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06 - História Medieval e Moderna

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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA
História Medieval e Moderna
Livro Eletrônico
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História Medieval e Moderna
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
Apresentação .....................................................................................................................................................................4
História Medieval e Moderna ....................................................................................................................................5
1. A Organização Sociopolítica, Econômica, Cultural e Religiosa da Sociedade Europeia 
do Século V ao XV, sua Dinâmica, Relações, Rupturas e Transformações .....................................5
1.1. Cristianismo .................................................................................................................................................................6
1.2. Feudalismo ..................................................................................................................................................................7
1.3. O Império Carolíngio .............................................................................................................................................13
1.4. Os Reinos Cristãos da Península Ibérica .................................................................................................15
1.5. Renascimento Comercial, Urbano e Cultural .........................................................................................17
1.6. A Crise do Feudalismo ........................................................................................................................................26
2. Os Reinos Africanos no Século V ao XV ...................................................................................................... 29
2.1. Império Axum ..........................................................................................................................................................29
2.2. Império Zimbábue ................................................................................................................................................29
2.3. Império Gana ...........................................................................................................................................................29
2.4. Império Mali .............................................................................................................................................................31
2.5. Império Songai ........................................................................................................................................................31
2.6. Império de Oyo (Iorubás) .................................................................................................................................32
3. Dinâmica, Relações, Rupturas e Transformações da Sociedade Europeia do Século 
XV ao XVIII ........................................................................................................................................................................32
3.1. A Formação das Monarquias Nacionais e o Absolutismo .............................................................33
3.2. O Absolutismo .......................................................................................................................................................39
3.3. As Reformas Protestantes e a Contrarreforma Católica ..............................................................42
3.4. A Expansão Marítima Europeia e as Práticas Mercantilistas ...................................................47
3.5. O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido ............................................................................................53
3.6. As Revoluções Inglesas (Século XVII) ....................................................................................................57
3.7. Revolução Industrial (Século XVIII a XX) ..............................................................................................62
3.8. A Revolução Americana ...................................................................................................................................70
Sumário
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História Medieval e Moderna
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
3.9. A Revolução Francesa ....................................................................................................................................... 72
Resumo ............................................................................................................................................................................... 78
Mapas Mentais ................................................................................................................................................................81
Questões Comentadas em Aula ............................................................................................................................ 86
Questões de Concurso ...............................................................................................................................................96
Gabarito ............................................................................................................................................................................106
Gabarito Comentado .................................................................................................................................................107
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História Medieval e Moderna
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
ApresentAção
Olá, querido aluno(a)! Seja novamente muito bem-vindo(a).
Nesta aula revisitaremos a Idade Média e a Idade Moderna. Veja os tópicos:
1) A organização sociopolítica, econômica, cultural e religiosa da sociedade europeia do 
século V ao XV sua dinâmica, relações, rupturas e transformações.
2) Os reinos africanos no século V ao XV.
3) Dinâmica, relações, rupturas e transformações da sociedade europeia do século 
XV ao XVIII.
Note que o tópico 1 foca na Idade Média europeia, um vasto conhecimento. O tópico 2 dá 
ênfase aos reinos africanos no mesmo período, mas não é um conteúdo longo. Já o tópico 3 
direciona o estudo a toda Idade Moderna europeia, também uma grande quantidade de con-
teúdo. Entretanto, sei que existem alguns conteúdos que está mais familiarizado, permitindo 
um estudo mais objetivo. Nesse sentido, se se sentir confiante, vá para o exercício na secção 
“Direto do Concurso” e siga adiante.
Uma última coisa: antes de seguirmos, peço que avalie as aulas anteriores, caso ainda 
não o tenha feito, e esta, ao final. Como é um material elaborado por um de seus pares, sua 
opinião é ainda mais importante para que continue elaborando materiais que atendam às 
suas expectativas e realidades.
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História Medieval e Moderna
HISTÓRIA
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HISTÓRIA MEDIEVAL E MODERNA1. A orgAnizAção sociopolíticA, econômicA, culturAl e religiosA dA so-
ciedAde europeiA do século V Ao XV, suA dinâmicA, relAções, rupturAs 
e trAnsformAções
A Idade Média inicia-se em 476 d.C., após a queda do Império Romano do Ocidente, e en-
cerra-se com a queda do Império Romano do Oriente (Império Bizantino), em 1453.
Com a queda do Império Romano do Ocidente, devido à crise do escravismo e às conse-
quentes invasões bárbaras, ocorreu um processo de ruralização europeia. Dela, decorreu a 
formação do feudalismo, e a formação de reinos cristãos. Além disso, a Igreja Católica tor-
nou-se a grande instituição medieval, determinando o modo de vida de toda a população e 
com grande influência no poder político. Vejamos então essas transformações, de modo que 
consiga assimilar o conteúdo para conquistar sua aprovação.
001. (FUNDATEC/PREFEITURA DE VACARIA-RS/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL/
ANOS FINAIS/HISTÓRIA/2021) Ao reunir com a turma do oitavo ano de ensino fundamental, o 
professor regente da turma foi indagado com o seguinte questionamento: “Professor! Por que 
o período da Idade Média tem esse nome e não outro?”. Considerando o questionamento do 
aluno e a historiografia sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
a) É algo para representar o que está no meio, sendo assim, o período da Idade Média repre-
senta a metade da história da humanidade.
b) Representa um contexto histórico de aproximadamente 1000 anos, sendo a metade do re-
ferencial de 2000 mil anos; base temporal determinada pelos historiadores para representar 
um arcabouço histórico de mudanças culturais.
c) Tem a ver com a chegada de Jesus, ou seja, a metade de um contexto histórico em que 
houve a separação da igreja de Roma com o Império Bizantino.
d) É uma questão historiográfica “didática” e tem esse nome por estar entre a idade antiga e 
a idade moderna, formando um período de aproximadamente 1000 anos, chegando até a to-
mada de Constantinopla pelos Turco-Otomanos.
e) O professor afirmou que a historiografia é dialética e didática, razões que possibilitam aos 
historiadores darem nomes “às coisas”; sendo assim, o nome “idade Média” é uma mera coin-
cidência que não tem relação com a etimologia da palavra.
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A alternativa “d” apresenta corretamente o recorte cronológico e a justificativa para a nomen-
clatura do período.
Letra d.
Para facilitar o estudo, desmembrarei o tópico 3 em subtópicos.
1.1. cristiAnismo
A Igreja Católica teve grande papel na organização política do feudalismo. No início, a or-
ganização clerical era simples. Cada comunidade cristã possuía um bispo, eleito pelos fiéis, 
os padres, responsáveis pelo ensino da religião e pelas cerimônias, e os diáconos, responsá-
veis pela administração e assistência à população.
Na Idade Média, os padres dirigiam as paróquias, que eram pequenos distritos. As várias 
paróquias formavam uma diocese, dirigida por um bispo. Várias dioceses formavam uma ar-
quidiocese, dirigida por um arcebispo. No topo da hierarquia estava o papa, chefe da Igreja, 
sucessor de São Pedro, fundador da Igreja católica.
A vida monástica (vida dos mosteiros) e as ordens religiosas começaram a surgir na Eu-
ropa a partir de 529 (século VI), quando São Bento de Núrsia fundou um mosteiro no Monte 
Cassino, na Itália, e criou a Ordem dos Beneditinos, dando origem ao clero regular, ou seja, ao 
clero dos mosteiros, onde os monges levavam uma vida disciplinada pelo trabalho e obriga-
dos a obedecer às regras (regula, em latim) da ordem a que pertenciam.
De acordo com as regras de São Bento, os monges beneditinos faziam voto de pobreza, 
obediência e castidade. Deviam trabalhar e orar algumas horas por dia e se ocupar com os 
pobres, os doentes e com o ensino.
Essas regras serviram de modelo para outras ordens religiosas surgidas na Idade Média, 
como a Ordem dos Franciscanos, criadas por São Francisco de Assis e a Ordem dos Domini-
canos, criada por São Domingos de Gusmão.
