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História da Psicologia: Construção do Eu


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1. História da Psicologia
História da psicologia (Universidade Paulista)
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1. História da Psicologia
História da psicologia (Universidade Paulista)
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História da Psicologia 
A Construção do Eu na Modernidade 
A Psicologia como ciência surgiu com o início da Modernidade e foi influenciada por dois 
fatores principais: o encontro do homem com a sua subjetividade e a crise em lidar com essa 
subjetividade, que levou ao surgimento de um profissional que pudesse ajudar o sujeito nessa 
crise. 
Contexto Histórico de surgimento da Subjetividade 
Durante a Idade Média, a Europa 
encontrava-se no sistema feudal, com uma 
sociedade estática, sem mobilidade e sob 
um amplo controle religioso. A Igreja 
tinha pleno controle político e jurídico e 
todos os dogmas eram rigorosamente 
seguidos pela população. 
As únicas produções da época eram os 
cantos gregorianos, com letras sagradas. 
A sociedade era o corpo-social: a vida 
vinha de Deus, a cabeça era o rei, o 
coração era o clero, as mãos eram os 
soldados e os pés eram os trabalhadores. 
Com a chegada do Renascimento, rompem-
se os valores do pensamento medieval, 
acontece a Reforma Protestante, que 
diminui a influência do catolicismo, 
começam as grandes navegações, e 
juntamente com a ascensão da burguesia 
e do comércio (capitalismo). 
São retomados os conhecimentos 
filosóficos da Idade Antiga, sobre 
antropocentrismo e humanismo – ou seja, 
agora o homem é o ser mais valorizado. 
Com isso, nasce a necessidade do homem 
de se cuidar, adquirir conhecimento. Já 
não se acredita que somos seres 
predestinados, agora somos livres para 
escrever nosso próprio caminho. Cada 
indivíduo agora tem liberdade para pensar 
e agir. Essa liberdade é a subjetividade de 
cada um. 
 
 
Podendo escolher o próprio caminho, o 
homem agora cria insegurança e 
apreensão em relação as próprias 
decisões. 
Muitas ciências se desenvolvem, como a 
medicina, anatomia, astronomia, e as 
grandes navegações trazem encontros 
com diferentes línguas, costumes e 
culturas. Tudo que o homem conhecia e 
entendia como verdade agora é apenas 
uma pequena parte do mundo, a sua 
verdade agora já não é mais a única que 
existe. Essa realização aumenta ainda 
mais a crise de subjetividade. 
Lidando com a crise 
Sem encontrar nenhuma saída, os homens 
passam a buscar por alguém que possa lhes 
dizer o que eu fazer com a própria 
liberdade, quais decisões tomar para 
acertar. Surgiram, então, os métodos de 
contenção – “de contenção” porque o 
homem, como um ser livre, estava perdido 
e, portanto, tinha que ser contido. 
Os Métodos de Contenção 
. Santo Inácio: propõe que o caminho certo 
é se voltar à Deus e à religião e cria um 
“manual de instruções” com reflexões e 
contemplações, que deveriam ser seguidas 
com disciplina, para se chegar ao “caminho 
certo”; 
[Atualmente, livros de autoajuda são o que 
o manual de Santo Inácio era antes – 
ditando que se você não está conseguindo 
é só porquê não tentou o suficiente] 
 
Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com)
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. Maquiavel: em sua obra “O Príncipe” 
esclarece a necessidade de um governante 
que reafirme o seu poder, por bem ou mal, 
pois somente um governante forte 
consegue dizer aos seus súditos quais as 
escolhas certas a se fazer; 
Do mesmo modo que alguns autores 
apoiavam os métodos de contenção, outros 
criticavam. Entre eles: 
. Montaigne: escrevia muito sobre 
interioridade, sobre aceitar suas 
inseguranças e instabilidades, pois o 
homem sempre acaba errando no final – 
traz de volta a corrente do Ceticismo; 
. Erasmo de Rotterdam: críticas ácidas à 
sociedade e ao “homem ideal”, acredita no 
ceticismo também (o homem sempre 
acaba errando); 
. Shakespeare: suas obras falavam muito 
de interioridade – destaque para Hamlet, 
que trata sobre ciúmes, dúvida, incerteza, 
um grande retrato de seres humanos 
imperfeitos; 
Um dos grandes métodos de contenção da 
Modernidade vêm do filósofo Descartes, 
que dita que a racionalidade é o único 
caminho para a verdade – penso, logo 
existo. Essa noção de racionalidade se 
espalhou por todo o mundo e mudou 
completamente a sociedade da época. 
