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- ÍNDICE - SEMIOLOGIA PROCTOLÓGICA INTRODUÇÃO ROTEIRO TÉCNICA OBSERVAÇÕES ALTERAÇÕES TÉCNICA ORIENTAÇÕES ALTERAÇÕES SEMIOLOGIA UROLÓGICA INTRODUÇÃO ROTEIRO PRINCIPAIS ASPECTOS AVALIADOS TÉCNICA OBSERVAÇÕES ALTERAÇÕES TÉCNICA OBSERVAÇÕES ALTERAÇÕES TÉCNICA OBSERVAÇÕES ALTERAÇÕES SEMIOLOGIA PROCTOLÓGICA INTRODUÇÃO VIDEO_01_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_24 ROTEIRO PRINCIPAIS ASPECTOS AVALIADOS 1) INSPEÇÃO TÉCNICA Primeiramente, devemos colocar o paciente na posição correta para o exame. Entre as diversas descritas, as mais utilizadas são: ● Posição de Sims: consiste no decúbito lateral esquerdo com a perna esquerda estendida e flexão da coxa direita sobre o quadril. É comumente utilizada em pacientes acamados ou com dificuldade de movimentação. ● Posição de litotomia modificada: paciente em decúbito dorsal, com pernas abertas e semiflexionadas. É utilizada para inspeção rápida da região anal. ● Posição genupeitoral: o paciente ajoelha-se de forma que seu tórax é projetado para frente e sua face repousa sobre o leito. É a posição que gera maior constrangimento, mas permite a melhor exposição da região anal, facilitando o exame. ● Ortostática com o apoio (“bent over”): emelhante à posição genupeitoral. A diferença é que o paciente está de pé, projetando seu tórax para o leito, apoiando os cotovelos e a cabeça. Adotada a posição adequada, a inspeção é iniciada. Para melhor visualização da região anal, as nádegas devem ser afastadas gentilmente com mão não dominante. OBSERVAÇÕES Embora a mão não dominante seja utilizada somente para entreabrir as nádegas, é de bom tom que luvas descartáveis sejam utilizadas em ambas as mãos. ALTERAÇÕES Devemos procurar ativamente por: ● Hemorroidas externas e internas prolapsadas. Em caso de prolapso, devemos tentar reduzir para classificar o tipo de hemorroida. ● Fissuras anais — deve-se avaliar o aspecto da fissura: eritematosa com margens (aguda) ou braça acompanhada de plicoma ou papila hipertrófica (crônica). A presença de dor aguda intensa contraindica o toque retal! ● Abscessos perianais. ● Condilomas. ● Prolapso de reto. ● Pólipos, neoplasia prolapsada. 2) TOQUE RETAL TÉCNICA Antes de iniciarmos o toque devemos anunciar a realização do mesmo. O exame se iniciará com a avaliação do tônus muscular anal. Com o dedo indicador da mão dominante é realizada uma leve pressão sobre ânus e em seguida de sua retirada. Espera-se que o ânus feche-se completamente (reflexo anal). O toque será procedido em seguida. O paciente é avisado nesse momento sobre a sensação fria a ser causada pelo lubrificante e que sentirá um desconforto parecido com vontade de evacuar, mas que não o fará. Com o dedo indicador da luva lubrificado é aplicada uma leve pressão com a polpa digital com a finalidade de relaxar o esfíncter, seguida da inserção de todo o dedo. O indicador deve ser inserido sempre que possível no sentido anteroposterior devido a maior diâmetro do canal nesse sentido. O esfíncter normalmente fecha-se completamente ao redor do dedo. Todas as paredes do canal anal devem ser exploradas. Para que o exame possua uma amplitude de 360º, o examinador terá que ficar de costas para o paciente por um momento para realizar uma hiperpronação. Caso não realize essa manobra, deixará de examinar as paredes entre 12h e 3h (se for destro). Acidentes anatômicos facilmente localizáveis são as espinhas isquiáticas, o cóccix e parte inferior do sacro. Nos homens, no fim da parede anterior encontraremos a próstata. Seu tamanho, superfície e consistência devem ser avaliados. Nas mulheres, ao fim da parede anterior, podemos palpar a vagina e parte inferior do útero. ORIENTAÇÕES Não deixe de conversar com o paciente. Além de avisar todos os passos do exame, deixe bem claro que o exame pode ser interrompido se houver desconforto ou dor. ALTERAÇÕES - Projeções macias para o lúmen retal com aspecto aveludado são a descrição clássica de hemorroidas