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1ºAula
Comunicação e linguagem
Prezados (as) alunos (as), 
Em nossa primeira Aula, iremos retomar uma reflexão acerca da 
comunicação e da linguagem, temas de grande relevância, com os quais 
certamente já teve contanto durante sua trajetória escolar, buscando 
reconhecer a importância de cada uma delas em nosso cotidiano, seja 
pessoal ou profissional. 
Para que sua aprendizagem seja satisfatória/excelente, sugerimos 
que leia sempre a página inicial de cada Aula, bem como seus objetivos 
para programar e organizar seus estudos. Lembre-se ainda de que a 
Linguagem é uma área na qual você precisará fazer da pesquisa uma 
companheira constante em sua caminhada.
Ah, você é o protagonista de sua aprendizagem! Portanto, 
contamos com a sua participação ativa!
Bons estudos!
objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
• refletir, analiticamente, sobre a linguagem como um fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, político 
e, sobretudo, ideológico;
• desenvolver e manter uma visão teórico-aplicada sobre algumas das principais teorias adotadas nas investigações e nos 
usos da linguística em textos conversacionais; 
• perceber a língua como o maior instrumento da prática social (níveis de linguagem) e como a forma mais elaborada das 
manifestações culturais e/ou abordagem intercultural.
8Português Instrumental
1 - Breve Reflexão sobre Comunicação. 
2 - Processo de Comunicação: um Panorama Teórico.
3 - Linguagem, Sociedade e Interação Humana.
Seções de estudo
2 - Processo de comunicação: um 
panorama teórico
1 – Breve reflexão sobre comunicação
Saber Mais
Nesta aula, trataremos sobre linguagem, língua e fala. Para saber mais 
sobre esses e outros elementos da comunicação, sugerimos que 
acesse bases confiáveis, tais como Scielo, Google Acadêmico, dentre 
outras e utilize termos como “teoria da comunicação”, “elementos da 
comunicação”, “linguagem, língua e fala” como palavras-chave para 
realização de suas pesquisas! 
Sua aprendizagem não tem fronteiras! Pesquise!
Durante os estudos desta Aula, sugerimos que deixe em local de fácil 
acesso um caderno ou utilize editores de textos (como o Word ou 
o Bloco de notas, por exemplo) para anotar observações, reflexões 
e conceitos-chave sobre os conteúdos aqui disponibilizados. Dentre 
suas anotações, é importante que faça mapas mentais ou esquemas 
que o ajudem a retomar os conteúdos em outros momentos. Com 
isso, conseguirá entender melhor o contexto geral sobre comunicação 
e linguagem. 
Bons estudos! 
Antes de iniciar o estudo efetivo de nossa aula, com 
vistas a ampliar nossos conhecimentos sobre comunicação e 
linguagem, é importante que reflita sobre a seguinte afirmação 
baseada nas ideias de Cagliari (1990).
Desde que nascemos, estamos imersos de 
alguma forma nos mundos da linguagem, da 
fala e da língua. Crescemos dentro da nossa 
família ouvindo - na maioria das vezes - nossos 
pais falarem conosco observando gestos e 
sinais, então as palavras, a linguagem, o nome 
das coisas existentes no mundo começam a 
ser importantes.
Reconhecendo esta imersão, perguntamos: mas 
como a comunicação, que envolve todos os elementos 
da comunicação citados por Cagliari (1990), vem fazendo 
parte da vida das sociedades ao longo da história? Qual a 
importância da comunicação em nossas vidas? Seguindo com 
a reflexão sobre a comunicação, em seus estudos de Mcluhan 
menciona que: 
A linguagem e o diálogo já tomaram a forma de 
interação entre todas as zonas do mundo. (...) 
O computador suprime o passado humano, 
convertendo-o por inteiro em presente. Faz 
com que seja natural e necessário um diálogo 
entre culturas, mas prescindindo por completo 
do discurso (...). A palavra individual, como 
depósito de informação e sentimento, já 
está cedendo à gesticulação macrocósmica 
(McLuhan, Fiore e Agel, apud MARTINS, 
1999, p.1).
