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SEMIOLOGIA DO APARELHO GENITAL MASCULINO

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Leticia T Santos - Medicina 
Semiologia do aparelho genital masculino 
 
ANAMNESE 
 
Dentre os elementos de identificação se sobressaem: 
idade e profissão. 
- Recém-nascidos: problemas de ambiguidade sexual, 
a hidrocele, o edema escrota, as criptorquias e as 
dismorfias penianas. 
- Infância: infecções da genitália, exceto as 
balanopostites, não raro associadas às fimoses 
- Puberdade e no adulto jovem: predominam os 
processos infecciosos, de modo particular as doenças 
sexualmente transmissíveis. 
- Após os 40 anos de idade: aparecimento de priapismo, 
hidrocele secundária, prostatovesiculite, câncer 
peniano e doença de Peyronie. 
- Após os 60 anos: obstruções urinárias de origem 
prostática, principalmente a hiperplasia nodular 
benigna. 
- Septuagenários e octogenários: alta incidência do 
carcinoma da próstata. 
- Carcinoma escrotal: frequente nos indivíduos que 
lidam com piche e alcatrão. 
- Distúrbios espermatogênicos: pessoas que trabalham 
em ambientes de temperatura elevada e as que se 
expõem a radiações ionizantes. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
 
Tendo em vista a dupla função dos órgãos genitais 
masculinos, pode-se ter o surgimento de distúrbios 
miccionais e sexuais, isoladamente ou de maneira 
associada. 
Os principais sintomas das afecções dos órgãos 
genitais masculinos são: dor, hematúria, alterações 
miccionais,retenção urinária, priapismo, hemospermia, 
corrimento uretral e também ejaculação precoce, 
impotência sexual e esterilidade. 
Dor testicular: de origem local ocorre na orquite 
traumática ou infecciosa; a dor referida, na litíase 
ureteral, provocada por cálculo localizado em seu terço 
superior. Neste caso, a dor sentida no testículo deve-se 
à inervação comum destas 2 estruturas. 
Dor na bolsa escrotal: cálculo localizado no terço 
inferior do ureter pode acompanhar-se de dor no 
escroto. 
Dor lombossacra: com irradiação para os quadris e para 
as pernas, é encontrada no câncer da próstata com 
disseminação metastática. 
Priapismo: ereção persistente, prolongada e dolorosa, 
sem desejo sexual. Os corpos cavernosos ficam 
túrgidos e endurecidos, mas o corpo esponjoso mantém 
sua consistência normal, o que explica a pouca 
importância das alterações da micção. 
Hemospermia: presença de sangue no esperma, 
podendo resultar de diferentes causas, entre as quais se 
encontram a tuberculose, a esquistossomose, o 
carcinoma das vesículas seminais e da próstata, entre 
outras. 
Corrimento uretral: presença de uma secreção que sai 
pelo meato da uretra; é uma queixa frequente nos 
pacientes adultos do sexo masculino. As principais 
causas são uretrite e prostatite. 
Distúrbios sexuais: disfunção erétil ou impotência 
sexual, a ejaculação precoce, a ausência de ejaculação, 
dispareunia, a diminuição da libido e a anorgasmia. 
Disfunção erétil: ou impotência sexual, o homem não 
consegue ter ou manter uma ereção firme o suficiente 
para a relação sexual. Pode ser causado por doença 
física ou psicológica. 
Ejaculação precoce: incapacidade de controlar o 
processo de ejaculação, durante a permanência do 
pênis na vagina, sem que tenha havido tempo suficiente 
para satisfazer a parceira. Em geral, é de causa 
psíquica. 
Ausência de ejaculação: pode ser em razão de falha na 
emissão do esperma por obstrução dos canalículos 
ejaculatórios por processos inflamatórios ou após 
simpactectomia lombar. 
Anorgasmia: incapacidade de chegar ao orgasmo 
durante o coito. É uma condição rara, quase sempre de 
origem psicogênica. 
Diminuição ou ausência da libido: pode ser motivada 
por um processo orgânico ou por fatores psicossociais. 
Inibição da libido costuma acompanhar os estados 
depressivos. 
Dispareunia: é caracterizada por dor durante a relação 
sexual, com sensação de laceração e perda da ereção. 
 
