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1. História da Psicologia História da psicologia (Universidade Paulista) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade 1. História da Psicologia História da psicologia (Universidade Paulista) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-paulista/historia-da-psicologia/1-historia-da-psicologia/87363861?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-paulista/historia-da-psicologia/3266513?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-paulista/historia-da-psicologia/1-historia-da-psicologia/87363861?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-paulista/historia-da-psicologia/3266513?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia História da Psicologia A Construção do Eu na Modernidade A Psicologia como ciência surgiu com o início da Modernidade e foi influenciada por dois fatores principais: o encontro do homem com a sua subjetividade e a crise em lidar com essa subjetividade, que levou ao surgimento de um profissional que pudesse ajudar o sujeito nessa crise. Contexto Histórico de surgimento da Subjetividade Durante a Idade Média, a Europa encontrava-se no sistema feudal, com uma sociedade estática, sem mobilidade e sob um amplo controle religioso. A Igreja tinha pleno controle político e jurídico e todos os dogmas eram rigorosamente seguidos pela população. As únicas produções da época eram os cantos gregorianos, com letras sagradas. A sociedade era o corpo-social: a vida vinha de Deus, a cabeça era o rei, o coração era o clero, as mãos eram os soldados e os pés eram os trabalhadores. Com a chegada do Renascimento, rompem- se os valores do pensamento medieval, acontece a Reforma Protestante, que diminui a influência do catolicismo, começam as grandes navegações, e juntamente com a ascensão da burguesia e do comércio (capitalismo). São retomados os conhecimentos filosóficos da Idade Antiga, sobre antropocentrismo e humanismo – ou seja, agora o homem é o ser mais valorizado. Com isso, nasce a necessidade do homem de se cuidar, adquirir conhecimento. Já não se acredita que somos seres predestinados, agora somos livres para escrever nosso próprio caminho. Cada indivíduo agora tem liberdade para pensar e agir. Essa liberdade é a subjetividade de cada um. Podendo escolher o próprio caminho, o homem agora cria insegurança e apreensão em relação as próprias decisões. Muitas ciências se desenvolvem, como a medicina, anatomia, astronomia, e as grandes navegações trazem encontros com diferentes línguas, costumes e culturas. Tudo que o homem conhecia e entendia como verdade agora é apenas uma pequena parte do mundo, a sua verdade agora já não é mais a única que existe. Essa realização aumenta ainda mais a crise de subjetividade. Lidando com a crise Sem encontrar nenhuma saída, os homens passam a buscar por alguém que possa lhes dizer o que eu fazer com a própria liberdade, quais decisões tomar para acertar. Surgiram, então, os métodos de contenção – “de contenção” porque o homem, como um ser livre, estava perdido e, portanto, tinha que ser contido. Os Métodos de Contenção . Santo Inácio: propõe que o caminho certo é se voltar à Deus e à religião e cria um “manual de instruções” com reflexões e contemplações, que deveriam ser seguidas com disciplina, para se chegar ao “caminho certo”; [Atualmente, livros de autoajuda são o que o manual de Santo Inácio era antes – ditando que se você não está conseguindo é só porquê não tentou o suficiente] Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia . Maquiavel: em sua obra “O Príncipe” esclarece a necessidade de um governante que reafirme o seu poder, por bem ou mal, pois somente um governante forte consegue dizer aos seus súditos quais as escolhas certas a se fazer; Do mesmo modo que alguns autores apoiavam os métodos de contenção, outros criticavam. Entre eles: . Montaigne: escrevia muito sobre interioridade, sobre aceitar suas inseguranças e instabilidades, pois o homem sempre acaba errando no final – traz de volta a corrente do Ceticismo; . Erasmo de Rotterdam: críticas ácidas à sociedade e ao “homem ideal”, acredita no ceticismo também (o homem sempre acaba