Responder a estes questionamentos é algo que 
tentaremos durante o estudo de nossa disciplina (como um 
todo) e seguindo para nossa vida. Contudo, podemos iniciar 
uma reflexão, analisando a seguinte imagem: 
FOnTE: BLOg unirP. a evolução da comunicação. Disponível em: http://unirp.
blogspot.com.br/2010/09/evolucao-e-comunicacao_22.html. acesso em: 3 maio 
2014. 
Figura 1.1 A evolução da comunicação. 
McLuhan afirma que “os cidadãos do futuro terão muito 
menos necessidade que hoje de ter formação e pontos de vista 
semelhantes. Pelo contrário, serão recompensados por sua 
diversidade e originalidade” (1994, p. 294), ou seja, as tarefas 
a serem executadas não serão mecanizadas e repetitivas, mas 
passaram a ser com personalidade e criatividade. 
Parece que estamos com muitos questionamentos, não é? 
Mas tenhamos calma, pois, na seção a seguir, encontraremos 
reflexões que nos levarão às respostas.
Vergílio Ferreira (apud MARQUES, s/d, p.7), um célebre 
escritor português, ao realizar o discurso de agradecimento por 
receber o prêmio ‘Europália’, fez a seguinte afirmação: “uma 
língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os 
limites do nosso pensar e sentir”.
Note que nas palavras de Ferreira (s/d), percebe-se a 
importância dada à língua como instrumento de manifestação 
individual e social, bem como marca do reconhecimento 
de um povo. Isto porque, é com a língua e com a conquista 
das letras que nós, seres humanos, podemos significar nosso 
meio, representá-lo, assim como representar nossas emoções, 
sensações e nossos sentimentos.
Dubois (1973) corrobora com este pensamento ao 
entender que o revelar das letras foi uma importante descoberta 
feita pelo homem, somente podendo ser comparada, em 
importância, à descoberta do fogo. Ambas concederam a 
nós, mesmo que por caminhos diferentes, a possibilidade da 
sobrevivência, do conhecimento e da conquista da Terra.
Vale lembrar que, o homem começou a enviar suas 
tentativas comunicacionais (mensagens) por meio da linguagem 
não verbal, inicialmente nas rochas, utilizando instrumentos 
que pudessem riscar e deixar gravadas suas mensagens. Depois, 
surgiram os ideogramas (desenhos que representavam ideias) 
e, mais tarde, o alfabeto.
9
Você Sabia?
O primeiro alfabeto era bem reduzido... Ele era composto por 24 sinais 
consonantais que, apesar de não terem evoluído para um sistema 
totalmente alfabético, já marcavam de forma proficiente o início do 
sistema de escrita (BINDI, 2014).
Na próxima seção, convidamos você a continuar os estudos sobre 
linguagem. Contudo, vamos aprofundar nossa reflexão tratando sobre 
seu papel na sociedade e nas interações humanas!
3 - linguagem, sociedade e interação 
humana
Pretti (1987, p.12) também discorre sobre a importância 
da língua ao afirmar que: 
Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos 
cercam a vida do homem moderno, compondo 
mensagens de toda ordem [...] transmitidas 
pelos mais diferentes canais, como a televisão, 
o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, o 
telégrafo, a internet, os cartazes de propaganda, 
os desenhos, a música e tantos outros. 
Em todos, a língua desempenha um papel 
preponderante, seja em sua forma oral, seja 
através de seu código substitutivo, escrito. E, 
através dela, o contato com o mundo que nos 
cerca é permanentemente atualizado.
Vemos, então, que a linguagem, constitutivamente, 
possibilita a comunicação, sendo, portanto, de vital importância 
para a convivência social humana. Apesar de ter toda essa 
força no campo da comunicação social, a linguagem também 
é relevante no campo do “individual”, pois ao fazer uso dela, o 
homem busca integrar-se com seus pares a partir das “leituras” 
que faz individual e coletivamente, assim como do mundo que 
o cerca ao expressar o “seu” pensamento. Como afirma Abreu 
(s/d, p.7):
O trabalho do futuro dependerá, pois, do 
relacionamento. Mesmo os profissionais 
liberais dependem dele. O médico ou o dentista 
de sucesso não é necessariamente aquele que 
entrou em primeiro lugar no vestibular e fez 
um curso tecnicamente perfeito. É aquele que 
é capaz de se relacionar de maneirapositiva 
com seus clientes, de conquistar sua confiança 
e amizade. 
