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Estruturas Anatômicas do Encéfalo


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GENÉTICA E 
NEUROANATOMIA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Patrícia Carla de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta aula de Genética e Neuroanatomia tem como objetivo a descrição 
espacial das principais estruturas anatômicas que compõem o encéfalo, bem 
como a comparação entre os níveis cortical e subcortical de organização do 
sistema nervoso central. 
Começaremos com a descrição dos hemisférios cerebrais direito e 
esquerdo e a série de sulcos e giros que caracterizam, organizam e delimitam 
os lobos cerebrais frontal, temporal, parietal e occipital, além do lobo insular. A 
camada mais externa do telencéfalo, denominada córtex cerebral, sua 
morfologia e as principais áreas envolvidas no controle cortical dos movimentos 
voluntários e processos psíquicos também serão estudadas. 
Posteriormente, aprenderemos como se organizam os núcleos da base e 
a substância branca cerebral, importantes estruturas envolvidas no envio e 
recebimento de informações do córtex cerebral, além de algumas consequências 
de lesões nessas áreas subcorticais. 
Por fim, estudaremos a disposição das estruturas anatômicas que 
compõem o diencéfalo e o tronco encefálico, compreendendo a importância dos 
núcleos presentes no tálamo, hipotálamo, mesencéfalo, ponte e bulbo, no 
controle motor, controle autônomo e endócrino, ritmo circadiano e modulação da 
dor. 
TEMA 1 – TELENCÉFALO 
O telencéfalo compreende a estrutura de maior volume na porção superior 
do encéfalo, sendo formado pelos dois hemisférios cerebrais e pela lâmina 
terminal na porção anterior do III ventrículo. Os hemisférios direito e esquerdo 
possuem formato ovoide e são constituídos pelo córtex cerebral, substância 
branca, núcleos da base e sistema límbico, além da sua respectiva cavidade 
ventricular (ventrículos laterais direito e esquerdo). 
Os hemisférios cerebrais possuem superfície irregular, marcada pela 
presença de sulcos que delimitam giros ou circunvoluções cerebrais, o que 
amplia a superfície do córtex cerebral sem o aumento da caixa craniana. 
Hemisférios direito e esquerdo estão parcialmente separados pela fissura 
longitudinal do cérebro e são conectados por comissuras que formam o corpo 
 
 
3 
caloso. Cada hemisfério possui três polos (frontal, occipital e temporal) e três 
faces (dorsolateral, medial e inferior). 
Os sulcos são extensões do espaço subaracnóideo sobre a superfície 
cerebral e quando constantes podem ser chamados de fissuras, ajudando a 
delimitar os lobos cerebrais, que são denominados frontal, temporal, parietal e 
occipital, de acordo com os ossos cranianos sob os quais repousam (Figura 1). 
Figura 1 – Lobos cerebrais 
 
Crédito: Christos Georghiou/Shutterstock. 
 
O sulco lateral (de Sylvius) é um grande sulco horizontal que começa 
como uma fenda profunda na face inferior do hemisfério (tronco do sulco) e se 
estende lateralmente entre os lobos frontal e temporal, dividindo-se em três 
ramos. O ramo posterior é a parte principal do sulco na face lateral do hemisfério, 
enquanto os ramos anterior e ascendente estendem-se por uma curta distância 
no lobo frontal. O sulco central (de Rolando) é profundo e contínuo, iniciando-se 
na face medial do hemisfério, contornando-o dorsalmente e se dirigindo anterior 
e ventralmente. Os sulcos lateral e central são os principais sulcos presentes nos 
dois hemisférios cerebrais (Figura 2). 
 
 
 
4 
Figura 2 – Sulcos e giros cerebrais 
 
Crédito: Noiel/Shutterstock. 
 