Antes, no século XVII, o “louco” na 
verdade era visto como visionário, 
profeta, no pior dos casos alguém 
possuído. Com a racionalidade agora em 
foco, o “louco” é o irracional – e deve ser 
excluído do convívio social, isolado em 
hospitais e hospícios onde será “tratado”. 
Os Moralistas 
Surgem outros métodos de contenção, 
mas todos baseados na racionalidade. Os 
moralistas criavam suas “regras” com base 
na observação do comportamento humano. 
 
. La Fontaine: escrevia fábulas com 
animais e adicionava uma “moral da 
história” ao final – assim, transmitia 
nessas mensagens o que era certo e 
errado de se fazer em sociedade; 
. La Rochefocault: escrevia máximas com 
indicações e críticas os indivíduos; 
Iluminismo 
O movimento iluminista do século XVIII é 
o auge do individualismo. Há muito 
engajamento político e social e grande 
foco na razão humana. É nesse momento 
também, que justamente pela grande 
participação social, os sujeitos começam a 
dividir o eu social do eu privado. Etiqueta, 
boa aparência, luxo e opulência era o que 
podia ser mostrado, e os desejos e 
pensamentos era o que deveria ficar 
privado. 
Alguns autores, como o Marquês de Sades, 
criticavam a separação. O Marquês 
acreditava que os humanos eram como 
animais, sem nenhum princípio moral, e 
escreveu diversas obras de conteúdo 
violento e sexual – mostrando o lado do 
homem que ficava privado da sociedade. 
Outros artistas, como Mozart, lidavam 
com essa divisão – Mozart tem peças mais 
leves e clássicas que eram tocadas em 
público, e peças mais profundas, 
escutadas apenas no privado. 
Existem ainda os que criticaram a própria 
racionalidade, tanto autores, como 
movimentos inteiros contra a razão e a 
sociedade da época. Entre eles: 
. Immanuel Kant: ditava que a própria 
razão tem os seus limites, pois a razão é 
sua razão, nunca vai ser imparcial – e, 
portanto, nunca vai ser 100% correta; 
. Movimento do Romantismo: a essência do 
homem é sua natureza passional, seu eu 
verdadeiro é o eu privado 
Baixado por Mayara Teixeira(teixeiramay0403@gmail.com)
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No romantismo, destacam-se os 
sentimentos “a flor da pele”; fazem parte 
desse movimento autores como Goethe e 
artistas como Beethoven; 
Uma outra vertente do romantismo 
reduzia o “eu” em nome de uma causa 
maior: 
. Shopenhauer: “somos escravos dos 
nossos desejos”; 
. Turner e Friedich: dois pintores que 
exaltavam a natureza e diminuíam o ser 
humano; 
. Wagner e Chopin: músicos, o primeiro 
valorizava muito o nacionalismo e o 
segundo fazia composições sobre a 
fragilidade humana; 
. Goya: pintor; “o sono da razão produz 
monstros”; 
. Edgar Allan Poe: pai do terror, escrevia 
histórias sobre o lado sombrio dos 
indivíduos; 
As três vertentes finais 
Tendo tantos caminhos a seguir, bastava 
escolher o mais agradável. Juntando todas 
as referências, é possível encaixar o eu 
em três possibilidades: 
. Eu moral: costumes, autocontrole em 
função das exigências sociais, necessita d 