Vale lembrar que o pensamento individual do homem 
ocorre em determinado meio social, portanto, para dizer de 
si, antes é preciso ir ao outro, porque nós somente somos 
seres individuais, porque temos o outro para auxiliar-nos 
na formação identitária do nosso “eu”. Em outras palavras, 
sempre que eu me expresso estou, de certa forma, revelando 
resquícios de outros.
Observe que até agora tratamos sobre a linguagem 
humana, levando em conta que ela tem materialidade, tanto 
na forma de palavras (faladas ou escritas), quanto na forma da 
realização não verbal (gestos, sinais, símbolos, charges, cartuns, 
entre outras formas de representação), a qual possibilita ao 
homem o poder comunicativo.
Outra questão a ser considerada é o fato de que a linguagem 
humana se destaca grandemente sob dois aspectos, a saber:
• O social: marcado pela língua, isto é, sistema de 
linguagem que compreende um sistema de fonemas (de 
formas/de frases) além do sistema semântico (o significado). 
• O individual: marcado pelo discurso que surge a partir 
do momento em que começamos a falar ou a escrever.
 Assim, ambos vão deixar com que o conjunto entre a 
linguagem e o discurso se harmonize como um todo coerente 
para que possam obter a comunicação. A comunicação busca, 
de forma linear, formal e objetiva, transmitir ao seu ouvinte 
uma mensagem significativa.
Segundo Gold (2010, p.3) existem estratégias que estão 
sendo utilizadas no mundo inteiro, a fim da informação ser 
transmitida de maneira mais objetiva. Dessa forma, para o 
andamento do trabalho e prezando a qualidade aos clientes, 
é de suma importância apresentar todos os procedimentos 
desenvolvidos no dia a dia com clareza e sem obter uma 
duplicidade de sentidos. Assim, a articulação desse trabalho 
possa ser mais bem aplicada, sem haver reformulações dos 
fatos e suas ações. 
Na seção 3, você terá a oportunidade de refletir sobre 
a linguagem, a sociedade e a interação humana, a partir do 
estudo de trechos de um artigo! 
Você poderá notar que, além do pensamento dos autores, 
inserimos intervenções explicativas, reflexões e ponderações 
com o intento de contribuir para o exercício da habilidade 
crítica de reflexão e de organizar e direcionar o conhecimento 
construído, a fim de alcançarmos os objetivos propostos nesta 
disciplina. 
Atenção
O texto a seguir trata sobre uma questão importante para todos; 
especialmente para vocês que trabalharão constantemente com a 
língua da/na sociedade. Portanto, sugerimos que leiam com atenção e 
dediquem-se em entendê-lo! 
Lembre-se de que, em caso de dúvidas, comentários ou sugestões, 
você conta com o apoio de seus colegas de curso e de seu professor 
pelo ambiente virtual e nas aulas presenciais! 
O texto de Octavio Ianni (1999), descrito a seguir, 
intitulado “Língua e Sociedade” trata-se de uma introdução 
bem detalhada sobre as pesquisas que envolvem o tema da 
linguagem, desde o Renascimento até nossos dias. 
Nele, o autor discorre sobre a língua como produto social 
e, ao mesmo tempo, condição de sociabilidade de interação 
humana. De maneira crítica/reflexiva vamos refletir sobre os 
“mistérios” que envolvem a palavra e, por meio de fragmentos 
(pedaços) de textos narrativos, vamos entender o valor que ela 
tem nos indicando as “metamorfoses” da língua.
Ao trazer exemplos de textos renomados na história, 
Ianni (1999) faz-nos pensar, com maior sistematicidade, acerca 
10Português Instrumental
da linguagem no tempo atual, pontuando a importância, para 
o homem moderno, de ter acesso a textos que contemplem o 
romantismo, que trabalhem laboriosamente o sentido da língua.
Ademais, o autor reitera a importância da linguagem 
não verbal para a comunicação, apresenta a imagem como 
uma linguagem importante e circunscreve a língua como 
“concepção de mundo, como expressão de uma concepção 
do mundo” (IANNI, 1999).
