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TCC - CURATIVO À BASE DA PROTEINA DO ABACAXI E ARGININA (OFICIAL)


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CENTRO PAULA SOUZA
ETEC MARIA CRISTINA MEDEIROS
TÉCNICO EM QUÍMICA
GUILHERME SILVA PEDRÃO
JACKSON DE SOUZA SILVA
THIAGO HENRIQUE DA SILVA
CURATIVO À BASE DA ENZIMA DO ABACAXI E ARGININA
RIBEIRÃO PIRES
2019
GUILHERME SILVA PEDRÃO
JACKSON DE SOUZA SILVA
THIAGO HENRIQUE DA SILVA
CURATIVO À BASE DA ENZIMA DO ABACAXI E ARGININA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico em Química, da ETEC Professora Maria Cristina Medeiros, orientado pelo Prof. Paulo Cesar de Souza Cândido, como requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Química.
RIBEIRÃO PIRES
2019
GUILHERME SILVA PEDRÃO
JACKSON DE SOUZA SILVA
THIAGO HENRIQUE DA SILVA
CURATIVO À BASE DA ENZIMA DO ABACAXI E ARGININA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Técnico em Química, da ETEC Professora Maria Cristina Medeiros, orientado pelo Prof. Paulo Cesar de Souza Cândido, como requisito parcial para obtenção do título de Técnico em Química.
 
Paulo Cesar de Souza Cândido 
Professor Orientador
 Banca Examinadora:
Professor Ricardo Ferreira da Silva	 Professor Vilson Cipriano Ribeiro
 
 Professora Paulo César de Souza Cândido 	 	 Professora Rosalina Júlio
DEDICATÓRIA
Dedicamos aos nossos pais, por todo amor, carinho e compreensão.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente à Deus.
A todos os alunos e amigos do curso técnico de Química que contribuíram para a realização deste trabalho.
Aos professores Paulo Cesar de Souza Cândido, Ricardo Ferreira Da Silva, Vilson Ribeiro, Rosalina Júlio e Marta Aparecida Sant’Anna pelo apoio e contribuição para a realização deste trabalho. E aos demais professores por todo conhecimento transmitido ao decorrer do curso.
As nossas famílias, por nos dar apoio e incentivo durante este percurso. Igualmente, a todos que de alguma forma, direta ou indireta, nos ajudaram e participaram destes dois anos de curso técnico.
“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo para vencer é tentar mais uma vez”. 
Thomas Edson
RESUMO
O Abacaxi vem sendo estudado para a utilização em cicatrização de feridas, sendo relatado como um elemento estimulante da proliferação de fibroblastos, angiogênese, produção de diversos fatores de crescimento e síntese dos componentes da matriz extracelular. O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos da enzima do abacaxi na cicatrização de feridas. O estudo foi composto pela elaboração do gel a partir do Carboximetilcelulose com a adição da Bromelina e Arginina e depois foi utilizado em feridas sobre a pele para posterior observação da cicatrização. Observou-se contração, proliferação fibroblástica, vascularização e epitelização mais evidente nas lesões do grupo tratado a partir do terceiro dia. Conclui-se que a Bromelina é benéfica no processo de cicatrização de lesões sobre a pele até a sua segunda camada em modelo experimental.
Palavras-chave: Bromelina; Arginina; Gel; Feridas.
 
