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Resumo Expandido Direito de Família

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RESUMO EXPANDIDO
Centro Universitário Estácio de Sergipe
I Simpósio Direito e Sociedade 
REGIME DE BENS DO CASAMENTO
Addriel Rammon Ferreira Silva[footnoteRef:1] [1: addrielsilva@gmail.com] 
 Alexsandro de Carvalho[footnoteRef:2]
José Carlos Farias de Lima3
Jamison Santana da Cruz4
Raquel de Oliveira Medeiros5 [2: goldenpowersa2@gmail.com
3 pe.jcarlosfarias@hotmail.com
4 jamisoncruz88@gmail.com
5 raquel.o.mdeiros@gmail.com
] 
Resumo: No Brasil, regime de bens se trata de um conjunto de regras que um casal deve escolher 
antes do casamento para definir legalmente como os bens dekes serão administrados durante o período de casamento. O objetivo do presente trabalho se deu por trazer à tona as normas que regulam as relações patrimoniais no âmbito do casamento, bem como os tipos de regimes dispostos na legislação vigente e a possibilidade de alteração do regime de bens no casamento e na união estável por ampla liberdade de estipulação dos cônjuges, considerando não apenas o patrimônio adquirido durante o tempo mais constante da relação, como aqueles trazidos antes do seu começo. A abordagem metodológica se deu mediante pesquisa bibliográfica, utilizando dados encontrados em pesquisas literárias e doutrinas jurídicas, baseando-se em análise de biografias e literaturas que pudessem contextualizar de forma breve o entendimento do tema abordado. De forma conclusiva, foi possível observar que, muitas vezes, o Direito de Família acaba sendo invasivo nas relações patrimonais. Em face disso, não obstante o retrocesso legislativo em alguns pontos específicos no tratamento do regime de bens, a atitude legislativa no sentido de uma menor intervenção no âmbito familiar é louvável.
Palavras-chave: Casamento; Legislação Vigente; Regime de bens;
1. INTRODUÇÃO
A união entre duas pessoas, via casamento ou união estável, em primeiro plano, não deve almejar conteúdo econômico. Todavia, é inevitável a produção de reflexos patrimoniais, máxime, diante do fim dessas entidades familiares. O que regulará essas relações patrimoniais será o regime de bens. Desse modo, podemos conceituar o regime de bens1 como sendo o complexo de normas que regula as relações patrimoniais entre os cônjuges durante o casamento e entre os companheiros na constância da união estável, produzindo efeitos, inclusive, em relação a terceiros (QUEIROZ, p. 1043, 2022).
A sociedade conjugal é composta de uma comunidade de pessoas, incluindo os filhos, que precisa atender à sua necessidade de subsistência com suas rendas e com seus bens. Cabe à entidade conjugal o sustento da família, não mais ao marido, como era antes da isonomia constitucional consagrada na atual Constituição 647 (GONÇALVES, p. 141 e 142, 2020).
2. ANÁLISE DO CONTEÚDO
O regime de bens constitui-se através das escolhas dos nubentes, no tocante aos bens que são adquiridos na constância do casamento, que consequentemente serão administrados por ambos ou apenas um, a depender da preferência do regime. Para a realização deste acontecimento é necessário o pacto antenupcial, que deverá ser feito por intermédio de escritura pública, afim de que os nubentes manifestem qual regime de bens será adotado após o casamento, caso não seja definido um regime no pacto antenupcial, o ser adotado será o regime de comunhão de bens. Portanto, é facultativo aos nubentes o regime de bens que queiram observar. Visto que, a lei não restringiu a adoção de apenas um regime a ser seguido, poderão, se assim desejar ampliar, mesclar ou modificar os seus efeitos. Porém, devem seguir as regras impostas nos arts. 1.639 ao 1.657 do Código Civil brasileiro (LÔBO, p. 230, 2023).
Quanto à União estável, A norma constitucional prevê a facilitação conversão da união estável em casamento e o CC/2002 em seu art. 1.726 dispõe sobre a questão com os seguintes dizeres: “A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil”.17 (QUEIROZ, p. 1076, 2022).
O pacto antenupcial ou a imposição legal apresentará o regime de bens cabível ao casamento. O regime de bens alinhará questões afetas ao patrimônio, à propriedade, a disponibilidade e administração de bens do casal.
Quanto ao regime da comunhão universal de bens é, como o próprio nome revela, aquele em que o patrimônio dos cônjuges se comunica do modo mais abrangente. Tornam-se patrimônio comum do casal, nesse regime, os bens móveis e imóveis que cada cônjuge traz para a sociedade conjugal, adquiridos antes do matrimônio, e também os adquiridos na constância do casamento, com as exceções previstas em lei.
Já o regime da comunhão parcial é um regime misto, pelo qual alguns bens se comunicam, configurando propriedade comum, e outros bens não se comunicam, constituindo propriedade exclusiva de cada cônjuge. No regime da comunhão parcial, portanto, é frequente que haja três massas patrimoniais distintas: (a) os bens comuns, que integram a propriedade coletiva dos cônjuges; (b) os bens próprios do marido; e (c) os bens próprios da mulher.
No teor da participação final dos aquestos, são os bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento. Desse modo, no regime da participação final nos aquestos, ao longo do casamento os cônjuges terão a liberdade de administrar e alienar o patrimônio próprio de cada um, porém, se o casamento chegar ao fim, os bens adquiridos a título oneroso na constância do casamento (os aquestos) deverão ser divididos em duas metades. Daí o nome: participação final nos aquestos. Trata-se, portanto, de regime misto ou híbrido (QUEIROZ, p. 1059, 2022).
Por fim, no regime da separação de bens, como o próprio nome indica, cada cônjuge é dono exclusivo de seus bens, tanto dos bens que tinha por ocasião do casamento quanto daqueles que lhe sobrevierem na constância da sociedade conjugal, a qualquer título, oneroso ou gratuito.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De forma conclusiva, foi possível observar que, muitas vezes, o Direito de Família acaba sendo invasivo nas relações patrimonais. 
Em face disso, não obstante o retrocesso legislativo em alguns pontos específicos no tratamento do regime de bens, a atitude legislativa no sentido de uma menor intervenção no âmbito familiar é louvável, permitindo que os casamentos sejam resolvidos financeiramente pelos próprios cônjuges com a mínima intervenção do Poder Judiciário.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: Direito de Família. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
LÔBO, Paulo. Direito Civil: Famílias. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2023.
QUEIROZ, Mônica. Manual de Direito Civil. 7ª ed. São Paulo: Grupo GEN, 2022. 
SCHREIBER, Anderson. Manual de Direito Civil Contemporâneo. 6ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2023.
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