Você se lembra da linguagem não verbal? Tente pensar em exemplos 
deste tipo de linguagem... Lembrou? Caso tenha dificuldade, 
sugerimos que pesquise sobre este tema no site de busca de sua 
preferência. Com os conhecimentos que está adquirindo, cada 
vez mais você se torna capaz de superar o senso comum sobre as 
informações disponibilizadas nos diferentes meios de comunicação 
e utilizá-las como fontes de pesquisa, sempre que considerar que se 
tratam de conhecimentos úteis!
Antes de iniciarmos efetivamente o texto, é importante 
salientar que, agora, no nível acadêmico, é fundamental que se 
envolvam na leitura de textos densos e que exijam reflexões 
mais profundas sobre os temas estudados. Eis aqui uma 
oportunidade!
Durante a leitura do artigo, procure anotar reflexões pessoais, dúvidas 
e comentários sobre os conhecimentos construídos. Com isso, 
ficará mais fácil e certamente você terá maior êxito na realização das 
atividades referentes a esta aula.
Saber Mais
Amplie seus conhecimentos sobre língua e sociedade! Para tanto, 
leia o artigo referenciado a seguir: SOARES, Magda de. Língua escrita, 
sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas. Disponível 
em: http://www.anped.org.br/rbe/rbedigital/RBDE0/RBDE0_03_MAGD 
A _BECKER_SOARES.pdf. Acesso em: 3 maio 2014. 
Língua e Sociedade
Octavio Ianni 
A história do mundo moderno tem sido 
também uma história de teorias e pesquisas 
sobre a linguagem. Desde o Renascimento 
passando por Port-Royal, a Enciclopédia, 
a Ilustração, o Romantismo e o “giro 
linguístico”, têm sido notáveis as realizações 
dos estudos sobre linguagem.
Os desenvolvimentos das literaturas nacionais 
e mundiais, os intercâmbios de línguas e 
culturas, os processos de aculturação e 
transculturação, o nascimento e a expansão 
da cultura de massa e da indústria cultural, a 
criação e a difusão de tecnologias eletrônicas, 
informáticas e cibernéticas, tudo isso tem 
propiciado o surgimento de disciplinas 
e teorias, tanto quanto de hipóteses e 
controvérsias, sobre os mais diversos aspectos 
da linguagem. São muitos os momentos da 
história dos tempos modernos envolvendo 
desafios ou conquistas fundamentais sobre 
as implicações da linguagem na organização, 
dinâmica, crise ou transformação da 
sociedade, em âmbito nacional, internacional 
ou mundial. Algumas expressões tornam-se 
emblemáticas e aparecem como momentos 
marcantes da dinâmica das sociedades e dos 
dilemas do pensamento. Estas são algumas: 
Novo Mundo, Ocidente, Oriente, África, 
Mercantilismo, Globalismo, Nacionalismo, 
Tribalismo, Trabalho Escravo, Trabalho 
Livre, Escravo e Senhor, Alienação e 
Revolução. E estas podem ser outras: 
Palavras, palavras, palavras. Penso, logo 
existo. Imperativo categórico. Quando as 
sombras da noite começam a cair é que 
levanta vôo o pássaro de Minerva. Tudo 
que é sólido desmancha no ar. 
Sobre as ponderações do autor, reiteramos que a 
linguagem é social, uma vez que, por meio dela interagimos 
com o mundo; disso, decorre a sua importância e a do seu 
ensino para as novas gerações, como ele mesmo afirma: 
No curso do século XX, outra vez acentuam-
se e generalizam-se as preocupações com a 
linguagem, envolvendo novos problemas; 
além dos anteriores, recolocados em novos 
termos. Em uma fórmula mais ou menos 
sacramentada, esse é o século em que se 
dá o “giro linguístico”, tal a importância e 
a influência dos problemas de linguagem, 
com os quais se defrontam a filosofia, a 
literatura e as ciências sociais. 
O autor ainda chama a atenção para as dimensões 
histórico-sociais e civilizatórias da sociedade: 
Quando se multiplicam as controvérsias, 
povoadas não só de interrogações, mas 
também de perspectivas inesperadas e 
inovadoras, muitos são levados a debruçar-
se sobre as implicações histórico-sociais e 
civilizatórias da linguagem. Trata-se de refletir 
sobre os segredos da língua e dialeto, signo, 
símbolo e emblema, metáfora e conceito, texto 
e contexto, mímesis, narrativa e metanarrativa, 
tradução e transculturação, língua nacional e 
língua global.Outra vez, recoloca-se o desafio 
de refletir sobre as condições e as possibilidades 
do contraponto linguagem e sociedade.