ABSTRACT
The pineapple has been studied for use in wound healing and has been reported as a stimulating element for the proliferation of fibroblasts, angiogenesis, production of several growth factors and synthesis of extracellular matrix components. The objective of this work was to evaluate the effects of the pineapple enzyme on wound healing. The study was composed of the preparation of the gel from Carboxymethylcellulose with the addition of Bromelain and Arginine and then it was used in wounds on the skin for later observation of the cicatrization. The contraction, fibroblastic proliferation, vascularization and epithelization were more evident in the lesions of the treated group from the third day. It is concluded that Bromelain is beneficial in the healing process of lesions on the skin until its second layer in experimental model.
Keywords: Bromelain; Arginine; Gel; Wounds.
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 Feridas crônicas	22
Figura 2 Tipos de queimaduras	25
Figura 3 Ananás	27
Figura 4 Plantio de abacaxi	31
Figura 5 Detalhes externos e internos do abacaxi	32
Figura 6 Fórmula estrutural da Arginina	42
Figura 7 Salmina	42
Figura 8 Hipófise	43
Figura 9 Pré-Sinapse	44
Figura 10 Pressão arterial	44
Figura 11 Fórmula estrutural do CMC	46
Figura 12 Bambu	49
Figura 13 Cascas, folhas e talo.	55
Figura 14 Extrato obtido após Filtração	56
Figura 15 Trituração	56
Figura 17 Extrato tamponado	57
Figura 16 pH do extrato tamponado	57
Figura 18 extração da Bromelina	58
Figura 19 Comprovação passo 1	59
Figura 20 Comprovação Placa de Toque	60
Figura 21 Peso CMC	61
Figura 23 Peso Bromelina	61
Figura 22 Peso Nipagin	61
Figura 24 Peso Arginina	61
Figura 25 Peso Propilenoglicol	61
Figura 26 Gel de CMC	62
Figura 27: Produto final	62
Figura 29 Envase Manual	63
Figura 28 Envase Manual 2	63
Figura 30 Produto Envasado 2	64
Figura 31 Produto Envasado 1	64
Figura 32 Bolo Feito	65
Figura 33 Fazendo o Bolo	65
Figura 34 Secagem da Farinha	65
Figura 35 Trituração da Farinha	65
Figura 36 Adição de Carvão no Álcool	66
Figura 37 Filtração do Álcool	66
Figura 38 Álcool Sujo	66
Figura 39 Álcool Filtrado	66
Figura 40 Fluxograma laboratorial	67
Figura 41 Fluxograma Industrial	67
Figura 42 Massa Seca + Tara	68
Figura 43 Massa Úmida	68
Figura 44 Tara do Recipiente	68
Figura 45 pH do produto	69
Figura 46 Medindo pH do produto	69
Figura 47 Teste microbiológico 2	70
Figura 48 Teste microbiológico 1	70
Figura 49 Teste de Aplicabilidade 1	70
Figura 50 Teste de Aplicabilidade 2	71
Figura 51 Teste de Aplicabilidade 3	71
Figura 52 Custo por unidade	81
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 Produção brasileira de abacaxi	30
Tabela 2 Composição química do abacaxi	33
Tabela 3 Comercialização de infrutescências	35
Tabela 4 Percentual de resíduos	36
Tabela 5 Composição de aminoácidos	39
Tabela 6 Componentes do Gel Cicatrizante	60
Tabela 7 Formulação do gel de CMC	74
Tabela 8 Formulação do produto	74
Tabela 9 Canvas	75
Tabela 10 Custo de formulação	76
Tabela 11 Custo por unidade	77
Tabela 12 Custos fixos	77
Tabela 13 Maquinário	78
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Desempenho do abacaxi no Brasil	29
Gráfico 2 Qual seu Gênero?	80
Gráfico 3 Qual sua Idade?	80
Gráfico 4 Cidade onde reside?	81
Gráfico 5 Você sabia que Brasil está entre os maiores produtores de abacaxi no mundo (1,62 milhão de toneladas, em 45.000 hectares plantados)?	81
Gráfico 6 Você sabia que a Bromelina, uma proteína que pode ser encontrada no Abacaxi tem propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e antioxidantes, e pode auxiliar no tratamento de feridas?	82
Gráfico 7 Sabendo disso você usaria um gel com as propriedades enzimáticas do abacaxi, auxiliando na cicatrização de feridas e queimaduras?	82
Gráfico 8 Levando em consideração o preço atual do mercado para os géis cicatrizantes, quanto você está disposto a pagar por um produto com essas propriedades?	83
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	17
2.	METODOLOGIA DA PESQUISA	18
3.	JUSTIFICATIVA	19
4.	FERIDAS	20
4.1.	Feridas Crônicas	20
4.2.	Fatores que Influenciam a Cicatrização	21
4.3.	Tipos de Feridas	21
4.4.	Tratamento de Feridas	22
4.5.	Tipos de Curativos	23
4.6.	Técnica de Curativo	23
5.	QUEIMADURAS	24
6.	O ABACAXI	26
6.1.	Abacaxizeiro	27
6.2.	Abacaxizeiro em âmbito mundial	28
6.3.	Produção de Abacaxi no Brasil	28
6.4.	Abacaxi: Estruturas e Características	31
6.5.	Consumo de Abacaxi no Brasil	34
6.6.	Descarte de Resíduos	35
6.7.	Impactos causados	37
7.	BROMELINA	37
7.1.	História	37
7.2.	O que é a Bromelina	38
7.3.	Composição e Propriedades	39
8.	ARGININA	42
8.1.	História	42
8.2.	O Que é Arginina	42
8.3.	Óxido Nítrico	43
8.4.	Uso no Mercado	45
8.5.	Contraindicações	45
9.	POLIMERO	46
9.1.	Biopolimeros	46
9.2.	CARBOXIMETILCELOLOSE (CMC)	46
9.3.	Como é obtido	47
9.4.	Características.	47
9.5.	Onde é aplicado	47
10.	NANOCELULOSE DO BAMBU	48
11.	LEGISLAÇÃO	50
11.1.	ANVISA – Rotulagem	50
11.2.	Rotulagem obrigatória	50
11.3.	Rotulagem Específica	51
12.	COMPOSIÇÃO DO GEL CICICATRIZANTE DESENVOLVIDOA BASE DE BROMELINA E ARGININA	53
12.1.	Composição	53
12.2.	Carboximetilcelulose (CMC)	53
12.3.	Bromelina	53
12.4.	Arginina	53
12.5.	Nipagin	54
12.6.	Propilenoglicol	54
13.	MATERIAIS E MÉTODOS	54
13.1.	Materiais	54
13.2.	Casca, Folhas e Talo do Abacaxi	55
13.3.	Extração da Bromelina	57
13.4.	Elaboração do Gel Cicatrizante	60
13.5.	Envase Manual	63
13.6.	Resíduos	64
13.7.	Fluxograma Laboratorial	67
13.8.	Fluxograma Industrial	67
14.	ANÁLISES E TESTES	68
14.1.	Análises Físico-Químicas	68
14.2.	Teste de Umidade	68
14.3.	Teste de pH	69
14.4.	Teste de Densidade	69
14.5.	Teste de Desenvolvimento de Microrganismos	70
15.	RESULTADOS E DISCUSSÃO	70
15.1.	Teste de Umidade	70
15.2.	Teste de pH	71
15.3.	Teste de Densidade	71
15.4.	Teste de Desenvolvimento de Microrganismos	72
16.	MONTAGEM DA LINHA DO GÉL CICATRIZANTE	72
16.1.	Associações	72
16.2.	Coleta das cascas, folhas e talo do abacaxi	73
16.3.	Extração da bromelina	73
16.4.	Formação do gel	73
16.5.	Preparação do Gel – Para 170g	74
16.6.	Preparação do Produto – Para 120mL (150 gramas)	74
17.	CANVAS E CUSTOS	75
17.1.	Custos	76
17.2.	Custo de Formulação	76
17.3.	Custo por Unidade	77
17.4.	Custos Fixos	77
17.5.	Custos de Investimento	78
17.6.	Custo Total por Unidade	79
17.7.	Valor de Venda do Produto	79
18.	PESQUISA DE CAMPO	80
19.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	84
20.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	85
INTRODUÇÃO
Conforme o passar dos anos, o tratamento de feridas vem evoluindo por conta e consequência da compreensão das alterações celulares e moleculares que ocorrem no processo de regeneração da pele. A pele e sua capacidade de reparação após uma pequena lesão são notáveis, todavia quando a lesão acaba afetando uma área grande, a forma de cobertura imediata da ferida com um curativo adequado é essencial para acelerar a cicatrização. Os curativos que contém agentes ativos, como anti-inflamatórios, analgésicos e antimicrobianos, podem ser desenvolvidos para liberar, de forma controlada fármacos no local da lesão, desse jeito mantendo o efeito terapêutico por períodos longos, porém com doses adequadas, desta forma, limitando a exposição e os efeitos colaterais. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) possui uma serie de dados que possibilitam o estudo aprofundado sobre o abacaxi e sua proteína, o acesso a uma coleção desta natureza nos possibilita fazer diversos estudos inéditos, com variedades silvestres do gênero, dos quais o potencial ainda é desconhecido e podem resultar em produtos inovadores. A carboximetilcelulose (CMC) tem atraído considerável interesse em uma ampla faixa de aplicação biomédica e farmacológica, devido à propriedade de formação de géis, biodegradabilidade e biocompatibilidade única, tendo também aplicações em curativos sob feridas e pele artificial. Com a evolução da medicina, tornou-se possível o desenvolvimento e funcionalização de partículas transportadoras de biomoléculas ou enzimas, dotando este sistema de um enorme potencial para o tratamento de feridas.
METODOLOGIA DA PESQUISA
A metodologia de pesquisa inicialmente visou tirar resíduos da natureza provenientes de empresas, como resto de frutas, para a criação de um produto de qualidade, apto a entrar no mercado, e ao mesmo tempo ajudar a diminuir a demanda de resíduos para a natureza, produtos esses com uso e demanda significativa e com ampla produção no nosso país.
O estudo do projeto foi feito a partir de diversas pesquisas em fontes consideradas confiáveis, coletando assim diversas informações de como fazer as extrações e quais os métodos mais indicados de fazê-los
A partir de sites, principalmente sites farmacológicos, foi obtido uma gama de produtos que poderiam vir a melhorar o produto, verificando previamente suas qualidades, funções e contraindicações.
Após verificar diversos sites de pesquisas, artigos e sites que discorrem sobre os mesmos produtos, para verificar a lealdade das informações, foi escolhido as opções mais viáveis levando em consideração a qualidade, facilidade de encontrar e custos.
Foi verificado então a quantidade de cada produto que deveria ser usado para uma boa formulação do produto, obtendo-se então porcentagens de concentrações etc.
Com o produto pronto, houve a necessidade de se obter alguns dados, valores de propriedades físico-químicos, dados esses conseguidos com auxílio de métodos retirados de apostilas de química experimental, obtidos com ajuda de professores.
JUSTIFICATIVA
A área plantada de abacaxi no Brasil, segundo o IBGE, é de 61349 hectares, com rendimento médio de 26520 frutos/hectare. Do abacaxizeiro, apenas o fruto é comercializado, sendo as cascas, talos, coroa e folhas considerados resíduos pelas indústrias de sucos e conservas. Estes resíduos constituem fontes importantes de bromelina, enzima que vem despertando expressiva atenção científica, devido suas ações anti-inflamatórias, anti-agregação plaquetária, anticancerígeno e antimetástase.
Reconhecendo a qualidade destes resíduos como fonte de bromelina e os baixos custos de sua aquisição, torna-se vantajoso estudar novos métodos de extração da bromelina a partir destes resíduos. Além disso, o aproveitamento dos resíduos das indústrias alimentícias é de suma importância para a diminuição do impacto que estes resíduos causam no meio ambiente.
Os polímeros exibem muitas propriedades funcionais que têm sido propostas para aplicações biomédicas e farmacêuticas. Entre essas aplicações, o (CMC) carboximetilcelulose como sistema carreador de medicamentos (drug delivery) são objeto de maior interesse nas pesquisas científicas. Tem sido demonstrado que os polímeros são excelentes candidatos para encapsulação de biomoléculas, como peptídeos e proteínas, podendo fornecer um sistema de liberação controlada e sustentável para medicamentos.
Portanto, estudos que objetivam extrair a bromelina a partir de resíduos de abacaxi das indústrias alimentícias e posterior aplicação da fase que contém a bromelina diretamente no polímero obtido em paralelo, são altamente promissores do ponto de vista científico e tecnológico.
FERIDAS
Feridas Crônicas
 Quando sofremos uma lesão cutânea, ocorre uma série de eventos biológicos, que resultam em uma ferida cicatrizada. Esse processo começa com a hemostasia, que é o conjunto de mecanismos que o organismo emprega para coibir a hemorragia e a inflamação, caracterizadas por aumento da qualidade permeável formada por vasos sanguíneos. Quimiotaxia celular é a mudança de orientação do organismo das células, em resposta a um estímulo químico da circulação para dentro do meio ambiente da ferida, liberando no local a substância citocina e fatores de crescimento ativando células migrantes. Em pacientes com diabetes, ocorre a redução das células inflamatórias e a falta de citocina, acarretando numa menor destruição de bactérias com maior número de infecção e menor produção de colágeno.
A segunda fase da cicatrização é a proliferativa, onde os fibroblastos e as células endoteliais são as células primárias que proliferam, podendo ser reconhecidas pela abundância do retículo endoplasmático, relacionado com a síntese de moléculas orgânicas migrando para o local da ferida a partir do tecido circundante. As células endoteliais se proliferam a partir de vênulas intactas, localizadas ao lado da ferida, formando novos vasos sanguíneos, através do processo de angiogênese, que é uma atividade normal do crescimento, levando à cura. (REVISTA DE ENFERMAGEM, ESCOLA ANNA NERY, 2003)
A última fase da cicatrização é conhecida como fase de maturação, a característica mais importante desta fase é a deposição de colágeno de maneira organizada, sendo então a mais importante clinicamente. O colágeno produzido inicialmente é mais fino do que o colágeno presente na pele, e tem orientação paralela à pele; com o tempo, o colágeno inicial (colágeno tipo III) é reabsorvido, e um colágeno mais espesso é produzido e organizado ao longo das linhas de tensão, estas mudanças se refletem em aumento da força tênsil da ferida. A reorganização da nova matriz é um processo importante da cicatrização,onde fibroblastos e leucócitos secretam colagenases que promovem a lise da matriz antiga. A cicatrização tem sucesso quando há equilíbrio entre a síntese da nova matriz e a lise da matriz antiga, havendo desfecho quando a deposição é maior. Mesmo após um ano, a ferida apresentará um colágeno menos organizado do que o da pele sã, e a força tênsil jamais retornará a 100%, atingindo em torno de 80% após três meses. (CAMPOS, BRANCO, GROTH, 2007)
Fatores que Influenciam a Cicatrização
Vários fatores podem influenciar negativamente a cicatrização, dentre eles os principais são: isquemia, infecção, técnica cirúrgica, corpo estranho e edema (pressão tecidual elevada).
Metodicamente, diversos fatores podem afetar de alguma maneira a cicatrização, dentre eles pode-se citar: diabete melito, deficiências vitamínicas, hipotiroidismo, doenças hereditárias (síndrome de Ehler-Danlos), alterações da coagulação, idade, trauma grave, queimaduras, sepse, insuficiência hepática e renal, insuficiência respiratória, tabagismo, radioterapia, desnutrição, uso de corticóides, drogas antineoplásicas, ciclosporina A, colchicina e penicilamina.
Em relação a infecção da ferida, Barbul (1993, p. 637) diz que uma ferida não está infectada quando cicatriza por primeira intenção sem secreção. Pode-se afirmar que quando há infecção, ocorre uma descarga de material purulento, essa drenagem pode representar bactérias novas, leucócitos ou outros detritos que produzem cultura negativa; há feridas que estão inflamadas, porém não drenam o pus, ou nas quais ocorre uma drenagem com cultura positiva, sendo então, sem nenhum pus, essas feridas são designadas como "possivelmente infectadas". (REVISTA DE ENFERMAGEM, ESCOLA ANNA NERY, 2003)
Tipos de Feridas
Existem várias classificações para designar o tipo de ferida, divididas em cirúrgicas, traumáticas e ulcerativas. As feridas cirúrgicas são as causadas pela interrupção da continuidade dos tecidos que revestem a superfície corporal, ou órgãos e tecidos mais profundos, sendo feridas intencionais, provocadas por meio de instrumentos cirúrgicos, com a finalidade de tratamento como: extirpação (remoção por cirurgia), correção, drenagem, ligamento, transplante etc. 
Feridas traumáticas são as provocadas acidentalmente por agentes cortantes, perfurantes, atrito e laceração. Já as feridas ulcerativas são as lesões escavadas ou circunscritas, podendo atingir profundidades variáveis (desde a pele até o músculo), formadas geralmente por deficiências circulatórias, usualmente associadas a doenças de base como diabetes, hanseníase e outras doenças. As principais categorias de feridas ulcerativas são: Úlcera de estase vensa, Úlcera de pressão ou decúbito, Úlceras arteriais diabéticas e Úlcera plantar ou mal perfurante plantar. (REVISTA DE ENFERMAGEM, ESCOLA ANNA NERY, 2003)
 
