventilação mecânica.

Verifica-se se há diminuição do murmúrio vesicular em algum segmento
broncopulmonar. Alterações na ausculta e na radiografia torácica evidenciam IOT
seletiva. Na IOT seletiva, o TOT deve ser reposicionado antes de se iniciar a ventilação
mecânica.
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Critérios para iniciar a ventilação mecânica
A ventilação mecânica pode substituir parcial ou totalmente a espontânea até o
paciente se recuperar totalmente. Na melhor das hipóteses, a sua finalidade é dar
suporte ventilatório para que ele repouse até poder ser extubado.
Desse modo, a ventilação mecânica é a opção de escolha quando a hipoxemia resulta
de condições de resolução lenta em que a VNI (Ventilação não invasiva) será
prejudicial ou nas quais não haverá tolerância à VNI.
A obstrução de vias aéreas superiores, a incapacidade de fazer clearance (ou
eliminação) de secreções e de proteger as vias aéreas, assim como o rebaixamento
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do nível de consciência (um fator de risco para broncoaspiração e infecções
pulmonares), constituem outras condições que demandam uma ventilação mecânica.
E você sabe quais são os critérios que baseiam a decisão pelo uso ou não de
ventilação mecânica? Vamos ver!
pH ≤7,25.
Hipoxemia, ou seja, PaO2<60mmHg.
Hipercapnia, ou seja, PaCO2>50mmHg.
FR superior a 35 IRPM.
Baixo volume-minuto, ou seja, quando o volume de ar mobilizado em um
minuto é igual ou inferior a 4L⁄min;
Volume-minuto elevado ou superior a 10L⁄min.
As principais indicações para uso da ventilação mecânica são:
Critérios para o uso da ventilação mecânica 
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 Reanimação após parada cardiorrespiratória (PCR).
 Hipoventilação e apneia devido a alterações agudas, como lesões do centro respiratório,
intoxicação exógena, abuso de drogas e embolia pulmonar.
 Hipoventilação e apneia por conta de alterações crônicas, como pneumopatias com
limitação do fluxo aéreo e obesidade mórbida
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 Insuficiência respiratória aguda (IRpA) por pneumopatias intrínsecas e hipoxemia, que
são as alterações na relação ventilação x perfusão (V/Q) e o shunt intrapulmonar, ou
seja, quando os alvéolos estão perfundidos, mas não são ventilados.
 Falência mecânica do sistema respiratório por doenças neuromusculares cujo resultado
seja uma fraqueza muscular ou uma paralisia.
 Instabilidade do comando respiratório devido a traumatismo cranioencefálico (TCE),
acidente vascular encefálico (AVE) e intoxicação exógena.
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Objetivos da ventilação mecânica
Um dos principais objetivos da ventilaçãomecânica é corrigir distúrbios das trocas
gasosas: a hipoxemia e a acidose respiratória devido à hipercapnia. Além disso, ela
visa diminuir o trabalho muscular, que aumenta nos casos de acentuada demanda
metabólica. Por isso, sua atuação tem o sentido de prevenir ou de reverter a fadiga da
musculatura respiratória.
Conheça agora os sinais de aumento do trabalho respiratório:
 Prevenção das complicações respiratórias, o que pode ocorrer no pós-operatório
imediato das cirurgias abdominais de andar superior e das torácicas de grande porte.
 Instabilidade da parede torácica.
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Taquipneia: Frequências respiratórias acima de 35 IRPM podem levar ao
aumento do trabalho respiratório e, consequentemente, à fadiga muscular;
Dispneia;
Tiragens intercostais nas fossas supraclaviculares e na fúrcula esternal;
Uso da musculatura acessória, como contrações visíveis dos músculos
esternocleidomastoideos e escalenos que elevam os primeiros arcos costais;
Padrão paradoxal entre tórax e abdômen, isto é, o movimento de retração na
porção anterior do abdômen durante a inspiração em decorrência de fadiga
diafragmática;
Batimento da asa nasal;
Cianose (central e periférica).
Outro objetivo muito importante da ventilação mecânica é fazer com que o consumo
de O2 diminua. O trabalho respiratório aumentado pode diminuir a disponibilidade de
O2 para os tecidos ou sobrecarregar o miocárdio.
A obesidade está entre os fatores que podem
aumentar o trabalho respiratório.
Esse trabalho pode ser aumentado por
fatores como complacência diminuída
(devido a alterações parenquimatosas,
na parede torácica, no espaço pleural ou
no abdômen), infecções respiratórias
(acúmulo de secreções e
broncoespasmo), aumento da resistência
das vias aéreas, deformidades da parede
torácica e obesidade.
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Observe que o aumento do trabalho respiratório pode levar a uma fadiga do
diafragma. Uma aplicação da ventilação mecânica é a reversão da fadiga muscular
respiratória: antes da IOT, o paciente é sedado; após verificar se a IOT foi realizada
com sucesso, a etapa seguinte será o acoplamento ao ventilador, em modo assisto-
controlado (A/C). Essa modalidade de ventilação mecânica será abordada com mais
detalhes posteriormente.
Saiba mais
O modo A/C tem FR preestabelecida. Dessa forma, ao menos no início da assistência ventilatória, o paciente
está sedado, geralmente ficando totalmente entregue à ventilação mecânica. No modo A/C, a musculatura
respiratória permanece em repouso, enquanto a oferta de O2 é superior ao percentual encontrado
naturalmente em ar ambiente (21%).