internas. - A presença de massas pétreas é facilmente distinguida ao toque e sugere presença de neoplasia retal. Caso a massa seja limitada em aspecto de “prateleira”, podemos estar de frente para disseminação intraperitoneal de uma neoplasia abdominal (prateleira de Blumer). - Ao encontramos dor intensa à palpação do fundo de saco de Douglas (grito de Douglas), temos um dado que fala a favor de um processo inflamatório pélvico, como apendicite, DIP ou gravidez tubária rota (sinal de Proust). - A palpação da próstata pode revelar dados clínicos relativos à hiperplasia prostática benigna (próstata aumentada de tamanho, fibroelástica) ou ao câncer (próstata endurecida, com irregularidades ou nódulo). - O achado de uma próstata alta (flutuante) no contexto de um politrauma é sugestivo de lesão da uretra posterior. - Nas mulheres com distopia genital, podemos realizar um toque retal junto ao exame ginecológico. Nos casos de prolapso da parede posterior, pode-se sentir um saco herniário entre a parede vaginal e parede anterior da ampola retal. VIDEO_02_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_24 SEMIOLOGIA UROLÓGICA INTRODUÇÃO VIDEO_03_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_24 ROTEIRO O roteiro de exame varia com o sexo e aqui focaremos no exame do homem. Para o exame na mulher, teremos ainda uma apostila de Semiologia Ginecológica. Para o início do exame: o paciente deverá estar com a região genital despida de forma que sua região inguinal esteja visível, bem como a região interna das coxas. PRINCIPAIS ASPECTOS AVALIADOS EXAME GENITURINÁRIO MASCULINO 1) INSPEÇÃO EM DECÚBITO DORSAL TÉCNICA Com o paciente deitado, deve ser pedido que ele exponha a região genital de maneira que a região inguinal e a face interna das coxas também estejam visíveis. É desnecessário dizer que o exame geniturinário exige privacidade. No caso de estar em uma enfermaria, biombos devem ser solicitados. A inspeção deve seguir uma sequência lógica, predefinida. Dessa maneira, nenhuma estrutura deixará de ser examinada. Sugerimos essa sequência para realização do exame: virilha, pelos pubianos, corpo do pênis, prepúcio, glande, meato uretral, base do pênis, escroto e períneo. Lembramos que nos casos de prepúcio redundante a glande deve ser completamente exposta para o exame. OBSERVAÇÕES Durante a inspeção peniana, o examinador pode utilizar as mãos para mover livremente o pênis e expor a glande. O objetivo aqui não é a palpação, mas sim a visualização de todas as estruturas. Cabe ainda ressaltar que o exame deve ser feito com um par de luvas descartáveis. ALTERAÇÕES - É comum encontrar micoses na região inguinal (tinea cruris). Manifestam-se como manchas eritematosas, úmidas, descamativas de aspecto circinado. - Nessa parte do exame podem ser vistas as massas da região inguinal (ver mais detalhes adiante). - Os pelos pubianos devem ser inspecionados para presença de pediculose (Phthirus pubis) ou escabiose. - No corpo do pênis, assim como na glande e no prepúcio, devem ser procurados ativamente úlceras e sinais de inflamação. Além das doenças sexualmente transmissíveis, outras doenças podem provocar ulceração no pênis, como por exemplo: síndrome de Reiter, doença de Behçet e psoríase. A inflamação na glande é descrita como balanite, e no prepúcio como postite. Mais detalhes sobre as úlceras genitais podem ser estudados na apostila de doenças sexualmente transmissíveis do MED. - Deformação acentuada do pênis é sugestiva de fibrose dos corpos cavernosos (doença de Peyronie). - O prepúcio redundante deve ser diferenciado da fimose. Enquanto o primeiro é facilmente retraído para exposição da glande, a fimose é uma redução congênita do orifício prepucial que impede a retração do prepúcio. Caso a mesma seja tentada, pode originar um episódio de parafimose, que necessita de tratamento de urgência. - Outro achado frequente ao exame são as pápulas perláceas penianas (“pearly penile papules”). São pápulas que surgem no sulco coronal durante a