Figura 1 Feridas crônicas
Fonte: https://artritereumatoide.blog.br/o-que-sao-feridas-cronicas-dos-membros-inferiores/
Tratamento de Feridas
Até os anos 60, o princípio básico de todo curativo era somente a limpeza mecânica, utilização de técnicas de antissepsia e proteção contra o meio ambiente, sendo chamados de curativos passivos. Nessa década, foi demonstrado que nas feridas submetidas a um curativo oclusivo (com a formação de um ambiente úmido), não ocorre a formação de crosta na superfície, com maior velocidade de formação do tecido epitelial. Na presença de ambiente úmido na ferida, ocorre um aumento da síntese de colágeno durante a fase inflamatória, maior formação de tecido de granulação e maior angiogênese.
Tipos de Curativos
Vimos nesses últimos anos o lançamento de vários curativos, com o propósito de manter úmido o ambiente da ferida, possuindo suas próprias características em relação à capacidade de hidratar ou absorver secreção de lesões, adesividade à lesão e a pele, porosidade ao vapor, poder antisséptico e capacidade de coaptação à ferida (chamados curativos interativos). Com uma ampla diversidade de marcas e fabricantes, torna-se muito difícil a escolha de qual o melhor curativo a ser usado. No entanto, recomenda-se aos profissionais da área da saúde avaliar as vantagens e desvantagens de cada curativo, incluindo as que não são explicitamente mostradas pelos seus fabricantes, considerando sempre o custo benefício.
Com a evolução dos curativos, descobre-se a técnica de manter essa umidade controlada no microambiente da ferida por vários dias, possibilitando um menor número de trocas deste curativo, gerando um menor trauma ao tecido de granulação, menor incidência de contaminação e maior permanência dos fatores de crescimento presentes no exsudato, em contato com o tecido de granulação. (REVISTA DE ENFERMAGEM, ESCOLA ANNA NERY, 2003)
Técnica de Curativo
Técnica de curativo é um cuidado fundamental que deve ser realizado por profissionais da saúde, ou pelo menos sob a sua supervisão de um, ou seja, com avaliação criteriosa do aspecto da ferida. Portanto, o cuidado envolve desde a escolha do material até a realização da técnica, incluindo a avaliação, o registro e as orientações.
O curativo ideal é aquele que mantém alta umidade na interface ferida/curativo, remove o excesso de exsudato (pus), permite a troca gasosa, impermeável a bactérias, isento de partículas tóxicas e fornece isolamento térmico. Considerando este último item, lembra-se que a cada troca de curativo, há o retardamento de em média quatro horas o processo de cicatrização, acrescentando 40 minutos para recuperar a sua temperatura original e três horas para a atividade mitótica retornar (DEALEY, 2001).
QUEIMADURAS
Queimaduras são feridas traumáticas, causadas na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, esses fatores atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano, causando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais profundas, como tecido celular subcutâneo (abaixo da pele). 
São classificadas de acordo com a sua profundidade e tamanho, sendo geralmente mensuradas pela proporção de pele atingida, dívidas em: queimaduras de primeiro grau; queimaduras de segundo grau superficial e queimaduras de segundo grau profundas; e queimaduras de terceiro grau.
· Queimaduras de primeiro grau ou queimadura superficial são aquelas que envolvem apenas a epiderme (a camada mais superficial da pele). Os sintomas são intensa dor e vermelhidão local, mas com palidez na pele quando se toca. A lesão da queimadura de primeiro grau é seca e não produz bolhas. Geralmente melhoram no intervalo de 3 a 6 dias, podendo descamar e não deixam danos.
· Segundo grau superficial e segundo grau profundo. A queimadura de segundo grau superficial é aquela que envolve a epiderme e a porção mais superficial da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de primeiro grau, incluindo ainda o aparecimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura é mais demorada podendo levar até 3 semanas. As queimaduras de segundo grau profundas são aquelas que atingem toda a derme, sendo parecidas com as queimaduras de terceiro grau. Como há risco de destruição das terminações nervosas da pele, este tipo de queimadura é considerado bem mais grave e é mais dolorosa que o primeiro grau. As glândulas sudoríparas e os folículos capilares também podem ser destruídos, fazendo com a pele fique seca e perca seus pelos. A cicatrização demora mais que 3 semanas e costuma deixar cicatrizes
· Já as queimaduras de terceiro grau são queimaduras profundas que acometem toda a derme e atingem tecidos subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. São lesões esbranquiçadas ou acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos de pele (ou seja, a retirada de pele saudável de outra região do corpo ou através de doação).
 
Figura 2 Tipos de queimaduras
Fonte: https://www.medicinamitoseverdades.com.br/blog/queimadura-o-que-fazer-primeiros-socorros-e-cuidados-basicosO ABACAXI
Origem do termo:
· Ananás: Naná, (Tupi);
· Ibacaxi: Ibá (Fruta) + Caxi (Cheirosa) – Tupi (SAMAPAIO, 1914);
· Brasil o nome ananás indica frutos selvagens ou variedades desconhecidas – variedades conhecidas são vulgarmente chamadas de abacaxi da língua guarani (GIAGOMELLI; PY, 1981)
O abacaxi ou ananás, nomes utilizados tanto para a fruta como para a planta, pertence à família Bromeliaceae e gênero Ananás Mill. Esse gênero é vastamente distribuído nas regiões tropicais por intermédio da espécie Ananas comosus (L.) Merr., a qual abrange todas as cultivares plantadas de abacaxi. O fruto é normalmente cilíndrico ou ligeiramente cônico, constituído por 100 a 200 pequenas bagas ou frutilhos fundidos entre si sobre o eixo central ou coração. A polpa apresenta cor branca, amarela ou laranja-avermelhada, sendo o peso médio dos frutos de um quilo, dos quais 25% é representado pela coroa.
É utilizado tanto para consumo ao natural como para o uso industrial em suas mais diversas formas (pedaços em calda, suco, pedaços cristalizados, geleias, licor, vinho, vinagre e aguardente). Como subproduto da sua industrialização, pode-se obter álcool, ácidos cítrico, málico e ascórbico; os resíduos da industrialização são largamente utilizados na alimentação animal além de obter também a bromelina, um grupo de enzimas capazes de quebrar proteínas (proteolítica) e que auxiliam o processo de digestão. (GRANADA, ZAMBIAZI, MENDONÇA, 2004)
 
Figura 3 Ananás
Fonte: https://pt.pngtree.com/freepng/southern-fruit-pineapple_2295338.html
Abacaxizeiro
A planta consiste em motivo ornamental para a pintura, arquitetura e escultura, sendo usada sobre pilares de alvenaria na entrada de casas, vilas e jardins. O caule é matéria-prima para a indústria de alimentos e para a obtenção de álcool etílico e gomas. O restante do abacaxizeiro pode ser usado na alimentação animal, como material fresco ou ensilado. Já o seu fruto é consumido ao natural, ou na forma de sorvetes, doces, picolés, refrescos e sucos caseiros. Quando industrializado, o fruto pode apresentar-se como polpa, xarope, geleia, doces em calda ou suco engarrafado. Em regiões secas e quentes obtém-se vinho do fruto doce e fermentado, sendo o suco do fruto verde utilizado como vermífugo em alguns países (MEDINA, RAZERA, FILHO, BORBOLETTO, 1997).
O abacaxizeiro constitui uma das fruteiras tropicais mais cultivadas no país e uma das culturas mais exigentes. O processo de florescimento é desuniforme, comprometendo a regularidade da produção e podendo resultar em frutos não enquadrados no padrão comercial. Outro problema consiste na presença de fungos causadores da fusariose que afeta marcadamente o desenvolvimento da cultura do abacaxi no Estado de São Paulo, líder na produção de suco concentrado de abacaxi para exportação (VAILLANT et al., 2001). Além de estudos para solucionar os problemas provocados pela fusariose tem sido realizadas pesquisas para obtenção de frutos com maior teor de sólidos solúveis, menor acidez e coloração mais atraente (MEDINA et al., 1987).
 Abacaxizeiro em âmbito mundial
O abacaxizeiro, originário das Américas, é cultivado na Ásia, na África e nas Américas (Norte, Central e Sul). A Tailândia, as Filipinas, o Brasil, a China e a Índia destacam-se como os principais países produtores (IBGE, 2003).
O Brasil, em 2002, ocupou a terceira posição como produtor mundial de abacaxi, produzindo 2,8 milhões de toneladas em 60.000 hectares plantados. Em termos nacionais, o Estado de Minas Gerais é o principal produtor (740.000 ton), seguido pela Paraíba (540.000 ton) e pelo Pará (440.000 ton) (IBGE, 2003).
Estima-se que a área de plantio de abacaxi seja de 5.000 hectares na região do Triângulo Mineiro, com a média de 2.500 a 3.000 hectares/ ano e produção de 30 a 35 toneladas de fruta/hectare. No período de abril a setembro, as indústrias da região mineira e da região sul processam cerca de 60% da produção nacional de abacaxi (40% utilizados para o consumo “in natura”). No entanto, no período de outubro a março, o quadro se inverte com o consumo do abacaxi “in natura” chegando a quase 60% (ARANTES, 2001).
 Produção de Abacaxi no Brasil
O abacaxizeiro é, provavelmente, originário da região compreendida entre 15º N e 30º S de latitude e 40º L e 60º W de longitude, o que inclui as zonas central e sul do Brasil, o nordeste da Argentina e o Paraguai. Estudos de distribuição do gênero Ananas indicam que o seu centro de origem é a região da Amazônia compreendida entre 10º N e 10º S de latitude e entre 55º L e 75° W de longitude, por se encontrar nela o maior número de espécies consideradas válidas até o momento. Assim, a região Norte do Brasil pode ser considerada um segundo centro de diversificação desse gênero.
A produção brasileira de abacaxi é, em sua maioria, destinada ao mercado interno de frutas frescas (menos de 1% do total produzido é exportado). O crescimento nas exportações brasileiras de frutos de abacaxi será favorecido pelo aperfeiçoamento dos sistemas produtivos praticados no país, com a utilização de tecnologias que promovam a melhoria quantitativa e qualitativa da produção, e pela regularidade da oferta a preços competitivos no mercado internacional. (EMBRAPA COMUNICAÇÃO PARA TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA, 2000)
A seguir dados sobre a produção estadual do fruto e desempenho de produção de 1970/2015:
Gráfico 1 Desempenho do abacaxi no Brasil
 Tabela 1 Produção brasileira de abacaxi
Abacaxi: Estruturas e Características
A composição química do abacaxi varia muito de acordo com a época em que é produzido. De modo geral, a produção ocorre no período do verão e gera frutas com maior teor de açúcares e menor acidez.
Apesar de boa resistência à seca, produz melhor na faixa de 1.000 a 1.500 milímetros de chuva por ano, tolerando de 600 até 2.500 milímetros, entretanto, muito sensível ao frio, não tolerando ambientes muito gelado. A temperatura ótima está entre 29 e 31ºC suportando, todavia, mínima até de 5ºC e máxima de 43ºC. Seu plantio pode ser instalado em qualquer tipo de solo, desde que não seja sujeito ao encharcamento, preferindo solos leves e pH entre 5,5 e 6,0.
Figura 4 Plantio de abacaxi
Fonte: Curso Produção de Abacaxi - plantio
Figura 5 Detalhes externos e internos do abacaxi
Fonte: https://blog.institutoalmaconsciente.com/2014/11/19/abacaxi/
O abacaxi destaca-se pelo valor energético, devido à sua alta composição de açúcares, e valor nutritivo pela presença de sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cobre e iodo) e de vitaminas (C, A, B1, B2 e Niacina). No entanto, apresenta teor proteico e de gordura inferiores a 0,5% (FRANCO, 1989).
O abacaxi destaca-se pelo valor energético, devido à sua alta composição de açúcares, e valor nutritivo pela presença de sais minerais (cálcio, fósforo, magnésio, potássio, sódio, cobre e iodo) e de vitaminas (C, A, B1, B2 e Niacina). No entanto, apresenta teor proteico e de gordura inferiores a 0,5% (FRANCO, 1989).
 