de reconhecimento externo; 
. Eu interiorizado: expressão máxima do 
romantismo; individualidade; identidade 
baseada em si mesma; 
. Eu epistêmico: esquece dos desejos e 
particularidades pelo objetivo maior da 
racionalidade; foco, conhecimento e 
ciência; 
 
Essas três formas do eu moldaram as três 
maiores influências da sociedade e da 
psicologia do século XIX: 
. Liberalismo: individualismo na economia e 
na política; o indivíduo é capaz de 
conquistar suas coisas, mudar sua vida, 
crescer; a psicologia inicial se foca no 
indivíduo, todos os testes buscam as 
qualidades e os defeitos do indivíduo; 
. Romantismo: influência nas artes e 
filosofia; psicologia voltada aos desejos, à 
irracionalidade, ao inconsciente, aos 
medos e fantasias; 
. Disciplina: sociedade organizada pelo 
regime disciplinar; busca por se enquadrar 
em um padrão de comportamento; os que 
não se encaixam são excluídos do convívio 
social; 
Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com)
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História da Psicologia 
História da Psicologia Moderna 
Wihelm Wundt 
Na sua vida escolar, não começou como um 
aluno muito dedicado, mas depois passou a 
se esforçar. Formou-se em medicina e 
estudou fisiologia. Foi docente por algum 
tempo antes de descobrir a psicologia e 
abrir o Laboratório de Leipzig, onde 
desenvolveu sua psicologia experimental. 
O Sistema da Psicologia de Wundt 
Wundt adaptou os métodos científicos de 
observação aos objetivos na nova 
psicologia e passou a estudar seus objetos 
da mesma maneira que cientistas 
estudavam os deles. 
Seu objeto de estudo, no caso, era a 
consciência, que para Wundt incluía 
muitas partes ou características distintas 
e podia ser estudada pelo método de 
análise de redução. Ele acreditava que a 
consciência era ativa em seu processo de 
organização, e denominava seu sistema de 
Voluntarismo – o poder da vontade em 
organizar os conteúdos da mente em 
processos de nível superior. 
Segundo Wundt ainda, os psicólogos 
deveriam se preocupar com a experiência 
imediata, pois elas formam os estados de 
consciência e os elementos mentais que a 
mente organiza. 
Método de Introspecção 
Seria um exame do próprio estado mental, 
a aplicação do controle experimental 
preciso às condições de introspecção. O 
observador deve ser capaz de determinar 
quando o processo pode ser introduzido, 
deve estar num estado de prontidão, deve 
conseguir repetir a observação várias 
vezes e as condições experimentais devem 
ser passíveis de variação em termos de 
manipulação controlada de estímulos. 
Os relatos que Wundt buscava tratavam 
dos julgamentos conscientes do sujeito 
acerca do tamanho, duração e intensidade 
de vários estímulos físicos. 
. Elementos da Experiência consciente: 
Wundt via como objeto da psicologia a 
análise dos processos conscientes, chegar 
aos seus elementos básicos e descobrir 
como esses são sintetizados e 
organizados, determinando as leis de 
conexão que governam essa organização. 