A ventilação mecânica favorece a adoção de medidas terapêuticas específicas, as
quais, em geral, estão voltadas para a causa da IOT. Com isso, busca-se:

Reverter a fadiga muscular
respiratória, bem como o seu
desconforto, pelo repouso da
musculatura em decorrência da
sedação e, em alguns casos,

Diminuir a pressão intracraniana
(PIC): A diminuição da PIC é
possível por meio da
hiperventilação controlada.

Reverter acidose respiratória
aguda pela diminuição da PaCO2
para níveis fisiológicos.
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curarização (ou bloqueio
muscular).

Prevenir ou reverter
atelectasias (colabamento do
alvéolo).

Estabilizar a parede torácica.
Para iniciar o suporte ventilatório, recomendam-se os seguintes parâmetros:
Modo A/C, podendo ser controlado a pressão (PCV) ou a volume (VCV);
VCE de 6ml/kg de peso corporal;
FR entre 12 e 16 IRPM;
Relação inspiração/expiração entre 1:2 e 1:3;
FiO2 necessária para manter SpO2 entre 93% e 97%;
PEEP: 3 a 5cmH2O.
Estabeleça a frequência respiratória do backup de apneia, bem como o tempo dela,
para o ventilador fazer a ciclagem caso o paciente, durante a ventilação espontânea,
evolua com apneia. Programe ainda os alarmes do ventilador. Um alarme importante é
o de Ppico elevada (ajuste em 40cmH2O para evitar a ocorrência de barotrauma).
Vejamos uma versão sumarizada dos objetivos da ventilação mecânica:
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Correção de distúrbios das
trocas gasosas.
Diminuição do trabalho da
musculatura respiratória.
Favorecimento de medidas
terapêuticas específicas.
Diminuição da PIC (pressão
intracraniana).
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Estabilização da parede torácica.
Resolução do motivo de IOT.
Desmame do suporte
ventilatório.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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Você está no CTI geral e é chamado para avaliar um paciente que acabou de ser
admitido. Ao observar a gasometria arterial, nota que a PaO2 está inferior a
60mmHg; já à beira do leito, você constata que o paciente apresenta rebaixamento
do nível de consciência, batimento de asa nasal, cianose em extremidades, tiragem
intercostal e padrão paradoxal. Assinale a alternativa que representa o estado do
paciente e a conduta que deverá ser tomada.
A
Aumento do trabalho respiratório. A VNI deve ser iniciada
imediatamente.
B Hipoxemia. A VNI é a conduta indicada.
C
Queda do nível de consciência. É preciso fazer manobras de
reanimação após a parada cardiorrespiratória.
D
Hipoxemia com aumento do trabalho respiratório. O paciente deve
ser intubado pelo médico e acoplado à ventilação mecânica.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03776/index.html# 33/90
Parabéns! A alternativa D está correta.
O aumento do trabalho respiratório leva à fadiga da musculatura respiratória e ao
maior consumo de O2. Para aplicar VNI, é necessário que o paciente esteja lúcido.
Como, nesse caso, há um rebaixamento do nível de consciência e hipoxemia, a
conduta a ser tomada pela equipe é a IOT (pelo médico); em seguida, acopla-se o
paciente à ventilação mecânica para diminuir o trabalho respiratório e o consumo de
O2, além de aumentar a PaO2.
Questão 2
O aumento do trabalho respiratório é danoso, pois o aumento do consumo de O2 em
decorrência dele pode diminuir a disponibilidade de O2 para os tecidos. Além dos
sinais visíveis à inspeção, outros fatores importantes estão envolvidos nessa
questão. Identifique tais fatores.
E
Hipoxemia. O paciente precisa receber suplementação de O2 por
meio do sistema Venturi.
A
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Parabéns! A alternativa C está correta.
São sinais de aumento do trabalho respiratório a redução da complacência do
sistema respiratório, bem como o aumento da resistência das vias aéreas, que pode
ser resultado de um broncoespasmo. Em geral, o aumento do trabalho respiratório
também se deve à diminuição da expansibilidade torácica, ao aumento da
frequência respiratória e ao uso da musculatura acessória.
Aumento da complacência, expansibilidade torácica normal e
ausência de uso da musculatura acessória.
B Peso normal, diminuição da complacência e distensão abdominal.
C
Aumento da resistência das vias aéreas, broncoespasmo e
diminuição da complacência.
D Complacência normal, obesidade e acúmulo de secreções.
E
Aumento de resistência das vias aéreas, frequência respiratória
normal e expansibilidade torácica simetricamente preservada.
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2 - Parâmetrose mecânica ventilatória do paciente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais parâmetros de mecânica ventilatória no
paciente crítico.
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Monitorização ventilatória
Você sabia que a ventilação mecânica fornece, além do suporte terapêutico no
reequilíbrio das trocas gasosas, informações importantes sobre a mecânica
respiratória do paciente? Esse processo obedece a alguns parâmetros, veja:
pH
PaO2
PaCO2
Íon bicarbonato (HCO3-)
Excesso de bases (BE)
SpO2
Pico
Gasometria arterial 
Pressão (cmH2O) 
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Platô
Distensão (driving pressure)
Pressão x tempo
Fluxo x tempo
Volume x tempo
Volume corrente (ml)
Frequência respiratória (IRPM)
Fluxo (l/s)
PEEP (cmH2O)
FiO2 (%) – fração inspiratória de oxigênio
Para fins didáticos, vamos dividir o ventilador em dois componentes: o resistivo e o
elástico.