puberdade e são totalmente benignas! Não devem ser confundidas com DST. - Devemos sempre observaro tamanho e localização do meato. Em crianças, pode haver estenose do mesmo ou localização anormal do orifício. É o caso das hipospádias e das epispádias. As hipospádias são aberturas do meato ureteral ventralmente (“embaixo”) no pênis, em qualquer lugar na linha média da glande ao períneo. São as malformações mais comuns da genitália masculina. Muito mais raras são as epispádias, que consistem na abertura do meato uretral dorsalmente (“para cima”) no pênis. EM POSIÇÃO ORTOSTÁTICA TÉCNICA Figura 1: doença de Peyronie. Figura 2: pápulas perláceas penianas. Figura 3: hipospádia. Pedimos que o paciente fique em pé e refazemos uma rápida inspeção. OBSERVAÇÕES Massas que não eram visíveis com o decúbito dorsal podem se tornar visíveis com a posição ortostática. Para sensibilizar essa parte do exame, pode-se pedir para o paciente realizar a manobra de Valsalva. ALTERAÇÕES - O Aumento do abaulamento de tumoração inguinal com a mudança de decúbito é sugestivo de hérnia inguinal. - As massas escrotais cujas etiologias são hérnia inguinal indireta, varicocele e hidrocele, aumentam com a posição ortostática e a manobra de Valsalva. 2) PALPAÇÃO TÉCNICA Ainda com o paciente em pé, o examinador irá iniciar a palpação. Assim como a inspeção, ela também deve seguir uma sequência lógica: região inguinal, corpo do pênis, glande, meato uretral, uretra, base do pênis, escroto, funículos espermáticos e períneo. A uretra será palpada ao longo de todo seu trajeto até a base do pênis. Ela deve ser ordenhada para avaliar a presença de secreção uretral. O funículo e o testículo devem ser palpados com delicadeza nos casos de escroto agudo. OBSERVAÇÕES É durante a palpação que se iniciará o diagnóstico diferencial das massas escrotais. Diante de tal situação, nunca se esqueça de fazer a transiluminação do testículo. Esse teste consiste em nada mais que acender uma fonte de luz (lanterna) atrás do testículo em uma sala escura. Caso se trate de um acúmulo de líquido, (hidrocele, espermatocele) a massa ficará iluminada. No caso de massas sólidas, a propagação de luz será bloqueada. ALTERAÇÕES MASSAS INGUINAIS No diagnóstico diferencial das massas inguinais devem ser levados em consideração: ● Hérnias inguinais: acentuam-se com Valsalva e manobras que aumentam a pressão abdominal. ● Adenopatia inguinal: contorno bocelado. Tamanho não é alterado por manobras do exame físico. ● Hidrocele de cordão inguinal: geralmente associada à hidrocele escrotal. ● Infecção de cordão espermático: associada à síndrome de escroto agudo. ● Criptorquidia: massa bem delimitada, fibroelástica, móvel. ● Varicocele no cordão: associação com varicocele testicular. CORRIMENTO PURULENTO URETRAL Pode ser encontrado nas uretrites gonocócicas e por Chlamydia. MASSAS ESCROTAIS As massas escrotais podem ser sólidas ou císticas. Sempre devemos realizar a transiluminação testicular para obter o diagnóstico diferencial: ● Hidrocele, espermatocele e cisto de epidídimo: iluminados pela transiluminação. ● Tumor de testículo: massa sólida opaca à transiluminação. ● Varicocele: dilatação venosa anormal das veias do funículo espermático. Opaca à transiluminação e aumenta com a manobra de Valsava. Aspecto de “saco de vermes” à palpação. ESCROTO AGUDO Figura 4: transiluminação de uma hidrocele. Quadro de dor testicular súbita e intensa com ou sem sinais flogísticos ao exame. Todo escroto agudo deve ser considerado cirúrgico até se provar o contrário. A principal conduta no caso é a realização do ultrassom com ecocolor Doppler. Na impossibilidade, devemos procurar alguns dados ao exame: ● Testículo alto e horizontalizado: sinal de torção testicular (principal causa). ● Massa palpável acima de epidídimo e com mancha azul visível através do escroto: torção de apêndice testicular. ● A dor melhora quando levantado o testículo (Sinal de Prehn): sugestivo de epididimite. VIDEO_04_CPMED_EXTENSIVO_APOSTILA_24