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APS - Direito Internacional FMU

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APS – Internacional
A presente resenha analisa os tribunais internacionais, dando ênfase especial ao Tribunal de Nuremberg, com base no documentário “Julgamento dos nazistas em Nuremberg” e na obra “Direito Internacional Público – Curso elementar” de Francisco Rezek. 
Inicialmente é preciso definir o que são tribunais internacionais, bem como qual o seu papel e quais os tipos de penas aplicadas por eles. Assim sendo, um tribunal internacional, também entendido como corte internacional, são órgãos de cunho jurídico, compostos por juízes independentes e que objetivam solucionar conflitos internacionais baseando-se no direito internacional.
Versando especificamente sobre o Tribunal de Nuremberg, formalmente denominado Tribunal Militar Internacional para a Alemanha, que é compreendido como um tribunal internacional criminal “ad hoc” ou “de exceção” foi criado no final da Segunda Guerra Mundial pelos Estados Unidos da América, Reino Unido, França e União Soviética, objetivando julgar e punir delitos cometidos durante esse período beligerância. O tribunal de Nuremberg teve duração de 11 meses e julgou 22 réus representantes do alto comando da Alemanha de Hitler.
É relevante pontuar que os tribunais “ad hoc” ou “de exceção” possuem caráter temporário (se extinguem depois de finalizado o julgamento dos atos que motivaram seu surgimento) e particular, além de serem concorrentes às jurisdições dos Estados, com preferência sobre os tribunais nacionais. 
O documentário “Julgamento dos nazistas em Nuremberg” nos apresenta gravações das declarações reais ocorridas durante a vigência do Tribunal de Nuremberg, sendo iniciado com a declaração do promotor-geral norte americano Robert H. Jackson que apresentou as leis, provas e as equipes que conduziriam o julgamento. A acusação foi formada por quatro equipes, cada uma representando um país aliado, sendo que cada equipe de promotoria cuidava de réus diferentes e tinha um promotor-chefe liderando outros colegas. 
 Jackson iniciou a acusação denunciando a violência da tirania nazista, proclamando que a civilização esperava que a ação jurídica dos juízes do Tribunal colocasse as forças do direito internacional, seus preceitos, suas proibições e, acima de tudo, suas sanções ao lado da paz, para que homens e mulheres de boa vontade, em todos os países, possam ter "a liberdade de viver, sem depender da permissão de ninguém, sob a proteção da lei".
Os Estados Unidos da América apresentam a primeira acusação, afirmando que todos os acusados cometeram crimes contra a paz, crimes de guerra e contra a humanidade. A segunda acusação é feita em nome do Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte por Sir Hartley Shawcross, que sustentou a ocorrência de crimes contra a paz, acusando todos os réus de terem participado no planejamento e execução de guerras de agressão, violação a tratados internacionais, acordos e declarações. 
Em nome da União das Repúblicas Socialista Soviéticas o General Rudenco apresentou as acuações 3 e 4, denunciando todos os réus de cometerem crimes de guerra na Alemanha e em todos os países por ela ocupados, afirmando que “os conspiradores nazistas cometeram crimes contra exércitos inimigos, contra prisioneiros de guerra e contra os civis das terras ocupadas”, afirmando, ainda, que os acusados se consideravam livres dos limites da lei internacional e da ética de guerra estabelecida. Por fim, em nome da República da França, Mssr. De Menthon finaliza as acusações 3 e 4 afirmando que os réus cometeram crimes contra a humanidade, incluindo assassinato e perseguição de todas as pessoas opostas ao partido nazista, e escravidão, exploração e deportação de populações civis, concluindo, desse modo, o parecer da promotoria. 
Ao final do documentário são apontadas as defesas dos réus, bem como seus respectivos interrogatórios, e, finalmente, são assinaladas as penas fixadas para os 22 réus, sendo três dos acusados absolvidos e os demais condenados à prisão, com pena variada de 10 a 30 anos, prisão perpétua e a morte por enforcamento. O júri determinou ainda que a S.S, S.D e Gestapo seriam organizações criminosas. 
O tribunal de Nuremberg foi alvo de severas críticas internacionais, pois todos os magistrados, bem como seus suplentes, foram indicados pelos Estados vencedores de guerra, não havendo, assim, juízes de outras nacionalidades. 
Além disso, foram julgados somente os delitos cometidos pelos criminosos do “eixo”, enquanto alguns indivíduos pertencentes aos “aliados” também cometeram, eventualmente, delitos graves. Desse modo, nas palavras de Emerson Malheiro, em sua obra “Direito Internacional e Relações econômicas”, “asseverou-se que o Tribunal tinha natureza puramente política, em que vencedores julgavam vencidos”. 
Das críticas  contra ele lançadas, as mais contundentes certamente são a de que o direito de defesa dos réus teria sido limitado – característica de tribunais de exceção -, de que o Tribunal carecia de legitimidade e que o julgamento violou o princípio da legalidade, aplicando legislação ex post facto. 
No entanto, apesar de tais críticas, as defesas proferidas em favor da criação e atuação do Tribunal foram numerosas, pois sua relevância é incontestável. Não obstante tenha sido transitório, o Tribunal de Nuremberg foi o primeiro da história com efetivas propriedades internacionais penais, servindo de base para a criação de outros Tribunais posteriores, como o Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente, o Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia e o Tribunal Penal Internacional para Ruanda. 
Portanto, apesar das críticas pertinentes, é inegável a relevância dos tribunais “ad hoc” ou “de exceção”.

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