errando); . Shakespeare: suas obras falavam muito de interioridade – destaque para Hamlet, que trata sobre ciúmes, dúvida, incerteza, um grande retrato de seres humanos imperfeitos; Um dos grandes métodos de contenção da Modernidade vêm do filósofo Descartes, que dita que a racionalidade é o único caminho para a verdade – penso, logo existo. Essa noção de racionalidade se espalhou por todo o mundo e mudou completamente a sociedade da época. Antes, no século XVII, o “louco” na verdade era visto como visionário, profeta, no pior dos casos alguém possuído. Com a racionalidade agora em foco, o “louco” é o irracional – e deve ser excluído do convívio social, isolado em hospitais e hospícios onde será “tratado”. Os Moralistas Surgem outros métodos de contenção, mas todos baseados na racionalidade. Os moralistas criavam suas “regras” com base na observação do comportamento humano. . La Fontaine: escrevia fábulas com animais e adicionava uma “moral da história” ao final – assim, transmitia nessas mensagens o que era certo e errado de se fazer em sociedade; . La Rochefocault: escrevia máximas com indicações e críticas os indivíduos; Iluminismo O movimento iluminista do século XVIII é o auge do individualismo. Há muito engajamento político e social e grande foco na razão humana. É nesse momento também, que justamente pela grande participação social, os sujeitos começam a dividir o eu social do eu privado. Etiqueta, boa aparência, luxo e opulência era o que podia ser mostrado, e os desejos e pensamentos era o que deveria ficar privado. Alguns autores, como o Marquês de Sades, criticavam a separação. O Marquês acreditava que os humanos eram como animais, sem nenhum princípio moral, e escreveu diversas obras de conteúdo violento e sexual – mostrando o lado do homem que ficava privado da sociedade. Outros artistas, como Mozart, lidavam com essa divisão – Mozart tem peças mais leves e clássicas que eram tocadas em público, e peças mais profundas, escutadas apenas no privado. Existem ainda os que criticaram a própria racionalidade, tanto autores, como movimentos inteiros contra a razão e a sociedade da época. Entre eles: . Immanuel Kant: ditava que a própria razão tem os seus limites, pois a razão é sua razão, nunca vai ser imparcial – e, portanto, nunca vai ser 100% correta; . Movimento do Romantismo: a essência do homem é sua natureza passional, seu eu verdadeiro é o eu privado Baixado por Mayara Teixeira(teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 No romantismo, destacam-se os sentimentos “a flor da pele”; fazem parte desse movimento autores como Goethe e artistas como Beethoven; Uma outra vertente do romantismo reduzia o “eu” em nome de uma causa maior: . Shopenhauer: “somos escravos dos nossos desejos”; . Turner e Friedich: dois pintores que exaltavam a natureza e diminuíam o ser humano; . Wagner e Chopin: músicos, o primeiro valorizava muito o nacionalismo e o segundo fazia composições sobre a fragilidade humana; . Goya: pintor; “o sono da razão produz monstros”; . Edgar Allan Poe: pai do terror, escrevia histórias sobre o lado sombrio dos indivíduos; As três vertentes finais Tendo tantos caminhos a seguir, bastava escolher o mais agradável. Juntando todas as referências, é possível encaixar o eu em três possibilidades: . Eu moral: costumes, autocontrole em função das exigências sociais, necessita d de reconhecimento externo; . Eu interiorizado: expressão máxima do romantismo; individualidade; identidade baseada em si mesma; . Eu epistêmico: esquece dos desejos e particularidades pelo objetivo maior da racionalidade; foco, conhecimento e ciência; Essas três formas do eu moldaram as três maiores influências da sociedade e da psicologia do século XIX: . Liberalismo: individualismo na economia e na política; o indivíduo é capaz de conquistar suas coisas, mudar sua vida, crescer; a psicologia inicial se foca no indivíduo, todos os testes buscam as qualidades e os defeitos do indivíduo; . Romantismo: influência nas artes e filosofia; psicologia voltada aos desejos, à irracionalidade, ao inconsciente, aos medos e fantasias; . Disciplina: sociedade organizada pelo regime disciplinar; busca por se