Análise gráfica das curvas 
Outros parâmetros 
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Resistivo
Corresponde às vias aéreas artificiais e
do paciente.
Elástico
Corresponde ao parênquima pulmonar e
à parede torácica.
Em relação aos componentes elásticos, o fisioterapeuta precisa considerá-los pela
sua importância na avaliação da mecânica ventilatória. Tais componentes, afinal,
fornecem informações importantes sobre a complacência (capacidade de distender) e
a elastância (recuo elástico).
Comentário
A elastância, que mensura a rigidez do sistema respiratório, é o oposto da complacência (que será descrita
com mais detalhes adiante).
O ventilador deve fornecer a pressão adequada para impulsionar o ar através do
componente resistivo e, assim, insuflar o parênquima pulmonar, exercendo uma
pressão máxima sobre a via aérea.
Diferenciando os tipos de pressão
Nesta seção, você aprenderá a diferenciar as pressões de pico, de platô, a driving
pressure e a PEEP intrínseca, que são muito importantes na avaliação da mecânica
ventilatória. Boa leitura!
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Pressão de pico (Ppico)
Trata-se da pressão máxima sobre a via aérea registrada durante a inspiração. A Ppico
fica elevada no caso de aumento da resistência e de diminuição da complacência.
Pressão de platô (Pplatô)
Pressão alveolar máxima durante o ciclo respiratório, a Pplatô é medida pela manobra
de pausa inspiratória (cuja duração é de dois segundos). Ela se mostra elevada caso
haja um aumento do volume corrente e uma diminuição da complacência do sistema
respiratório ou quando seu valor ultrapassa os 28cmH2O.
Sabe por que devemos utilizar a pausa inspiratória?
Resposta
A pausa inspiratória cessa o fluxo inspiratório e anula o componente resistivo, igualando a pressão proximal
das vias aéreas ao componente elástico, o qual, por sua vez, ao final da fase inspiratória, é igual à Pplatô.
Veja agora como interpretar as mensurações de Ppico e Pplatô:
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Driving pressure (DP)
O DP é a pressão de distensão, ou seja, mostra o estresse sofrido pelo sistema
respiratório quando o volume corrente entra e sai, tendo relação direta com a lesão
induzida pela ventilação mecânica (VILI).
Para prevenir a VILI, a DP não deve ultrapassar 15cmH2O. Use esta fórmula para
calcular a DP:
PEEP intrínseca (PEEPi)
DP = Pplatô − PEEP
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Também conhecida como auto-PEEP, a PEEPi ocorre quando a pressão alveolar, ao
final da expiração, é maior que zero. Com isso, verifica-se a limitação do fluxo aéreo, o
que acarreta uma hiperinsuflação dinâmica.
Se você pensou em aumento da capacidade residual funcional, acertou! As vias
aéreas, afinal, entram em colapso (total ou parcial). É importante verificar a PEEPi,
porque sua presença reduz a complacência estática (Cstat), aumenta o espaço morto
e leva ao colapso pulmonar.
A presença da PEEPi tem como consequências:
Risco de barotrauma: O aprisionamento de ar leva ao aumento da pressão intra-
alveolar, resultando em acúmulo de ar no espaço extra-alveolar;
Manifestações clínicas do barotrauma, como enfisema intersticial,
pneumomediastino, pneumoperitônio, enfisema subcutâneo e pneumotórax;
Aumento do trabalho respiratório durante a respiração espontânea;
Colapso cardiovascular.
En�sema intersticial
Presença de ar fora das vias aéreas e do espaço alveolar, como no
interstício pulmonar.
Pneumomediastino
Presença de ar no espaço mediastinal.
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Pneumoperitônio
Presença de ar na cavidade abdominal.
En�sema subcutâneo
Ocorre quando o ar ou o CO2 se acumula nos tecidos sob a pele.
Pneumotórax
Colapso pulmonar após acúmulo de ar no espaço pleural.
É possível observar a presença da PEEPi pela oclusão da válvula expiratória (que deve
durar, no máximo, dois segundos) e no gráfico fluxo-tempo. Detecta-se a presença
dela quando a curva de fluxo não incide sobre o valor zero antes do início da fase
inspiratória seguinte.
Dica
O ideal é avaliar a PEEPi com o paciente curarizado (o curare é um poderoso relaxante muscular, que atua
nas sinapses, bloqueando a propagação do impulso nervoso). O efeito do curare é, portanto, a cessação da
contração muscular, que deixa o paciente entregue à ventilação mecânica (ou seja, incapaz de realizar ciclos
espontâneos).
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Análise grá�ca
A análise gráfica informa sobre a interação do paciente com o ventilador por meio dos
gráficos de pressão-tempo e fluxo-tempo. Os traçados desses gráficos, que são
confeccionados em tempo real, variam conforme a interatividade do paciente com o
ventilador.