Apesar da complexidade interna, superficialmente cada hemisfério se 
organiza grosseiramente a partir de três giros frontais e três giros temporais 
horizontalmente dispostos, dois giros centrais bem inclinados e quase 
perpendiculares, quatro a cinco giros insulares diagonais, dois a três lóbulos 
parieto-occipitais semicirculares, dois giros basais longitudinais e dois giros 
límbicos que, em conjunto, se dispõem como um círculo interno. Ao longo das 
suas superfícies externas e intrassulcais, esses giros constituem um labiríntico 
continuum em cada hemisfério cerebral (Meneses, 2015). 
Na face dorsolateral do cérebro, o lobo frontal apresenta três sulcos 
principais (pré-central, frontal superior e frontal inferior) e quatro giros (pré-
central, frontal superior, frontal médio e frontal inferior). Na face medial, o sulco 
do corpo caloso e o sulco do cíngulo passam do lobo frontal para o lobo parietal. 
O principal sulco do lobo frontal na face inferior do cérebro é o sulco olfatório, 
profundo e de direção anteroposterior. O giro reto é medial ao sulco olfatório. 
O lobo temporal apresenta dois sulcos principais (temporal superior e 
temporal inferior) e três giros (temporal superior, temporal médio e temporal 
 
 
5 
inferior) na face dorsolateral do cérebro. A face inferior do lobo temporal 
apresenta três sulcos principais (occipito-temporal, colateral, sulco do 
hipocampo). 
A face dorsolateral do lobo parietal apresenta dois sulcos principais (pós-
central e intraparietal) e três giros (pós-central, supramarginal e angular). O lobo 
occipital apresenta pequenos sulcos e giros inconstantes e irregulares na face 
dorsolateral do cérebro. Entretanto, na face medial, o lobo occipital apresenta 
dois sulcos importantes (calcarino e parietoccipital) e dois giros (cúneus e 
occipito-temporal medial). 
Além dos lobos frontal, temporal, parietal e occipital, existe ainda o lobo 
insular localizado profundamente ao sulco lateral e recoberto pelos lobos frontal, 
temporal e parietal. Sua superfície tem formato de pirâmide invertida e apresenta 
cinco giros (três giros curtos e dois giros longos) e três sulcos (pré-central, central 
e pós-central da ínsula). 
TEMA 2 – CÓRTEX CEREBRAL 
A fina camada de substância cinzenta (2 a 6 mm) que recobre o centro 
branco medular dos hemisférios cerebrais é denominada córtex cerebral. Nessa 
região chegam os impulsos provenientes das vias sensitivas periféricas, que se 
tornam conscientes e são interpretados, podendo também ser armazenados. O 
córtex também está relacionado as funções intelectuais e psíquicas e é o local 
de onde partem comandos para os movimentos voluntários. 
Morfologicamente, o córtex pode ser dividido em alocórtex e isocórtex, 
sendo este último composto por seis camadas de neurônios dispostos 
citoarquitetonicamente em lâminas ou estratos da superfície para o interior: 
molecular, granular externa, piramidal externa, granular interna, piramidal interna 
(ou ganglionar) e células fusiformes (ou multiformes). As principais células que 
compõem as camadas corticais são as células piramidais e as células 
granulares. 
Funcionalmente, o córtex é dividido em múltiplas áreas ligadas 
estrategicamente para realizar funções como consciência, memória, 
pensamento, linguagem, movimento e emoções. Algumas regiões corticais têm 
uma função relativamente simples e são conhecidas como córtices primários. 
Isto inclui áreas que recebem diretamente dados sensitivos (como visão, audição 
e sensação somática) e regiões envolvidas na execução de um comando motor. 
 
 
6 
Por outro lado, os córtices de associação auxiliam as funções mais complexas, 
que requerem o processamento de uma grande quantidade de dados 
(Noureldine, 2019). A Figura 3 evidencia as principais regiões do córtex cerebral. 
Figura 3 – Áreas funcionais do córtex cerebral 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
 
O mapa citoarquitetônico mais conhecido é o do anatomista Korbinian 
Brodmann, que em 1909 dividiu o córtex cerebral em 52 áreas designadas por 
números. As técnicas de imagem mais atuais possibilitaram uma divisão 
funcional mais refinada, embora o mapa de Brodmann ainda possa ser 
relacionado aos mapas funcionais, que devem ser considerados como 
especializações funcionais de determinadas áreas e não como compartimentos 
funcionais isolados. 
O córtex sensorial recebe informações sensoriais relacionadas ao tato, 
temperatura epressão. É dividido em córtex somatossensorial primário, córtex 
somatossensorial secundário e córtex de associação somatossensorial. O córtex 
somatossensorial primário (SI) localiza-se no giro pós-central do lobo parietal, 
recebe dados provenientes do tálamo e é especializado na detecção da 
localização e intensidade do estímulo. 
O córtex somatossensorial secundário (SII) tem sua localização na 
margem superior do sulco central, recebe as informações do SI e tem função 
 