EXAME FÍSICO 
 
O exame físico dos órgãos genitais masculinos 
externos é realizado por inspeção e palpação, devendo 
o paciente ficar em decúbito dorsal ou de pé. Os órgãos 
genitais internos são examinados pelo toque retal. 
O exame deve incluir sempre inspeção e palpação das 
regiões inguinais – linfonodos. 
 
EXAME DO PÊNIS: 
Inspeção do pênis: 
- Observar anatomia de superfície: dorso, glande, coroa 
da glande, colo da glande, óstio externo da uretra, 
monte púbico. 
- Identificação de anomalias congênitas 
- Solicita-se ao paciente que levante o pênis e observa-
se o frênulo do prepúcio e o óstio externo da uretra 
buscando alguma lesão. Busca-se lesões por ISTS: 
 
Leticia T Santos - Medicina 
condilomas, pediculose, úlceras. Avaliar base do pênis 
(comum lesões). 
- Pede-se ao paciente para retrair completamente o 
prepúcio, para obter uma boa visualização da glande e 
do sulco balanoprepucial, expondo-se, dessa maneira, 
lesões que poderiam passar despercebidas, buscar 
presença de nodulações, se tem fimose. 
- Importante investigar o diâmetro, o aspecto e a 
posição do meato uretral externo. Seu diâmetro normal 
é de 8 mm. Para verificar se o meato tem calibre 
adequado, é necessário fazer uma compressão 
anteroposterior da glande, tomando-a entre os dedos 
indicador e polegar. Com essa manobra, os lábios 
meatais se afastam, possibilitando boa visualização do 
orifício. 
- Observa-se se há saída de secreção pela uretra. Em 
caso de queixa de saída de secreção solicita-se ao 
paciente que faça a ordenha. 
- Solicita-se também que o paciente coloque o pênis 
para os lados para que o médico faça a inspeção. 
 
Palpação do pênis: 
- Busca-se por nodulações e pontos de espessamento 
- Palpa-se os dois corpos cavernosos, o corpo 
esponjoso e a glande. 
- A palpação do pênis pode revelar áreas de 
endurecimento ao longo do corpo esponjoso, reflexo de 
processo inflamatório periuretral secundário ou mesmo 
consequência de cálculo impactado ao longo da uretra. 
 
EXAME DA BOLSA ESCROTAL: 
- Investigam-se o formato, o tamanho, as 
características da pele e os aspectos vasculares. 
- Examina-se o escroto e a rafe do escroto, buscando 
lesões de ISTS, edemas, varicoceles. 
- Hidrocele: pode aumentar de maneira gigantesca o 
volume do escroto. 
 
EXAME DOS TESTÍCULOS E EPIDÍDIMO: 
- Em condições normais, o testículo esquerdo situa-se 
mais baixo que o direito. 
- Palpa-se um dos testículos, comparando-o com o do 
lado oposto, avaliando-lhe a consistência, o formato, os 
contornos e o tamanho, tendo sempre em mente a 
relação dos testículos com a túnica vaginal que os 
reveste anteriormente. 
- Em seguida, palpam-se os epidídimos, situados acima 
e posteriormente aos testículos, procurando-se 
reconhecer as partes que os constituem: cabeça, corpo 
e cauda 
- Depois, palpam-se os cordões espermáticos até o anel 
inguinal externo. 
 
Manobra de Valsava: pede-se ao paciente que contraia 
a musculatura abdominal soprando contra o dorso da 
mão. 
Pode-se pedir, também, para que o paciente tussa 
repetidas vezes. O exame é concluído com pesquisa do 
reflexo cremastérico. 
 
