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Aula 2 Condições adversas direção defensiva


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AULA 2 – CONDIÇÕES ADVERSAS: COMO
REDUZIR OS RISCOS
Introdução
O condutor de veículos de emergência, em muitas situações, tem de trafegar sem as
condições ideais de segurança para atender as mais diversas ocorrências,
independentemente das condições climáticas, da luminosidade, do trânsito e da qualidade da
via. É importante que você seja capaz de identi�car esses riscos rapidamente e agir
corretamente diante dessas situações, adotando os procedimentos adequados para cada
uma delas.
Mas o que são condições adversas?
Pense e leia o conceito em seguida:
Exempli�cando:
Fatores combinados que aumentam os riscos de acidentes:
Condições adversas são:
Fatores ou combinação de fatores que contribuem para
aumentar as situações de risco no trânsito, podendo
comprometer a segurança
(www.portaldotransito.com.br).
III IV V
Álcool + sono + excesso de velocidade.
DIREÇÃO DEFENSIVA
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http://www.portaldotransito.com.br/
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2.1 TIPOS DE CONDIÇÕES ADVERSAS
Algumas das condições adversas são oriundas do(a):
Figura 51: Condições adversas
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen.
Veja a seguir, a descrição dessas condições adversas:
2.1.1 Condições adversas de clima
Algumas condições climáticas podem interferir na segurança do trânsito, pois alteram as
condições da via (diminuindo a sua capacidade visual) e os padrões de comportamento do
veículo em relação à aderência dos pneus e à estabilidade.
Veja algumas delas a seguir:
Chuva
Reduz a visibilidade, diminui a aderência dos pneus, principalmente nas curvas, aumenta o
espaço percorrido nas frenagens e di�culta as manobras de emergência. Se houver uma
lâmina de água sobre a pista, também há o risco de aquaplanagem.
O que fazer em caso de condução sob chuva?
Compare as alternativas relacionadas às suas atitudes na condução de veículo de
emergência:
IMPORTANTE
É importante que você preste atenção às condições a
serem apresentadas, pois elas podem se agravar a ponto
de impedir o seu deslocamento seguro.
DIREÇÃO DEFENSIVA
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
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Recomendamos que você evite passar em poças cuja profundidade seja superior à metade
da altura das rodas do veículo.
Figura 52: Dirigindo na chuva
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net
VI VII VII
Evite passar em poças ou em lugares com acúmulo de água.
IMPORTANTE
Em situações de chuva intensa, um cuidado especial deve
ser tomado ao passar por poças de água, pois,
dependendo do caso, pode ser difícil estimar a
profundidade delas. Se a profundidade for tal que chegue
a invadir o compartimento do motor, pode ser que ocorra
o chamado calço hidráulico. O calço hidráulico é uma
situação ocasionada pela entrada de água no interior da
câmara de combustão, que impede o pistão de comprimir
a mistura no seu interior, ocasionando um travamento
abrupto e consequente empeno ou ruptura das bielas. Isso
pode ocasionar sérios danos ao motor, com o
consequente prejuízo �nanceiro.
DIREÇÃO DEFENSIVA
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https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=50300&picture=ceu-dramatico-ao-dirigir
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No momento em que está chovendo, ou logo após, pode ocorrer a aquaplanagem, fenômeno
no qual o veículo não consegue remover a lâmina d’água e perde o contato com a pista, de
modo que o condutor pode perder o controle do veículo.
Quais são as causas que levam à aquaplanagem?
Excesso de água na pista;
Calibragem inadequada dos pneus;
Tipo de pista;
Velocidade incompatível; e/ou
Pneus desgastados (lisos).
Quando você não sabe o que fazer em situações de aquaplanagem, normalmente perde o
controle do veículo e se envolve em acidente.
O que você deve fazer quando o veículo aquaplanar?
Compare as suas respostas com alguns procedimentos indicados.
O que fazer durante a aquaplanagem?
Tirar o pé do acelerador até retomar o controle completo da direção;
Não frear; pois, se as rodas estiverem travadas no momento em que voltar o contato dos
pneus com a pista, o veículo poderá desgovernar; e
Segurar o volante com �rmeza, mantendo-o alinhado.