 
7 
integrativa na possível identificação da natureza do estímulo. O córtex de 
associação somatossensorial está localizado no lobo parietal posterior, recebe 
as informações sintetizadas nos SI e SII, fornece a percepção consciente do 
estímulo e está associado ao processo de aprendizagem e a memória tátil e 
espacial. 
Do córtex visual faz parte o córtex visual primário, localizado ao redor do 
sulco calcarino nos lobos occipitais, com função na identificação da intensidade, 
formato, tamanho e localização de objetos no campo visual. Essas informações 
são então transferidas para o córtex visual secundário, que percebe cor, 
movimento e profundidade. Por fim, o córtex de associação somatossensorial 
reconhece o objeto. 
O córtex auditivo primário está localizado dentro do sulco lateral na parte 
posterior do giro temporal, recebendo sons de alta e baixa frequência. Já o córtex 
de associação auditiva se localiza na margem superior do giro temporal médio e 
é especializado na classificação e na memória dos sons. 
A função motora é mediada por várias regiões do lobo frontal. O córtex 
motor primário (MI) está presente na parede anterior do sulco central, dá origem 
às fibras corticoespinais e é responsável pela execução dos movimentos 
voluntários. O córtex pré-motor situa-se no lobo frontal anteriormente ao MI, 
recebe informações do córtex de associação pré-frontal, seleciona movimentos 
ou sequências de movimentos e encaminha dados para o tronco encefálico, 
núcleos da base, cerebelo e córtex motor primário. 
A área motora suplementar também recebe dados do córtex de 
associação pré-frontal, planeja movimentos complexos e sequenciais, coordena 
respostas motoras aos estímulos sensitivos e está localizada na face medial do 
giro frontal superior. 
Outras áreas funcionais importantes incluem a área de Broca, localizada 
no giro frontal inferior do hemisfério esquerdo dominante e responsável pela 
programação motora da fala; e a área de Wernicke, localizada na junção dos 
lobos parietal e temporal também do hemisfério esquerdo, relacionada a 
percepção da linguagem escrita e falada. 
As áreas de associação cortical também são importantes para o 
pensamento abstrato e linguagem, destacando-se a área pré-frontal responsável 
pelo controle de impulsos, de humor e personalidade; e a área parietal posterior 
relacionada ao processamento de informações sensoriais (Figura 4). 
 
 
8 
Figura 4 – Área de broca e área de Wernicke 
 
Crédito: okili77/Shutterstock. 
TEMA 3 – SUBSTÂNCIA BRANCA E NÚCLEOS DA BASE 
Informações da periferia chegam ao córtex e os comandos corticais são 
levados a estruturas do próprio córtex ou subcorticais por meio dos axônios dos 
neurônios de projeção. Esses axônios vão compor a substância branca ou centro 
branco medular do cérebro, que tem essa coloração por causa do predomínio de 
fibras mielínicas e se localiza logo abaixo do córtex cerebral. 
As fibras que cursam na substância branca podem ser classificadas em: 
(1) fibras de projeção subcortical; (2) fibras (de associação) intra-hemisféricas; e 
(3) fibras (de associação) inter-hemisféricas (Martinez; Allodi; Uziel, 2015). 
Ainda de acordo com Martinez; Allodi; Uziel (2015), as fibras de projeção 
subcortical dirigem-se a núcleos subcorticais, localizados nos núcleos da base, 
no tálamo, no tronco encefálico ou na medula espinal. São fibras muito longas, 
que ao deixar o córtex compõem, junto com as fibras aferentes, a coroa radiada 
e a cápsula interna. 
As fibras (de associação) intra-hemisféricas podem ser curtas ou longas. 
As curtas associam áreas corticais vizinhas e as longas associam áreas corticais 
de lobos diferentes dentro de um mesmo hemisfério, por exemplo, o fascículo do 
cíngulo, o fascículo longitudinal superior, o fascículo longitudinal inferior e o 
fascículo unciforme. 
As fibras (de associação) inter-hemisféricas são as comissuras que ligam 
e associam áreas corticais semelhantes dos dois hemisférios. São elas: corpo 
 