Os gráficos são classificados em curvas e loops. Por meio da análise gráfica, pode-se
identificar a assincronia entre o paciente e o ventilador, bem como os excessos de
volume e/ou pressão. Consequentemente, essa análise auxilia nos ajustes
necessários a fim de adequar a ventilação do paciente e protegê-lo de lesões por
volume ou por pressão.
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Gráficos de pressão x tempo (amarelo) e fluxo x tempo (lilás) em modo PCV.
Curvas pressão-tempo, �uxo-tempo e
volume-tempo
A análise das curvas de pressão-tempo, fluxo-tempo e volume-tempo fornecem
informações valiosas para a análise da mecânica ventilatória. Você saberá, ao longo
do texto, por que muitos fisioterapeutas observam tais curvas atentamente.
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Curva pressão-tempo
Permite a análise da pressão (expressa em centímetros de água - cmH2O), em função
do tempo (expresso em segundos). A curva pressão-tempo é sempre positiva, sua
linha de base de pressão é acima de zero e equivale à PEEP. Essa curva mostra o
aumento da pressão acima da PEEP na fase inspiratória. Vejamos a imagem a seguir:
Gráfico pressão-tempo no modo VCV.
E como interpretar as alterações na curva pressão-tempo? A seguir, demonstramos
como se dão estas alterações e o que significam:
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Gráfico pressão-tempo normal.
Elevação da pressão da Ppico com Pplatô normal. A elevação da Ppico se deve ao aumento do
componente resistivo das vias aéreas proximais (PR).
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Aumento de Ppico e Pplatô. O aumento da Ppico se deve à elevação do componente elástico da
pressão da via aérea proximal (PE).
Curva �uxo-tempo
Permite a análise do fluxo em função do tempo, expresso em litros por minuto (l/min).
O fluxo é positivo na fase inspiratória e negativo na expiratória.
Pausas ao final da fase inspiratória (caso sejam presentes) são consideradas parte do
tempo inspiratório. Enquanto o inspiratório compreende o início do fluxo positivo até o
começo do negativo, o tempo expiratório abarca o início do fluxo negativo até o
começo do positivo.
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Gráfico fluxo-tempo.
Curva volume-tempo
Permite a análise do volume em função do tempo. Derivada da mensuração de fluxo,
tal curva corresponde à área sob a curva fluxo-tempo.
O volume corrente inspirado (VCI) pode diferir levemente do volume corrente expirado
(VCE). Uma diferença grande entre VCI e VCE sugere escape de gás.
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Gráfico volume-tempo.
Loops
Os loops são representações gráficas, em tempo real, de duas variáveis (entre
pressão, fluxo e volume) plotadas uma em relação à outra. Um loop mostra valores
relacionados a um ciclo respiratório.
Os loops disponíveis são os de pressão x volume e de fluxo x volume. Vamos vê-los a
seguir.
Pressão x volume
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O volume é analisado em função da pressão. Durante a ciclagem no modo A/C, o
ponto mais alto do loop pressão x volume corresponde ao volume corrente.
A inclinação dele determina a complacência do sistema respiratório, o que torna tal
loop valioso para definir a complacência do sistema respiratório e a Raw. A seguir,
apresentamos um exemplo de curva pressão-volume. Observe o efeito da diminuição
da complacência do sistema respiratório no loop pressão x volume (em rosa). Gráfico
normal em azul.
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Curva pressão-volume.
Na próxima imagem, note ainda que a diminuição da complacência do sistema
respiratório desvia o loop para baixo e para a direita (loop rosa).
Aumento da complacência do sistema respiratório.
Fluxo x volume
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O loop fluxo x volume fornece a análise do fluxo em função do volume. Na fase
inspiratória, o fluxo é determinado pelo ajuste feito no modo VCV; já na expiratória, a
mecânica respiratória determina o fluxo. Esse loop é importante, pois também oferece
informações sobre a Raw e a complacência, veja:
Curva fluxo-volume demonstrando fluxo normal (à esquerda) e aumento da Raw,
resultando em diminuições do fluxo inspiratório e do VCE (à direita).
O loop fluxo x volume também oferece informações sobre a complacência, conforme
podemos ver a seguir:
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Efeito da diminuição da complacência no loop fluxo-
volume.
Veja que, em um pulmão rígido, o aumento do recuo elástico acelera o seu
esvaziamento, o que é evidenciado pelo aumento do pico de fluxo expiratório.
Assincronia
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Muitas vezes, você consegue observar, na análise gráfica, a assincronia entre o
paciente e o ventilador. Mas você sabe como ela ocorre?
A assincronia é causada pela descoordenação entre o drive do paciente e a
configuração da oferta pelo ventilador. Em outras palavras, o ventilador pode iniciar ou
terminar a fase inspiratória precoce ou tardiamente em relação ao tempo neural (do
paciente).
Apresentaremos agora os tipos de assincronia:
A assincronia de fluxo ocorre quando o fluxo pré-ajustado é inferior à demanda
respiratória do paciente e seus esforços não podem aumentá-lo. Você pode
observá-lo pelo gráfico da tela do ventilador e pela inspeção do paciente, que
apresentará os sinais de desconforto respiratório e a musculatura acessória.
Quando o fluxo é mais alto que a necessidade do paciente, há o alcance
precoce do pico de pressão, com a pressão sobre as vias aéreas excedendo o
nível estabelecido (overshoot).