A psicologia de Wundt encontrou rápido 
declínio não só pelo surgimento de outras 
teorias, como a Gestalt e Psicanálise, mas 
também pela crise política e econômica na 
qual a Alemanha se encontrou nos 
períodos de guerra, que levou a um declínio 
geral das universidades 
Importantes nomes da época 
. Hermann Ebbinghaus: iniciou sozinho 
experimentos com processos mentais 
superiores; partindo do desenvolvimento 
de associações, foi o primeiro a trabalhar 
problemas verdadeiramente psicológicos, 
como memória, aprendizagem e 
esquecimento; 
. Georg Elias Muller: trabalhou com a visão 
cromática e foi um dos primeiros a 
trabalhar na área de Ebbinghaus, 
verificando e ampliando suas descobertas; 
. Franz Brentano: um dos mais 
importantes não-wundtianos, era adepto a 
uma psicologia empírica, focada na 
observação e não na experimentação, 
afirmou que o objeto de estudo 
psicológico era a atividade mental; 
. Gari Stumpf: estudou fenomenologia, 
debateu muito com Wundt sobre 
introspecção de sons; 
 
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. Oswald Kulpe: foi aluno de Wundt, mas 
liderou um movimento que buscava 
liberdade das estreitezas de concepções 
wundtianas e trabalhou com muitos 
problemas que a psicologia de seu mentor 
não considerava; 
Edward B. Titchner 
Alterou dramaticamente a psicologia de 
Wundt em favor de afirmar que seu 
método, o Estruturalismo, era parecido 
com ela, mas hoje vê-se os dois sistemas 
como muito diferentes. 
Titchner aceitou o foco empirista e 
associacionista sobre os elementos ou 
conteúdos mentais, afirmando que se 
organizavam de forma mecânica 
(contrário do que Wundt acreditava). 
Ele definiu a consciência como a soma de 
nossas experiências num dado momento de 
tempo, e a mente como a soma de nossas 
experiências da vida toda. 
Ele alegava que a psicologia tem que 
estudar para compreender a mente 
humana, e não se ocupar em tratar 
“mentes enfermas”. O único propósito 
legítimo é o de descobrir os fatos ou a 
estrutura da mente (por isso chamou sua 
escola de Estruturalismo). 
Usava a introspecção experimental 
sistemática, ou seja, relatos detalhados, 
qualitativos e subjetivos das atividades 
mentais durante a introspecção. Seus 
sujeitos eram considerados instrumentos 
de registro, que anotavam objetivamente 
as características do estímulo que 
observavam. 
Para Titchner, os três problemas ou 
finalidades da psicologia eram: reduzir os 
processos conscientes a seus 
componentes mais simples, determinar as 
leis de associação deles e conectá-los a 
suas condições fisiológicas. 
 
A era do estruturalismo acabou quando 
Titchner faleceu e as críticas do seu 
método, assim como aconteceu com 
Wundt, foram focadas na introspecção 
(por que o próprio sujeito ser treinado 
para observar a si mesmo não parecia 
objetivo e científico). O estruturalismo 
também foi acusado de artificialismo e 
esterilidade. 
Funcionalismo – Influências Anteriores 
A psicologia funcional se interessa pela 
mente tal como ela funciona, ou é usada, 
na adaptação do organismo ao seu 
ambiente, focando na questão prática: o 
que é que os processos mentais realizam? 
O Funcionalismo foi um protesto contra a 
psicologia de Wundt e de Titchner, vistas 
como muito restritas e estreitas. Apesar 
de desafiarem as escolas existentes, o 
funcionalismo em si nunca teve a intenção 
de ser uma escola. Existiam muitos 
psicólogos funcionalistas com suas 
próprias teorias, e todas essas teorias 
acabam tendo em comum o interesse pelas 
funções da consciência, além do interesse 
pelas aplicações da psicologia – o que se 
tornou o maior legado do funcionalismo. 
Charles Darwin“A Origem das espécies por meio da 
Seleção Natural” libertou os cientistas de 
superstições e lançou-os na era da 
maturidade e respeitabilidade das 
ciências da vida, impactando muito a 
psicologia americana da época. 
O mundo passava pela revolução 
Industrial, os valores, relações sociais e 
normas culturais que vigoraram por 
décadas estavam sendo destroçados. A 
influência científica crescia e as pessoas 
depositavam sua fé na razão. A época 
exigia uma melhor explicação para a 
evolução e Darwin deu essa explicação. 