 
9 
caloso (principal comissura no homem que associa áreas do neocórtex), 
comissura anterior (conecta neurônios localizados no córtex olfatório e nos lobos 
temporais) e comissura do fórnice (liga os dois hipocampos). 
Núcleos de substância cinzenta subcorticais, localizados profundamente 
dentro dos hemisférios cerebrais e sem conexão direta com a medula espinal, 
são denominados núcleos da base e estão envolvidos no controle dos 
movimentos voluntários e postura, processos cognitivos, emocionais e 
motivacionais. 
Esses núcleos são: claustrum, amigdala, núcleo caudado, putâmen, globo 
pálido, núcleo basal de Meynert e núcleo accumbens. Os núcleos caudado, 
putâmen e globo pálido formam o corpo estriado dorsal e os núcleos basal de 
Meynert e accumbens formam o corpo estriado ventral. O núcleo lentiforme é 
formado pelo putâmen e globo pálido. A substância negra e o núcleo subtalâmico 
não são núcleos de base, porém, estão intimamente relacionados a eles (Figura 
5). 
Figura 5 – Núcleos da base 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
 
Os núcleos de entrada (caudado, putâmen e accubens) recebem 
aferências excitatórias de diferentes áreas do córtex cerebral e enviam projeções 
inibitórias para dois núcleos intrínsecos (parte externa do globo pálido e núcleo 
subtalâmico) e para os núcleos de saída (segmento interno do globo pálido e 
parte reticulada da substância negra). 
 
 
10 
Os núcleos de entrada recebem também aferências da parte compacta da 
substância negra. Os núcleos intrínsecos enviam projeções para os núcleos de 
saída. Os neurônios dos núcleos de saída, por sua vez, enviam axônios apenas 
para o córtex frontal via tálamo, sendo essa projeção gabaérgica, portanto, 
inibitória. Dessa maneira, os núcleos da base recebem informações do córtex 
cerebral, processam e as projetam de volta para o córtex motor, sendo, portanto, 
capazes de modular o comportamento motor indiretamente (Martinez; Allodi; 
Uziel, 2015). 
Lesões no núcleo subtalâmico, geralmente resultantes de acidentes 
vasculares, aumentam os disparos espontâneos dos neurônios corticais e 
causam o Hemibalismo, um distúrbio hipercinético caracterizado por movimentos 
involuntários de grande amplitude e grande intensidade em um dos lados do 
corpo. 
Na doença de Parkinson, a disfunção está na substância negra, pela 
diminuição da dopamina e consequente aumento da inibição dos núcleos 
talâmicos, causando tremor nas extremidades quando estão paradas, rigidez 
(hipertonia) da musculatura esquelética, lentidão (bradicinesia) na atividade 
motora espontânea e perturbações posturais, sem perda de força muscular ou 
sensibilidade. 
Na doença de Alzheimer, ocorre uma degeneração precoce e muito 
evidente dos neurônios do núcleo basal de Meynert (NBM). Os pacientes com 
esse tipo de demência perdem progressivamente a memória, tornam-se 
desorientados e incapazes de raciocínio abstrato. O desaparecimento de 
neurônios no NBM no curso da doença de Alzheimer sugere seu envolvimento 
nos processos da memória e da aprendizagem, além da manutenção dos níveis 
de alerta (Cosenza, 2013) 
TEMA 4 – DIENCÉFALO 
Forma, juntamente com o telencéfalo, o cérebro. Ele tem como função a 
manutenção do equilíbrio interno da homeostase corporal. É suprassegmental 
porque externamente apresenta substância cinzenta e internamente substância 
branca. Está envolto externamente pelos hemisférios cerebrais e, portanto, não 
tem um indicadoranatômico externo. 
Somente seu segmento caudal pode ser visualizado em vista inferior. 
Delimita-se lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo terceiro 
 