Tabela 2 Composição química do abacaxi
O fruto apresenta alto conteúdo em bromelina, que auxilia o processo de digestão. Trata-se de mistura de enzimas proteolíticas que em meio ácido, alcalino ou neutro, transforma as matérias albuminoides em proteoses ou peptona. A bromelina pode ser isolada do suco da fruta ou do talo da planta, ocorrendo em maior concentração no cilindro central do abacaxi (MEDINA, 1987).
Mesmo com baixo teor de pectina, o abacaxi é adequado para a fabricação de geléias devido ao seu teor de ácido (SENAI, 1990). Analisando a cv. Cayenne, GRANADA et al. (2001) perceberam disparidade marcante em relação aos valores relatados por outros pesquisadores. Encontraram conteúdo dos sólidos solúveis inferiores (6,8 0Brix) quando comparados com os resultados de 9,4 a 17,5 0Brix obtidos por MEDINA (1987) e de 12ºBrix encontrado por CAMPOS (1993). Para o pH (3,6) observaram valores similares aos de MEDINA (1987), JACKIX (1988) e PELEGRINE, VIDAL e GASPARETO (2000), os quais encontraram valores entre 3,7 e 4,2; 3,2 e 3,5, respectivamente.Quanto a acidez triturável relatou-se valores superiores (1,44%) aos obtidos por JACKIX (1988), o qual cita conteúdo de 0,96% para o fruto no estádio maduro e de 0,47% para o abacaxi verde. 
A elevada influência de fatores como cultivar, grau de maturação, condições climáticas e porção da fruta pode explicar a discrepância encontrada por diferentes pesquisadores para determinados componentes do fruto (CAMPOS, 1993).
Consumo de Abacaxi no Brasil
O IBGE estima que a aquisição média de abacaxi por habitante no Brasil, em 2008 e 2009, era de 1,476 quilogramas e a respectiva população no mesmo período era de 190 milhões de habitantes, multiplicando um número pelo outro o resultado é um consumo total aproximado de 285 mil toneladas. Na população atual, estimada em 205 milhões de habitantes, o consumo seria de 310 mil toneladas em contraste com uma produção de 2,5 milhões de toneladas. Somente as centrais de abastecimento, ou CEASAs, que participam do sistema de informação do PROHORT (Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro) da CONAB Companhia Nacional de Abastecimento) comercializaram em 2015, 188 mil infrutescências de abacaxi, algo aproximadamente próximo à quantidade de 310 mil. É importante ressaltar que várias centrais, com volume de comercialização significativo, ainda não participam do PROHORT, como a rede do interior da CEAGESP e na Região Nordeste, as únicas que fazem parte do sistema são a da Grande Fortaleza e a partir de 2015 a de CEASA ficando excluídas CEASAs de capitais importantes como Salvador e o Grande Mercado do Produtor de Juazeiro (BA). (ALMEIDA, CAMARA E OLIVEIRA, 2016)
Tabela 3 Comercialização de infrutescências
Fonte: IBGE, CONAB e CEAGESP
Segundo o PROHORT e a CEAGESP, o entreposto de São Paulo foi o maior entreposto comercializador de abacaxis do Brasil, com quase 50 mil infrutescências comercializadas em 2015. Apesar de comercializar apenas 2,5% da produção brasileira de abacaxis, a CEAGESP é o maior ponto individual de comercialização e a grande diversidade de origens acabam por tornar o entreposto de São Paulo um excelente lugar para o entendimento da comercialização brasileira.
Em 2015, duzentos e dois atacadistas do ETSP comercializaram abacaxis, mas apenas oito foram responsáveis por mais de cinquenta por cento do volume. A maior parte das cargas ainda chega a granel, com capim entre as camadas de frutos e cobertos por lona. A descarga de abacaxi é das mais demoradas, o caminhão ocupa o espaço por várias horas e o capim descartado e os frutos amassados contribuem bastante para o total do lixo produzido no entreposto. (ALMEIDA, CAMARA E OLIVEIRA, 2016).
Descarte de Resíduos
No Brasil grande parte dos alimentos de origem vegetal é desperdiçada, observa-se que ocorrem perdas em todas as etapas da cadeia produtiva. De acordo com Roriz (2012), já na colheita estima-se que haja 10% de perda. Nas etapas seguintes, transporte e industrialização, o percentual de perda estimado é de 50%. Esses desperdícios continuam até o preparo do alimento, onde cerca de 10% do vegetal adquirido não é utilizado. (AMORIM, 2016)
As indústrias produtoras de suco de frutas e de polpas congeladas, também são responsáveis pela geração de toneladas de resíduos agroindustriais. Os principais resíduos gerados na indústria de suco são as cascas e sementes, oriundas do esmagamento de grandes quantidades de frutas para elaboração de suco. Na tabela a seguir encontram-se informações sobre o percentual de resíduos gerados durante a produção de certos sucos. (AMORIM, 2016)
 
Tabela 4 Percentual de resíduos
Fonte: Pereira et al., (2009) com adaptações.
No que se refere à produção de polpa de frutas congeladas, grandes quantidades de resíduos são geradas no decorrer de todo o processo. Já na etapa inicial têm-se um elevado desperdício, pois é necessária uma criteriosa seleção das frutas, as quais devem ser: sãs, não apresentar sujeira, estar livre de fungos, bactérias, parasitas e substâncias que não façam parte de sua composição natural. Dessa forma, as frutas que não se enquadrem nesse padrão são descartadas. Nas fases de descascamento, corte e despolpamento, também são geradas quantidades imensas de resíduos. Ainda que estes sejam biodegradáveis, é necessário um tempo mínimo para que ocorra a decomposição dos mesmos, sendo assim constituem-se fonte de poluição ambiental (JERÔNIMO, 2012; CATANEO et al., 2008).
 A criação de novos produtos, baseados na utilização de resíduos de frutas, corresponde a uma alternativa sustentável, pois o aproveitamento integral de frutas e outros produtos de origem vegetal minimizam a produção de lixo orgânico, aumenta a vida útil do alimento, fornece novas fontes de nutrientes e ainda beneficia a renda familiar. Essa prática tem ainda a vantagem de poder ser aplicada tanto no setor industrial como no ambiente residencial (AMORIM, 2016).
Impactos causados
O lançamento das águas de lavagem residual diretamente na rede de esgotos, sem que haja um tratamento prévio, também corresponde a um grave problema ambiental ocasionado pelas indústrias produtoras de polpas, uma vez que esse efluente é constituído de grandes concentrações de cloro residual, resíduos inorgânicos insolúveis, e muita matéria orgânica (JERÔNIMO, 2012). 
Além da contaminação de corpos hídricos, e da depreciação dos solos, devido ao grande acúmulo dos resíduos agroindustriais, têm-se ainda a formação de um ambiente 21 adequado para a proliferação de vetores, como mosquitos, ratos, baratas, e formigas, os quais podem acarretar prejuízos à saúde e bem estar humano (ARAGÃO, 2010; PERAZZINI e BITTI, 2010).
BROMELINA
História
A existência da bromelina foi provavelmente primeiramente estabelecida por Marcano em 1891, e por Chittenden, que a extraiu do suco e estudou sua ação em detalhes. Peckold e colaboradores, em 1876, encontraram a enzima proteolítica no abacaxi brasileiro. Heinecke descobriu em 1957 que o talo do abacaxi contém mais bromelina que a fruta, e a enzima passou a ser produzida em escala comercial.
O que é a Bromelina
O nome bromelina foi originalmente aplicado a qualquer protease de qualquer planta membro da família Bromeliaceae. É, portanto, um nome coletivo para enzimas proteolíticas ou proteases encontradas em tecidos, incluindo: talo, fruto e folhas de plantas da família Bromeliaceae, da qual o abacaxi (Ananas comosus) é o mais conhecido. Constitui uma mistura incomum, complexa, de diferentes tiol-endopeptidases e outros componentes não completamente caracterizados como: fosfatases, glicosidases, peroxidases, celulases, glicoproteínas, ribonuclease, carboidratos, entre outros.
Composição e Propriedades
Composição de aminoácidos da bromelina do fruto:
	