Nesse sentido, a língua é entendida como produto e 
condição da vida social: 
Em todas as configurações histórico-
sociais de vida, trabalho e cultura, a língua 
revela-se produto e condição das formas de 
sociabilidade e dos jogos das forças sociais. 
Tanto no nacionalismo e tribalismo, como 
no mercantilismo, colonialismo, imperialismo 
e globalismo, os signos e os significados, as 
figuras e as figurações da linguagem revelam-
se constitutivas da realidade, das condições 
e possibilidades socioculturais e político-
econômicas de indivíduos e coletividades. 
11
Para Refletir sobre o que é uma palavra, vejamos um trecho do poema 
Procura da poesia de Carlos Drummond de andrade: 
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te 
provocam.
Espera que cada um se realize e consuma
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio. (...) 
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito,
elas se refugiaram na noite, as palavras (ANDRADE, 
1973, p. 196-198).
E a língua que se constitui como patamar da 
história, o sistema de signos por meio do 
qual se pronunciam o presente, o passado e o 
futuro, a história e a geografia, as tradições e as 
premonições, os santos e os heróis, as façanhas 
e as derrotas, os monumentos e as ruínas. 
Note que o autor entende a cultura como o universo 
em que a língua se constitui ao passo em que a língua entra 
decisivamente na constituição da cultura. 
Ademais, cabe lembrar que o que distingue o ser humano 
é que ele pensa, mentaliza, fabula ou mitifica a sua atividade, 
real e imaginária, presente, passada e futura. A sua atividade 
social, em âmbito individual e coletivo, está sempre expressa 
em signos, símbolos e emblemas, compreendendo narrativas 
orais, escritas, pensadas e imaginadas. 
Portanto, o pensamento é ele também produto e condição 
da linguagem, assim como das outras formas culturais. 
Também se constitui no mesmo curso da práxis social, quando 
as atividades se objetivam, cristalizam, tensionam ou explodem 
em criações culturais. A língua é uma dessas explosões, sem a 
qual o mundo se revela carente de nome, conceito, inteligência, 
explicação, fantasia e mito. Isso nos leva a concluir que a 
linguagem possibilita a todos nós, indiscriminadamente, 
sermos seres históricos! 
Outra questão tratada pelo autor refere-se aos silêncios, 
sobre isso ele afirma que:
No mundo há muitos silêncios. [...] O silêncio 
da solidão, do medo, da dor, da raiva, da tristeza, 
da melancolia. Os silêncios que existem podem 
ser infinitos, como os silêncios extremos de 
quem está fechado em si mesmo e o silêncio 
do amor. [...] Sim, a própria palavra está 
em silêncio, antes de transfigurar-se em 
pensamento ou imaginação, sentimento 
ou ação, entendimento ou compreensão, 
utopia ou nostalgia. E como se estivesse 
erma de forma e movimento, som e sentido. 
Aguarda, em silêncio, o esclarecimento, a 
revelação, o deslumbramento.
Sobre a palavra, o autor ainda afirma que: 
O mistério da palavra, assim como da narrativa, 
esconde-se tanto no autor como no leitor, da 
mesma forma que no texto e no contexto. 
Suspensas no ar, vistas em si, a palavra e a 
narrativa resultam abstratas. Permitem muitos 
jogos de linguagens, podem ser colocadas em 
diferentes arranjos, desdobram-se em signos, 
ou ícones, índices e símbolos, como em um 
caleidoscópio sem fim. Há um momento, no 
entanto, em que se revelam vazias, ermas de 
som e sentido. Sejam quais forem as palavras, 
metáforas e conceitos, ou figuras e figurações, 
em narrativas literárias, científicas e filosóficas, 
o seu mistério sempre carece de alguma 
referência. Todas as narrativas, com as suas 
figuras e figurações, ressoam alguma forma 
de vivência, que pode ser presente, passada 
ou futura, individual ou coletiva, real ou 
imaginária. São sempre partes constitutivas do 
pensamento e da realidade, dos sentimentos 
e das fantasias. O mistério e o milagre da 
narrativa sempre levam consigo algo ou muito 
da experiência, próxima ou remota, real ou 
imaginária, própria ou vicária. No limite, é 
na experiência que se escondem algumas das 
possibilidades do pensamento e do sentimento, 
da compreensão e da explicação, da intuição e 
da fabulação, que se transfiguram, exorcizam, 
sublimam, clarificam ou enlouquecem em 
palavras e narrativas. 