 
11 
ventrículo. Localiza-se acima da tenda do cerebelo, ou seja, no compartimento 
supratentorial do crânio (Falavigna; Valentin Neto, 2012). 
Tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, são as quatro principais 
regiões anatomofisiológicas localizadas em ambos os lados do diencéfalo. O 
tálamo ocupa cerca de 4/5 do diencéfalo, sendo, portando, a maior das quatro 
regiões. É formado por duas grandes massas ovoides de substância cinzenta 
acima do hipotálamo e unidas pela aderência intertalâmica, relacionando-se 
medialmente com o III ventrículo e lateralmente com a cápsula interna. 
A extremidade anterior pontuda é denominada tubérculo anterior do 
tálamo e a extremidade posterior proeminente é denominada pulvinar do tálamo. 
É dividido em mais de 50 núcleos com diversas conexões aferentes e eferentes, 
como o núcleo ventral posteromedial, o núcleo ventral posterolateral, o corpo 
geniculado medial e o corpo geniculado lateral, facilitando ou impedindo a 
passagem de informações ao córtex cerebral (Figura 6). 
Figura 6 – Corte sagital do encéfalo 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
 
Os núcleos ventral anterior e ventral lateral do tálamo formam parte do 
circuito de núcleos da base e, por conseguinte, estão implicados na execução 
dos movimentos voluntários. Recebem input do globo pálido e enviam fibras para 
as áreas pré-frontal, suplementar e pré-motora do córtex cerebral. O grande 
 
 
12 
núcleo medial dorsal possui conexões extensas com o córtex do lobo frontal e o 
hipotálamo. 
Os núcleos intralaminares estão estreitamente conectados com as 
atividades da formação reticular e recebem grande parte de suas informações 
dessa fonte. Sua posição estratégica lhes permite controlar o nível de atividade 
geral do córtex cerebral. Assim, os núcleos intralaminares são capazes de 
influenciar os níveis de consciência e vigília do indivíduo (Snell, 2019). 
O hipotálamo é representado por uma pequena massa de substância 
cinzenta de cerca de 4 a 5g e está localizado abaixo do sulco hipotalâmico, que 
o separa do tálamo. É limitado anteriormente pela lâmina terminal, 
posteriormente pelo mesencéfalo, lateralmente pelo subtálamo e na face inferior 
do cérebro apresenta formações anatômicas denominadas quiasma óptico, túber 
cinéreo, corpos mamilares e o infundíbulo (pedúnculo hipofisário), que faz 
conexão com a glândula hipófise. É formado por núcleos e sistemas variados de 
fibras, como o fórnix, que percorre e divide o hipotálamo em área medial e lateral. 
Os núcleos mamilares hipotalâmicos fazem parte do sistema límbico e 
recebem fibras aferentes do hipocampo e que se projetam para os núcleos 
anteriores do tálamo e do tronco encefálico. Os núcleos supraóptico e 
paraventricular produzem vasopressina e ocitocina, que são transportados para 
a hipófise posterior pelo trato hipotálamo-hipofisário. 
O hipotálamo lateral e o núcleo ventromedial do tálamo regulam a 
ingestão de alimentos e bebidas. O núcleo supraquiasmático controla os ritmos 
diurnos e o ciclo de sono-vigília. O núcleo arqueado produz dopamina, que é 
liberada dentro da neuro-hipófise pelo trato hipotálamo-hipofisário, inibindo a 
liberação de prolactina pela hipófise anterior. Dessa forma, o hipotálamo possui 
funções autônomas, neuroendócrinas e límbicas, e está envolvido na 
coordenação de mecanismos homeostáticos. É referido como o “orquestrador do 
sistema endócrino” (Noureldine, 2019). 
A expressão sistema límbico envolve um grupo de estruturas que se 
localizam na zona de fronteira entre o córtex cerebral e o hipotálamo e estão 
relacionadas ao controle das emoções, do comportamento e dos impulsos, além 
da memória. Anatomicamente, as estruturas límbicas abrangem os giros 
subcaloso, para-hipocampal e do cíngulo, a formação hipocampal, o corpo ou 
núcleo amigdaloide, os corpos mamilares e o núcleo anterior do tálamo. O álveo, 
a fímbria, o fórnice, o trato mamilotalâmico e a estria terminal constituem as vias 
 
 
13 
de conexão desse sistema (Snell, 2019). O sistema límbico está representado 
na Figura 7. 
Figura 7 – Sistema límbico 
 
Crédito: corbac40/Shutterstock. 
 