	Fruto Verde
	Fruto Maduro
	Lisina
	8,3
	-
	Histidina
	1,4
	1,3
	Arginina
	8,6
	9,1
	Ácido Aspártico
	29,8
	29,8
	Treonina
	13,8
	13,8
	Serina
	32,2
	32
	Ácido glutâmico
	23,2
	23,4
	Prolina
	11,6
	12
	Glicina
	32,6
	32,2
	Alanina
	23,8
	24,4
	Cistina
	10,0
	10,0
	Valina
	19,8
	20,1
	Metionina
	6,0
	5,8
	Isoleucina
	16,4
	16,2
	Leucina
	10,0
	10,0
	Tirosina
	22,4
	22,2
	Fenilalanina
	7,6
	8,0
	Triptofano
	5,6
	-
	Amônia (Amida)
	43,0
	43,4
	Glucosamina
	<0,2
	<0,2
Tabela 5 Composição de aminoácidos
Compreende principalmente espécies enzimáticas múltiplas glicosiladas da superfamília da papaína, com diferentes atividades proteolíticas, massas molares entre 20 e 31 kDa e pontos isoelétricos entre 4,6 e 10. Uma família enzimática considera um grupo de enzimas que mostram uma relação evolutiva para, pelo menos, uma enzima. A maior família de cisteína-proteases identificada até o momento por sequência homologa é a família da papaína, dos quais seus membros incluem uma ampla gama de enzimas, tanto procariotas quanto eucariotas, abrangendo bactérias, plantas, invertebrados e vertebrados.
A atividade enzimática da bromelina compreende largo espectro, com pH ótimo entre 5,5 e 8,0. A bromelina cliva, preferencialmente, ligações peptídicas glicil, alanil e leucil. É inativada quando submetida a temperaturascomumente utilizadas em pasteurização, e sua desnaturação térmica é irreversível.
A fração proteolítica do talo do abacaxi tem sido chamada bromelina do talo, enquanto apresenta na fruta, bromelina da fruta. É evidente que existe considerável confusão, quanto à possibilidade de as enzimas serem distintas proteínas ou representam duas formas de uma única enzima, e a confusão foi exacerbada pelo uso do mesmo nome, bromelina.
A bromelina procedente do talo do abacaxi apresenta ponto isoelétrico igual a 9,5 é a mais abundante protease entre as preparações derivadas do abacaxi. Já a bromelina do fruto do abacaxi apresenta ponto isoelétrico igual a 4,6, e está presente em menor quantidade.
Muitos estudos contraditórios descreveram mais de seis componentes diferentes no talo, e pelo menos dois na fruta, dependendo da localização geográfica do abacaxi. Recentemente, o abacaxi tem mostrado conter pelo menos quatro cisteína-endopeptidases. As mais proeminentes são a bromelina do talo e da fruta; e as duas adicionais são ananaína, e a comosaína.
A sequência de aminoácidos da bromelina do talo foi determinada por Ritonja e colaboradores, em 1989, demonstrando que esta enzima é membro da família da papaína. As composições de aminoácidos da bromelina do fruto, de frutos maduros e verdes são mostradas na tabela a seguir. A bromelina do talo possui somente um resíduo de histidina por molécula, enquanto a papaína possui dois resíduos de histidina. Também a bromelina contém um resíduo de metionina e a papaína não o possui.
A bromelina do talo possui um grupamento sulfidril reativo por molécula, sendo essencial para a atividade catalítica.
A bromelina do talo existe como uma única cadeia polipeptídica, com 211 ou 212 aminoácidos. A massa molar é estimada em 22.828 Da. A estrutura de um oligossacarídeo de preparações de bromelina tem sido reportada e, portanto, sua massa molar está ao redor de 23,8 kDa.
A atividade da bromelina do talo é descrita como sendo ampla, visto que vários substratos sintéticos são hidrolisados por esta enzima. Em termos de especificidade para hidrólise de ligações amida, a ananaína e a bromelina do fruto são membros típicos da família da papaína, preferindo resíduos hidrofóbicos. Já a bromelina do talo é incomum, aparentemente requer uma arginina para uma clivagem eficiente em substratos pequenos.
A bromelina do talo é comumente extraída a partir do suco do talo, por precipitação com álcool etílico. Posteriormente pode ser purificada através de coluna cromatográfica de troca iônica e filtração em gel.
Presente em grande quantidade no abacaxi e essa proteína tem diversas propriedades e uso como, na ajuda de tratamento de ferimentos, queimaduras e até de feridas ulcerativas.
A bromelina aumenta a propriedade antimicrobiana e cria também uma barreira seletiva que aumenta a atividade proteica e outras atividades importantes para a cicatrização, como o aumento de antioxidantes e da vascularização. Além disso a bromelina ajuda a eliminar rapidamente o tecido morto e danificado e renova as células da pele.
A proteína do abacaxi é objeto de interesse para a indústria farmacêutica, pois a bromelina tem caráter de limpar o tecido necrosado do ferimento e ainda formar uma barreira protetora contra os microrganismos. No entanto, por ser uma enzima, ela tem limitações de uso na indústria, uma vez que é facilmente desnaturada e degradada, além de ser instável em algumas formulações por isso tem que haver muito cuidado com questões como temperatura e pH. (NOVAES, 2014)
ARGININA
História
Em 1886, A Arginina foi isolada a partir de extratos aquosos de tremoços de altramuz, por Ernst Schulze e Edward, e a descoberta de sua estrutura química foi feito por Hedin em 1895, após conseguir extrai-la mantendo-a num estado puro.
Figura 6 Fórmula estrutural da ArgininaFonte: www.mascarellsemillas.com
Fonte: www.engquimicasantossp.com.brFigura 7 Salmina
 