Neblina
A neblina reduz signi�cativamente a visibilidade; sendo assim, você deve ter muito cuidado ao
conduzir o veículo nessas condições. Normalmente, os acidentes são gravíssimos, podendo
envolver vários veículos.
Figura 53: Acidente com viatura da Polícia Rodoviária Federal
Fonte: Divulgação/PRF.
Em caso de neblina, quais os cuidados que você normalmente adota?
Compare se suas ações estão adequadas, lendo algumas recomendações a seguir.
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Ações do condutor ao dirigir sob neblina:
2.1.2 Condições adversas da via
O condutor de veículos de emergência deve estar sempre atento às condições adversas que
possam existir nas vias, pavimentadas ou não. Mesmo que você conheça o percurso, não
deve desconsiderar a possibilidade de ser surpreendido, sob risco de causar danos ao veículo
ou até mesmo de envolver-se em acidente de trânsito. A realidade nos mostra uma série de
de�ciências que aumentam as probabilidades de o condutor se acidentar.
Figura 54: Estrada esburacada
Fonte: https://pixabay.com
Veja abaixo as situações mais comuns com que você pode se deparar:
Principais condições adversas da via:
VI VII VIII
Evite realizar ultrapassagens.
0:000:00 / 0:00/ 0:00
Ouça o áudio.
DIREÇÃO DEFENSIVA
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https://pixabay.com/pt/photos/estrada-danos-repara%C3%A7%C3%A3o-perigo-414462/
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Veja alguns exemplos:
Figura 55: Exemplos de Placas de Sinalização de Advertência
Fonte: Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro - Resolução do Contran nº 160/2004; SCD/EaD/Segen.
Vias com conservação de�ciente
Vias sem conservação dani�cam o veículo, principalmente a suspensão e os pneus. São
consideradas como fator de risco para a ocorrência de acidentes, podendo causar lesões
irreparáveis e a morte de pessoas, além de danos materiais.
O que fazer ao se deparar com uma via malconservada?
X XI XII
Lombadas (nas rodovias, principalmente).
IMPORTANTE
Muitas vezes, a sinalização vertical de advertência
(placas amarelas com símbolos pretos, de formato
quadrado com um dos vértices apontando para baixo),
informam-nos sobre algumas das condições adversas
das vias. Esse é um dos motivos pelos quais devemos
prestar bastante atenção à sinalização quando
conduzimos os veículos de emergência.
II III IV
DIREÇÃO DEFENSIVA
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Vias com sinalização de�ciente ou sem sinalização
No desempenho de sua atividade, normalmente você trafega em vias urbanas e rurais em
boas condições de tráfego, trazendo todas as informações ao condutor; no entanto, algumas
vias podem apresentar sinalização de�ciente, por vezes encoberta pela vegetação, ou
totalmente inexistente, tanto vertical quanto horizontal.
O que você deve fazer ao conduzir por vias com sinalização de�ciente ou inexistente?
Conduzir o veículo com velocidade compatível e com atenção redobrada;
Sempre que possível, evitar viajar à noite; e
Ajustar-se às condições da via.
2.1.3 Condições adversas de trânsito
As condições adversas de trânsito estão relacionadas à quantidade, ao tipo e ao tamanho dos
veículos e aos horários de circulação, podendo apresentar congestionamento ou não.
Existem períodos do dia que afetam as condições de trânsito, tais como a hora do rush, que
signi�ca o período de maior movimentação de veículos e pedestres, provocando
congestionamentos, além de dias de chuva, épocas de festas, férias escolares, feriadões etc.
Ocasionalmente, acontecem condições adversas de trânsito na presença de rebanhos de
animais, maquinário agrícola, obras, carroças, funerais etc.
O trânsito pode ser alterado, ainda, por: batedores, escoltas, desmoronamento, acidentes,
bloqueio parcial de pista, rompimento de estrada, �scalização etc.
O que fazer ao se deparar com essas condições de tráfego?
Tenha cuidado para não se envolver em acidente com outro veículo
ao tentar frear ou desviar de buracos na pista.