O subtálamo localiza-se entre o tálamo e o mesencéfalo, se relaciona com 
a formação reticular, o núcleo rubro e a substância negra e contém o núcleo 
subtalâmico com funções motoras, tratos ascendentes que terminam no tálamo 
e feixes de fibras que se dirigem do cerebelo e ao corpo estriado ao tálamo. 
Parte da formação reticular localizada no mesencéfalo estende-se ao 
subtálamo, constituindo a zona incerta, envolvida na regulação da ingestão de 
líquidos. O núcleo subtalâmico relacionado com o controle motor, por sua vez, 
fica medialmente localizado na cápsula interna, com conexões recíprocas com o 
globo pálido, e recebe aferências do núcleo tegmental pedunculopontino, 
emitindo referências à substância negra (Schmidt; Prosdocimi, 2017). 
O epitálamo localiza-se na região posteroinferior do diencéfalo, acima do 
sulco hipotalâmico e posterossuperior ao tálamo. Nele, estão presentes as 
habênulas, a glândula pineal e a comissura posterior (feixe de substância branca 
que participa do reflexo fotomotor). 
 
 
14 
As habênulas possuem núcleos habenulares que participam de circuitos 
límbicos e agem como supressores da atividade motora em condições adversas, 
além de participarem do processamento da dor e do estresse. A glândula pinel 
é responsável pela secreção da melatonina na ausência de luz, que atua como 
um transdutor químico das informações originadas no núcleo supraquiasmático, 
participando, assim, da regulação dos ritmos circadianos. 
TEMA 5 – TRONCO ENCEFÁLICO 
O tronco encefálico, também chamado de tronco cerebral, consiste em 
uma unidade topográfica definida, porém, não apresenta um sistema funcional 
uniforme, sendo constituído por três subdivisões principais: bulbo raquidiano ou 
medula oblonga, ponte e mesencéfalo (Figura 8). Situa-se sobre a parte basal 
do osso occipital, ocupando o espaço mais anterior da fossa intracraniana 
posterior, e estende-se desde a medula espinal até o diencéfalo. Está localizado 
inferiormente ao cérebro e anteriormente ao cerebelo, recobrindo-o em grande 
parte. Parte do sistema ventricular contendo líquido cerebrospinal é circundada 
pelo tronco encefálico e inclui o aqueduto do mesencéfalo e o IV ventrículo. 
Figura 8 – Tronco encefálico no corte sagital do encéfalo 
 
Crédito: Vasilisa Tsoy/Shutterstock. 
 
 
15 
 
No tronco encefálico, a substância cinzenta localiza-se internamente em 
relação à substância branca, é fragmentada transversal e longitudinalmente, 
originando vários núcleos ou agrupamentos neuronais, que são distintos em 
cada região dessa estrutura. Alguns desses núcleos formarão os núcleos dos 
nervos cranianos, outros são núcleos próprios do tronco encefálico, como o 
núcleo rubro responsável pelo controle motor somático. A formação reticular, um 
emaranhando de células e fibras nervosas com estrutura intermediária entre 
substância branca e cinzenta, também é encontrada no tronco encefálico. 
O mesencéfalo situa-se cranialmente dentro do tronco encefálico, com 
tênue transição anatômica com o diencéfalo. Seu eixo dorsoventral é 
anatomicamente dividido em tecto e pedúnculo cerebral e sua superfície dorsal 
é marcada pelos corpos quadrigêmeos ou colículos superiores e inferiores. 
O mesencéfalo é atravessado em toda a sua extensão pelo aqueduto 
cerebral (de Sylvius) que une o III ao IV ventrículo e em torno do aqueduto, 
observa-se a substância cinzenta periaquedutal, que recebe aferências 
periféricas de dor provenientes do feixe espinorreticulotalâmico, atuando na 
modulação da sensação dolorosa por liberação de opioides endógenos, 
participando, assim, do sistema endógeno inibitório dador. 
Também participa em respostas emocionais, no controle da pressão 
arterial e, possivelmente, em algumas atividades diárias, como fonação e 
micção. Na verdade, a substância cinzenta periaquedutal é uma estrutura 
complexa, que funciona como um centro de integração no tronco encefálico, 
estrategicamente localizado no local de cruzamento entre o sistema sensorial 
ascendente e o sistema límbico descendente (Martinez; Allodi; Uziel, 2015). 
A ponte está situada diretamente superior ao bulbo e anterior ao cerebelo, 
medindo, aproximadamente, 2,5 cm de comprimento. Seu nome é bem 
característico, pois realmente funciona como uma ponte, unindo partes 
diferentes do encéfalo entre si. Essas uniões, ou conexões, são realizadas por 
feixes de axônios. 
Os limites da ponte são claramente marcados: o sulco pontino superior e 
os pedúnculos cerebrais, além dos pedúnculos cerebelares médios – seu limite 
lateral – e o sulco bulbopontino constitui o limite inferior. Na face anterior da 
ponte temos uma saliência denominada protuberância pontina. 
 
