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Aposto_ o que é, tipos, aposto x vocativo


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Aposto: o que é, tipos, aposto x vocativo
Warley Souza
9-11 minutes
Aposto é um termo acessório da oração e acompanha substantivos, pronomes ou verbos. Portanto, depende
de outro termo para completar o seu signi�cado — diferentemente do vocativo, que é um termo
independente e se con�gura em um chamamento ou invocação. Os tipos de aposto são: explicativo,
enumerativo, resumidor, comparativo, distributivo, circunstancial, de especi�cação ou da oração.
Saiba mais: Conceitos essenciais da sintaxe
O que é aposto?
O aposto acompanha um substantivo, um pronome ou um verbo de uma oração. Esse termo acessório da
oração é usado para explicar, especi�car, comentar ou identi�car algo ou alguém:
A água, recurso indispensável para a sobrevivência, está cada vez mais escassa.
Nesse caso, o aposto “recurso indispensável para a sobrevivência” explica o que é o substantivo “água” e
demonstra a sua importância.
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Tipos de aposto
Videoaula sobre tipos de aposto
Diferenças entre aposto e vocativo
O aposto é um termo acessório da oração, de forma que apenas acompanha outros termos e, por isso,
depende deles para existir:
O vento, as �ores, os pássaros, tudo me lembrava você.
Nesse exemplo, o aposto “tudo” só existe para fazer uma retomada dos termos mencionados anteriormente.
O seu sentido, portanto, está atrelado aos substantivos “vento”, “�ores” e “pássaros”.
Já o vocativo é um termo independente na oração e se con�gura em um chamamento ou invocação. Ele deve
estar sempre separado por vírgula:
Dionísio, cada coisa deve estar em seu lugar!
Cada coisa, meu �lho, deve estar em seu lugar!
Veja também: Frase, oração e período — quais as diferenças entre eles?
https://www.portugues.com.br/gramatica/o-aposto-suas-diferentes-classificacoes.html
https://www.portugues.com.br/gramatica/termos-acessorios-oracao.html
https://www.portugues.com.br/gramatica/pronomes.html
https://www.portugues.com.br/gramatica/verbos.html
https://www.portugues.com.br/gramatica/conceitos-essenciais-sintaxe.html
https://www.portugues.com.br/gramatica/frase-oracao-periodo.html
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Exercícios resolvidos sobre aposto
Questão 01
(Unimontes)
APRENDA A SE CONCENTRAR
Edison não conseguia se concentrar de jeito nenhum. Tinha sempre dois ou três empregos e passava o dia
indo de um para outro. Adorava trocar mensagens, e se acostumou a escrever recados curtos e constantes, às
vezes para mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Apesar de ser um homem mais inteligente do que a média,
sofria quando precisava ler um livro inteiro. Para completar, comia rápido, dormia pouco e não conseguia se
dedicar ao casamento conturbado, por falta de tempo. Identi�cou-se? Claro, quem não tem esses problemas?
Passar horas no twitter ou no celular, correr de um lado para o outro e ter pouco tempo disponível para
tantas coisas que você tem que fazer são dramas que todo mundo enfrenta. [...].
É verdade que tudo ao nosso redor serve para nos distrair, que as ferramentas criadas para roubar o nosso
tempo estão cada vez mais interessantes e que todos aqueles links na internet são muito mais legais do que
o nosso trabalho. Homens do tempo de Edison não tinham um celular que tocava ou recebia e-mails
enquanto eles tentavam ler um livro — mas a luta humana pela concentração está longe de ser um problema
moderno. Na verdade, é bem mais antigo do que você imagina. O que a neurociência já sabe é que se trata de
um processo de escolha do que é importante. Vamos entender na prática.
[...]
Mas o verdadeiro desa�o é focar naquilo que não é tão fascinante assim. Você sabe do que estamos falando:
certamente já tentou estudar para uma prova ou prestar atenção no seu chefe, mas simplesmente não
conseguiu. A culpa para a sua mente avoada está nos nossos ancestrais. Seu cérebro simplesmente não foi
moldado pela evolução para passar muito tempo focado no mesmo assunto. Nossos parentes evolutivos —
outros mamíferos, aves e répteis — precisavam sempre tomar decisões rápidas, fugir de um predador, caçar,
procurar abrigo.
Para nossa sorte, e ao contrário de outros animais, somos capazes de acionar nosso neocórtex — a parte mais
evoluída do cérebro — para tomar decisões a longo prazo, como a de estudar para uma prova, por exemplo.
Mas, para cumpri-las, precisamos lutar contra a parte mais primitiva que carregamos — nosso cérebro
reptiliano.
[...]
BLANCO, Gisela. Aprenda a se concentrar. Revista Superinteresante, São Paulo, p. 48-55, julho de 2012. Texto
adaptado.