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A teoria da evolução proposta por Darwin 
criou condições para o surgimento da 
psicologia funcional que estudava o papel 
adaptativo da consciência em vez de seu 
conteúdo. Os cientistas voltaram-se para 
a pesquisa do funcionamento mental 
animal, introduzindo um novo objeto no 
laboratório de psicologia. A psicologia 
passou a se voltar mais e mais para o modo 
de funcionamento do organismo, em sua 
adaptação ao meio ambiente, e ampliou a 
metodologia que podia legitimamente usar. 
O foco nas diferenças individuais também 
aumentou, fazendo psicólogos procurarem 
como as mentes diferiam e como poderiam 
medir essas diferenças. 
Francis Galton 
Aplicou efetivamente o espírito da 
evolução à psicologia, com seu trabalho 
sobre os problemas na herança mental e 
sobre as diferenças individuais na 
capacidade humana. Com om o seu livro 
propôs que homens eminentes têm filhos 
eminentes. Por meio da ciência da eugenia, 
que trata os fatores capazes de aprimorar 
as qualidades hereditárias da raça 
humana, Galton propunha que o ser humano 
podia ser aperfeiçoado por seleção 
artificial. 
Ele nunca se via plenamente satisfeito 
com um problema até poder quantificar os 
dados e analisá-los estatisticamente, e 
não só se utilizava como criava métodos 
estatísticos. 
Galton foi considerado o primeiro clínico 
da psicologia por ter desenvolvido 
diversos testes mentais. Criou os próprios 
aparelhos e instrumentos e testou as 
capacidades sensoriais das pessoas, pois 
acreditava que quanto maior a inteligência 
maior a discriminação sensorial. 
Os dados coletados por ele forneceram 
informações úteis sobre tendências de 
desenvolvimento durante a infância, 
adolescência e maturidade da população. 
Na área da associação, Galton trabalhou 
com dois problemas: a diversidade das 
associações de ideias e o tempo 
necessário à produção de associações. O 
mais importante de seus resultados foi o 
método experimental de estudo de 
associações. 
 Ele também fez o primeiro uso do 
questionário psicológico. Esse trabalho 
inaugurou as pesquisas sobre imagem 
mental. 
Influência da psicologia animal 
Graças ao trabalho de Darwin, foi possível 
postular uma continuidade entre os 
aspectos físicos e mentais dos seres 
humanos e dos animais, porque os humanos 
eram derivados dos animais pelo processo 
evolutivo. 
Desenvolvimento e Fundação 
O principal interesse dos psicólogos 
funcionais era a utilidade ou propósito dos 
processos mentais para o organismo vivo 
em suas permanentes tentativas de 
adaptar-se ao seu ambiente. A orientação 
prática do funcionalismo levou os 
psicólogos a se interessarem pela 
aplicação da psicologia a problemas do 
mundo real, tornando a psicologia aplicada 
o seu maior legado. 
Herbert Spencer a Filosofia Sintética 
Spencer escreveu sobre as implicações da 
evolução para o conhecimento e a 
experiência do homem. Ele afirmava que o 
caráter humano e as instituições 
essenciais são evolutivos e funcionam no 
esquema darwiniano de sobrevivência dos 
mais capazes. 
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Ele cunhou o termo darwinismo social, 
sustentando que a perfeição humana era 
inevitável, se nada interferir na ordem 
natural das coisas. Ele defendia o 
individualismo e desencorajava a 
intervenção do Estado, pois aquelas 
pessoas, empresas ou instituições que não 
conseguissem adaptar-se deveriam ser 
extinguidas, pelo bem maior da sociedade. 
As ideias de Spencer foram acolhidas com 
entusiasmo pela sociedade americana, que 
acreditava na livre iniciativa, na 
autossuficiência e na independência de 
regulamentação governamental. O povo 
dos EUA estava voltado para o prático, o 
útil e o funcional, e a psicologia refletia 
essas qualidades. 
A filosofia sintética de Spencer aplicou os 
conhecimentos evolutivos no 
conhecimento e experiência do homem, 
ditando que todos os aspectos do universo 
envolvem diferenciação e integração. Na 
psicologia isso seria: à medida que o 
sistema nervoso evoluiu em espécies cada 
vez mais complexas, aumentou-se a 
riqueza e variedade de experiências que o 
organismo é exposto, elevando os níveis de 
funcionamento. 