A melhor fonte de arginina é a salmina (tipo de protamina). A salmina (uma protamina) contém aproximadamente 85-86% de arginina. Devido a isso, ela é a melhor fonte de obtenção deste aminoácido.
O Que é Arginina
A arginina é um aminoácido essencial produzido no nosso organismo, porém esse aminoácido é produzido em quantidade insuficiente para atender todas as necessidades, pois este aminoácido está presente de uma grande quantidade de sistemas, ciclos e interações bioquímicas. Haja vista a sua importância, este aminoácido é vendido separadamente e como parte de uma grande quantidade de suplementos.
A Arginina estimula a hipófise aumentando a secreção do hormônio de crescimento, isso explica sua ação queimando gorduras e promovendo o desenvolvimento da massa muscular. Durante o exercício físico, através de desaminação das proteínas, o organismo produz grande quantidade de amônia. O aumento na concentração de amônia por sua vez produz um aumento de ácido lactato sanguíneo, ocasionando a fadiga muscular. A Arginina e a Ornitina convertem a amônia em ureia (por ser 30 vezes menos toxicas) diminuindo, assim, a fadiga muscular. Esse aminoácido é produzido pelo corpo humano; no entanto, em recém-nascidos e em certos casos de saúde, a produção pode não atender as necessidades mínimas. As melhores fontes de L-Arginina são chocolate, coco, laticínios (leite e queijo), gelatina, carne, aveia, ovos, amendoim, soja, nozes, farinha de trigo, trigo e germe de trigo.
Figura 8 Hipófise
Fonte: http://www.cenapro.com.br
Um dos momentos onde a produção de arginina endógena não atende à demanda do metabolismo são as fases aonde o indivíduo está em treinamento intenso. Ele age dessa forma por conta de a fadiga estar associada à vasodilatação promovida pelo óxido nítrico que é formado a partir da L-arginina.
Óxido Nítrico
Óxido nítrico, também conhecido como monóxido de nitrogênio (NO), é uma substância química gasosa, incolor e conhecida por mediar processos que ocorrem dentro e fora das células. Esse óxido é capaz de se dissolver em gorduras, óleos vegetais e outros lipídios.
O óxido nítrico, possui a função de combater bactérias e age, também, como neurotransmissor das células nervosas para as demais.
Figura 9 Pré-Sinapse
Fonte: http://www.scielo.br
O óxido nítrico produzido pela arginina tem ação vasodilatadora produzindo a hemodilatação, pois age diretamente no relaxamento do músculo liso da parede dos vasos sanguíneos, dilatando-o, por conta disso há um aumento no fluxo sanguíneo diminuindo a pressão arterial, que gera maior oferta de glicose pelos músculos durante a atividade física, a melhora no abastecimento nutricional do tecido muscular contribuindo para melhor qualidade do treinamento ena recuperação muscular, processo que acaba por se tornar mais rápido, e a dilatação dos vasos e aumento do fluxo sanguinho resulta também no aumento e agilidade da oferta de nutrientes para os tecidos.
Figura 10 Pressão arterial
Fonte: academiafw.blogspot.com
O corpo possui mecanismos que dissolvem qualquer agente que possua óxido nítrico em sua fórmula, por meio de um valor específico do pH.
Como uso utópico a arginina é usada para dermatite de pele e couro cabeludo. É usado em cremes, xampus e condicionadores (que fazem uso de sua propriedade hidratante também).
Uso no Mercado
A arginina é usada na hiperamonemia, ajudando na excreção do excesso de nitrogênio, nos casos de necessidade de liberação do hormônio do crescimento; Nos casos de imunodepressão, aumentando o número de linfócitos T; No combate ao câncer; Para o desenvolvimento muscular e redução das gorduras corpóreas; Na cicatrização de queimaduras e outros ferimentos; Age protegendo os hepatócitos (células hepáticas) contra agentes tóxicos; Age desintoxicando o organismo; E é usada para aumentar a fertilidade masculina.
Contraindicações
Ela pode provocar a disfunção erétil (impotência sexual). Pessoas com problemas respiratórios, como a asma, são mais vulneráveis a ataques asmáticos, pois o uso do suplemento pode provocar esses ataques. O mau uso da arginina na musculação pode causar ainda baixa pressão arterial,problemas sanguíneos
O mau uso da arginina na musculação pode causar ainda baixa pressão arterial, problemas sanguíneos.
E é contraindicado para diabéticos, pessoas com problemas cardíacos, mulheres grávidas ou amamentando.
POLIMERO
A humanidade utiliza os polímeros desde a antiguidade. Os chineses obtêm um verniz extraído de uma arvores chama Rhus Vernicflua desde 1000 a.C.
Os polímeros são macromoléculas formados a partir de unidades de repetições chamados monômeros. Os monômeros são pequenas moléculas que formam uma grande cadeia chamada cadeia polimérica.
Biopolimeros
Os biopolímeros são polímeros ou copolímeros produzidos a partir de matérias-primas de fontes renováveis, como: milho, cana-de-açúcar, celulose, quitina e outras. (BRITO, AGRAWAL, ARAÚJO, MÉLO, 2011).
CARBOXIMETILCELOLOSE (CMC)
A carboximetilcelulose (CMC) é um ânion derivado da celulose; é um aditivo seguro (classificado como BPF pela ANVISA), que é muito solúvel em água, na qual forma tanto soluções, quanto géis, tudo controlado de acordo com a quantidade de água que está sendo adicionado ao polímero e vice-versa. O CMC é encontrado de diferentes formas, o mais usual é a carboximetilcelulose sódico. A CMC é aeróbica e anaerobicamente biodegradável por bactérias encontradas no meio ambiente.
Figura 11 Fórmula estrutural do CMC
Fonte: boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com
Como é obtido
Carboximetilcelulose sódico é um éter de celulose formado a partir da reação da celulose com hidróxido de sódio, originando uma celulose alcalina. A partir da reação da celulose alcalina com monocloroacetato de sódio obtém-se a carboximetilcelulose sódico.
Características. 
A carboximetilcelulose é fisiologicamente inerte, ou seja, não interfere de forma alguma no nosso organismo, por esse motivo isso tem uma excelente propriedade para aplicações em farmacologia e como aditivo alimentar.
CMC possui uma enorme gama de aplicações, com as seguintes propriedades: agente espessante, doador de viscosidade, ele mantêm as propriedades físicas dos alimentos, mantendo a homogeneidade dos produtos e impedindo a separação dos diferentes ingredientes que compõem sua fórmula , emulsificante, age alterando a viscosidade do meio onde está inserindo alterando da solução para o gel, engomante, agente adesivo, entre outras. A propriedade mais importante do carboximetilcelulose sódico é a viscosidade por possuir características tixotrópicas (muda de viscosidade e num certo ponto finito mantêm sua viscosidade) e em certos casos ela é pseudoplásticas (fluido não Newtoniano), ou seja, sua viscosidade sofre influências de fatores externos, tais como nesse caso: velocidade de agitação (cisalhamento), tempo de agitação, e temperatura.
Onde é aplicado
O CMC é utilizado como estabilizante por diversos tipos de alimentos como margarinas, gel acoplam-te para ensaios por ultrassom, espessante, doador de viscosidade para algumas formulações de detergentes, ligante, aglutinante para tintas, estabilizante para sucos (refrescos em geral), retenção de água, formação de filmes resistentes a óleos, graxas e solventes orgânicos e é meio suporte para imobilização de enzimas e/ou microrganismos.
NANOCELULOSE DO BAMBU
O bambu é considerado uma gramínea, ou seja, um capim. O bambu em muitos lugares e por muitas pessoas é considerado um material nobre para construção, já há muitos séculos é usado para construir casas em países asiáticos. É um recurso fácil de se obter por ser rapidamente renovável
O bambu tem baixo custo de produção, além de ser muito pouco poluente. O crescimento do bambu é muito rápido. Bambu cresce tão rapidamente que se tiver um bambu ao lado de sua casa poderá ouvi-lo crescer a noite. Os bambus crescem no mínimo 23 cm por dia, isso sem adubo nem tratamento especial; a casos de bambus que chegaram a crescer até 1,21 cm em um único dia. O bambu, ao ser semeado, vai criando e fortalecendo raízes e, de repente, brota e começa a crescer atingindo alturas imensas de 25 m de altura normalmente e em três anos o bambu está maduro. O bambu não precisa de replantio, você corta e ele rebrota, crescendo a partir do ponto cortado. O bambu não é exigente quanto ao solo onde está, pois ele consegue crescer bem em solos inóspitos onde a agricultura não é possível, porem cresce melhor em regiões tropicais e subtropicais.
Figura 12 Bambu
Fonte: 1 Super.abril.com.br
A partir do bambu pode-se extrair a nanocelulose. A extração de nanocelulose de fibras vegetais é um exemplo da crescente busca por materiais mais sustentáveis com bom desempenho e qualidade
Nanofibras podem ser obtidas a partir de procedimentos químicos ou mecânicos. No procedimento química faz-se a hidrolise das estruturas de celulose formando cristais conhecidos como whiskers ou nanocristais.
Na forma mecânica pode se separar a partir do refino, microfuidição e sonificação por exemplo.
A nanocelulose numa visão geral é um produto muito útil por conta de uma combinação única de propriedades físicas, químicas e biológicas, como elevada resistência mecânica, leveza, alta área superficial, biodegradabilidade, biocompatibilidade, entre outras. A nanocelulose é visto e abrange diversos setores da indústria, como papel, têxtil, construção civil, alimentícia, biomédica, farmacêutica, cosméticos, automotiva, aeroespacial, eletrônica, entre outras.
 LEGISLAÇÃO
ANVISA – Rotulagem
A rotulagem tem como objetivo estabelecer as informações indispensáveis relacionadas à utilização e à indicação que devem constar nos rótulos desses produtos. (PORTAL ANVISA,2019)
As normas de rotulagem têm por objetivo dispor da informação que deve figurar nos rótulos de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, para que contenham as instruções indispensáveis relacionadas a sua utilização ou informação adequada. (BRASIL, 2000).
Os rótulos são elementos essenciais de comunicação entre produtos e consumidores; concernentes a sua utilização, assim como toda a indicação necessária referente ao produto, a fim de interagir o consumidor e o produto que irá fazer uso (BRASIL, 2008).
Rotulagem obrigatória 
O Manual, instituído inicialmente pela Resolução RDC n° 168, de 10 de julho de 2002, foi revisto em 2011 COM O intuito de renovar a identidade visual das embalagens de medicamentos distribuídos pelo Ministério da Saúde.
Considerando-se que na embalagem enfocam-se as informações de identificação e instruções, de acordo com as regulamentações governamentais; a oferta e apresentação destes produtos devem garantir o direito do usuário de ter acesso a todos as informações necessárias de maneira eficiente, inclusive sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dele.
“Art. 8° Os rótulos das embalagens primárias de medicamentos devem conter as seguintes informações:
 I - Nome comercial do medicamento; 
II - Denominação genérica de cada princípio ativo, em letras minúsculas, utilizando a Denominação Comum Brasileira (DCB);
 III - Concentração de cada princípio ativo, por unidade de medida ou unidade farmacotécnica, conforme o caso; 
IV - Via de administração;
V - Nome da titular do registro ou sua logomarca desde que ela contenha o nome da empresa;
VI - Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), da empresa titular do registro ou de sua responsabilidade;”
(PORTAL ANVISA,2009)
Rotulagem Específica
“Art. 5° Os rótulos das embalagens secundárias de medicamentos devem conter as seguintes informações: 
I - O nome comercial do medicamento;
II - A denominação genérica de cada princípio ativo, em letras minúsculas, utilizando a Denominação Comum Brasileira (DCB); 
III – A concentração de cada princípio ativo, por unidade de medida ou unidade farmacotécnica, conforme o caso;
IV - A via de administração; 
V - A quantidade total de peso líquido, volume e unidades farmacotécnicas, conforme o caso; 
VI - A quantidade total de acessórios dosadores que acompanha as apresentações, quando aplicável; 
VII - A forma farmacêutica; 
VIII - A restrição de uso por faixa etária, na face principal, incluindo a frase, em caixa alta, "USO ADULTO","USO ADULTO E PEDIÁTRICO ACIMA DE___", "USO PEDIÁTRICO ACIMA DE ____", indicando a idade mínima, em meses ou anos, para qual foi aprovada no registro o uso do medicamento, ou "USO ADULTO e PEDIÁTRICO", no caso de medicamentos sem restrição de uso por idade, conforme aprovado no registro; 
IX - A composição qualitativa, conforme Denominação Comum Brasileira (DCB), e quantitativa de cada princípio ativo, incluindo, quando aplicável, a equivalência sal base; 
X - Os cuidados de conservação, indicando a faixa de temperatura e condições de armazenamento, conforme estudo de estabilidade do medicamento; 
XI - O nome e endereço da empresa titular do registro no Brasil; 
XII - O nome e endereço da empresa fabricante, quando ela diferir da empresa titular do registro, citando a cidade e o estado, precedidos pela frase "Fabricado por:" e inserindo a frase "Registrado por:" antes dos dados da empresa titular do registro; 
XIII - O nome e endereço da empresa fabricante, quando o medicamento for importado, citando a cidade e o país precedidos pela frase "Fabricado por" e inserindo a frase "Importado por:" antes dos dados da empresa titular do registro; 
XIV - O nome e endereço da empresa responsável pela embalagem do medicamento, quando ela diferir da empresa titular do registro ou fabricante, citando a cidade e o estado ou, se estrangeira, a cidade e o país, precedidos pela frase "Embalado por:" e inserindo a frase "Registrado por:" ou "Importando por:", conforme o caso, antes dos dados da empresa titular do registro; 
XV - O número do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do titular do registro; 
XVI - A expressão "Indústria Brasileira";
XVII - O nome do responsável técnico, número de inscrição e sigla do Conselho Regional de Farmácia da empresa titular do registro; 
XVIII - Telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa titular do registro ou de sua responsabilidade; 
XIX - A sigla "MS" adicionada ao número de registro no Ministério da Saúde conforme publicado em Diário Oficial da União (DOU), sendo necessários os treze dígitos. (PORTAL ANVISA,2009
COMPOSIÇÃO DO GEL CICICATRIZANTE DESENVOLVIDO A BASE DE BROMELINA E ARGININA
Composição
Para a composição do gel cicatrizante foram utilizados os seguintes produtos.
Carboximetilcelulose (CMC)
A Carboximetilcelulose sódica (CMC), é usado como meio de transporte e para unir todos os subprodutos, e é responsável por formar um gel, gel esse de característica homogenia, isso por conta de sua característica espessante.
Bromelina 
É um dos principais subprodutos, tem uma gama de funções dentre elas ação antimicrobianas, e cria também uma barreira seletiva que aumenta a atividade proteica e outras atividades importantes para a cicatrização, como o aumento de antioxidantes e da vascularização. Além disso a bromelina ajuda a eliminar rapidamente o tecido morto e danificado e renova as células da pele.
Arginina 
Subproduto vasodilatador responsável por aumentar a demanda de nutrientes e estruturas ajudando assim a nutrição, coagulação e consequente a cicatrização.
Nipagin
Subproduto de suma importância responsável por aumentar o tempo de vida do gel, é um conservante muito usado.
Propilenoglicol
O Propilenoglicol é um composto higroscópico que tem ação umectante, ele é responsável por manter o gel úmido e a ferida hidratada. Além disso o Propilenoglicol tem ação bactericida.
 MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
· Agitador Magnético;
· Água destilada;
· Álcool Etílico 96%;
· Bagueta de vidro;
· Balança analítica;
· Barra Magnética (Peixinho);
· Béquer 100 mL;
· Béquer 25 mL;
· Béquer 250 mL;
· Béquer 50 mL;
· Béquer 500 mL;
· Béquer 600 mL;
· Béquer de 4000mL;
· Chapa Aquecedora;
· Espátula metálica;
· Estufa de secagem;
· Faca;
· Folhas, talo e casca do Abacaxi;
· Garra metálica;
· Geladeira;
· Liquidificador;
· Pipeta de Pasteur;
· Placa de Petri;
· Placa de Toque de 12 Cavidades;
· Potenciômetro;
· Solução Tampão pH 6,2;
· Suporte universal;
· Termômetro.
Casca, Folhas e Talo do Abacaxi
O abacaxi foi adquirido num mercado local, na cidade de Ribeirão pires. Foi removido a casca, o talo e as folhas do abacaxi; lavagem em água corrente; cortes em pequenos pedaços.
Figura 13 Cascas, folhas e talo.
Fonte: Própria, 2019
Foi então, batidos no liquidificador com uma alíquota de água destilada para melhor desempenho. Foi retirado o extrato com o bagaço e filtrado até total eliminação do extrato num béquer.
 Fonte: Própria, 2019 
Figura 14 Extrato obtido após Filtração
Figura 15 Trituração
Fonte: Própria, 2019
 