IMPORTANTE
Conforme previsto no artigo 72 do Código de Trânsito
Brasileiro, todocidadão tem o direito de solicitar por
escrito melhorias e sugestões que julgar necessário aos
órgãos do Sistema Nacional de Trânsito. Então, seja na
viatura policial ou em seu carro particular, se você está
transitando por uma via esburacada ou com sinalização
de�ciente, você pode acionar o órgão competente para
solicitar a regularização da situação.
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Figura 56: Aplicativos de navegação (Waze® ou o Google Maps®)
Fonte: SCD/EaD/Segen.
2.1.4 Condições adversas de veículo
Caro colega pro�ssional de segurança pública, qual foi a última vez que você realizou uma
inspeção de primeiro escalão (utilize o checklist disponível no item 4.4.3 da Aula 4 do Módulo
1), aquela realizada pelo motorista, antes de iniciar o serviço?
Como um condutor defensivo, você deve manter o veículo em que trabalha sempre em
condições de reagir instantânea e e�cientemente a todos os comandos, inspecionando-o
antes de iniciar o serviço. Acima de tudo, este procedimento garante a SUA segurança e a
segurança de todos os colegas que estão com você na viatura!
Defeitos mais comuns em veículos que facilitam os acidentes
III IV V
Mantenha-se calmo.
VII VIII IX
Lâmpadas queimadas.
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Figura 57: Viatura com defeito
Fonte: Arquivo – Blog A Palavra.
2.1.5 Condições adversas de condutor
Em muitas ocasiões, a jornada de trabalho extenuante do condutor de veículo de emergência
pode interferir na maneabilidade, aumentando os riscos de envolvimento em acidentes de
trânsito. Os aspectos físicos e psicológicos in�uenciam diretamente na atuação do condutor.
Como exemplos, temos: fadiga, sono, estado alcoólico, audição de�ciente, visão de�ciente,
perturbações mentais e emocionais, preocupações e medo (MASLACH; JACKSON, 1981).
Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e do consumo de bebida
alcoólica e de substâncias psicoativas.
A bebida alcoólica
Atualmente, o álcool é a substância psicoativa que mais causa acidentes e mortes no trânsito
no Brasil e no mundo (PECHANSKY, 2014).
Relativamente à absorção e distribuição do álcool, Pechansky (2014, pg. 53), escreveu que:
“O etanol, quando ingerido, é absorvido rapidamente no estômago (20%) e no intestino
delgado (80%) - órgão cheio de vasos e membranas permeáveis. O maior pico na
concentração plasmática ocorre em torno de meia hora após a ingestão. A velocidade com
que a pessoa bebeu, o tempo de esvaziamento gástrico e o início da absorção intestinal
podem ser considerados os principais fatores determinantes das taxas variáveis de absorção
de álcool encontradas em diferentes indivíduos ou circunstâncias.
Se o indivíduo possuir alimentos no estômago (estado alimentado), isso retardará a absorção
de etanol. Caso ele esteja sem alimento no estômago (estado de jejum), a absorção do etanol
será de forma mais rápida, alcançando o pico plasmático maior do que no estado alimentado.
Porém, quando o álcool chega no intestino delgado, sua absorção para a corrente sanguínea é
rápida e completa, não importando a presença de alimentos.”
A dosagem alcoólica distribui-se uniformemente em todos os órgãos e líquidos orgânicos,
mas, principalmente no cérebro, afetando de maneira signi�cativa a capacidade de conduzir
veículos automotores.
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Relativamente aos efeitos da ingestão do álcool na condução de veículos, Pechansky (2014,
pg. 58) escreveu que:
Evidentemente, um bom pro�ssional de segurança pública JAMAIS iria se apresentar a
serviço para conduzir uma viatura estando alcoolizado; pois, além do perigo que isso causa,
trata-se de uma infração de trânsito de natureza gravíssima (conforme o Art. 165 do CTB) e,
dependendo do caso, até mesmo um crime de trânsito (de acordo com o Art. 306 do CTB).
Vale salientar que a grande maioria das corporações policiais impõe, corretamente, sanções
administrativas em seus regimes disciplinares aos pro�ssionais de segurança que se
apresentam para o serviço sob o efeito de álcool e/ou que ingerem bebida alcoólica estando a
serviço.
