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Características das dentições


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Características das dentições 
 
Aula 26/02/2024 – Prof Mariana 
 
O que é um dente decíduo? 
Aquilo que caí e é passageiro 
Conhecendo a dentição decídua: 
 A dentição decídua tem característica únicas que a diferem em 
diversos aspectos da dentição permanente. Dessa maneira, a 
preparação dos cirurgiões-dentistas para o atendimento infantil deve 
ressaltar as características da primeira dentição, assim como analisar 
todos os pontos que essa cavidade bucal apresenta durante o 
crescimento da criança. 
 A dentição está completa com a erupção e aclusão dos quatro 
segundos molares decíduos mais ou menso entre os 24 e 30 meses de 
vida da criança. 20 dentes. 
 
Visão vestibulo lingual da dentição decídua 
• Os dentes decíduos estão implantados verticamente na vase óssea. 
• As faces oclusais e incisais dispõem-se em um plano. 
• A arcada dentária decídua não apresenta a curva de Spee, condição 
normal da dentição permanente (guardadas suas devidas proporções). 
 
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Vista anteroposterior 
 
• Os longos eixos dos dentes superiores e inferiores apresentam 
paralelismo. 
• Ausência de cursa de Wilson 
 
• A) Curva de Spee: Linha no sentido ântero-posterior que tangencia 
as pontas das cúspides dos dentes posteriories e bordas incisais dos 
insicivos. 
• B) Curva de Wilson: Linha que tangencia a curvatura oclusal através 
das pontas das cúspides vestibulares e linguais dos dentes inferiores e 
posteriores 
 
Tipos e funções: 
• Incisivos são os dentes localizados mais anteriormente no arco. São 
em número de quatro pra cada arco, em ambas as dentições. Sua 
forma é designada primordialmente pra cortar. A superfície lingual 
tem forma de pá pra ajudar a guiar o alimento pra dentro da 
boca. 
• Caninos seguem na sequência dos arcos e são em número de dois pra 
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cada, tanto na dentição permanente, quanto na decídua. Tem as 
funções de segurar e rasgar os alimentos. 
• Molares são normalmente em número de doze na dentição 
permanente e oito na decídua. Sevem moer e triturar, reduzindo-os 
em partículas cada vez menores. 
Notação dentária -federação dental internacional FDI 
 
Anatomia 
• Anatomia dentária: parte da anatomia humana que estuda o orgão 
dentário e os tecidos em que ele está inserido. 
• Conhecimento da morfologia dos dentes decíduos. 
• Importância: restabelecimento anatomofuncional, terapêutica 
pulpares, traumatismos dentários, ciclo biológico, terapêuticas 
cirúrgicas, ortodônticas e de reabilitação bucal. 
 
Estruturas anatômicas 
 
Superfícies ou faces: vestibular, lingual/palatina, oclusal, incisal. 
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Cristas: elevações lineares na superfície do dente, crista marginal. 
Lóbulos: resultantes do processo de desenvolvimento 
Cúspides: Elevações presentes na coroa dos dentes que representam 
partes primárias destes. 
Tubérculo: Elevações presentes na coroa de alguns dentes, no 
entando não representam parte primárias neles. 
Cíngulo: Saliência acentuada localizada na face lingual dos dentes 
anteriores. 
Fossas: Depressões irregulares ou concavidades amplas. 
Fossetas: Pequenas depressões localizadas no fundo das fossas. 
 
Diferença entre decíduos e permanentes 
Os decíduos são menores em todas as dimensões 
 
• O esmalte dos dentes decíduos tem colocação branca mais clara e mais 
opoca. 
• Colocação da coroa: branco-azulado, branco-leitosa ou branco-
argilosa. 
• Esmalte mais permeável e de fácil desgaste. 
• O esmalte tem espessura igual em todas as faces da coroa. 
• Margens e sulcos cervicais mais pronunciados. 
• As raízes são menores e mais delgadas. 
• As câmaras pulpares são proporcionalmente mais amplas em relação 
às coroas. 
• O canal radicular é muito delgado 
 
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• Arco do tipo I de Baume: Arco mais favorável a um bom 
posicionamento dos dentes permanentes. 
 