Fluxo 
Disparo 
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Você observa o duplo disparo, ou seja, o paciente faz dois disparos
consecutivos com o mesmo esforço. Nesse caso, o tempo inspiratório neural
(do paciente) é superior ao inspiratório mecânico (do ventilador).
Em outras situações, pode haver um disparo ineficaz, que é decorrente de
fraqueza muscular do paciente, auto-PEEP, ajuste inadequado da sensibilidade
do ventilador e tempo mecânico superior ao tempo neural.
A assincronia de ciclagem pode ocorrer por dois mecanismos. Um deles é a
interrupção precoce pelo ventilador, pois o tempo mecânico é inferior ao
neural. O outro é a ciclagem tardia, que ocorre quando o tempo mecânico
supera o neural.
Durante a fase inspiratória, é possível utilizar estratégias específicas para
minimizar o problema conforme o modo ventilatório utilizado na assistência ao
paciente. No caso da VCV, pode-se ajustar o VCE e o tempo inspiratório. Já em
PCV e PSV, basta ajustar o tempo inspiratório e a sensibilidade expiratória.
Ciclagem 
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Alarmes
O sistema de alarme existe para garantir a segurança do paciente. O disparo dele
ocorre no caso de falhas no dispositivo, o que demanda uma ação rápida do
profissional.
Os alarmes são classificados em níveis conforme a gravidade:
Nível 1
Situações que ameaçam a vida do paciente. Por exemplo, a perda de força e mau funcionamento do
ventilador, isto é, excesso ou ausência de fluxo para o paciente.
Nível 2
Eventos que podem levar a situações de ameaça à vida caso não sejam corrigidos a tempo, por
exemplo, falha no Blender (mistura de gases), pressão (elevada ou diminuída) nas vias aéreas,
autociclagem e oclusão parcial do circuito do paciente, assim como uma relação inspiração-expiração
invertida.
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Esses alarmes podem ser redundantes e até se cancelarem automaticamente caso o evento que os
desencadeou cesse.
Nível 3
Eventos que afetam diretamente a interface paciente-ventilador, influenciando o nível de suporte
oferecido. Sua desativação ocorre de forma semelhante à do nível 2.
Exemplos de situações de alarme nível 3 são alterações na complacência e na resistência e
mudanças de drive ventilatório e PEEPi.
Nível 4
Relativos às condições do paciente, tais alarmes informam alterações nos monitores dos sinais vitais.
Mecânica ventilatória do paciente
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Monitorar a mecânica do paciente permitirá que você ajuste precisamente os
parâmetros ventilatórios, acompanhe a evolução do quadro respiratório deles e tenha
maior eficiência na elaboração do plano terapêutico.
Complacência
Trata-se da alteração volumétrica por unidade de pressão. Por isso, é expressa em
ml/cmH2O.
Responsável por mensurar a distensibilidade do sistema respiratório, ela é dividida em
complacência estática (Cstat) e complacência dinâmica (CDyn).
Complacência estática (CStat)
A CStat é mensurada na ausência de fluxo de gás e reflete o grau de dificuldade da
expansão pulmonar (gravidade da lesão parenquimatosa e mensuração da evolução
clínica).
Para a CStat ser calculada, é necessário obter:
1. Volume corrente (VC)2. Pplatô
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3. PEEP total (PEEP + PEEPi)
Vejamos como isso é calculado:
A faixa de normalidade da CStat é de 60 a 100ml/cmH2O.
Complacência dinâmica (CDyn)
É o índice dinâmico da relação entre pressão e volume, a qual, por sua vez, mostra a
relação entre o VC e a pressão máxima alcançada no sistema respiratório. A CDyn
sofre a influência dos parâmetros resistivos pulmonares, isto é, alterações que tornam
o pulmão mais rígido e diminuem a sua distensibilidade, tornando-o menos
complacente.
A faixa de normalidade da CDyn é de 50 a 90ml/cmH2O.
CStat = V C/(Pplatô − (PEEP + PEEPi))
CDyn = V C/(Ppico − (PEEP + PEEPi))
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Resistência (Raw)
É a resistência das vias aéreas resultante dos componentes viscoelásticos do
parênquima pulmonar, do gradil torácico e do circuito do ventilador. Por não ser
constante, a Raw sofre a influência da fase da respiração, do fluxo e do volume
pulmonar.
A faixa de normalidade da Raw é de 4 a 7cmH2O/l/s.
Dica
O fluxo utilizado no cálculo da resistência é o inspiratório, que você obtém quando faz a monitorização
ventilatória do paciente para, em seguida, calcular a mecânica respiratória.
Parâmetros da ventilação e da mecânica
respiratória do paciente crítico
Resistência = (Ppico − Pplatô)/Fluxo

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Veja os aspectos importantes sobre os parâmetros ventilatórios e mecânicos no
paciente crítico.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que representa uma característica da curva pressão-tempo.
A Mostra o aumento da pressão acima da PEEP.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A curva pressão-tempo tem sua linha de base a partir da PEEP estabelecida. Sua
finalidade é mostrar o aumento da pressão acima da PEEP ao longo da fase
inspiratória. Consequentemente, você pode mensurar as pressões Ppico e Pplatô.
Questão 2
B A resistência das vias aéreas está normal.
C Inicia a seguir da PEEP.
D Mensura o volume corrente inspirado.