enquadrar em um padrão de comportamento; os que não se encaixam são excluídos do convívio social; Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia História da Psicologia História da Psicologia Moderna Wihelm Wundt Na sua vida escolar, não começou como um aluno muito dedicado, mas depois passou a se esforçar. Formou-se em medicina e estudou fisiologia. Foi docente por algum tempo antes de descobrir a psicologia e abrir o Laboratório de Leipzig, onde desenvolveu sua psicologia experimental. O Sistema da Psicologia de Wundt Wundt adaptou os métodos científicos de observação aos objetivos na nova psicologia e passou a estudar seus objetos da mesma maneira que cientistas estudavam os deles. Seu objeto de estudo, no caso, era a consciência, que para Wundt incluía muitas partes ou características distintas e podia ser estudada pelo método de análise de redução. Ele acreditava que a consciência era ativa em seu processo de organização, e denominava seu sistema de Voluntarismo – o poder da vontade em organizar os conteúdos da mente em processos de nível superior. Segundo Wundt ainda, os psicólogos deveriam se preocupar com a experiência imediata, pois elas formam os estados de consciência e os elementos mentais que a mente organiza. Método de Introspecção Seria um exame do próprio estado mental, a aplicação do controle experimental preciso às condições de introspecção. O observador deve ser capaz de determinar quando o processo pode ser introduzido, deve estar num estado de prontidão, deve conseguir repetir a observação várias vezes e as condições experimentais devem ser passíveis de variação em termos de manipulação controlada de estímulos. Os relatos que Wundt buscava tratavam dos julgamentos conscientes do sujeito acerca do tamanho, duração e intensidade de vários estímulos físicos. . Elementos da Experiência consciente: Wundt via como objeto da psicologia a análise dos processos conscientes, chegar aos seus elementos básicos e descobrir como esses são sintetizados e organizados, determinando as leis de conexão que governam essa organização. A psicologia de Wundt encontrou rápido declínio não só pelo surgimento de outras teorias, como a Gestalt e Psicanálise, mas também pela crise política e econômica na qual a Alemanha se encontrou nos períodos de guerra, que levou a um declínio geral das universidades Importantes nomes da época . Hermann Ebbinghaus: iniciou sozinho experimentos com processos mentais superiores; partindo do desenvolvimento de associações, foi o primeiro a trabalhar problemas verdadeiramente psicológicos, como memória, aprendizagem e esquecimento; . Georg Elias Muller: trabalhou com a visão cromática e foi um dos primeiros a trabalhar na área de Ebbinghaus, verificando e ampliando suas descobertas; . Franz Brentano: um dos mais importantes não-wundtianos, era adepto a uma psicologia empírica, focada na observação e não na experimentação, afirmou que o objeto de estudo psicológico era a atividade mental; . Gari Stumpf: estudou fenomenologia, debateu muito com Wundt sobre introspecção de sons; Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 . Oswald Kulpe: foi aluno de Wundt, mas liderou um movimento que buscava liberdade das estreitezas de concepções wundtianas e trabalhou com muitos problemas que a psicologia de seu mentor não considerava; Edward B. Titchner Alterou dramaticamente a psicologia de Wundt em favor de afirmar que seu método, o Estruturalismo, era parecido com ela, mas hoje vê-se os dois sistemas como muito diferentes. Titchner aceitou o foco empirista e associacionista sobre os elementos ou conteúdos mentais, afirmando que se organizavam de forma mecânica (contrário do que Wundt acreditava). Ele definiu a consciência como a soma de nossas experiências num dado momento de tempo, e a mente como a soma de nossas experiências da vida toda. Ele alegava que a psicologia tem que estudar para compreender a mente humana, e não se ocupar em tratar “mentes enfermas”. O único propósito legítimo é o de descobrir os fatos ou a estrutura da mente (por isso chamou sua escola de Estruturalismo). Usava a introspecção experimental sistemática, ou seja, relatos detalhados, qualitativos