Para sedimentar sua aprendizagem, sugerimos que procure refletir e 
anote suas intepretações sobre o poema!
Ao tratar sobre a palavra e seus desdobramentos, somos 
levados a reconhecer algumas metamorfoses da língua, 
lembrando que, como afirma o autor:
 
De quando em quando, na história e na 
lenda dos povos e civilizações, embaralham-
se as línguas e as linguagens, os signos, os 
símbolos e os emblemas, os conceitos e as 
metáforas. Confundem-se as estações, os dias 
e as noites, o futuro e o passado, a utopia e 
a nostalgia. Quando se abalam os quadros 
sociais e mentais de referência, embaralham-
se os territórios e as fronteiras, as nações e 
as nacionalidades, as línguas e as religiões, as 
culturas e as civilizações. 
Um exemplo histórico icônico deste embaralhamento é a 
famosa histórica bíblica da Torre de Babel, a qual representou 
um cenário no qual proliferam as linguagens de todos os tipos. 
Ainda segundo o autor: 
12Português Instrumental
Desde Babel constrói-se a imensa biblioteca 
que constitui o mundo do pensamento e 
da fantasia, da realidade e imaginação, da 
compreensão e explicação, da utopia, nostalgia 
e escatologia, como arte, ciência e filosofia.
Retomando a história da humanidade, vemos que 
desde meados do século XX, não podemos concluir esta 
reflexão sem tratar das linguagens eletrônicas, informáticas, 
internéticas, virtuais ou pós-modernas que atualmente 
multiplicam-se e predominam. 
Em poucas décadas, todas as formas de literalidade 
e oralidade, compreendendo a aula, o discurso do poder, a 
conversação, o entretenimento, a comunicação, a informação, 
a mídia, o livro, a revista, o jornal são desafiadas pela imagem, 
o videoclipe, o hipertexto, o cibertexto, a multimídia. Em 
pouco tempo, a palavra, enquanto signo da modernidade, é 
recoberta pela imagem, enquanto signo da pós-modernidade.
Podemos afirmar ainda que, em larga medida, as linguagens 
eletrônicas, informáticas e cibernéticas são linguagens técnicas, 
instrumentais, pragmáticas. Têm sido mobilizadas no âmbito 
de organizações públicas e privadas, nacionais, regionais e 
mundiais, de modo a propiciar a operação, expansão e gestão 
de empreendimentos econômicos, financeiros, militares, 
políticos, culturais, religiosos, museus e outros. 
Aqui é possível deduzir que este pode ser o cenário no 
qual se instala e difunde a crise da palavra. Juntamente com 
a transformação dos quadros sociais e mentais de referência, 
no âmbito da vasta ruptura histórica em curso no século 
XX, instala-se e generaliza-se a crise da palavra. Em poucas 
décadas, predominam a realidade virtual, o videoclipe, o 
hipertexto, o ciberespaço, a inteligência artificial, a estética 
eletrônica e outras realizações eletrônicas, informáticas e 
cibernéticas.
Nossa! Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, não acham? 
Adquirimos conhecimentos interessantes e essenciais para a nossa 
formação enquanto profissionais e pessoas. Para fundamentar e 
melhorar ainda mais a nossa aquisição de saberes, iremos, a seguir, dar 
sugestões de leituras, sites, filmes e vídeos que vocês podem acessar 
para otimizar as informações dadas nesta Aula.
a linguagem continua aparticipar decisivamente da constituição das 
coisas, gentes e ideias. Revela-se produto e condição das formas de 
sociabilidade e dos jogos das forças sociais, constituindo-se como 
componente essencial das configurações histórico-sociais de vida, 
trabalho e cultura.