E O tempo expiratório é negativo.
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Ao monitorizar um paciente, você nota que Ppico e Pplatô estão elevadas. Você
conclui que:
Parabéns! A alternativa D está correta.
A elevação de Ppico e Pplatô aumenta os riscos de lesão das vias aéreas. Uma Pplatô
elevada significa o aumento da driving pressure, ou seja, maior estresse sobre as
A o gráfico está normal.
B há elevação do componente resistivo das vias aéreas proximais.
C a pausa inspiratória foi muito prolongada.
D
o componente elástico da pressão da via aérea proximal está
elevado.
E houve escape de gás pela via aérea artificial.
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vias aéreas. A elevação das duas pressões indica a diminuição da complacência
durante a fase inspiratória, o que é um indicativo de maior risco de lesão das vias
aéreas por hiperdistensão.
3 - Principais modos ventilatórios e ventiladores
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais modos ventilatórios e os ventiladores usados
em terapia intensiva.
Principais modos ventilatórios
Modo ventilatório assisto-controlado
No modo assisto-controlado (A/C), os ciclos podem ser iniciados pelo paciente,
embora eles ocorram com a assistência do ventilador (assisto) ou somente por meio
dele (controlado). É possível ventilar uma pessoa limitando o volume e pressão ou
apenas um dos dois.
No modo A/C, você ajusta os seguintes parâmetros:
Volume corrente ou VC: Quando a ventilação é com VCV;
Pressão inspiratória ou Pi: Quando a ventilação é com PCV;
VC com limitação da pressão: Ocorre quando a ventilação é com volume
controlado e limitação da pressão (PRVC);
FR;
PEEP;
FiO2;
Fluxo (VCV);
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Relação inspiração/expiração (IDE);
Sensibilidade.
A seguir, falaremos sobre estes parâmetros de forma mais detalhada.
VCV (Ventilação controlada a volume)
Na VCV, você preestabelece o volume corrente (VC) e o fluxo, mas não controla a
pressão sobre as vias aéreas. Consequentemente, Ppico e Pplatô dependem da
impedância do sistema respiratório.
Sendo assim, as alterações na mecânica respiratória resultam em alterações na
pressão das vias aéreas. Uma elevação da Ppico pode decorrer da diminuição na
complacência ou do aumento na resistência. Além disso, o esforço inspiratório do
paciente também influencia no formato da curva pressão-tempo.
Observe a curva pressão-tempo do modo VCV:
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Gráfico pressão-tempo com a descrição das pressões sobre as vias aéreas proximais durante a ventilação
mecânica com modo VCV.
Use a VCV caso você queira manter o volume-minuto mais estável ou avaliar a
mecânica respiratória do paciente pelo fato de não haver limitação da pressão. São
parâmetros de interesse da mecânica respiratória a complacência dinâmica (CDyn), a
complacência estática (CStat) e a resistência (Raw).
Além disso, a VCV é utilizado para regular precisamente os parâmetros gasométricos,
como o PaCO2, em pacientes com drive ventilatório mínimo, de forma que a sincronia
com o ventilador não seja um problema.
Atenção!
Lembre-se de que a VCV controla somente o volume e o fluxo. Na VCV, a pressão inspiratória é variável.
Quanto maior a variabilidade pressórica, maior o risco de barotrauma.
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A ciclagem na VCV ocorre após o VC programado ser liberado. A velocidade com a qual o VC é liberado
depende do fluxo. Não se esqueça de que o fluxo significa volume em movimento!
A utilização da VCV apresenta vantagens e desvantagens, vejamos:
Garantia de volume-minuto;
Garantia de VC;
Diminuição do trabalho respiratório;
Possibilidade de mensurar Ppico e Pplatô;
Possibilidade de calcular a CDyn, a CStat e a Raw;
Melhora das trocas gasosas.
Pressão variável das vias aéreas;
Configuração mais complexa que a PCV;
Tempo mecânico inferior ao tempo neural: maior risco de assincronia;
Risco de barotrauma.
Vantagens da VCV 
Desvantagens da VCV 
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PCV (Ventilação com pressão controlada)
A PCV é ciclada a tempo e tem fluxo livre e desacelerado. Nela, a pressão é limitada,
mas não há controle em relação ao VC, que é variável e depende da variação de
pressão inspiratória preestabelecida, da impedância do sistema respiratório e do
tempo inspiratório ajustado pelo operador. Consequentemente, há um risco de
volutrauma, que pode ser atribuído tanto ao VC elevado quanto àquele na faixa de
normalidade com PEEP muito alta.
A PCV tem algumas vantagens em relação à VCV, como:
Distribuição mais uniforme da ventilação;
Minimização mais eficiente da instabilidade causada pelos escapes
intermitentes de ar que porventura aconteçam;
Maior oxigenação;
Mais conforto.
Tais vantagens se devem ao fato de o
fluxo depender das condições da
mecânica respiratória do paciente e ao
controle mais adequado das pressões
sobreas vias aéreas e alveolares.
A imagem ao lado mostra o gráfico
pressão-tempo da PCV.
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Recomendação
Use a PCV em casos nos quais a oxigenação adequada não é possível no modo VCV.
PRVC (Ventilação com pressão regulada e volume
controlado)
A PRVC é ciclada a tempo e limitada à pressão. Nela, a pressão inspiratória é ajustada
automaticamente em resposta a alterações dinâmicas na mecânica do paciente.