e subjetivos das atividades mentais durante a introspecção. Seus sujeitos eram considerados instrumentos de registro, que anotavam objetivamente as características do estímulo que observavam. Para Titchner, os três problemas ou finalidades da psicologia eram: reduzir os processos conscientes a seus componentes mais simples, determinar as leis de associação deles e conectá-los a suas condições fisiológicas. A era do estruturalismo acabou quando Titchner faleceu e as críticas do seu método, assim como aconteceu com Wundt, foram focadas na introspecção (por que o próprio sujeito ser treinado para observar a si mesmo não parecia objetivo e científico). O estruturalismo também foi acusado de artificialismo e esterilidade. Funcionalismo – Influências Anteriores A psicologia funcional se interessa pela mente tal como ela funciona, ou é usada, na adaptação do organismo ao seu ambiente, focando na questão prática: o que é que os processos mentais realizam? O Funcionalismo foi um protesto contra a psicologia de Wundt e de Titchner, vistas como muito restritas e estreitas. Apesar de desafiarem as escolas existentes, o funcionalismo em si nunca teve a intenção de ser uma escola. Existiam muitos psicólogos funcionalistas com suas próprias teorias, e todas essas teorias acabam tendo em comum o interesse pelas funções da consciência, além do interesse pelas aplicações da psicologia – o que se tornou o maior legado do funcionalismo. Charles Darwin“A Origem das espécies por meio da Seleção Natural” libertou os cientistas de superstições e lançou-os na era da maturidade e respeitabilidade das ciências da vida, impactando muito a psicologia americana da época. O mundo passava pela revolução Industrial, os valores, relações sociais e normas culturais que vigoraram por décadas estavam sendo destroçados. A influência científica crescia e as pessoas depositavam sua fé na razão. A época exigia uma melhor explicação para a evolução e Darwin deu essa explicação. Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia A teoria da evolução proposta por Darwin criou condições para o surgimento da psicologia funcional que estudava o papel adaptativo da consciência em vez de seu conteúdo. Os cientistas voltaram-se para a pesquisa do funcionamento mental animal, introduzindo um novo objeto no laboratório de psicologia. A psicologia passou a se voltar mais e mais para o modo de funcionamento do organismo, em sua adaptação ao meio ambiente, e ampliou a metodologia que podia legitimamente usar. O foco nas diferenças individuais também aumentou, fazendo psicólogos procurarem como as mentes diferiam e como poderiam medir essas diferenças. Francis Galton Aplicou efetivamente o espírito da evolução à psicologia, com seu trabalho sobre os problemas na herança mental e sobre as diferenças individuais na capacidade humana. Com om o seu livro propôs que homens eminentes têm filhos eminentes. Por meio da ciência da eugenia, que trata os fatores capazes de aprimorar as qualidades hereditárias da raça humana, Galton propunha que o ser humano podia ser aperfeiçoado por seleção artificial. Ele nunca se via plenamente satisfeito com um problema até poder quantificar os dados e analisá-los estatisticamente, e não só se utilizava como criava métodos estatísticos. Galton foi considerado o primeiro clínico da psicologia por ter desenvolvido diversos testes mentais. Criou os próprios aparelhos e instrumentos e testou as capacidades sensoriais das pessoas, pois acreditava que quanto maior a inteligência maior a discriminação sensorial. Os dados coletados por ele forneceram informações úteis sobre tendências de desenvolvimento durante a infância, adolescência e maturidade da população. Na área da associação, Galton trabalhou com dois problemas: a diversidade das associações de ideias e o tempo necessário à produção de associações. O mais importante de seus resultados foi o método experimental de estudo de associações. Ele também fez o primeiro uso do questionário psicológico. Esse trabalho inaugurou as pesquisas sobre imagem mental. Influência da psicologia animal Graças ao trabalho de Darwin, foi possível postular uma continuidade entre os aspectos