Por �m, um cuidado especial deve ser tomado no dia seguinte ao qual foi ingerida uma grande
quantidade de bebida alcoólica: se a pessoa está de ressaca, isso signi�ca que o seu corpo
ainda não conseguiu metabolizar todo o álcool que está em sua corrente sanguínea. Ou seja, a
pessoa AINDA se encontra sob o efeito de álcool!
“Dentre as habilidades necessárias para adequada
condução de veículo automotor, o tempo de reação, ou seja,
o tempo decorrido entre o indivíduo perceber a situação e
reagir a ela foi diferente entre indivíduos alcoolizados e
sóbrios. Os estudos apontam que o tempo de reação de um
condutor que ingeriu álcool é maior que em um condutor
sóbrio, interferindo negativamente na capacidade de
condução. Por exemplo, diante de uma situação
inesperada, durante o dia, um condutor que não consumiu
bebida alcoólica leva até 1,75 segundos para iniciar uma
reação. Se este condutor estiver a 80Km/h ele percorrerá
cerca de 39 metros até efetivar sua ação. Já um condutor
sob efeito de álcool, na mesma velocidade, passa a reagir
em até 5,1 segundos, percorrendo uma distância de 113
metros antes de tomar qualquer decisão. Isso signi�ca que
o motorista alcoolizado pode percorrer 74 metros a mais
do que o condutor que não bebeu.
A acuidade visual e o processamento da informação
também �cam prejudicados. Um estudo realizado na
Austrália identi�cou que o condutor embriagado demora
mais tempo na identi�cação de outro veículo, fato que
aumenta o risco e pode ocasionar um acidente.
Além dos prejuízos na habilidade para a condução, o uso de
álcool interfere negativamente na percepção de risco do
condutor. Mesmo embriagado, o motorista acredita que sua
conduta não representa perigo, tendendo a culpar os
outros, atribuindo uma maior habilidade e autocon�ança na
sua capacidade de condução.”
DIREÇÃO DEFENSIVA
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Figura 58: Etilômetros - “passivo”, à esquerda, e o tradicional, à direita
Fonte: José Carlos Schaeffer.
Substâncias psicoativas
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera droga toda substância que, por sua
natureza, afeta a estrutura e o funcionamento de um organismo vivo.
Por sua vez, as Substâncias Psicoativas (SPAs) são aquelas que, quando ingeridas, inaladas
ou inseridas na corrente sanguínea, afetam os processos normais de sentir, de pensar e de
agir.
No trânsito, este é um aspecto de vital importância, uma vez que tanto as drogas lícitas
(medicamentos, por exemplo) quanto as ilícitas causam transformações químicas no
organismo (distribuição, ação, armazenamento e saída) e atuam diretamente no sistema
nervoso central, gerando alterações no nível de consciência do espaço e do tempo,
desvirtuamento sensorial, perda do equilíbrio, psicoses e delírios.
O uso de drogas pode ser fatal se ingeridas com álcool. Muitos condutores pro�ssionais, por
imposição da carga horária de trabalho, utilizam artifícios para não dormir nas viagens. As
mais comuns são os chamados “arrebites” ou “rebites”, que consistem em uma perigosa
mistura de medicamentos (anfetaminas) que, a longo prazo, são extremamente prejudiciais à
saúde.
Nem toda substância psicoativa é ilícita. Muitas são medicamentos prescritos para situações
especí�cas, como insônia ou dé�ce de atenção. Caso o pro�ssional de segurança pública
esteja tomando alguma medicação com efeitos depressores do sistema nervoso central
(SNC), a exemplo dos benzodiazepínicos (Rivotril®, Alprazolam etc.), ele não deve conduzir
veículos de emergência, salvo se houver permissão médica.
Figura 59: Exemplo de benzodiazepínicos (Rivotril® e Alprazolam)
Fonte: SCD/EaD/Segen.
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Por �m, embora você já saiba disso, vale o conselho de que você não deve se automedicar; e
nem modi�car as dosagens ou interromper o tratamento sem a supervisão médica adequada.
IMPORTANTE
Que você converse com o seu médico sobre os efeitos de
quaisquer medicamentos que você estiver utilizando,no
tocante à capacidade de dirigir veículos e máquinas; pois,
dependendo da substância e da dosagem, elas podem ser
mais perigosas do que o álcool.
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