Esse modo ventilatório visa a combinar as vantagens da VCV e da PCV ao controlar a
pressão inspiratória e oferecer um VC preestabelecido. Trata-se de um modo A/C que
permite estabelecer um VC fixo e, assim, respeitar as estratégias protetoras
pulmonares de baixo volume corrente em pacientes com lesão pulmonar aguda e
SDRA (Síndrome do desconforto respiratório agudo).
Recomendação
Use a PRVC nos casos de doenças pulmonares com gravidade moderada a severa cuja mecânica pulmonar
instável dificulta o estabelecimento do controle preciso da ventilação volumétrica.
Ventilação mandatória intermitente
sincronizada (SIMV)
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A SIMV engloba a sincronização entre os ciclos mandatórios (ou ajustados por você) e
os espontâneos (do paciente). Os mandatórios podem ser ciclados a volume (SIMV
volumétrico) e pressão (SIMV pressórico). A seguir, temos um exemplo de gráficos de
fluxo, volume e pressão no modo SIMV.
Representação gráfica de volume, fluxo e pressão no modo SIMV.
A SIMV deixou de ser utilizada como método de desmame por prolongar a
permanência do paciente na ventilação mecânica. Seu uso é restrito para os casos de
necessidade de volume-minuto mínimo no início da ventilação mecânica com PSV ou
da neonatal.
Ventilação com pressão de suporte (PSV)
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Trata-se de um modo ventilatório básico e espontâneo, sendo comumente utilizado
para o início do processo de desmame. Sua ciclagem é a fluxo, dependente do drive
ventilatório do paciente e limitada à pressão. A utilização da PSV proporciona alguns
benefícios como:
Ajuda a diminuir a necessidade de sedação;
Previne a hipotrofia por desuso decorrente da ventilação mecânica A/C;
Facilita a identificação dos pacientes capazes de respirar espontaneamente com
desmame prolongado ou difícil;
Reduz o esforço respiratório;
Previne o desconforto respiratório.
É possível usar a PSV no despertar diário, quando há uma retirada temporária da
sedação. Ele ainda auxilia na verificação da viabilidade do paciente para iniciar o
desmame, assim como no próprio no desmame, etapa na qual ocorre uma redução
progressiva da PSV até a extubação dele.
Observe os gráficos de fluxo, pressão e volume em relação ao tempo no modo PSV:
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Ilustração dos gráficos de fluxo-tempo, pressão-tempo e volume-tempo no modo
PSV.
Principais ventiladores
A partir de agora, apresentaremos os principais ventiladores de quarta geração. Para
isso, selecionamos quatro modelos: Monnal T75, Extend XT, Bennett 840, Servo-air.
Vamos ver cada um deles a seguir.
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Monnal T75
O Monnal T75 é um ventilador compacto que se conecta somente com o sistema de
fornecimento de oxigênio. De fácil utilização, ele é completo, ou seja, contém os
modos ventilatórios básicos e avançados de série.
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Monnal T75.
O Monnal T75 possui os seguintes modos ventilatórios:
VCV;
PCV;
PRVC;
SIMV: Opera no modo pressórico e no volumétrico;
PSV: Possui um método de desmame. A PSV-NIV, por exemplo, é uma PSV com
ventilação não invasiva. Uma das vantagens desse modo de ventilação é que os
ciclos mandatórios são iniciados quando o esforço do paciente não é detectado.
Além disso, um VCE-alvo, que é uma ventilação volumétrica assistida com
pressão de suporte, pode ser ajustado;
CPAP: É a pressão positiva contínua em vias aéreas;
Duo-levels: Significa a alternância de dois níveis de CPAP, também conhecida
como VPAP ou bi-level;
APRV: É a ventilação com liberação de pressão das vias aéreas. Sucintamente,
trata-se de um modo espontâneo que alterna um nível pressórico elevado
constante com outro inferior de curta duração.
Extend XT
É um ventilador com mais recursos e mais moderno que o Monnal T75.
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Extend XT.
Este aparelho tem disponíveis os seguintes modos ventilatórios:
VCV;
PCV;
PRVC;
SIMV: Opera no modo pressórico e no volumétrico;
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PSV;
VAPS: É uma ventilação volumétrica assistida com pressão de suporte;
CPAP;
Duo-levels;
APRV.
Bennett 840
Com ventilador robusto, painel intuitivo e parâmetros de fácil visualização na tela, o
Bennett 840 apresenta os modos básicos de ventilação mecânica.
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Bennett 840.
Este aparelho conta com os seguintes modos ventilatórios:
VCV;
PCV;
SIMV (volumétrico e pressórico);
PSV;
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PSV-NIV.
Servo-air
O Servo-air é um ventilador com interface bastante amigável, além de fácil ajuste de
seus alarmes, modos ventilatórios e parâmetros. Tal como o Bennett 840, ele vem com
os modos básicos.
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Servo-air.
Este aparelho conta com os seguintes modos ventilatórios:
VCV;
PCV;
SIMV (volumétrico e pressórico);
PSV.