• Arco do tipo II de Baume: Maior tendência ao apinhamento dos 
dentes permanentes anteriores. 
Espaços primatas: Presentes em 80% das dentições decíduas 
 
Maxila: localizam- entre o incisivo lateral e o canino. 
Mandíbula: localizam-se entre o canino e o primeiro molar decíduo. 
 
Relação distal análise de Baume 
 
A) Classe I Nautroclusão – relação distal em plano 
B) Má oclusão de classe III (meioclusão – degrau mesial) 
C) Má oclusao da classe II (distoclusões degrau distal) 
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• Transpasse vertical 
 
O dentes anteriores superiores podem atingir a metade da coroa dos 
incisivos inferiores aos três anos de idade. 
• Transpasse horrizontal 
 
Arco superior transpassa cerca de 2 a 3mm em relação ao arco inferior 
 
Conhecendo a dentição mista 
A dentição mista é um período dinâmico no qual ocorrem 
diversas alterações nos arcos dentários. O desenvolvimento da oclusão 
de forma adequada na dentição permanente depende das 
transformações que ocorrem nesse período, de fatores inerentes às 
condições individuais, como hereditariedade e de influências do meio 
externo. 
 O conhecimento profundo a respeito dos fenômenos que 
envolvem o indivíduo em formação, ressaltando-se, especificamente, 
neste caoítulo, a transição das dentições, é de extrema importância 
para a odontopediatria. Curva de Spee. Curva de Wilson 
 
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Sobressaliência entre incisivos/Sobressaliência e 
sobremordida 
 
• Erupção dos incisivos permanentes 
• Coroa inclinada para vestibular 
• Ápices radiculares inclunados para a palatina 
• Sobremordida e sobressaliência 
• Crescimento alveolar verticalização dos incisivos 
• Ângulo entre o longo eixo dos dentes e a base óssea 
 
Relação dos molares permanentes 
 
O plano terminal dos segundos molares decíduos oferece 
influência direta sobre a relação oclusal entre os primeiros molares 
permanentes superiores e inferiores. 
Períodos Transicionais 
1º período: fase incial da dentadura mista. 
1 molares permanentes e incisivos (6 a 8 anos de idade) 
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2º período: Fase final da dentadura mista. (10 a 13 anos de 
idade) 
• Esfoliação de caninos e molares decíduos. 
• Irrupição de 2º molares permanentes 
 
Conceituando a oclusão dentária 
A oclusão ideal é um padrão médio, baseado nas relações 
morfológicas dos dentes, caracterizazdo por integridade anatômica, 
correta posição e perfeito engrenamento dental, interligados em um 
harmônico alinhamento dos arcos dentais. 
Considera-se que nesse padrão de normalidade oclusal, os 
contatos interdentais permitam a liberdade de movimentos das 
aritculações tempoeomandibulares e o adequado vedamento labial. 
(Guedes-Pinto 2016) 
Toda variação da oclusal normal é denominada maoclusão. 
Maoclusões da dentição decídua 
• Fatores etiológicos, genéticos, locais e ambientais interferem no 
processo de erupção dental. 
• Irrupção dos dentes na dentição decídua (6º mês de vida e 
termina perto dos 3 anos) 
• Grande mudanças no desenvolvimento da oclusão. 
• Desvio no processo de erupção dental podem desancadear o 
desenvolvimento da maoclusão na dentição decídua. 
Monitoramento preventivo sempre. 
• Classificação das maoclusões: etiologia multifatorial e influência 
da realização das funções orais básicas no crescimento e 
desenvolvimento da oclusão. 
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• Diagnóstico prococe: tratamento oportuno 
• Exame intraoral: avaliação dos arcos sobre perspectiva 
anteroposterior, transversal e vertical. 
Respiração, sucção, deglutição, mastigação e fala 
Exame intraoral Classificação do padrão de normalidade 
Anteroposterior - Caninos em classe I 
- Presença ou ausência de espaços entre os 
dentes 
- Presença ou ausência de espaços primatas 
- Sobressaliência de 0 a 3 mm 
Transversal - Arco Superior ligeiramente maior que o 
inferior. 
- Linha média coincidente 
Vertical - Sobre mordidas 0 a 3mm 
 