A Igreja medieval tinha praticamente o controle do saber. O domínio da leitura e da escrita 
era exclusivo dos padres, bispos, abades e monges. Nos mosteiros e abadias encontravam-se 
as únicas escolas e bibliotecas da época. Foram os principais responsáveis pela preservação 
da cultura greco-romana, com a restauração e conservação de textos antigos e se dedicavam 
a escrever livros religiosos em latim, a língua oficial da Igreja.
Em 756 (século VIII) a Igreja constituiu seu próprio Estado, no centro da península Itálica, 
quando Pepino, o Breve, rei dos francos, doou ao papado uma grande extensão de terra, pas-
sando para a administração direta da Igreja, sob o nome de Patrimônio de São Pedro, territó-
rio que constituiu o embrião do atual Vaticano.
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As heresias eram as seitas, facções ou orientações contrárias aos dogmas da Igreja. Em 
vários momentos da Idade Média, grupos de fiéis contestavam os dogmas, sendo taxados de 
hereges pelo clero.
Entre as diferentes heresias estavam a dos valdenses e a dos albigenses, ambas surgidas 
no século XII. Os valdenses pregavam que, para salvar a alma, o fiel não precisava de padres. 
Os albigenses acreditavam em um Deus do bem, criador das almas, e um Deus do mal, que 
havia encerrado as almas no corpo humano para fazê-lo sofrer. Com base nesses princípios 
eles estimulavam o suicídio e eram contra o casamento, para evitar a procriação.
A Igreja empreendeu verdadeira guerra contra os hereges. Ainda no século XIII ela criou 
a Inquisição, também chamada Tribunal do Santo Ofício, para investigar, julgar e condenar 
os hereges. A Inquisição foi responsável pela morte de milhares de judeus, árabes e cristãos 
considerados hereges.
002. (FEPESE/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/PROFESSOR DE HISTÓRIA/EDITAL 007/2021) 
Leia com atenção o texto abaixo:
O conceito de história medieval deriva da doutrina cristã sobre.....(1)....., a graça e a criação. 
O método historiográfico mais utilizado foi a narração e o seu principal objetivo o repasse de 
informações para os tempos futuros. O processo histórico representa a execução.....(2)..... e 
não envolve as intenções humanas.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas numeradas do texto.
a) (1) o amor – (2) dos esforços coletivos
b) (1) a redenção – (2) dos deveres cristãos
c) (1) a salvação – (2) das orientações de Cristo
d) (1) o pecado original – (2) dos desígnios divinos
e) (1) a misericórdia – (2) da missão evangelizadora
Querido(a), cuidado com a pegadinha. O candidato pode ser levado a assinalar a letra “c”, 
contudo, apesar de a doutrina da igreja versar sobre a salvação e as orientações de Cristo, a 
narrativa histórica da igreja é a dos desígnios divinos, da predestinação que, inclusive, servia 
para justificar o sistema de castas.
Letra d.
1.2. feudAlismo
O feudalismo foi uma organização econômica, social e política baseado nas relações ser-
vo-contratuais (servis). Tem suas origens na decadência do Império Romano. Predominou na 
Europa durante a Idade Média.
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Segundo o teórico escocês do Iluminismo, Lord Kames, o feudalismo é geralmente pre-
cedido pelo nomadismo e sucedido pelo capitalismo em certas regiões da Europa Ocidental.
O feudalismo começou a se formar na Europa a partir do século V com a invasão dos po-
vos germânicos no Império Romano. Sua formação do feudalismo foi favorecida por várias 
condições presentes no continente europeu:
• Desagregação política, econômica e social do Império Romano do Ocidente com a in-
vasão dos povos germânicos;
• Criação de vários reinos germânicos (francos, visigodos, burgúndios, anglo-saxões);
• Êxodo urbano: com as invasões e a insegurança, muitas pessoas saíram das cidades e 
foram morar no interior;
• Enfraquecimento do comércio;
• Diminuição das atividades econômicas, sociais e culturais realizadas nas cidades.
As instituições feudais, como disse, têm em sua gênese e processo de formação na que-
da do Império Romano no século III, nos reinos germânicos V e VI, e no Império Carolíngio no 
século IX.
Abaixo, uma lista do legado marcante do Império Romano para o feudalismo:
• Colonato: Segundo Hilário Franco Junior o colonato é o aviltamento da condição do tra-
balhador livre e por uma melhoria da do escravo. Era vinculados a terra que não podia 
ser vendida sem ele, nem o mesmo sem a terra. O colono era juridicamente um homem 
livre, mas escravo da terra. O senhor lhe oferecia terra e proteção, porém recebia um 
rendimento do seu trabalho.
• Fragmentação do poder Político: Ao final do Império a administração romana não im-
punha mais a sua autoridade em todas as regiões, desta forma, com o poder central 
enfraquecido, os servos ampliaram seus poderes locais.
A herança germânica foi marcante quanto a privatização da defesa através do:
• Comitatus: ou o companheirismo, tratava-se da ligação dos guerreiros por juramento 
ao chefe, em servi-lo até a morte, em troca de uma parte do saque e de seu comando.
• Beneficium: Era a recompensa dada pelos chefes militares germânicos aos guerreiros. 
Davam-lhe posse de terras que, mais tarde, denominada de feudos, o guerreiro oferecia 
fidelidade ao senhor.
• Bucellari: Presente desde o século IV, fortaleciam o Império contra as incursões 
Bárbaras,
• Economia Agropastoril: servia para a subsistência. A base da economia germânica era 
a agricultura, criavam animais.
O estabelecimento do Império Romano do Ocidente e as invasões bárbaras, ocorridas em 
diversas regiões da Europa, favoreceram sensivelmente as mudanças econômicas e sociais 
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que foram introduzidas e que alteraram completamente o sistema de propriedade e de pro-
dução característicos da Antiguidade, principalmente na Europa Ocidental. Essas mudanças 
acabam revelando um novo sistema econômico, político e social que veio a se chamar Feu-
dalismo. O Feudalismo não coincide com o início da Idade Média (século V d.C.), porque este 
sistema começa a ser delineado alguns séculos antes do início dessa etapa histórica (mais 
precisamente, durante o início do século IV), consolidando-se definitivamente ao término do 
Império Carolíngio, no século IX d.C.
Em resumo, com a decadência do Império Romano e as invasões bárbaras, os nobres 
romanos começaram a se afastar das cidades levando consigo camponeses (com medo de 
serem saqueados ou escravizados). Já na Idade Média, com vários povos bárbaros dominan-
do a Europa Medieval, foi impossível unirem-se entre si e entre os descendentes de nobres 
romanos, que eram donos de pequenos agrupamentos de terra. E com as reformas culturais 
ocorridas nesse período, começou a surgir uma nova organização econômica e política: o 
feudalismo.
As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado, economia baseada 
na agricultura de subsistência, trabalho servil e economia amonetária e sem comércio, onde 
predomina a troca (escambo). Tudo isso só seria modificado com os primeiros indícios das 
Revoluções Burguesas, que veremos na nossa terceira aula.
A sociedade feudal era composta por três estamentos (o mesmo que grupos sociais com 
status praticamente fixo): os Nobres (guerreiros, bellatores), o Clero (religiosos, oratores), e os 
servos (mão de obra, laboratores). O que determinava o status social era o nascimento, po-
rém, não se pode dizer que a mudança de classe social não existia, pois, alguns camponeses 
tornavam-se padres e passavam a integrar o baixo clero, por exemplo, mas essa mudança era 
rara e um servo dificilmente ascenderia à outra posição.
Os senhores feudais conseguiam as terras porque o rei lhes dava. Os camponeses cui-
davam da agropecuária dos feudos e, em troca, recebiam o direito a uma gleba de terra para 
morar, além da proteção contra os ataques bárbaros. Quando os servos iam para o manso 
senhorial, atravessando a ponte, tinham que pagar um pedágio, exceto quando para lá se di-
rigiam a fim de cuidar das terras do Senhor Feudal.