Em todas as alternativas, obedecendo-se à norma culta, os travessões foram usados, substituindo as vírgulas,
para separar um aposto explicativo, EXCETO
a) “Nossos parentes evolutivos — outros mamíferos, aves e répteis — precisavam sempre tomar decisões
rápidas...”
b) “Homens do tempo de Edison não tinham um celular que tocava ou recebia e-mails enquanto eles
tentavam ler um livro — mas a luta humana pela concentração está longe de ser um problema moderno.”
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c) “...somos capazes de acionar nosso neocórtex — a parte mais evoluída do cérebro — para tomar decisões a
longo prazo...”
d) “Mas, para cumpri-las, precisamos lutar contra a parte mais primitiva que carregamos — nosso cérebro
reptiliano.”
Resolução:
Alternativa B
É possível apontar os seguintes apostos explicativos: “outros mamíferos, aves e répteis” (alternativa A), “a
parte mais evoluída do cérebro” (alternativa C) e “nosso cérebro reptiliano” (alternativa D). Já o trecho “mas a
luta humana pela concentração está longe de ser um problema moderno” (alternativa B) não é um aposto,
mas uma oração coordenada.
Questão 02
(Unimontes)
O MILAGRE DO SORINHO E OUTROS MILAGRES
A doutora Zilda Arns fez tudo ao contrário de como costumam ser feitos os programas de políticas públicas no
Brasil. Não chamou o marqueteiro, como providência inaugural dos trabalhos. Não engendrou uma generosa
burocracia, capaz de proporcionar bons e agradáveis empregos. Não ofereceu contratos milionários aos
prestadores de serviço. Sobretudo, não anunciou o programa e, com o simples anúncio, deu a coisa por feita
e resolvida. Milagre dos milagres. Zilda Arns, que morreu na semana passada, no terremoto do Haiti, aos 75
anos, realmente fez. [...].
O índice de mortalidade infantil no Brasil andava pelos 82,8 mortos por 1.000 nascidos vivos, em 1982, quando
Zilda foi convocada pelo irmão, o cardeal Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, a pôr sua
experiência de médica pediatra e sanitarista a serviço de um programa de combate ao problema. Hoje está
em 23,3 por 1.000. Nas áreas com atuação direta da Pastoral da Criança — são 42.000 comunidades pobres,
espalhadas por 4.000 municípios brasileiros — está em 13 por 1.000. [...].
O escritor Saul Bellow conta que, certa vez, passeava de bote num rio infestado de jacarés quando começou a
�car apavorado. Não era tanto a morte que o apavorava. Era o necrológio: “Morreu ontem, devorado por
jacarés...”. Zilda Arns está condenada ao necrológio: “Morreu de terremoto, no Haiti”. Não é esdrúxulo como
ser devorado por um jacaré. Também não é raro como cair no poço do elevador, como a atriz Anecy Rocha,
irmã de Glauber, ou ser tragado pela boca do Vesúvio, como o republicano histórico Silva Jardim. Mas é raro
para um brasileiro, em cujo território não ocorrem terremotos de proporções mortais, e chocante como são as
mortes inesperadas, provocadas por acidentes. Zilda Arns, como Anecy Rocha e Silva Jardim, morreu em
circunstâncias do tipo que nunca se esquece. Mas, também, em circunstâncias que lhecoroam a vida. Estava
no Haiti para, em contato com religiosos locais, propagar a metodologia da Pastoral da Criança. Morreu em
combate.
Roberto Pompeu de Toledo, Veja, 20-1-2010.
Veri�ca-se uma sequência de apostos na alternativa
a) “...Zilda foi convocada pelo irmão, o cardeal Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo...”
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b) “A doutora Zilda Arns fez tudo ao contrário de como costumam ser feitos os programas de políticas
públicas no Brasil.”
c) “O escritor Saul Bellow conta que, certa vez, passeava de bote num rio infestado de jacarés quando
começou a �car apavorado.”
d) “Zilda Arns, como Anecy Rocha e Silva Jardim, morreu em circunstâncias do tipo que nunca se esquece.”
Resolução:
Alternativa A
A sequência de apostos indicada no enunciado da questão é: “o cardeal Paulo Evaristo Arns” (explicativo) e
“então arcebispo de São Paulo” (circunstancial).
Nota
|1| A doutora em linguística Márcia Teixeira Nogueira, em seu texto Indeterminações de fronteira da aposição:
o chamado aposto circunstancial, informa: “Segundo Epifânio da Silva Dias, tal aposto é empregado quando
se pretende exprimir ‘tempo, hipótese, concessão, causa, comparação, ou debaixo de que respeito é
considerada a pessoa ou cousa’. Gramáticos como Brandão e Bechara também identi�cam tais construções
como apositivas, inclusive quando elas são antecedidas de preposição, conjunção ou advérbio. Por outro
lado, outros estudiosos da língua portuguesa, como Kehdi, preferem analisar tais expressões como orações
adverbiais com verbo elíptico ou mesmo como adjuntos adverbiais. Alguns gramáticos, como Gama Kury,
optam por analisar tais estruturas como predicativos circunstanciais de orações adverbiais com predicado
nominal.”

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