Exame 
intraoral 
Classificação maoclusões frequentes 
Anteroposterior 
- Caninos decíduos em classe III. 
- Caninos decíduos em classe II 
- Sobressaliência alterada. 
- Mordida cruzada anterior 
Transversal 
- Mordida cruzada posterior- Desvio de linha média 
Vertical 
- Mordida aberta 
- Sobremordida profunda 
 
Análise da dentição decídua ANTEROPOSTERIOR 
Incisivos 
• PADRÃO DE NORMALIDADE: Arcos tipo I, II e mistro (Baume) 
• Podemos encontrar: ausência de espaços entre os dentes 
anteriores e apinhamento dentário. 
• Favorece o apinhamento na dentição permanente 
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Caninos e molares 
• Podemos encontrar: tendência dentária esquelética da futura 
dentição mista de nrmo, mésio ou distoclusão. 
• Análise de Baume (relação distal dos molares decíduos) 
• Análise do prosicionamento de caninos. 
• Favorece ou não a normoclusão na dentição mista. 
 
 
 
Sobressaliência 
• Medida linear em mm da distância entre a borda incisal dos IS e 
II. 
• Padrão de normalidade: 0 a 3 mm 
• Tende a diminuir com o avanço da idade. 
Podemos encontrar: 
POSITIVA:os IS estão em uma relação vestibular com os II. 
NULA: as faces dos IS e II estão no mesmo plano. 
NEGATIVA: os IS estão em uma relação lingual com os II. 
• Favorece ou não a maoclusão na dentiição mistra 
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Análise da dentição decídua TRANSVERSAL 
Relação transversal entre os arcos superior e inferior (Tampa panela) 
PADRÃO NORMALIDADE: O arco superior cobre ligeiramente o 
inferior /dentes superiores transpassandos dos inferiores no sentido 
vestibulolingual. 
Podemos encontrar: 
Posterior: inversão do transpasse na região posterior (dentária 
funcional e esquelética). 
Favorece a mordida cruzada na dentição permanente. 
Linha média entre os arcos superior e inferior: 
Diagnóstico: exame clínico, estudo de modelos, exame de imagem 
e fotografias. 
• Podemos encontrar: 
• Coencidente: as linhas médias coincidem entre os arcos superior 
e inferior. 
• Com desvio: presença de desvio na linha média em qualquer arco 
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dentária ou esquelética. 
• Favorece o apinhamento na dentição permanente. 
Análise da dentição decídua VERTICAL 
Sobremordida 
• Relação de transpasse da mordida entre os dentes anteriores 
superiores e inferiores no sentido vertical. 
PADRÃO DE NORMALIDADE: 0 a 3mm 
• Tende a diminuir com o avanço da idade 
Podemos encontrar: 
Sobremordida profunda: transpasse maior que 3mm 
Mordida aberta: ausência de tranpasse vertical entre os dentes 
superiores e inferiores (0mm). 
• Favorecde alterações verticais na dentição permanente. 
A maloclusão na dentição mistra 
• Período de transição: decídua e permanente. 
• 6 a 12 anos de idade 
• Mudanças no crescimento e desenvolvimento orofacial e 
corporal 
• Influência de fatores genéticos, ambientais e funcionais – 
considerar idade cronológica e óssea. 
• Amadurecimento cognitivo, emocional e social – maior 
aceitação colaboração para a realização dos exames e 
procedimentos ortondônticos, permitindo ao profissional a 
solicitação de todos os exames complementares que 
favorecerão ao diagnóstico e o plano de tratamento. 
Fases transitórias 
• Erupção dos 1º M e Icisivos permanentes 
• Erupção de caninos, pré-molares e 2ºM permanentes 
Para diagnóstico, monitoramento e tratamento ortodênticos. 
Classificação do padrão de normalidade da oclusão 
da dentição mista 
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Exame intraoral Classificação do padrão normalidade 
Anteroposterior - Neutroclusão ou tipo dos 1º M permanentes. 
- Caninos decíduos em classe I. 
- Ausência de apinhamento dentários. 
- Sobressaliência de 3mm com variações. 
Transversal - Arco superior cobre fisiologicamente o inferior. 
- Linha média concidente 
Vertical - Sobremordida de 3mm com variações. 
 