Finalmente, sobre linguagem, sociedade e interação 
humana talvez se possa afirmar que as diversas disciplinas e 
teorias empenhadas em elucidar os segredos da linguagem 
buscam, em última instância, decifrar o mistério de Babel, 
como alegoria, mito, ilusão ou alucinação. Babel está sempre 
à espreita, em tudo o que se diz e escreve, pensa e imagina, 
compreende e explica, sonha e fantasia. Impregna mais ou 
menos profundamente as formas de sociabilidade e os jogos 
das forças sociais, ou seja, as configurações histórico-sociais 
de vida, trabalho e cultura. 
Segundo Junior (1984), essa linguagem é o sistema 
indispensável da criação e do significado no mundo. A 
visão de mundo está vinculada ao conhecimento que cada 
indivíduo possui para ampliar seus horizontes no período de 
sua vida. Essa linguagem nos possibilita uma autorreflexão 
sobre questões de vivência particular a todo o momento. A 
linguagem seria um olhar sobre o mundo refletido através das 
particularidades em que cada indivíduo pode perceber diante 
de qualquer fato da nossa vida.
Assim, temos a multiplicidade de narrativas sobre os 
mais diversos aspectos da linguagem, nas quais se empenham 
a linguística, a teoria literária, a filosofia da linguagem, a 
sociolinguística, a etnolinguística, a semiótica e a desconstrução. 
Em todos os casos está em causa o esclarecimento, a 
compreensão, a revelação ou o encantamento, talvez essenciais 
à existência e à imaginação de uns e outros, em todo o mundo.
retomando a aula
Chegamos, assim, ao final da primeira aula. Esperamos 
que agora tenha ficado claro o entendimento frente 
ao processo de comunicação e à linguagem enquanto 
processo de interação humana. 
1 – Breve reflexão sobre comunicação. 
Na primeira seção da Aula 1 tivemos a oportunidade 
de iniciar nossas reflexões sobre a comunicação, cujos 
pensamentos nos prepararam para iniciar o estudo efetivo nas 
demais seções. 
2 – Processo de comunicação: um panorama teórico. 
Na segunda seção estudamos a língua, a qual podemos 
entender como um conjunto de signos que o ser humano 
utiliza para a comunicação. 
Vimos também a linguagem como a utilização da língua, 
a qual pode ser:
a) Linguagem falada.
b) Linguagem não verbal.
c) Linguagem escrita.
Finalmente, vimos que, para bem nos expressarmos na 
linguagem escrita, precisamos de:
a) conhecimento do assunto;
b) vocabulário;
c) domínio das regras gramaticais.
3 – Linguagem, sociedade e interação humana.
Na ultima seção, refletimos sobre as interações presentes 
entre a linguagem, a sociedade e a interação humana. Vimos, 
baseados nas ideias de Ianni (1999) que a língua é, efetivamente, 
um produto social e é condição de sociedade interativa. Para 
fechar, entendemos que as leituras que realizamos podem 
nos conduzir às reflexões profundas que nos permitem “ler 
o mundo” que nos cerca. A linguagem faz com que todo o 
processo seja revisto de forma coerente. 
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
Vale a pena
Vale a pena ler
13
BINDI, L. F. Escrita e alfabeto. Disponível em: http://
www.libreria.com.br/artigos.asp?id_artigo=550. Acesso em: 
3 maio 2014.
PARTES.COM. Teoria, signo e reflexão. Disponível em: 
http://www.partes.com.br/ed39/teoriasignosreflexaoed39.
htm. Acesso em: 3 maio 2014.
SEMIÓTICA BLOGSPOT. Como se definem os 
signos. Disponível em: http://semioticacom102.blogspot.
com/2008/10/como-se-definem-os-signos-2-signo.html. 
Acesso em: 3 maio 2014.
UNISUL. Linguagem. Disponível em: http://www3.
unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0102/05.htm. 
Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
Nell
A guerra do fogo
Vale a pena assistir
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A 
busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaborador). A coerência textual. Editora Contexto, 2001.
Minhas anotações
Lembre-se de que, em caso de dúvidas, acessem as ferramentas 
“Fórum” ou “Quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a) 
e ou com seus colegas!