Experiências e comportamentos seriam 
então parte do processo evolutivo, 
adaptações feitas em nome da 
sobrevivência. 
William James 
Mesmo sendo o maior precursor da 
psicologia funcional e considerado por 
muitos um dos maiores psicólogos, James 
não foi experimental e muito pouco 
científico, e foi veementemente criticado 
por isso. Não fui seguidor, nem fundador, 
nem discípulo, nem líder. Mesmo assim, 
seus escritos serviram como inspiração 
funcionalista para as gerações seguintes. 
James não ensinou nenhum aluno em 
particular, mas muitos de seus alunos 
acabaram por contribuir com a psicologia 
em vários aspectos. Foi muito influente na 
educação universitária de Mary Whiton 
Calkins, que desenvolveu a técnica de 
associação pareada para o estudo da 
memória. 
A influência de James na psicologia se 
teve primeiro ao seu estilo de escrita, 
muito claro e magnético, segundo a sua 
crítica à Wundt, e terceiro ao seu método 
alternativo de considerar a mente. Para 
ele, a função da consciência era nos 
orientar quanto a fins exigidos pela 
sobrevivência. O livro “Princípios da 
psicologia” a tratava como ciência natural, 
biológica, interessando-se pelos 
processos conscientes como atividade 
orgânica, que modificavam os organismos. 
William James descrevia as pessoas como 
criaturas de ação e paixão, de pensamento 
e razão, destacando os aspectos não 
racionais da natureza humana. 
Uma nova concepção de Consciência 
James afirma que a psicologia é a ciência 
da vida mental, “tanto nos seus 
fenômenos, como nas suas condições”, 
sendo fenômenos as experiências 
imediatas e condições a importância do 
cérebro. 
James se rebela contra Wundt ao afirmar 
que pode se encontrar numa experiência 
apenas aquilo que sua posição sistemática 
em psicologia lhe diz que deve estar lá. Ele 
declara que não existem sensações 
simples na experiência consciente, que 
elas são resultado de um processo de 
interferência ou abstração. 
O ponto básico de sua concepção de 
consciência é que esta flui como uma 
corrente (fluxo de consciência). 
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Ele afirma que a consciência é 
eternamente mutável, cumulativa, e não 
repetitiva. Além disso, a mente é contínua, 
não há rupturas claras no fluxo. A mente 
também é seletiva, e segundo James as 
experiências que merecem atenção são 
selecionadas por sua relevância. O 
propósito da consciência é nos adaptar ao 
ambiente. 
Os Métodos da Psicologia 
James acreditava que é possível 
investigar estados de consciência 
examinando a própria mente por meio da 
introspecção, e a considerava o exercício 
de um dom natural. Ele conhecia as 
limitaçõesdo método e aceitava que não 
era uma forma perfeita de observação, 
mas pensava que os resultados poderiam 
ser verificados por controles apropriados 
e mediante a comparação das descobertas 
feitas por vários observadores. 
Para complementar o método 
introspectivo experimental, James 
indicou o uso do comparativo. Aplicando 
outros métodos, ampliava-se ao alcance da 
psicologia. 
James acentuou o valor que tinha para 
psicologia o pragmatismo, cujos principais 
preceitos afirmavam que a validade de 
uma ideia uo conceito deve ser testado 
por suas consequências práticas. 
Teoria das Emoções 
Williams afirmava que o despertar da 
resposta física precede o surgimento da 
emoção, em especial as rudes. James 
observou introspectivamente que se 
mudanças corporais não ocorressem, não 
haveria emoção 
Para James, as criaturas vivas são feitas 
de hábitos, que envolvem o funcionamento 
do sistema nervoso. Ações habituais 
aumentam a plasticidade neural. 