Exame intraoral Classificação das maoclusões frequentes 
Anteroposterior - Classe I, II e III dos 1º M permanentes 
- Caninos decíduos em classes II e III. 
- Apinhamento e diastemas 
- Mordida cruzada anterior 
- Sobressaliência alterada 
Transversal - Mordida cruzada posterior 
- Desvio de linha média 
Vertical - Sobremordida profunda 
- Mordida aberta 
 
Análise da dentição decídua ANTEROPOSTERIOR 
Maoclusão anteroposterior de origem dentária e esquelética 
• Relação molar e de caninos 
• Podemos encontrar: 
Classe I 
Classe II 
Classe III 
• Favorece a instalação de maoclusões na dentição permanente 
Mordida cruzada anterior 
A arcada inferior está em posição mais anteriorizada em relação à 
superior. 
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Podemos encontrar: 
• Dentária: possicionamento dentário 
• Funcional: conforto para o paciente 
• Esquelética: determinadas pela relação entre as bases ósseas. 
• Favorece a instalação da maoclusão na dentição permancente 
 
Análise da dentição decídua TRANSVERSAL 
• Relação transversal entre os arcos superior e inferior 
PADRÃO DE NORMALIDADE: harmonia fisiológica entre os arcos. 
O arco superior é ligeiramente maior que o inferior e os dentes 
supriores ocluem vestibularmente aos inferiores. 
 
Podemos encontrar: 
• Mordida cruzada posterior: a arcada inferior cobre a arcada 
superior na região posterior (dentária, funcional e esquelética) 
• Favorece a instalação da maoclusão na dentição permanente 
• Relação tranversal da linha média entre os arcos superior e 
inferior. 
• A linha média entre os arcos superiores e inferior na dentição 
mista pode ser classificada em harmônia (sem desvio) ou com desvio 
superior ou inferior para a direita ou para esquerda. O desvio da linha 
média pode ser de origem dentária e esquelética. 
 
Análise da dentição decídua VERTICAL 
Sobremordida 
Na dentição mista, a relação vertical entre maxila e mandíbula 
e dos dentes superiores com os inferiores varia de acordo com a 
fase da erupção dos dentes permanentes. 
PADRÃO DE NORMALIDADE: 
• Mordida aberta anterior: ausência de contato oclusal entre 
superiores e inferiores no sentido vertical (0mm) 
• Sobremordida profunda: transpasse execessiva (>3mm) 
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• Favorece alterações verticais na dentição permanente 
 
Classificação das maloclusão dentárias 
• Classificação de Lischer 
• Acrescenta-se o sufixo “versão” à posição que o dente ocupa 
no arco dentário 
 
Nomeclatura Conceito 
Mesioversão/Distoversão - Mesial/distal à posição normal 
Linguoversão/labioversão - Lingual à posição normal 
- Na direção do lábio ou da bochecha 
Infraversão/Supraversão - Abaixo/acima da linha de oclusão 
Axiversão - Inclinação axial incorreta 
Torciversão - Rotacionado em seu longo eixo 
Transversão - Transposição, uma inversão de 
posição com outro dente no arco 
 
 
“Uma vez que a literatura relata haver interferências de 
fatores genéticos e epigenéticos no padrão da oclusão 
infantil, o profissional deverá utilizar uma classificação como 
referência que possibilite visualizar um padrão de 
normalidade e observar e diagnosticar as interferências e 
alterações que surjam dutante o período de crescimento e 
desenvolvimento infanti, favorecendo as ações de 
monitoramento e tratamento em momento oportuno.” 
(Guedes-Pinto, 2016) 
 
Mariana Melo
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