Manobra de Chevassu: Na borda póstero-superior dos 
testículos, onde encontra-se a cabeça do epidídimo, 
faz-se a manobra de Chevassu, que é a palpação do 
epidídimo, a qual deve ser realizada palpando-os entre 
o polegar e o dedo indicador, ao longo de suas três 
subdivisões (cabeça, corpo e cauda) para verificação de 
sua consistência e tamanho. 
 
 
 
EXAME DOS CANAIS DEFERENTES: 
Os canais deferentes intraescrotais são palpados com 
facilidade em condições normais, desde seu ponto de 
junção na cauda epididimária até o orifício externo do 
anel inguinal. Esse segmento do canal deferente pode 
ser identificado pela sensação toda especial que se tem 
de "corda de chicote" 
 
 
 
 
 
Leticia T Santos - Medicina 
TOQUE RETAL: 
A posições do paciente para este exame são as 
seguintes: 
- Posição de Sims ou lateral esquerda: mantendo-se o 
membro inferior em semiextensão e o superior 
flexionado. 
 
 
- Posição genupeitoral:é a mais adequada, preferida 
pela maioria dos examinadores. 
- Posição de decúbito supino: na qual o paciente fica 
semissentado com as pernas flexionadas. O 
examinador passa o antebraço por baixo da coxa do 
paciente; esta posição é indicada em especial nos 
enfermos em condições gerais precárias. 
 
 
 
- Deve-se usar dedeira ou luva, comuns ou 
descartáveis. 
- Antes do exame, solicita-se ao paciente urinar, 
esvaziando a bexiga o máximo que puder. 
- Antes de realizar o toque retal, é necessário 
inspecionar cuidadosamente a região anoperineal, 
examinando-se a pele em volta do ânus em busca de 
sinais inflamatórios, alterações provocadas pelo ato de 
coçar, fissuras, pertuitos fistulosos, condilomas e 
abscessos. 
- O paciente deve ser devidamente esclarecido sobre o 
que será feito, devendo-se dizer a ele que, durante o 
exame, poderá ter a sensação de estar evacuando. 
- O médico coloca-se ao seu lado esquerdo e pede-lhe 
que relaxe o máximo possível. 
- Expõe-se o ânus com o dedo indicador e polegar da 
mão esquerda, coloca-se a polpa do indicador direito 
sobre a margem anal e faz-se uma compressão 
continuada e firme para baixo, com o intuito de relaxar 
o esfíncter externo. 
- O examinador deve aplicar lubrificante no dedo. 
- Em seguida, introduz-se o dedo, lenta e suavemente, 
por meio de movimentos rotatórios. A introdução 
digital tem que ser feita com delicadeza e suavidade 
para que não haja dor. Quando não se consegue 
introduzir o dedo devido a dor intensa ou espasticidade 
esfincteriana, é necessário considerar a possibilidade 
de criptite ou fissura anal. 
- Observa-se o tônus esfincteriano anal. Um esfíncter 
anal relaxado, principalmente quando associado a 
redundância e relaxamento retal, é encontrado nas 
enfermidades do sistema nervoso central com 
disfunção neurológica da bexiga, ou quando o paciente 
realiza coito anal. 
- As estruturas a serem examinadas durante o toque 
retal são: 
• Parede anterior, pela qual se avaliam a próstata, as 
vesículas seminais e o fundo de saco vesicorretal 
• Parede lateral esquerda 
• Parede lateral direita 
• Parede posterior (sacro e cóccix) 
• Para cima (até onde alcançar o dedo) 
- Ao final, o examinador observa se há sangue no dedo. 
 
EXAME DA PRÓSTATA: 
As características semiológicas a analisar são o 
tamanho, a consistência, a superfície, os contornos, o 
sulco mediano e a mobilidade da próstata. 
Em condições normais, a próstata tem o tamanho de 
uma castanha grande, é regular, simétrica, depressível, 
apresenta superfície lisa, consistência elástica, 
lembrando borracha, contornos precisos e é 
discretamente móvel. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
PORTO, C. C. Semiologia Médica. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

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