 
16 
Na linha média dessa protuberância, encontramos o sulco basilar local, 
por onde passa a artéria basilar, que fornecerá o seu principal suprimento 
sanguíneo. Nessa face, há também o local em que emergem alguns nervos 
cranianos. Já na face posterior, encontramos o assoalho do quarto ventrículo, 
formado pela porção superior da ponte (Schmidt; Prosdocimi, 2017). 
O bulbo é a estrutura mais inferior do tronco encefálico, guardando relação 
anatômica com a medula espinal. Sua extremidade superior é mais alargada, 
enquanto a inferior é mais estreita, fazendo com que o bulbo apresente uma 
forma discretamente cônica. 
O limite superior do bulbo se faz em um sulco horizontal visível no 
contorno ventral do órgão, o sulco bulbopontino, que corresponde à margem 
inferior da ponte. Na área ventral do bulbo, observa-se a fissura mediana anterior 
e, de cada lado dela, existe uma eminência alongada, a pirâmide, formada por 
um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras 
do cérebro aos neurônios motores da medula. 
Ao descerem para as pirâmides, cerca de 75 a 90% das fibras do trato 
corticospinal do bulbo cruzam para o lado oposto, formando o trato corticospinal 
lateral. Esse cruzamento é conhecido como decussação das pirâmides. O 
restante das fibras continua o seu trajeto para formar o trato corticospinal 
anterior. 
Vale lembrar que a decussação constitui a principal estrutura anatômica 
no controle voluntário do corpo. Por esse motivo, pacientes portadores de lesões 
cerebrais à direita têm o lado esquerdo do corpo comprometido e vice-versa. 
Posteriormente às pirâmides, temos a formação do núcleo olivar inferior, formado 
por lâminas de substância cinzenta. 
Esse complexo salienta-se na superfície anterolateral e, dentro das olivas, 
há o núcleo olivar inferior, estação retransmissora entre o córtex cerebral, a 
estrutura subcortical, a medula espinal e o cerebelo. Os neurônios do núcleo 
olivar inferior vão até o cerebelo, regulando a atividade dos neurônios 
cerebelares e atuando no controle que ele faz para os ajustes na atividade 
muscular no controle motor (Schmidt; Prosdocimi, 2017). 
Ainda segundo os mesmos autores, os núcleos grácil e cuneiforme estão 
relacionados com a propriocepção consciente (tato, pressão, vibração). As fibras 
dos fascículos grácil e cuneiforme originadas na medula espinal fazem sinapses 
 
 
17 
com os núcleos grácil e cuneiforme no bulbo. As fibras oriundas desse núcleo 
são denominadas fibras arqueadas internas, que se cruzam para o lado oposto. 
O caminho que elas realizam é anteroposterior para o lado oposto 
(decussação sensitiva), acima das pirâmides, para formar o lemnisco medial. 
Vale lembrar que cada lemnisco medial levará ao tálamo os impulsos nervosos 
que subiram nos fascículos grácil e cuneiforme da medula do lado oposto. 
Uma grande área no bulbo é ocupada pela sua formação reticular, 
caracterizada por neurônios de vários tamanhos e formas. Está localizada entre 
as pirâmides e o assoalho do quarto ventrículo. Esse espaço compreende toda 
a área não ocupada pelos núcleos mais compactos. É na formação reticular do 
bulbo que está localizado o centro respiratório, o qual regula o ritmo da 
respiração. Nesse mesmo local, também encontramos o centro vasomotor e o 
do vômito. 
NA PRÁTICA 
A ponte, assim como o bulbo e cerebelo, situa-se na fossa craniana 
posterior e relaciona-se anteriormente com a artéria basilar, o dorso da sela do 
osso esfenoide e a parte basilar do osso occipital. Além de formar a metade 
superior do assoalho do quarto ventrículo, possui vários núcleos de nervos 
cranianos importantes (trigêmeo, abducente, facial e vestibulococlear) e serve 
de passagem para tratos ascendentes e descendentes importantes 
(corticonuclear, corticopontino, corticospinal, fascículo longitudinal medial e 
lemniscos medial, espinal e lateral). 
Portanto, não é surpreendente que tumores, hemorragia ou infartos nessa 
área do encéfalo produzam uma variedade de sinais e sintomas. Por exemplo, o 
envolvimento dos tratos corticopontocerebelares produz ataxia cerebelar 
intensa, e os movimentos voluntários são acompanhados por um tremor rítmico 
que surge e se acentua à medida que os movimentos prosseguem (tremor de 
intenção). Pesquise os principais sinais e sintomas relacionados à presença de 
tumores, hemorragias e infarto na região da ponte. 
FINALIZANDO 
Ao final desta aula, foi possível perceber a importância de diferentes 
regiões anatômicas presentes no encéfalo no controle e organização das 
 