A Fundação do Funcionalismo 
Edward Titchner. ao assinar a diferença 
entre a psicologia estrutural e funcional, 
alegando que o estruturalismo era a única 
modalidade adequada, deu nome à escola 
funcionalista e a colocou como oponente, 
dando visibilidade a essa linha e 
impulsionando-a a uma posição de 
destaque. 
Escola de Chicago 
John Dewey e James Rowland Angel 
fizeram da recém-criada universidade de 
Chicago um importante centro do 
funcionalismo. 
Dewey, com o seu artigo “O conceito do 
arco reflexo em psicologia” argumentou 
que o comportamento não pode ser 
reduzido aos seus termos sensório-
motores, pois perde o sentido. O 
comportamento deveria ser tratado em 
termos de sua significação para o 
organismo adaptar-se a um ambiente. 
Já James articulou em seu manual 
“Psychology” os objetivos utilitários do 
funcionalismo, transformando-o numa 
escola e o fazendo florescer na 
universidade de Chicago. 
Angel determinou três regras principais 
do funcionalismo: que é a psicologia das 
operações mentais; que tem como objetivo 
descobrir como opera um processo 
mental, o que realiza e em que condições 
ocorre; e que estuda os processos como 
partes ativas e permanentes da atividade 
biológica, como um movimento mais amplo 
de evolução. A psicologia funcionalista é 
voltada para o relacionamento total do 
organismo com o seu ambiente. 
Críticas ao Funcionalismo 
Foram criticados principalmente os 
termos “processos mentais” e novamente 
a “análise introspectiva”. 
Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com)
lOMoARcPSD|26255268
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Psicologia Aplicada 
Enquanto alguns psicólogos americanos 
desenvolviam a abordagem funcionalista 
em laboratórios acadêmicos, outros a 
aplicavam em ambientes externos à 
universidade. Procurando um lugar onde a 
psicologia aplicada pudesse mostrar o seu 
valor, os americanos encontraram a 
educação: as matrículas em escolas 
públicas sofreram um crescimento 
dramático, de 7 para 20 milhões. Perto de 
1910, mais de 1/3 dos psicólogos já era 
interessado por problemas educacionais e 
3/4 já trabalhavam na área. 
Granville Stanley Hall 
Em 1882, iniciou uma série de palestras 
onde insistia para que se fizesse do 
estudo psicológico da criança um 
componente nuclear da profissão de 
docente. Em 83, fundou o primeiro 
laboratório de psicologia da América e em 
87, a primeira revista de psicologia 
americana. Seu trabalho cerca de uma 
variedade de tópicos psicológicos, e era 
norteado pela convicção de que o 
desenvolvimento normal da mente envolve 
uma série de estados evolutivos. 
Contribuiu mais para a psicologia 
educacional do que para experimental, 
pois desde o começo pretendeu aplicar sua 
psicologia ao funcionamento da criança no 
mundo real. Desenvolveu a teoria da 
recapitulação, que dizia que as crianças 
repetem em seu desenvolvimento pessoal 
a história de vida da raça humana. 
escreveu um livro sobre adolescência e 
conforme envelheceu se preocupou 
também com a velhice e escreveu sobre 
questões geriátricas. 
 
James McKenn Cattell 
Influenciou o movimento em prol de uma 
abordagem prática e orientada para os 
testes, no estudo dos processos mentais. 
Conheceu o Wundt, foi seu assistente, 
mas não se encontrou na psicologia dele. 
Algum tempo mais tarde, conheceu Galton 
e se interessou sobre diferenças 
individuais, desenvolvendo, pela sua 
influência em estatística, o método da 
ordem de mérito e aulas sobre a análise 
estatística de resultados experimentais. 
Cattell, assim como Galton, defendia a 
esterilização de delinquentes e “pessoas 
imperfeitas” e o fornecimento de 
incentivos aos mais inteligentes e 
saudáveis, para que eles se casassem. 