Havia também a relação de suserania entre os Nobres, onde um nobre (suserano) doava 
um feudo para um outro nobre (vassalo). Apresentava pouca ascensão social e quase não 
existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de promoção de mobilidade).
O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre 
uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política 
era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e cria-
ção de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas.
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A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de 
guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes ce-
dia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos 
à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-
-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora 
geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra “escravo” 
seria imprópria. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, juravam-lhe 
fidelidade e trabalho. Por sua vez, os nobres, para obterem a posse do feudo faziam o mesmo 
juramento aos reis.
Os Vassalos oferecem ao senhor ou suserano, fidelidade e trabalho em troca de proteção 
e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem estendiam-se por várias regiões, 
sendo o rei o suserano mais poderoso.
Os homens livres formavam uma classe especial distinta do clero, dos servos e da nobre-
za. Não estavam sujeitos à servidão, eram geralmente donos de alódios e detinham diversos 
privilégios, como a isenção de alguns tributos, direito à Justiça do rei, capacidade de partici-
par de tribunais e ser alistados entre os homens de armas, podendo eventualmente chegar a 
ser ordenados cavaleiros, e podiam ter servos e atuar como agentes administrativos de feu-dos, ou arrendá-los privadamente.
A produção feudal própria do Ocidente europeu tinha por base a economia agrária, de es-
cassa circulação monetária, autossuficiente. A propriedade feudal pertencia a uma camada 
privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja, (o clero) e longín-
quos descendentes dos chefes tribais germânicos. As estimativas de renda per capita da 
Europa feudal a colocam em um nível muito próximo ao mínimo de subsistência.
A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes 
distintas: a propriedade individual do senhor, chamada manso senhorial ou domínio, em cujo 
interior se erigia um castelo fortificado; o manso servil, que correspondia à porção de terras 
arrendadas aos camponeses e era dividido em lotes denominados tenências; e ainda o man-
so comunal, constituído por terras coletivas – pastos e bosques –, usadas tanto pelo senhor 
quanto pelos servos.
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Devido ao caráter expropriador do sistema feudal, o servo não se sentia estimulado a 
aumentar a produção com inovações tecnológicas, uma vez que tudo que produzia de ex-
cedente era tomado pelo senhor. Por isso, o desenvolvimento técnico foi pequeno, limitando 
aumentos de produtividade. A principal técnica adaptada foi a de rotação trienal de culturas, 
que evitava o esgotamento do solo, mantendo a fertilidade da terra.
Veja a lista das principais obrigações dos servos:
• Corveia: trabalho compulsório nas terras do senhor (manso senhorial) em alguns dias 
da semana;
• Talha: parte da produção do servo deveria ser entregue ao nobre, geralmente um terço 
da produção;
• Banalidade: tributo cobrado pelo uso de instrumentos ou bens do feudo, como o moi-
nho, o forno, o celeiro, as pontes e estradas
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• Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);
• Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, utilizado para 
a manutenção da capela local;
• Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, para a nobreza;
• Taxa de Justiça: os servos e os vilões deviam pagar para serem julgados no tribunal do 
nobre;
• Formariage: quando o nobre resolvia se casar, todo servo era obrigado a pagar uma taxa 
para ajudar no casamento, regra também válida para quando um parente do nobre iria 
casar. Todo casamento que ocorresse entre servos deveria ser aceito pelo suserano.
• Mão Morta: era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, 
em caso do falecimento do pai ou da família;
• Albergagem: obrigação do servo em hospedar o senhor feudal caso fosse necessário.
Muitas cidades europeias da Idade Média tornaram-se livres das relações servis e do pre-
domínio dos nobres. Essas cidades chamavam-se burgos. Por motivos políticos, os “burgue-
ses” (habitantes dos burgos) recebiam frequentemente o apoio dos reis que, muitas vezes, 
estavam em conflito com os nobres.
O feudalismo europeu apresenta fases bem diversas entre o século IX, quando os peque-
nos agricultores são impelidos a se proteger dos inimigos junto aos castelos, e o século XIII, 
quando o mundo feudal conhece seu apogeu, para declinar a seguir.
No século X, o sistema ainda está em formação e os laços feudais unem apenas os pro-
prietários rurais e os antigos altos funcionários ou Ministeriais – administradores da proprie-
dade feudal em nome de um senhor –, dos quais destacamos os Bailios (tomavam conta de 
uma propriedade menor) e os Senescais (supervisionavam os vários domínios de um mes-
mo senhor).
Entre os camponeses existiam homens livres – os Vilões – com propriedades menores 
independentes. A monarquia feudal não apresenta a rigidez que caracterizaria o regime mo-
nárquico posteriormente e a ética feudal não está plenamente estabelecida
Entretanto, a partir do ano 1000 até cerca de 1150, o Feudalismo entra em transformação: 
a exploração camponesa torna-se intensa, concentrada em certas regiões superpovoadas, 
deixando áreas extensas de espaços vazios; surgem novas técnicas de cultivo, novas for-
mas de utilização dos animais e das carroças, o que permitiu a produção agrícola garantir 
um aumento significativo, surgindo, assim, a necessidade de comercialização dos produtos 
excedentes.
003. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2021) A Antiguidade Clássica 
(greco-romana) lançou as bases do que se entende por Civilização Contemporânea. Nos mil 
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anos do que se convencionou chamar de Idade Média (séculos V- XV), formou-se a Europa 
moderna. Considerando essas informações como referência inicial, julgue o item.
O feudalismo foi o sistema predominante na Europa medieval, caracterizado pela produção 
agrícola em larga escala, pela mão de obra escrava e pela economia monetária.
O feudalismo foi caracterizado pela produção agrícola de subsistência, pela mão de obra ser-
vil e pela economia amonetária.
Errado.
1.3. o império cArolíngio
O Império Carolíngio, também conhecido como o Império de Carlos Magno (768-814), foi 
o momento de maior esplendor do Reino Franco, que ocupava toda a região central da Euro-
pa. Com uma política voltada para o expansionismo militar, Carlos Magno expandiu o império 
para além dos limites conquistados por seu pai, Pepino, o Breve. Ele conquistou a Saxônia, a 
Lombardia, a Baviera e uma faixa do território da atual Espanha.
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Embora suas conquistas militares tenham sido significativas, foi nas áreas cultural, edu-
cacional e administrativa que o Império Carolíngio demonstrou grande avanço. Carlos Magno 
preocupou-se em preservar a cultura greco-romana, investiu na construção de escolas, criou 
um novo sistema monetário e estimulou o desenvolvimento das artes. Graças a isso, o perío-
do ficou conhecido como o Renascimento Carolíngio.
Na área educacional, o monge inglês Alcuíno foi o responsável pelo desenvolvimento do 
projeto escolar de Carlos Magno. A manutenção dos conhecimentos clássicos (gregos e ro-
manos) tornou-se o objetivo principal dessa reforma. As escolas funcionavam junto aos mos-
teiros (escolas monacais), aos bispados (escolas catedrais) ou às cortes (escolas palatinas). 
Nessas escolas eram ensinadas as sete artes liberais, quais sejam, aritmética, geometria, 
astronomia, música, gramática, retórica e dialética.
Para facilitar a administração se seu vasto território, Carlos Magno criou um sistemabem 
eficiente. As regiões foram divididas em condados (administradas pelos condes). Para fis-
calizar a atuação dos condes, foi criado o cargo de missi dominici, ocupado por funcionários 
enviados pelo imperador. Eles deveriam, portanto, verificar e avisar o imperador sobre a co-
brança dos impostos, a aplicação das leis etc.
O centro administrativo do Império era a corte palaciana, que por sua vez era formada por 
pessoas de confiança do imperador. Entre os principais funcionários da corte, podemos des-
tacar: camareiro, camerlengo, senescal, copeiro, marechal e conde palatino.