 
18 
funções corporais, principalmente aquelas relacionadas aos movimentos e à 
cognição. No telencéfalo, os sulcos e giros ampliam o córtex cerebral sem alterar 
a estrutura da caixa craniana, mantendo, dessa forma, a complexidade das 
funções corticais da camada de substância cinzenta que recobre à substância 
branca nos dois hemisférios cerebrais. Hemisfério direito e esquerdo possuem 
três polos (frontal, occipital e temporal) e três faces (dorsolateral, medial e 
inferior), sendo conectados pelo corpo caloso. 
Córtices primários são regiões cerebrais que recebem estímulos 
sensitivos e participam do comando motor, enquanto os córtices de associação 
auxiliam as funções mais complexas. O córtex sensorial recebe informações 
sensoriais relacionadas ao tato, pressão, temperatura e pressão e é dividido em 
córtex somatossensorial primário, córtex somatossensorial secundário e córtex 
de associação somatossensorial. A função motora é mediada pelo córtex motor 
primário, córtex pré-motor e área motora suplementar. 
O centro branco medular do cérebro e os núcleos de base são importantes 
centros subcorticais envolvidos no controle dos movimentos voluntários e 
postura, processos cognitivos, emocionais e motivacionais. Da substância 
branca, fazem parte as fibras de projeção subcortical, as fibras intra-hemisféricas 
e as fibras inter-hemisféricas. Dos núcleos de base fazem parte: claustrum, 
amigdala, núcleo caudado, putâmen, globo pálido, núcleo basal de Meynert e 
núcleo accumbens. 
O diencéfalo é formado por tálamo, hipotálamo, subtálamo e epitálamo, 
regiões anatômicas que possuem núcleos com conexões aferentes e eferentes 
que recebem e encaminham informações ao córtex cerebral, como aquelas 
relacionadas ao controle motor, libração hormonal e ciclo circadiano, por 
exemplo. 
No tronco cerebral, a região do bulbo é caracterizada pelo controle 
cardiorrespiratório e a decussação constitui a principal estrutura anatômica no 
controle voluntário do corpo. A ponte realiza conexão entre mesencéfalo e bulbo. 
O mesencéfalo participa da modulação da dor, por meio da substância cinzenta 
periaquedutal. 
 
 
 
19 
REFERÊNCIAS 
COSENZA, R. M. Fundamentos de neuroanatomia. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2013. 
FALAVIGNA, A.; VALENTIN NETO, J.G. Neuroanatomia tomo III. 1. ed. Caxias 
do Sul: Educs, 2012. 
MACHADO, A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo: 
Atheneu, 2014. 
MARTIN. J. H. Neuroanatomia: texto e atlas. 4. ed. Porto Alegre: AMGH Editora 
LTDA, 2013. 
MARTINEZ. A.; ALLODI, S.; UZIEL, D. Neuroanatomia essencial. 1. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 
MENESES, M. S. Neuroanatomia aplicada. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2015. 
NOURELDINE, M. H. A. Fundamentos de neuroanatomia: um guia clínico. 1. 
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 
PEDROSO, J. L. et. al. Neurogenética na prática clínica. 1. ed. Rio de janeiro: 
Atheneu, 2019. 
SCHIMIDT, A. G.; PROSDOCIMI, F. C. Manual de neuroanatomia humana: 
um guia prático. 1. ed. São Paulo: Roca, 2017. 
SNELL, R. S. Neuroanatomia Clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2019.

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