físicos e mentais dos seres humanos e dos animais, porque os humanos eram derivados dos animais pelo processo evolutivo. Desenvolvimento e Fundação O principal interesse dos psicólogos funcionais era a utilidade ou propósito dos processos mentais para o organismo vivo em suas permanentes tentativas de adaptar-se ao seu ambiente. A orientação prática do funcionalismo levou os psicólogos a se interessarem pela aplicação da psicologia a problemas do mundo real, tornando a psicologia aplicada o seu maior legado. Herbert Spencer a Filosofia Sintética Spencer escreveu sobre as implicações da evolução para o conhecimento e a experiência do homem. Ele afirmava que o caráter humano e as instituições essenciais são evolutivos e funcionam no esquema darwiniano de sobrevivência dos mais capazes. Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 Ele cunhou o termo darwinismo social, sustentando que a perfeição humana era inevitável, se nada interferir na ordem natural das coisas. Ele defendia o individualismo e desencorajava a intervenção do Estado, pois aquelas pessoas, empresas ou instituições que não conseguissem adaptar-se deveriam ser extinguidas, pelo bem maior da sociedade. As ideias de Spencer foram acolhidas com entusiasmo pela sociedade americana, que acreditava na livre iniciativa, na autossuficiência e na independência de regulamentação governamental. O povo dos EUA estava voltado para o prático, o útil e o funcional, e a psicologia refletia essas qualidades. A filosofia sintética de Spencer aplicou os conhecimentos evolutivos no conhecimento e experiência do homem, ditando que todos os aspectos do universo envolvem diferenciação e integração. Na psicologia isso seria: à medida que o sistema nervoso evoluiu em espécies cada vez mais complexas, aumentou-se a riqueza e variedade de experiências que o organismo é exposto, elevando os níveis de funcionamento. Experiências e comportamentos seriam então parte do processo evolutivo, adaptações feitas em nome da sobrevivência. William James Mesmo sendo o maior precursor da psicologia funcional e considerado por muitos um dos maiores psicólogos, James não foi experimental e muito pouco científico, e foi veementemente criticado por isso. Não fui seguidor, nem fundador, nem discípulo, nem líder. Mesmo assim, seus escritos serviram como inspiração funcionalista para as gerações seguintes. James não ensinou nenhum aluno em particular, mas muitos de seus alunos acabaram por contribuir com a psicologia em vários aspectos. Foi muito influente na educação universitária de Mary Whiton Calkins, que desenvolveu a técnica de associação pareada para o estudo da memória. A influência de James na psicologia se teve primeiro ao seu estilo de escrita, muito claro e magnético, segundo a sua crítica à Wundt, e terceiro ao seu método alternativo de considerar a mente. Para ele, a função da consciência era nos orientar quanto a fins exigidos pela sobrevivência. O livro “Princípios da psicologia” a tratava como ciência natural, biológica, interessando-se pelos processos conscientes como atividade orgânica, que modificavam os organismos. William James descrevia as pessoas como criaturas de ação e paixão, de pensamento e razão, destacando os aspectos não racionais da natureza humana. Uma nova concepção de Consciência James afirma que a psicologia é a ciência da vida mental, “tanto nos seus fenômenos, como nas suas condições”, sendo fenômenos as experiências imediatas e condições a importância do cérebro. James se rebela contra Wundt ao afirmar que pode se encontrar numa experiência apenas aquilo que sua posição sistemática em psicologia lhe diz que deve estar lá. Ele declara que não existem sensações simples na experiência consciente, que elas são resultado de um processo de interferência ou abstração. O ponto básico de sua concepção de consciência é que esta flui como uma corrente (fluxo de consciência). Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia Ele afirma que a consciência é eternamente mutável, cumulativa, e não repetitiva. Além disso, a mente é contínua, não há rupturas claras no fluxo. A mente também é seletiva, e segundo James as experiências que merecem atenção são selecionadas por sua relevância. O propósito da consciência é nos adaptar ao ambiente. Os Métodos da Psicologia James acreditava que é possível investigar estados de consciência examinando a própria mente por meio da introspecção, e a considerava o exercício de um dom natural. Ele conhecia as limitaçõesdo método e aceitava que não era uma forma perfeita de observação, mas pensava que os resultados poderiam ser verificados por controles apropriados e mediante a comparação das descobertas feitas por vários observadores. Para complementar o método introspectivo experimental, James indicou o uso do comparativo. Aplicando outros métodos, ampliava-se ao alcance da psicologia. James acentuou o valor que tinha para psicologia o pragmatismo, cujos principais preceitos afirmavam que a validade de uma ideia uo conceito deve ser testado por suas consequências práticas. Teoria das Emoções Williams afirmava que o despertar da resposta física precede o surgimento da emoção, em especial as rudes. James observou introspectivamente que se mudanças corporais não ocorressem, não haveria emoção Para James, as criaturas vivas são feitas de hábitos, que envolvem o funcionamento do sistema nervoso. Ações habituais aumentam a plasticidade neural. A Fundação do Funcionalismo Edward Titchner. ao assinar a diferença entre a psicologia estrutural e funcional, alegando que o estruturalismo era a única modalidade adequada, deu nome à escola funcionalista e a colocou como oponente, dando visibilidade a essa linha e impulsionando-a a uma posição de destaque. Escola de Chicago John Dewey e James Rowland Angel fizeram da recém-criada universidade de Chicago um importante centro do funcionalismo. Dewey, com o seu artigo “O conceito do arco reflexo em psicologia” argumentou que o comportamento não pode ser reduzido aos seus termos sensório- motores, pois perde o sentido. O comportamento deveria ser tratado em termos de sua significação para o organismo adaptar-se a um ambiente. Já James articulou em seu manual “Psychology” os objetivos utilitários do funcionalismo, transformando-o numa escola e o fazendo florescer na universidade de Chicago. Angel determinou três regras principais do funcionalismo: que é a psicologia das operações mentais; que tem como objetivo descobrir como opera um processo mental, o que realiza e em que condições ocorre; e que estuda os processos como partes ativas e permanentes da atividade biológica, como um movimento mais amplo de evolução. A psicologia funcionalista é voltada para o relacionamento total do organismo com o seu ambiente. Críticas ao Funcionalismo Foram criticados principalmente os termos “processos mentais” e novamente a “análise introspectiva”. Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 A Psicologia Aplicada Enquanto alguns psicólogos americanos desenvolviam a abordagem funcionalista em laboratórios acadêmicos, outros a aplicavam em ambientes externos à universidade. Procurando um lugar onde a psicologia aplicada pudesse mostrar o seu valor, os americanos encontraram a educação: as matrículas em escolas públicas sofreram um crescimento dramático, de 7 para 20 milhões. Perto de 1910, mais de 1/3 dos psicólogos já era interessado por problemas educacionais e 3/4 já trabalhavam na área. Granville Stanley Hall Em 1882, iniciou uma série de palestras onde insistia para que se fizesse do estudo psicológico da criança um componente nuclear da profissão de docente. Em 83, fundou o primeiro laboratório de psicologia da América e em 87, a primeira revista de psicologia americana. Seu trabalho cerca de uma variedade de tópicos psicológicos, e era norteado pela convicção de que o desenvolvimento normal da mente envolve uma série de estados evolutivos. Contribuiu mais para a psicologia educacional do que para experimental, pois desde o começo pretendeu aplicar sua psicologia ao funcionamento da criança no mundo real. Desenvolveu a teoria da recapitulação, que dizia que as crianças repetem em seu desenvolvimento pessoal a história de vida da raça humana. escreveu um livro sobre adolescência e conforme envelheceu se preocupou também com a velhice e escreveu sobre questões geriátricas. James