O império não possuía uma capital fixa, mas sim itinerante, pois ela se fixava na cidade 
onde a corte estava.
A arte carolíngia sofreu uma grande influência das culturas grega, romana e bizantina. 
Destacam-se a construção de palácios e igrejas, as iluminuras (livros com muitas ilustra-
ções, com detalhes em dourado) e os relicários (recipientes decorados para guardar relíquias 
sagradas).
No ano de 800, Carlos Magno aproximou-se da Igreja Católica e foi coroado imperador do 
Sacro Império Romano Germânico pelo papa Leão III. Dessa forma, colocou-se como defen-
sor e disseminador da fé cristã através das terras dominadas.
Principais regiões conquistadas por Carlos Magno:
• Conquista da Germânia em 772.
• Conquista da Pavia em 774.
• Anexação do Ducado de Friuli (Itália).
• Conquista das Ilhas Baleares em 779.
• Conquista do Ducado de Spoleto na Itália em 780.
• Tomada da cidade de Barcelona em 801.
Após a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio perdeu força. Passou a ser 
governado por Luís, o Piedoso (tinha esse nome em função de sua submissão e dedicação à 
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Igreja Católica). As terras do império foram divididas entre os netos de Carlos Magno, em 843, 
por meio do Tratado de Verdun.
004. (OMNI/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/PEB II/HISTÓRIA/2021) No Natal de 800, Car-
los Magno foi coroado imperador na basílica de São Pedro. Já senhor de um extenso território, 
tal ato consolidou sua relação com a Igreja Católica, com o intuito de dar unidade à Europa 
Cristã, fragmentada desde a desagregação do Império do ocidente, em 476.
A política de vassalagem foi essencial para o sucesso do Império carolíngio, embora tenha 
sido, em certa medida, responsável pelo seu fim. Isso se explica pelo seguinte fato:
a) embora Carlos Magno tenha mantido uma política de conquistas territoriais que contribu-
íssem para a manutenção desse sistema, seu filho, Luís, o Pio, apostou na expansão cristã 
por meio de missões religiosas, sendo necessário remunerar os vassalos com suas próprias 
terras, esgotando a fortuna fundiária carolíngia.
b) os vassalos do imperador, contrários à sua religiosidade cristã, que contrastava com a tra-
dição germânica, promoveram uma série de rebeliões que tornaram insustentável a unidade 
do Império.
c) o Império não conseguira expressar politicamente sua unidade religiosa, o que desagradou 
os líderes da Igreja, fazendo com que retirassem seu apoio ao imperador.
d) a principal característica da vassalagem foi a total autonomia que condes, duques e mar-
queses possuíam, o que fez, com o passar dos anos, aumentar o seu poder regional, diminuin-
do proporcionalmente o do poder central.
Aqui a banca trata do conceito de vassalagem e de sua utilização por Carlos Magno e seu filho.
Letra a.
1.4. os reinos cristãos dA penínsulA ibéricA
No decorrer da Idade Média, a figura política do rei era bem distante daquela que usu-
almente costumamos imaginar. O poder local dos senhores feudais não se submetia a um 
conjunto de leis impostas pela autoridade real. Quando muito, um rei poderia ter influência 
política sobre os nobres que recebiam parte das terras de suas propriedades. No entanto, o 
reaquecimento das atividades comerciais, na Baixa idade Média, transformou a importância 
política dos reis.
No ano de 711, a Península Ibérica foi invadida por Muçulmanos oriundos do Norte de 
África, obrigando os povos que a ocupavam a refugiar-se na região montanhosa do Norte 
(Astúrias e Pirineus).
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Foi a partir daí que os Cristãos procuraram recuperar os territórios perdidos. Este movi-
mento (Reconquista Cristã) foi lento, marcado por avanços e recuos, por vitórias e derrotas.
Era um movimento cristão e, por isso, contava com o apoio da Santa Sé e dos reinos 
cristãos da Europa. À medida que a reconquista cristã avançava para sul foram-se formando 
vários reinos: Leão e Castela, mais tarde unidos num só; Navarra e Aragão.
Em 1086, os Cristãos saíram derrotados na batalha de Zalaca, o que levou ao rei de Leão e 
Castela a pedir auxílio à nobreza francesa, vieram muitos nobres ajudar o rei de Leão na luta 
contra os Mouros. Entre eles distinguiram-se dois: D. Raimundo e D Henrique. Como recom-
pensa, D. Afonso VI, deu a D. Raimundo a mão de sua filha D. Urraca e a D. Henrique a mão da 
sua filha D. Teresa. Também deu a D. Henrique o Condado Portucalense, que era o território 
situado entre o rio Minho e o rio Mondego, mas o casal instalou-se na cidade de Guimarães.
D. Teresa e D. Henrique tiveram um filho a quem deram o nome de Afonso Henriques. 
Quando Afonso Henriques tinha 3 anos o seu pai, D. Henrique, morreu numa forte batalha 
tendo D. Teresa ocupado o trono por algum tempo e a educação de D. Afonso Henriques ficou 
cargo de Egas Moniz, que lhe insinuou a arte de combater. A dada altura o jovem Afonso Hen-
riques desentendeu-se com a sua mãe e, com o apoio dos nobres portucalenses, acabou por 
travar uma feroz batalha contra a sua mãe.
Assim, no dia 24 de junho de 1128, ocorreu a batalha em que mãe e filho se enfrentaram: 
a batalha de S. Mamede. D. Afonso Henriques saiu vitorioso e a sua mãe fugiu para Espanha. 
Deste modo, D. Afonso Henriques assumiu o governo do condado e continuou a lutar, tal como 
o seu pai, pela autonomia do condado. Os principais objetivos de D. Afonso Henriques foram:
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• Tomar o Condado Portucalense Independente;
• Alargar para sul território do Condado conquistando terras aos Muçulmanos.
Depois das vitórias de Arcos de Valdevez, D. Afonso VIII, rei de Leão teve que ser obrigado 
a assinar com D. Afonso Henriques o tratado de Zamora, concedendo-lhe a Independência 
do Condado em 1143. Nascia assim o Reino de Portugal e D. Afonso Henriques era o seu 
primeiro rei.
1.5. renAscimento comerciAl, urbAno e culturAl
O renascimento comercial e urbano foi resultado de mudanças significativas que aconte-
ceram na Europa durante a Baixa Idade Média. Elas resultaram no crescimento das cidades, 
fazendo com que algumas delas chegassem a um número significativo de habitantes. Além 
disso, o crescimento urbano influenciou e foi influenciado pelo renascimento comercial, que 
implicou na ampliação da circulação de mercadorias e a retomadana utilização da moeda, 
por exemplo.
O crescimento do comércio e das cidades durante a Idade Média só foi possível porque a 
disponibilidade de alimento aumentou a ponto de permitir o aumento populacional.
Essas transformações da Baixa Idade Média retomaram o fôlego da cidade e do comércio, 
ambos adormecidos desde a desagregação do Império Romano, consolidada em 476. O fim 
do Império Romano do Ocidente ficou marcado por uma série de conflitos que resultaram no 
estabelecimento dos povos germânicos.
Esse cenário ficou marcado por guerras que geraram o enfraquecimento das cidades e do 
comércio, uma vez que as doenças e a fome, além dos combates e consequências deles, atin-
giram principalmente as cidades romanas. Com isso, aconteceu a ruralização da Europa — o 
abandono das cidades e estabelecimento das pessoas nas zonas rurais.
Isso porque as zonas rurais tinham os alimentos que estavam em falta nas cidades, e ne-
las as pessoas colocavam-se sob proteção de um patrício/nobre. Com o tempo e a chegada 
de novos invasores na Europa (vikings e húngaros), houve um encastelamento desse conti-
nente, com a construção de castelos e fortalezas.
Foi nesse quadro que alguns incrementos técnicos deram início ao maior desenvolvimen-
to da agricultura medieval. Melhores técnicas de arado, plantio e descanso do solo garan-
tiram um aumento considerável na produção de alimentos. Isso permitiu que a população 
europeia aumentasse e chegasse a cerca de 22 milhões de habitantes por volta do ano 1000.