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Principais ventiladores usados em ventilação
mecânica
Veja os principais ventiladores usados em ventilação mecânica, explicando suas
características mais importantes e seus usos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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Ao ventilar um paciente grave e sem previsão para iniciar o desmame, você opta
pelo modo PCV em relação à VCV. Ao ser questionado sobre sua decisão, você
argumenta corretamente que:
A esse modo ventilatório é mais confiável que os demais modos A/C.
B nesse modo, você pode monitorar as pressões de pico e de platô.
C
o controle do fluxo inspiratório é mais preciso que o do modo VCV.
Além disso, na PCV, não há risco de volutrauma.
D
a distribuição da ventilação é mais uniforme que a do modo VCV,
além de ser mais confortável para o paciente.
E
a configuração dos modos ventilatórios é ainda mais complexa que
no modo VCV, o que se trata de uma vantagem, pois garante ajustes
mais precisos.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
O modo PCV pode ser mais vantajoso que o da VCV, pois a sua configuração é mais
simples. Além disso, embora haja um risco de volutrauma, pois o volume não é
limitado, evita o barotrauma, pois limita a pressão sobre as vias aéreas. Dessa
forma, ele é capaz de ser mais confortável para o paciente que a VCV, assim como
proporciona uma distribuição maisuniforme da ventilação.
Questão 2
Marque a alternativa que representa uma característica da ventilação mandatória
intermitente sincronizada (SIMV).
A Sincronização entre os ciclos espontâneos e mandatórios.
B
Prevenção da hipotrofia causada pela permanência do paciente em
modos A/C.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A sincronização entre os ciclos mandatórios e espontâneos é característica da
SIMV. O modo PSV (ou ventilação com pressão de suporte) constitui um modo
ventilatório espontâneo, ou seja, depende única e exclusivamente do esforço do
paciente para que a ciclagem, que é a fluxo, ocorra. Por isso, ele tem como
vantagens: prevenção da hipotrofia por desuso causada pela permanência do
paciente nos modos A/C, prevenção ao desconforto respiratório, auxílio na
diminuição da necessidade de sedação e identificação dos pacientes capazes de
ventilar espontaneamente.
C Prevenção do desconforto respiratório.
D Auxílio no que se refere à diminuição da necessidade de sedação.
E Identificação dos pacientes capazes de ventilar espontaneamente.
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Considerações �nais
A conscientização da importância da respiração para a manutenção da vida deu início
ao desenvolvimento da ventilação mecânica tal como a conhecemos hoje em dia.
Pesquisas incessantes na área levaram ao desenvolvimento de cuidados intensivos e
de estratégias de proteção das vias aéreas.
Entretanto, foi a partir do século XX que a ventilação mecânica evoluiu para o que
vemos atualmente nos CTIs. Por isso, destacamos neste conteúdo o surgimento de
modos ventilatórios avançados e de ventiladores mais versáteis, assim como uma
melhora da monitorização ventilatória.
Essa monitorização deve ser realizada com bastante atenção. Graças a ela, você pode
obter parâmetros importantes a serem utilizados para calcular a mecânica ventilatória
do paciente e mensurar as limitações do fluxo aéreo por meio da auto-PEEP.
Podcast
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Para encerrar, ouça um resumo sobre a história, as indicações e os objetivos da
ventilação mecânica, assim como sobre os principais parâmetros ventilatórios e os
ventiladores utilizados em terapia intensiva.
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Confira o que separamos especialmente para você!
Leia os livros:
HETZEL, J. L.; FELICETTI, J. C.; MOREIRA, J. S.; CAMARGO, J. J.; PORTO, N.
Pneumologia: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, 2012.
KNOBEL, E. Condutas no paciente grave. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2016.
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Referências
ARNAL, J. M. Monitoring mechanical ventilation using waveforms. 1. ed. Springer,
2018.
CARVALHO, C. A. C.; TOUFEN JUNIOR, C.; FRANCA, S. A. Ventilação mecânica:
princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. Jornal brasileiro de
pneumologia. v. 33. supl. 2. p. 54-70, jul. 2007.
HASAN, A. Historical aspects of mechanical ventilation. In: HASAN, A. Understanding
mechanical ventilation – a practical handbook. 2. ed. London: Springer, 2010. cap. 1. p.
1-6.
KACMAREK, R. M. The mechanical ventilator: past, present, and future. Respiratory
care. v. 56. n. 8, p. 1170-1180, aug. 2011.
MANUALSLIB. Air liquide Extend XT manual de uso (120 páginas).
MANUALSLIB. Ps (ventilación espontánea con asistencia inspiratoria y PEEP) - air
liquide Monnal T75 manual de uso.
OCAMPO-TRUJILLO, B. Caso clínico histórico. Mordedura de serpiente «rabo de ají» en
el año de 1968. Viacrucis de un herpetólogo. Colombian Journal of Anestesiology, p.
161-168, 2016.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03776/index.html# 90/90
POOR, H. Basics of mechanical ventilation. New York: Springer, 2018.
ROMERO-ÁVILA, P.; MÁRQUEZ-ESPINÓS, C.; CABRERA-AFONSO, J. R. Historia de la
ventilación mecânica: de la Antigüedad a Copenhague 1952. Rev. Méd. Chile. Revista
médica de Chile. v. 148. n. 3. p. 822-30, jun. 2020.
WESTHORPE, R. N.; BALL, C. The bird ventilator: anaesth intensive care. Anaesthesia
and intensive care. v. 40. n. 4. jul. 2012.
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