McKenn Cattell Influenciou o movimento em prol de uma abordagem prática e orientada para os testes, no estudo dos processos mentais. Conheceu o Wundt, foi seu assistente, mas não se encontrou na psicologia dele. Algum tempo mais tarde, conheceu Galton e se interessou sobre diferenças individuais, desenvolvendo, pela sua influência em estatística, o método da ordem de mérito e aulas sobre a análise estatística de resultados experimentais. Cattell, assim como Galton, defendia a esterilização de delinquentes e “pessoas imperfeitas” e o fornecimento de incentivos aos mais inteligentes e saudáveis, para que eles se casassem. Os testes mentais de Cattell foram seu maior legado. Inicialmente, eram como os de Galton, voltado para as medidas corporais ou sensório-motoras, mas ele concluiu que não serviam para prever o seu propósito. Mesmo assim, a partir de seus testes, muitos de seus alunos conseguiram desenvolver seus próprios testes mentais com medidas mais complexas. Lightner Witmer Estudou e trabalhou com Cattell sobre diferenças individuais e psicologia da dor. Motivado pelos problemas econômicos da área, Whitmer foi levado à área da psicologia educacional. Começou a se interessar sobre possíveis tratamentos para crianças com distúrbios e outros problemas. Criou, a partir disso, a psicologia clínica, focada em atender criança. Conforme o seu trabalho se desenvolveu, criou programas-padrões de avaliação e tratamento, e admitiu médicos e assistentes sociais para ajudá-lo. Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=1-historia-da-psicologia Walter Dili Scoot Foi o primeiro a aplicar a psicologia à publicidade, seleção e administração de pessoal. Scott afirmava que consumidores são não-racionais e influenciáveis, concentrou-se na emoção e na simpatia como fatores importantes para despertar sugestionabilidade e promovia o uso de cupons. Desenvolveu escalas de avaliação e testes para seleção de pessoal. Seus testes eram diferentes de Cattell, pois avaliavam não a inteligência, mas como ela era utilizada. Hugo Munstenberg Foi muito influente na promoção da psicologia forense, clínica e industrial. Acabou por se envolver em muitos escândalos midiáticos, pois tinha muitas opiniões impopulares, e sua contribuição na psicologia foi quase que esquecida pelo seu número de polêmica. Na psicologia forense, escreveu sobre o uso de hipnose em interrogatórios, formas de evitar crimes, detecção de culpados por testes mentais e caráter falível da percepção na lembrança subsequente de testemunhas oculares. Na psicoterapia, trabalhava forçando ideias perturbadoras dos pacientes a deixar a consciência, suprimindo comportamentos vistos como indesejáveis ou problemáticos e incitando o paciente a esquecer dificuldades emocionais. Na psicologia industrial, acreditava que se podia contribuir com orientação vocacional, publicidade, administração de pessoal, teste mentais, motivação dos funcionários e efeitos da fadiga. Especialidades da Psicologia Aplicada A psicologia prática e funcional se popularizou com a chegada da Primeira Guerra Mundial. Contudo de “mania nacional”, a psicologia passou a ser atacada por não estar cumprindo a sua promessa. A Segunda Guerra, porém, trouxe outro conjunto de problemas para psicologia resolver, o que reviveu e ampliou a sua influência geral. Nos anos posteriores ao fim da guerra, a psicologia americana passou pelo mais dramático crescimento de sua história, com a área aplicada superando a acadêmica. O movimento dos Testes Psicológicos Foi Alfred Binet, psicólogo francês, que desenvolveu o primeiro teste verdadeiramente psicológico de capacidade mental. Indicado pelo ministro francês da instrução pública, Binetcomeçou a estudar a capacidade de aprendizagem de crianças que estavam com problemas na escola. O primeiro teste tinha 30 problemas e trabalhava julgamento, compreensão e raciocínio, mais tarde adicionaram também idade mental à avaliação. Lewis M. Terman, depois da morte de Binet e popularização do teste, criou sua própria versão dele, chamada Teste de Stanford-Binet, e adotou o conceito de QI. Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com) lOMoARcPSD|26255268