O renascimento urbano foi resultado direto do aumento populacional decorrente do au-
mento da produção de alimentos e, também, da melhoria no clima nos séculos X e XI. O 
aumento populacional e a existência de um quadro social de grande opressão, a servidão, 
levavam muitos camponeses a fugirem das suas terras.
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O objetivo desses camponeses era livrarem-se das obrigações feudais e, assim, as ci-
dades foram os locais que receberam uma quantidade grande deles. Nelas, os camponeses 
buscavam por formas de sobrevivência, o que gerou diversidade de ofícios. Nas cidades hou-
ve também diversificação dos grupos sociais e o centro do poder migrou dos bispos para 
os habitantes dos burgos, os burgueses, grupo que enriqueceu por meio do comércio ou de 
outros ofícios.
O historiador Jacques Le Goff estabelece que o desenvolvimento urbano deu origem a 
um sentimento de pertencimento entre o local e a pessoa nele estabelecida, o que ele defi-
ne como “patriotismo citadino”. As cidades, no entanto, ainda eram dependentes das zonas 
rurais, uma vez que os alimentos que garantiam a sobrevivência nela vinham do campo. É 
importante considerar que o crescimento urbano não pode ser superestimado, uma vez que 
a população citadina durante a Idade Média nunca ultrapassou 20% de toda a população da 
Europa Ocidental.
O crescimento das cidades foi impulsionado ao mesmo tempo que impulsionou o de-
senvolvimento do comércio. Ele atraiu comerciantes que se instalavam nos arredores delas 
e vendiam suas mercadorias. O crescimento urbano garantiu o desenvolvimento de muitas 
cidades na Europa, sendo Paris, com 200 mil habitantes, a maior delas. Outras cidades impor-
tantes, por exemplo, foram Florença, Veneza, Londres e Barcelona.
Prezado(a), além das cidades, o comércio na Europa fortaleceu-se a partir da Baixa Idade 
Média e proporcionou uma série de mudanças, como o estabelecimento de uma nova classe 
social, a criação de colônias sob a esfera de influência de cidades italianas e o uso da moeda. 
O aumento na produção agrícola foi o ponto de partida que deu força ao comércio europeu, 
pois o que sobrava dela passou a ser comercializado.
O primeiro destaque a respeito do comércio é que o seu crescimento permitiu a sua se-
dentarização. Isso porque essa atividade itinerante, a princípio, trazia muitos riscos e custos. 
As estradas eram ruins e perigosas, e existiam locais que cobravam impostos pesados dos 
comerciantes.
Na medida em que as cidades cresciam, uma demanda contínua por diferentes mercado-
rias dava possibilidade para que os comerciantes se fixassem nos arredores da cidade. Eles 
vendiam itens de luxo, itens essenciais para o estilo de vida urbano e também itens básicos 
para a sobrevivência, como alimento.
Muitos comerciantes preferiam seguir a vida itinerante por meio da navegação fluvial. Não 
obstante, o crescimento do comércio e a localização geográfica de muitas cidades contribuí-
ram para que muitos outros investissem em rotas marítimas. A abertura do comércio oriental, 
por meio das Cruzadas, garantiu acesso a mercadorias de luxo e intensificou o enriquecimen-
to da classe mercantil das cidades italianas.
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Cruzada é um termo utilizado para designar qualquer dos movimentos militares de inspiração 
cristã que partiram da Europa Ocidental em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém 
com o intuito de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão. Além disso, foram 
incentivadas para diminuir a pressão demográfica sobre a Europa e conquistar novas terras 
para a nobreza, tendo em vista que estavam todas distribuídas apesar do aumento da popu-
lação nobre.
O comércio marítimo ficou marcado pelo desenvolvimento de dois grandes polos comer-
ciais. Ao sul da Europa, na região mediterrânea, o domínio era dos italianos; ao norte da Eu-
ropa, por sua vez, o domínio era da Liga Hanseática, uma aliança de cidades mercantis que 
surgiu na Alemanha e estabeleceu rotas que ligavam Londres a Novgorod (na Rússia).
Os comerciantes italianos e da Liga Hanseática encontravam-se nas feiras de Champag-
ne, que aconteciam em quatro locais diferentes da França. Cada local abrigava-a por um perí-
odo determinado, sendo que Lagny recebia-a em janeiro e fevereiro; Bar-sur-Aube, em março 
e abril; Provins, em maio e junho, e de setembro a novembro; e Troyes, em julho e agosto, e em 
novembro e dezembro. Ainda existiam feiras em outros locais da Europa.
Havia também uma rota comercial que ligava os centros comerciais italianos a centros 
comerciais importantes da Liga Hanseática instalados na Inglaterra e na Bélgica. O comércio 
europeu também abriu mercados no Oriente, como a região do Levante, e chegou até à região 
da Rus Kievana, nas atuais Ucrânia e Rússia.
O desenvolvimento do comércio encareceu as mercadorias. Esse fenômeno foi registrado 
pelos historiadores e acontecia de maneira muito mais agressiva nos períodos de escassez. 
O historiador Hilário Franco Júnior analisa que a crise de alimentos que atingiu a Europa no 
começo do século XIV, por exemplo, fez com que o preço do trigo passasse de 5 xelins, em 
1313, para 40 xelins, em 1315.
Além disso, o crescimento comercial gerou a demanda pela cunhagem de moedas, que 
passaram a ser largamente usadas a partir do século XIII.
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005. (FGV/VESTIBULAR/2015) Analise o mapa.
Considerando-se as informações do mapa e o processo histórico europeu do século XIV, é 
correto afirmar que
a) as rotas comerciais terrestres do leste da Europa em direção ao Oriente são mais nume-
rosas e, portanto, tornam essa região a mais rica do continente na Alta Idade Média, pelo 
aumento demográfico e pela expansão da agricultura.
b) as rotas comerciais, no mar Mediterrâneo, só enriquecem as cidades italianas e as cidades 
do norte da África, já que as transações são dificultadas pelas diferentes moedas e pela au-
sência de meios de troca, caso das cartas de crédito.
c) o comércio se expande com o crescimento da população e da agricultura, o que desenvolve 
as feiras e as cidades na Idade Moderna, especialmente no norte da África, pela facilidade dos 
cheques, das letras de câmbio e do crédito.
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d) as cidades da Liga Hanseática, entre o mar do Norte e o mar Báltico, aumentam a circulação 
de mercadorias gerada pela redução tributária, porém trazem o seu isolamento em relação ao 
restante dos mercados e feiras.
e) os três principais focos europeus de comércio na Baixa Idade Média são as cidades italia-
nas no Mediterrâneo, as feiras na região de Champagne e a Liga Hanseática no mar do Norte 
e no Báltico, que mantêm comunicações entre si.
Querido(a), o renascimento comercial está diretamente ligado ao renascimento urbano, se 
alimentavam. Como vimos, e também é possível constatar isso observando o mapa, as três 
principais rotas comerciais tinham as cidades italianas do Mediterrâneo, a Liga Hanseática e 
as feiras de Champagne como polos de troca de mercadorias.
Letra e.
1.5.1. Renascimento Cultural
O Renascimento Cultural foi um movimento que teve seu início na Itália no século XIV e 
se estendeu por toda a Europa até o século XVI. Os artistas, escritores e pensadores renas-
centistas expressavam em suas obras os valores, os ideais e uma nova visão do mundo, de 
uma sociedade que emergia da crise do período medieval. Na Idade Média, grande parte da 
produção intelectual e artística estava ligada à Igreja. Já na Idade Moderna, a arte e o saber 
voltaram-se para o mundo concreto, para a humanidade e a sua capacidade de transfor-
mar o mundo.