O extrato foi colocado num agitador magnético com agitação mínima para ajustar o pH para 6,2 e tamponado para o pH constante.
Figura 17 Extrato tamponadoFigura 16 pH do extrato tamponado
Fonte: Própria, 2019 Fonte: Própria, 2019 
A imagem acima é o extrato já tamponado, logo com o pH corrigido com pronto para a extração da bromelina. 
Extração da Bromelina
Segundo Freiman e Sabaa-Srur (1996) um dos melhores processos de extração é por precipitação por álcool etílico 96% a 5ºC, sabendo disso, com o extrato já tamponado foi adicionado lentamente e sobre agitação constante (agitação mínima no agitador magnético) o álcool etílico 96%. 
Figura 18 extração da Bromelina
Fonte: Própria, 2019 
Ao adicionar o álcool, foi observado um precipitado se formando a cada instante; após adicionar tudo, foi deixado 20 minutos em agitação e então em descanso para a total decantação.
 
Figura 18 Bromelina em forma de precipitado Figura 18 Decantação da Bromelina
Fonte: Própria, 2019 			 Fonte: Própria, 2019
Para a comprovação da bromelina, foi realizado o seguinte procedimento: Foi pego uma alíquota da solução álcool-bromelina num béquer com a pipeta de Pasteur; adicionou -se umas alíquotas em duas cavidades na placa de toque; foi adicionado gota por gota lentamente na solução no leite afim de observar sua turvação.
Figura 19 Comprovação passo 1
Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
Figura 20 Comprovação Placa de Toque
A bromelina foi comprovada devido a turvação no leite, onde a bromelina quebra as ligações peptídicas dos aminoácidos contidas na caseína do leite dando o aspecto de turvação. O teste foi feito em comparativo com uma bromelina comercial, onde a mesma apresentou as mesmas características da bromelina extraída.
Elaboração do Gel Cicatrizante
Realizou-se a formulação do gel cicatrizante a base da arginina e a bromelina, obtendo- se os seguintes componentes e proporção para cada um deles.
Para a produção de 150 g de gel.
	Componentes
	Matéria prima
	Quantidade
	Uso (%)
	Antibacteriano,
Anti-inflamatório
	Bromelina
	0,82 g
	4,14
	
	
	
	
	Vasodilatador
	Arginina
	2,2 g
	11,07
	Veículo
	Carboximetilcelulose
	3,37 g
	18,82
	Umectante
	Propilenoglicol
	10,42 g
	65,22
	Conservante
	Metilparabeno
	0,15 g
	0,75
Tabela 6 Componentes do Gel Cicatrizante
Fonte: Própria, 2019
Primeiramente foi pesado todos os produtos utilizando uma balança analitica..
 
Figura 23 Peso BromelinaFigura 21 Peso CMC
Figura 22 Peso Nipagin
Fonte: Própria, 2019 Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
 Figura 24 Peso Arginina
 Figura 25 Peso Propilenoglicol
 Fonte: Própria, 2019
 Fonte: Própria, 2019 1
 
Após a pesagem de todos os produtos utilizados na formualação, foi dado ínicio a produção do gel.
Na produção do gel a água destilada foi mantida entre 60 a 80 graus celsius e então adicionou-se o nipagin em agitação até sua completa solubilização.
Figura 26 Gel de CMC
Fonte: Própria, 2019
Em seguida foi feito o controle do calor da chapa magnética; adicionando -se vagorosamente o CMC de forma gradativa durante agitação mecânica, até não restar mais micelas.
 Após o gel (veículo) pronto, foi deixado em descanso até a temperatura em aproximadamente 35ºC e a solução e logo então, os demais ingredientes.
Figura 27: Produto final
Fonte: Própria,2019
Envase Manual
Após a formulação do produto, obtendo a consistência, textura próxima a um creme gel cicatrizante, realizou -se o envase.
O envase foi realizado em tubo de plástico, embalagem similar a industrial; de coloração branca, liso, sem impressão direta, com rotulagem adesiva manual.
O tubo foi higienizado com álcool 70% e com seringa estéril, coletou amostra já pronta e acondicionou na embalagem primária do gel cicatrizante.
O logotipo e adesivo foi criado, com análise feita no mercado comparado ao de outros rótulos concorrentes. O Adesivo foi impresso numa gráfica particular após análise da rotulagem.
Figura 29 Envase ManualFigura 28 Envase Manual 2
Fonte: Própria, 2019Fonte: Própria, 2019
 Figura 30 Produto Envasado 2
Figura 31 Produto Envasado 1
Fonte: Própria, 2019Fonte: Própria, 2019 
 
Resíduos
O processo de extração da bromelina acaba gerando resíduos, resíduos sólidos (cascas, folhas e talos dos abacaxis moídos) e resíduos líquidos (álcool usado na precipitação da bromelina).
Ambos os resíduos ainda têm propriedades que podem ser exploradas, por conta disso foi encontrado caminhos de reutilizar esses resíduos.
Resíduos sólidos 
As cascas folhas e talos do abacaxi tem muitas estruturas fora a bromelina, como diversos nutrientes e vitaminas dentre elas temos: A casca do abacaxi concentra mais nutrientes do que a sua polpa: ela carrega mais vitamina C, betacaroteno, vitaminas do complexo B, cálcio, manganês, potássio e ferro. 
Por conta da riqueza nutricional dos resíduos foi decidido criar uma farinha a partir dos restos do abacaxi obtido.
Procedimento
•	Os restos foi lavado e secado em estufa a 100 graus celcius por 1 hora. 
•	Em seguida o produto já seco foi triturado novamente.
•	Depois de triturado foi coado o produto para separar as estruturas mais grossas que poderá voltar para o processo de trituração para que seja usado também. 
•	A partir daí a farinha está pronta e pode ser usada para comer como complemento alimentar em leite, iogurte e até mesmo na produção de bolo
Figura 32 Bolo Feito
Figura 33 Fazendo o Bolo
Figura 34 Secagem da Farinha
Figura 35 Trituração da Farinha
Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
Resíduos Líquidos
No processo de precipitação da bromelina há o uso de álcool numa proporção de 4 L de álcool pra 1 L de extrato de abacaxi. Dessa forma tornasse viável a recuperação desse álcool para ser reutilizado.
Procedimento
Primeiramente coloca-se 1,5 grama de carvão para cada 100 ml de solução alcoólica., e agitar.
Após 15 minutos o produto é colocado sobre filtragem.
Pegar parte liquida restante (álcool recuperado) e adicionar novamente para o processo de extração.
Figura 36 Adição de Carvão no Álcool
Figura 37 Filtração do Álcool
Figura 38 Álcool Sujo
Fonte: Própria, 2019Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
 Figura 39 Álcool Filtrado
 Fonte: Própria, 2019
Fluxograma Laboratorial
Figura 40 Fluxograma laboratorial
Fonte: Própria, 2019 
Fluxograma Industrial
Fonte: Própria, 2019
Figura 41 Fluxograma Industrial
Fonte: Própria, 2019 
 ANÁLISES E TESTES
Análises Físico-Químicas
Os ensaios de análises Físico-químicas foram realizados no laboratório da Etec Maria Cristina Medeiros, localizado no munícipio de Ribeirão Pires.
Teste de Umidade
O teste de humidade foi feito a partir de 4,7188 g do gel pronto, pesado na embalança analítica, onde o mesmo foi colocado na estufa em 100ºC durante 1 hora. E em seguida foi mantida num dissecador até atingir a temperatura ambiente (aproximadamente 30 minutos), em seguida, foi pesado novamente onde obtivemos o peso de 0,3503 de massa seca.
Figura 42 Massa Seca + Tara
Figura 43 Massa Úmida
Fonte: Própria, 2019
Figura 44 Tara do Recipiente
Fonte: Própria, 2019 Fonte: Própria, 2019
Fonte: Própria, 2019
Teste de pH
O teste de pH feito com potenciômetro no produto já pronto, mostrou:
Figura 45 pH do produto
Figura 46 Medindo pH do produto
Fonte: Própria, 2019 Fonte: Própria, 2019 
 