Os testes mentais de Cattell foram seu 
maior legado. Inicialmente, eram como os 
de Galton, voltado para as medidas 
corporais ou sensório-motoras, mas ele 
concluiu que não serviam para prever o seu 
propósito. Mesmo assim, a partir de seus 
testes, muitos de seus alunos conseguiram 
desenvolver seus próprios testes mentais 
com medidas mais complexas. 
Lightner Witmer 
Estudou e trabalhou com Cattell sobre 
diferenças individuais e psicologia da dor. 
Motivado pelos problemas econômicos da 
área, Whitmer foi levado à área da 
psicologia educacional. Começou a se 
interessar sobre possíveis tratamentos 
para crianças com distúrbios e outros 
problemas. 
Criou, a partir disso, a psicologia clínica, 
focada em atender criança. Conforme o 
seu trabalho se desenvolveu, criou 
programas-padrões de avaliação e 
tratamento, e admitiu médicos e 
assistentes sociais para ajudá-lo. 
Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com)
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 Walter Dili Scoot 
Foi o primeiro a aplicar a psicologia à 
publicidade, seleção e administração de 
pessoal. Scott afirmava que consumidores 
são não-racionais e influenciáveis, 
concentrou-se na emoção e na simpatia 
como fatores importantes para despertar 
sugestionabilidade e promovia o uso de 
cupons. Desenvolveu escalas de avaliação 
e testes para seleção de pessoal. Seus 
testes eram diferentes de Cattell, pois 
avaliavam não a inteligência, mas como ela 
era utilizada. 
Hugo Munstenberg 
Foi muito influente na promoção da 
psicologia forense, clínica e industrial. 
Acabou por se envolver em muitos 
escândalos midiáticos, pois tinha muitas 
opiniões impopulares, e sua contribuição 
na psicologia foi quase que esquecida pelo 
seu número de polêmica. 
Na psicologia forense, escreveu sobre o 
uso de hipnose em interrogatórios, formas 
de evitar crimes, detecção de culpados 
por testes mentais e caráter falível da 
percepção na lembrança subsequente de 
testemunhas oculares. 
Na psicoterapia, trabalhava forçando 
ideias perturbadoras dos pacientes a 
deixar a consciência, suprimindo 
comportamentos vistos como indesejáveis 
ou problemáticos e incitando o paciente a 
esquecer dificuldades emocionais. 
Na psicologia industrial, acreditava que se 
podia contribuir com orientação 
vocacional, publicidade, administração de 
pessoal, teste mentais, motivação dos 
funcionários e efeitos da fadiga. 
Especialidades da Psicologia Aplicada 
A psicologia prática e funcional se 
popularizou com a chegada da Primeira 
Guerra Mundial. 
Contudo de “mania nacional”, a psicologia 
passou a ser atacada por não estar 
cumprindo a sua promessa. A Segunda 
Guerra, porém, trouxe outro conjunto de 
problemas para psicologia resolver, o que 
reviveu e ampliou a sua influência geral. 
Nos anos posteriores ao fim da guerra, a 
psicologia americana passou pelo mais 
dramático crescimento de sua história, 
com a área aplicada superando a 
acadêmica. 
O movimento dos Testes Psicológicos 
Foi Alfred Binet, psicólogo francês, que 
desenvolveu o primeiro teste 
verdadeiramente psicológico de 
capacidade mental. Indicado pelo ministro 
francês da instrução pública, Binetcomeçou a estudar a capacidade de 
aprendizagem de crianças que estavam 
com problemas na escola. O primeiro teste 
tinha 30 problemas e trabalhava 
julgamento, compreensão e raciocínio, 
mais tarde adicionaram também idade 
mental à avaliação. Lewis M. Terman, 
depois da morte de Binet e popularização 
do teste, criou sua própria versão dele, 
chamada Teste de Stanford-Binet, e 
adotou o conceito de QI. 
Baixado por Mayara Teixeira (teixeiramay0403@gmail.com)
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