Ao tratarmos do Renascimento Cultural, devemos entendê-lo como parte de uma transfor-
mação de dois outros renascimentos: o Comercial e o Urbano. Ao longo da baixa idade média, 
camponeses começaram a montar feiras de fim de semana nos arredores dos castelos dos 
feudos. Essas feiras, com o passar do tempo, deixaram de ser dominicais e passaram a serem 
fixas, formando um povoado urbano que se convencionou chamar por “burgo”. Aquele que ha-
bita o burgo, o comerciante, é o burguês. Com o aumento da demanda por produtos diferencia-
dos, houve a necessidade de buscá-los em áreas afastadas do burgo de origem, promovendo 
maior integração entre as regiões da Europa.
O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e, portanto, novas relações so-
ciais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois o 
trabalho, a diversão, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si só um novo 
comportamento dos homens. Isso significa que o Renascimento não foi um movimento de 
alguns artistas, mas uma nova concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, e 
que será exaltada e difundida nas obras de arte.
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Além disso, a invenção da prensa móvel, feita pelo inventor alemão Gutenberg em 1439, 
revolucionou o sistema de produção de livros no século XV. Com este sistema, que substituiu 
o método manuscrito, os livros passaram a ser feitos de forma mais rápida e barata. A inven-
ção foi de extrema importância para o aumento da circulação de conhecimentos e ideias no 
Renascimento.
As conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comércio e a di-
versificação dos produtos de consumo na Europa a partir do século XV. Com o aumento do 
comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes europeus fizeram riquezas e 
acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham de condições financeiras para investir na 
produção artística de escultores, pintores, músicos, arquitetos, escritores etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira aos artis-
tas e intelectuais da época. Essa ajuda, conhecida como mecenato, tinha por objetivo fazer 
com que esses mecenas (governantes e burgueses) se tornassem mais populares entre as 
populações das regiões onde atuavam. Neste período, era muito comum as famílias nobres 
encomendarem pinturas (retratos) e esculturas junto aos artistas.
Foi na Península Itálica que o comércio mais se desenvolveu, dando origem a uma grande 
quantidade de locais de produção artística. Cidades como Veneza, Florença e Gênova tiveram 
um expressivo movimento artístico e intelectual. Por este motivo, a Itália passou a ser conhe-
cida como o berço do Renascimento.
Apesar de recuperar os valores da cultura clássica, o Renascimento não foi uma cópia, 
pois utilizava-se dos mesmos conceitos, mas, aplicados de uma nova maneira à uma nova 
realidade. Assim como os gregos, os homens “modernos” valorizaram o antropocentrismo: 
“O homem é a medida de todas as coisas”; o entendimento do mundo passava a ser feito a 
partir da importância do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformações, os amores, as 
contradições humanas tornaram-se objetos de preocupação, compreendidos como produto 
da ação do homem.
Uma outra característica marcante foi o racionalismo, isto é, a convicção de que tudo 
pode ser explicado pela razão do homem e pela ciência, a recusa em acreditar em qualquer 
coisa que não tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciência, conheceram 
grande desenvolvimento.
O individualismo também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergência da 
burguesia e de novas relações de trabalho. A ideia de que cada um é responsável pela condu-
ção de sua vida, a possibilidade de fazer opções e de manifestar-se sobre diversos assuntos 
acentuaram gradualmente o individualismo. É importante percebermos que essa característi-
ca não implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relação direta 
com outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisões.
Foi acentuada a importância do estudo da natureza; o naturalismo aguçou o espírito de 
observação do homem. O hedonismo representou o “culto ao prazer”, ou seja, a ideia de que 
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o homem pode produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe 
proporcionar, rompendo com o pragmatismo.
O Universalismo foi uma das principais características do Renascimento e considera que 
o homem deve desenvolver todas asáreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é 
o principal modelo de “homem universal”, matemático, físico, pintor e escultor, estudou inclu-
sive aspectos da biologia humana.
Por outro lado, o Humanismo foi um movimento literário de transição entre a Idade Média e 
o Renascimento. Suas produções carregavam traços do movimento medieval em decadência 
(o Trovadorismo) e do movimento moderno em ascensão (o Renascimento). Assim, é possível 
verificar, nas obras literárias desse período, uma mescla do velho e do novo modo de pensar 
da humanidade da época. O humanismo valoriza as características humanas e a natureza.
O PULO DO GATO
Caro(a) aluno(a), a maioria das questões que abordam o Renascimento Cultural busca do 
candidato o conhecimento acerca de suas características, seus valores. Nesse sentido, trago 
um pequeno macete. Quanto aparecer uma questão sobre o Renascimento, a primeira coisa 
que fará será anotar a palavra CARINHO na vertical e usar cada letra da palavra para se recor-
dar desses valores. Veja:
C lacissimo
A ntropocentrismo
R acionalismo
I – ndividualismo
N aturalismo
H umanismo/hedonismo
O timismo
Querido(a), outro pequeno “macete”, caso não consiga se recordar de nenhum dos ar-
tistas ou escritores que listarei, é se recordar das “4 Tartarugas Ninjas”: Rafael, Donatelo, 
Michelangelo e Leonardo. Mas, como sei que é melhor contar com os estudos do que com os 
macetes, veja a lista dos principais representantes do Renascimento Cultural:
• Giotto di Bondone (1266-1337) – pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do 
Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.
• Fra Angelico (1395 – 1455). Pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou iluminuras, 
altares e afrescos. Obras principais: O coração da Virgem, A Anunciação e Adoração 
dos Magos.
• Michelangelo Buonarroti (1475-1564). Destacou-se em arquitetura, pintura e escultu-
ra. Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais 
conhecida).
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• Rafael Sanzio (1483-1520). Pintou várias madonas (representações da Virgem Maria 
com o menino Jesus). Também a conhecida Deposição da Cruz e a Escola de Atenas 
entre outros.
• Leonardo da Vinci (1452-1519). Conhecido como o principal representante do movi-
mento, foi pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor etc. Uma de suas cele-
bres frases pode resumir o ideal do Renascimento: “O Homem é o modelo do Mundo”. 
Um desenho, também muito conhecido, é o Homem Vitruviano. Obras principais: Mona 
Lisa, Última Ceia.
• Sandro Botticelli (1445-1510). Pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. 
Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.
• Tintoretto (1518-1594). Importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. 
Obras principais: O Paraíso e Última Ceia.
• Veronese (1528-1588). Nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Re-
nascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.
• Ticiano (1488-1576). O mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento 
Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548.
• Giorgio Vasari (1511-1574). Além de pintor foi um importante biógrafo da vida de vá-
rios artistas renascentistas. Entre suas obras principais, podemos citar: Adoração dos 
magos e Perseu e Andrômeda.
Renascimento Cultural em outras regiões da Europa:
• Holanda (Países Baixos): Erasmo de Roterdã foi um dos principais representantes da 
filosofia e literatura renascentista nos Países Baixos. Humanista e fervoroso crítico so-
cial, sua principal obra foi Elogio da loucura. Defendeu a tolerância, a liberdade de pen-
samento e uma teologia baseada exclusivamente nos Evangelhos. Já no campo das 
artes plásticas, podemos destacar o pintor holandês Jan Van Eyck, cuja obra principal 
e mais conhecida é O Casal Arnolfini.
• Espanha: Na literatura podemos destacar o escritor Miguel de Cervantes, autor da co-
nhecida obra Dom Quixote de la Mancha. Nas artes plásticas, destaca-se o pintor El Gre-
co, autor de A Ascensão da Virgem, Adoração dos reis magos, El Expolio, entre outras.
• França: no campo da literatura renascentista francesa, podemos destacar o escritor 
e padre François Rabelais, autor da série de romances Gargântua e Pantagruel. Outro 
importante escritor renascentista francês foi o filósofo Montaigne, autor de Ensaios.
• Inglaterra: William Shakespeare foi o grande destaque da literatura inglesa renascen-
tista. Considerado também um dos maiores escritores de todos os tempos, é autor de 
muitas obras famosas como, por exemplo, Romeu e Julieta, O Mercador de Veneza, O 
Rei Lear e Macbeth etc.
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1.5.2. Renascimento Científico ou Revolução Científica Moderna
Na área científica, podemos mencionar a importância dos estudos de astronomia do po-
lonês Nicolau Copérnico. Este defendeu a revolucionária ideia do heliocentrismo (teoria que 
defendia que o Sol estava no centro do sistema solar). Copérnico também estudou os movi-
mentos das estrelas.
Nesta mesma área, o italiano Galileu Galilei desenvolveu instrumentos ópticos, além de 
construir telescópios para aprimorar o estudo celeste. Este cientista também defendeu a ideia 
de que a Terra girava em torno do Sol. Esta afirmação fez com que Galilei fosse perseguido, 
preso e condenado pela Inquisição da Igreja Católica, que considerava esta ideia como sendo 
uma heresia. Galileu teve que desmentir suas ideias para fugir da fogueira.
1.5.3. Crise do Renascimento
O movimento de difusão do Renascimento coincidiu com a decadência do Renascimento 
Italiano, motivado pela crise econômica das cidades, provocada pela perda do monopólio so-
bre o comércio de especiarias.
A mudança do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, graças às Grandes Nave-
gações, determinou a decadência italiana e ao mesmo tempo impulsionou o desenvolvimento 
dos demais países, promovendo reflexos na produção cultural
Outro fator fundamental para a crise do Renascimento italiano foi a Reforma Religiosa e 
principalmente a Contrarreforma. Toda a polêmica que se desenvolveu pelo embate religioso 
fez com que a religião voltasse a ocupar o principal espaço da vida humana; além disso, a 
Igreja Católica desenvolveu um grande movimento de repressão, apoiado na publicação do 
INDEX e na retomada da Inquisição que atingiu todo indivíduo que de alguma forma de opu-
sesse a Igreja. Como o movimento protestante não existiu na Itália, a repressão recaiu sobre 
os intelectuais e artistas do renascimento.
006. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) O estudo a seguir, 
feito por Leonardo da Vinci (1452-1519), mostra um feto humano dentro do útero.
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da VINCI, Leonardo (1452-1519), Tratadosobre a pintura, século XVI.
Sobre o desenvolvimento do desenho anatômico, durante o Renascimento, é correto afirmar 
que Leonardo da Vinci
a) elaborou um método preciso de representação e descrição da realidade, partindo da obser-
vação empírica.
b) privilegiava o aspecto figurativo e a beleza do traço mais do que a fidedignidade das re-
presentações.
c) desenvolveu uma técnica idealista, condenada pelas universidades de medicina.
d) valeu-se dos modelos árabes, presentes na Europa após a queda de Constantinopla.
e) seguia as normas religiosas que padronizavam a representação visual da experiência.
O naturalismo é uma característica do Renascimento Cultural. Nesse sentido, o estudo de 
Leonardo da Vinci é tentativa de representação da realidade experienciável.
Letra a.
1.6. A crise do feudAlismo
A crise do feudalismo ocorreu no último período da Idade Média, denominado de Baixa 
Idade Média (séculos XI e XV). Alguns fatores foram necessários para que o feudalismo de-
saparecesse por completo, pondo fim a Idade Média e dando início a Idade Moderna.
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Crescimento Demográfico: a partir do século X, o aumento considerável do número de pes-
soas foi um fator decisivo para que surgisse uma nova classe social interessada sobretudo, 
no comércio: a burguesia. A classe burguesa, formada por artesões, mercadores, banqueiros 
e donos de companhias de comércio, eram habitantes das antigas cidades medievais fortifica-
das, denominadas de burgos.
Com isso, o poder da nobreza, dos senhores feudais e do clero também entraram em 
declínio. Diante desse sistema, ficou difícil suprir as diversas necessidade da população (ali-
mentação, moradia, saúde etc.) que praticamente duplicou nos séculos seguintes.
Essa explosão demográfica gerou uma população marginal, sem emprego e sem terras. A 
partir do século XV o renascimento urbano e comercial propiciou o aumento e a estabilidade 
da população.
Com o surgimento da burguesia, muitas pessoas fugiam dos feudos (êxodo rural) para as 
cidades em busca de melhores condições. O surgimento da moeda, o desenvolvimento das 
cidades medievais e da intensificação das atividades comerciais, foram essenciais para que 
o sistema feudal entrasse em declínio.
A nova classe social que surgia aspirava contra o absolutismo, almejando independência 
e propondo uma nova economia, baseada no sistema capitalista (burguesia mercantil). Além 
disso, a burguesia lutava pelo enriquecimento e pela mobilidade social, sistema desconheci-
do na sociedade feudal.
Além disso, um dos fatores que assolaram a população na Idade Média, foi a epidemia 
da peste negra (ou peste bubônica), que matou milhões de pessoas a partir do século XIV, ou 
seja, cerca de um terço da população europeia.
Entre 1346 e 1353, a falta de higiene e de condições favoráveis de vida foram determi-
nantes para que a peste atingisse grande parte da população. Assim, a diminuição da mão 
de obra caiu drasticamente, revelando um pouco da crise feudal que se iniciava. A população 
vivia em condições precárias de habitação e higiene, o que fez com que o vírus da peste, que 
se alojava nas pulgas dos ratos, se proliferasse drasticamente.
Isso implicou, principalmente, na maior opressão e exploração dos poucos servos que 
ainda trabalhavam nos feudos, o que deixou cada vez mais a população descontente, levando 
a diversas revoltas camponesas, das quais se destacam a Jacquerie (1358) e a Revolta Cam-
ponesa de 1381.
Contudo, foi a partir do movimento das Cruzadas (entre os séculos XI e XIII), uma série 
de oito expedições de caráter religioso, econômico e militares organizadas pela Igreja, que o 
comércio se intensificou e o renascimento comercial se intensificou na Europa.
As comercializações de produtos com o Oriente, a partir da abertura do mar mediterrâneo, 
foi um fator determinante para a queda do sistema feudal, com o aumento das rotas comer-
ciais. Ainda que do ponto de vista religioso elas não tenham atingido muitos objetivos, as 
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Cruzadas favoreceram o desenvolvimento comercial, pondo fim a dominação árabe no Mar 
Mediterrâneo.
Ademais, com o Renascimento Cultural, novas descobertas e mudanças nos âmbitos re-
ligioso, comercial, urbano, cultural, artístico e científico, permitiram a mudança de mentalida-
des na sociedade europeia.
Com ele, o antropocentrismo humanista, deu lugar ao teocentrismo que dominava a vida 
da população na Idade Média, junto ao poder da Igreja, a qual participava inteiramente da vida 
dos cidadãos. O renascimento comercial favoreceu as trocas comerciais, aumentando a eco-
nomia e gerando o sistema capitalista.
007. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR/HISTÓRIA/2014) O período de apogeu e crise do feuda-
lismo, na Baixa Idade Média, foi marcado por um conjunto de transformações
As opções a seguir descrevem corretamente algumas destas transformações, à exce-
ção de uma.
Assinale-a.
a) O crescimento da produção artesanal associada ao setor têxtil lanífero, em centros dinâmi-
cos ao redor do mar Mediterrâneo.
b) A prática de atividades bancárias se apoiou nas trocas monetárias, na concessão de crédi-
tos, e em depósitos remunerados com juros.
c) A expansão das feiras comerciais atraíam negociantes de várias partes da Europa, os quais 
utilizavam salvo-condutos concedidos por senhores locais.
d) O desenvolvimento da atividade comercial no eixo mar do Norte e mar Báltico, era domina-
do por mercadores alemães.
e) O aumento da produtividade agrícola foi possível pelo desbravamento de florestas, pelo 
uso sistemático da rotação trienal, da charrua e de moinhos de água e de vento.
O renascimento do comércio na Europa medieval levou ao desenvolvimento de dois grandes 
eixos de comércio. Um deles era o eixo mediterrânico, que era controlado pelas cidades ita-
lianas de Gênova e Veneza. O segundo era o eixo nórdico e era controlado por uma liga de 
cidades do norte da Europa chamada de Liga Hanseática.
Letra a.
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2. os reinos AfricAnos no século V Ao XV
2.1. império AXum
Querido(a), o Império Axum foi o último dos impérios africanos durante a antiguidade. O 
listei aqui por desencargo de consciência, porque ele não está listado no edital e, portanto, 
não o estudamos na aula anterior.
O Império Axum data de 100 d.C., com a fundação da cidade de Axum. No século IV já 
eram o Estado de maior expressão do reino da Núbia e, por conta das relações no Mar Verme-
lho – local de articulação entre populações africanas e árabes – adotaram o cristianismo, que 
se espalhou em boa parte do território sob o domínio romano, inclusive no Egito.
Este Império tinha como centro de poder a cidade de Axum, ao norte da atual Etiópia. Fi-
cava localizada num planalto, acima do nível do mar e longe do litoral. Desta forma, tiveram 
um grande aproveitamento de recursos mineraise desenvolveram o cultivo de cereais, como 
a cevada e o sorgo, e o Tefé que até os dias atuais compõe a base da alimentação das popu-
lações etíopes. Próximo às comunidades agrícolas o poder era centralizado e a construção 
de palácios, alteres era comum. Além disso várias foram as estátuas e obras de devoção en-
contradas. Vestígios deste Império mostram que era uma sociedade complexa, hierarquizada 
e diversa, que tinha como representante máximo o título de negus.
Mais adiante, no século XIII, surge o poderoso Reino do Kongo. Outros povos, como os 
Berberes (nômades do deserto do Saara) e os Bantos (região da Nigéria, Mali, Mauritânia e 
Camarões) também constituíram grandes grupos populacionais na África.
2.2. império zimbábue
O Império Zimbábue existiu entre os anos de 1200 e 1400, no litoral da África Austral, onde 
hoje estão localizados Moçambique e Zimbábue. O território era povoado por populações 
do tronco linguístico banto, conhecidos como shonas. Os vestígios materiais desse impé-
rio foram encontrados somente no século XIX e a principal marca encontrada foi o Grande 
Zimbábue – ou Grande Casa de Pedra. Uma construção enorme, complexa e que demonstra 
ostentação e poder. Este Império ficou conhecido por seu grande número de construções, que 
são testemunhos do poder alcançado por ele. Foi um poderoso Estado com hegemonia na 
região localizada entre os rios Zambeze e Limpopo.
2.3. império gAnA
O Império Gana também é um Estado negro que se tem conhecimento. Fundado no século 
IV, conquistou uma grande área onde exerceu dominação política e econômica, ao sul do que 
hoje conhecemos por Mauritânia, Senegal e Mali. Foi um núcleo formado pelos povos conhe-
cidos como soninkê.
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Inicialmente Gana era o título dado ao governante que atribuía sua soberania aos povos 
dominados. Gana conheceu seus tempos áureos após 790, quando o poder esteve sob o 
controle da dinastia Cissê Tunaka, exercido de forma matrilinear. Do século IX ao século XI a 
hegemonia de Gana foi reconhecida.
A base econômica deste império baseava-se no recolhimento de tributação, imposta aos 
povos conquistados e aos produtos que circulavam em seus domínios. Além disso, atividades 
de subsistência como a pesca, a pecuária e a agricultura formavam parte importante de sua 
economia. Além de um poderoso exército, os soberanos tinham também ao seu dispor uma 
gama variada de funcionários.
A localização e seu poder hegemônico garantiam um fluxo comercial contínuo, articulan-
do saarianos e sul saarianos, ou seja, conseguiam explorar uma importante região de comer-
cio. Assim, do Norte vinham o cobre, cauris (os búzios), tecidos de seda e algodão e o sal, que 
eram trocados por marfim, escravos e ouro.
Com esta grande articulação comercial Gana conseguiu se manter como império até o sé-
culo XI, quando foram derrotados diante de tropas de cavaleiros e muçulmanos do Marrocos 
que estavam em guerra contra os pagãos, como o povo de Gana. Gana foi, portanto, a última 
barreira para a entrada do Islã na região.
Com o declínio de Gana diversas disputas por influência ocorreram entre estados me-
nores, paralelos e independentes, no século XII. Um desses estados era formado pelo povo 
conhecido por sosso, de etnia Soninke. Foi por meio das armas que estes se impuseram e 
alcançaram hegemonia no século XIII.
008. (CESPE/CEBRASPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/HISTÓRIA/2021) No que diz respeito aos 
reinos africanos entre os séculos V e XV, julgue o item a seguir.
O Reino de Gana, que foi um dos mais ricos da África, teve parte importante da sua riqueza 
proveniente da exploração de ricas jazidas auríferas.
A localização e seu poder hegemônico garantiam um fluxo comercial contínuo, articulando 
saarianos e sul saarianos, ou seja, conseguiam explorar uma importante região de comercio. 
Assim, do Norte vinham o cobre, cauris (os búzios), tecidos de seda e algodão e o sal, que 
eram trocados por marfim, escravos e ouro.
Certo.
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2.4. império mAli
O Império Mali era formado por povos presentes na região situada entre o Rio Senegal e 
o Rio Níger. Dentre esses povos o mais importante eram os mandingas, conhecedores do Islã 
desde o século XI. Mas, além deles, outros povos formavam este império, como os soninkês, 
os fulas, os sossos e os bozos.
Sundjata Keita foi o maior representante do Império Mali, e estendeu sua autoridade para 
unidades políticas próximas, formando um estado unificado e hegemônico até o século XV.
A hegemonia do Mali na África Ocidental ocorreu por alguns importantes fatores, como 
a formação de um exército poderoso, o controle na extração do ouro e a existência de uma 
administração eficiente. Esses pontos fizeram do Mali um dos impérios mais bem-sucedidos 
do continente africano.
Seu representante supremo era chamado de Mansa, e residia na cidade de Niani, ao norte 
da atual República da Guiné. O apogeu da dinastia Keita ocorreu no século XIV, durante o go-
verno de Kankan Mussa, o Mansa Mussa. No final do século XIV o império enfrenta dificulda-
des em manter uma área tão grande e entra em processo de declínio.
009. (CESPE/CEBRASPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/HISTÓRIA/2021) No que diz respeito aos 
reinos africanos entre os séculos V e XV, julgue o item a seguir.
O Império do Mali teve profundos contatos com o mundo árabe, sendo um dos reinos mais 
ricos e poderosos do continente africano.
O Império do Mali se tornou o grande centro comercial e cultural da África Subsaariana. A 
partir da expansão islâmica pelo Norte da África, no século VII, ocorreu uma intensificação 
das trocas comerciais, estabelecendo contatos ao sul do Saara.
Certo.
2.5. império songAi
O Império Songai está relacionado com a cidade de Gao, localizada na curva do Níger. 
Esta cidade foi um importante centro comercial, político e econômico, com poder militar de 
arqueiros que se lançavam ao Rio Niger.
Até o século XIV, Gao estava sob o poder do Império Mali, mas no século XV conquistaram 
Tombuctu, um importante centro do Islã e ponto fundamental do comércio pelo Saara. É neste 
momento que ocorreu a formação do Império, num processo de expansão militar, liderados 
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por Sonni Ali, que além de tomarem Tombuctu, conquistam também Djenné. Tinham práticas 
religiosas politeístas e aprimoraram as experiências do império que os sucedeu – o Mali, 
incorporando elementos dos impérios anteriores. Exploravam ouro, sal e cauris e estabele-
ceram uma unificação de pesos e medidas que facilitava a cobrança de impostos e as trocas 
comerciais.
Com uma grande extensão territorial, o Imperio Songai tinha um comércio bem organiza-
do e um sistema de governo centralizado. Eram divididos entre uma elite e a população geral 
e suas cidades mais influentes eram Tombuctu, Djenné e Gao.
Foi o maior império africano