Teste de Densidade
A densidade do gel foi determinada pesando-se 10 gramas do gel, e essa massa foi colocada numa proveta com 10 ml de água e a partir da variação do volume foi possível determinar a densidade utilizando a relação: 
Densidade=Massa/ Volume.
Teste de Desenvolvimento de Microrganismos 
As imagens a seguir mostra o teste feito com duas placas de petri depois de 2 semanas:
Figura 47 Teste microbiológico 2
Figura 48 Teste microbiológico 1
Fonte: Própria, 2019 Fonte: Própria, 2019 
Teste de Aplicabilidade
	Foram realizados três testes no período de 4 dias, passando o nosso produto em feridas abertas e limpas duas vezes ao dia.
Figura 49 Teste de Aplicabilidade 1
Fonte: Própria, 2019
Figura 50 Teste de Aplicabilidade 2
Fonte: Própria, 2019 
Figura 51 Teste de Aplicabilidade 3
Fonte: Própria, 2019
 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Teste de Umidade
Após a segunda pesagem (massa seca), obtivemos o teor de humidade do nosso gel:
Massa Úmida: 29,9431 – 25,2243 = 4,7188
Massa Seca: 25,5746 – 25,2243 = 0,3503
Qtd. Umidade: Massa Úmida - Massa Seca = 4,3685
 
Teor de Umidade: 4,7188 – 100%
 4,3685 – X
 Teor de Umidade = 92,58 %
Teste de pH
O pH do produto já pronto foi satisfatório, com o pH em 6,3; um pH ótimo para a atividade enzimática da bromelina.
Teste de Densidade
Massa pesada = 10 g do gel
Volume inicial de água na proveta = 10 ml
Volume após adição de 10 g de gel = 18 ml
Volume do gel = (Vf-V0)
Volume do gel =18-10 = 18 ml
Densidade= massa
 volume
logo:
Densidade=10,0 =1,25 g/ml
 8
1,25 g/ml
Teste de Desenvolvimento de Microrganismos
Os testes microbiológicos mostraram que não houve colônias de bactérias ou fungos no produto após 2 semanas, comprovando a efetividade antimicrobiana do princípio ativo, a Bromelina.
MONTAGEM DA LINHA DO GÉL CICATRIZANTE
Associações
Por meio de associações com empresas e industriais que produzem e vendem produtos como suco de abacaxi entre outros derivados, é possível obter a matéria prima necessária para a produção do nosso subproduto (bromelina), de forma fácil e economicamente viável.
Coleta das cascas, folhas e talo do abacaxi
 	A coleta dos resíduos do abacaxi será realizada diariamente por um caminhão com refrigeração controlando a de temperatura, mantendo-o em 15ºC.
O recolhimento será realizado no período noturno, com caminhão de baú fechado, livre de madeiras, livre de madeiras, higienizado com controle de temperatura, próprio para transporte de insumos e alimentos.
Recebimento do produto: Seleção dos produtos coletados separando produtos já em degradação dos demais, verificação de quais estão aptos para a produção do medicamento.
Extração da bromelina
•	Limpeza das cascas, talos e folhas por meio da passagem dos mesmo por uma esteira para lavagem de frutas.
•	Trituração dos insumos lavados em uma trituradora.
•	Filtração para retenção dos resíduos sólidos e levar líquido até um tanque.
•	Adição de solução tampão pH 6,2 em agitação
•	Adição de álcool etílico P.A a 5 °C em agitação.
•	Filtração do resíduo solido(bromelina)
Formação do gel
•	Solubilização dos subprodutos em água deionizada (bromelina, arginina, Propilenoglicol e metilparabeno) em tanque com agitação.
•	Adição de carboximetilcelulose sódico (CMC) de forma gradativa.
Preparação do Gel – Para 170g
Para a preparação do gel, obedeceu ao seguinte esquema em tabela:
	Formulação Farmacêutica
	Componentes
	Quantidade
	Concentração (%)
	Polímero Espessante
	Carboximetilcelulose- CMC
	4,25 gramas
	2.5
	Umectante
	Propilenoglicol
	17,7 gramas
	10
	Conservante
	Metilparabeno
	0,17 gramas
	0,1
	Veículo q.s.p
	Água Destilada q.s.p
	148,5 gramas
	-
Tabela 7 Formulação do gel de CMC
Fonte: Própria, 2019 
Preparação do Produto – Para 120mL (150gramas)
Para a preparação do produto, obedeceu ao seguinte esquema em tabela:
	Componentes
	Formulação Farmacêutica
	Quantidade
	Concentração
(%)
	Gel
	Veículo
	147,5 gramas
	98,3
	Bromelina
	Princípio Ativo
	0,6 gramas
	0,4
	Arginina
	Princípio Ativo
	1,56 gramas
	1,3
Tabela 8 Formulação do produto
Fonte: Própria, 2019 
CANVAS E CUSTOS
Tabela 9 Canvas
Fonte: Própria, 2019 
 Custos
Foram feitas diversas cotações de preços para garantir e mostrar a viabilidade econômica do projeto.
 Custo de Formulação
O custo de formulação foi feito a partir de uma produção mensal de gel, levando em consideração que a produção será de 10.000 unidades por mês.
	
Produto
	Concentração (%)
	Massa 
(Kg)
	Valor 
(R$)
	Carboximetilcelulose
	2,25 
	37,50
	1.613,25
	Bromelina
	0,55
	8,25
	600,00
	Arginina
	1,47
	22,00
	4.165,25
	Água
	86,93
	1.303,95
	75,00
	Propilenoglicol
	8,69
	130,00
	2.340,00
	Metilparabeno
	0,1
	1,500
	405,00
	10.000 Un.
	
	1.500,00
	9.198,50
Tabela 10 Custo de formulação
Fonte: Própria, 2019 
Custo por Unidade
A partir do custo mensal chegamos ao valor unitário.
	Quantidade
	Valor (R$)
	10.000 Un.
	9.198,50
	1 Um.
	0,92
Tabela 11 Custo por unidade
Fonte: Própria, 2019 
Custos Fixos
Nos custos fixos estão incluídos gastos que não deixaram de existir, e nem serão quitados.
	Custos fixos
	Valor unitário
	Valor (R$)
	Água
	 R$ 19,2 m²
	2000,00
	Eletricidade
	R$ 0,5 KW/H
	6.000,00
	Telefone e internet
	R$ 200
	200,00
	Funcionários
	 R$ 1.200 à R$ 1.400
	6.500,00
	Materiais de limpeza
	R$ 200
	200,00
	Aluguel
	R$ 120 m²
	4.125,60
	Total
	
	19.025,60
Tabela 12 Custos fixos
Fonte: Própria, 2019 
Custos de Investimento
Por fim nas cotações há o custo de investimento, onde está incluído todo o investimento em equipamentos.
Tabela 13 Maquinário
Fonte: Própria, 2019 
A partir do custo em investimento obtemos a depreciação, que é o custo que será incluído ao produto para quitar a conta do maquinário em um determinado período do tempo.
Com um custo de R$ 285.549,00 e a produção de 10.000 unidades, foi possível um valor de depreciação de R$ 0,65 por unidade em 3 anos (36 meses).
Custo Total por Unidade
O valor total de custos por unidade se fez a partir da soma dos custos fixos, custos de receita, depreciação tudo dividido por 10.000(quantidade de unidades) mais o custo da embalagem.
	Custo total por unidade
	valor (R$)
	Custos fixos
	2,00
	Custo da receita
	0,92
	Depreciação
	0,65
	Embalagem
	1,00
	TOTAL
	4,57
	
	
Figura 52 Custo por unidade
Fonte: Própria, 2019 
Valor de Venda do Produto
A partir das pesquisas de campos realizadas chegamos a um preço médio do valor de venda do nosso produto, que ficou em R$ 15,00, valor esse que vai gerar 328,23 % de lucro.
PESQUISA DE CAMPO
Pesquisa de campo realizada com 659 pessoas na ETEC Professora Maria Cristina Medeiros e online onde se obteve os seguintes resultados:
Gráfico 2 Qual seu Gênero?
Fonte: Própria, 2019 
Gráfico 3 Qual sua Idade?
Fonte: Própria, 2019 
Gráfico 4 Cidade onde reside?
Fonte: Própria, 2019 
Gráfico 5 Você sabia que Brasil está entre os maiores produtores de abacaxi no mundo (1,62 milhão de toneladas, em 45.000 hectares plantados)?
Fonte: Própria, 2019 3
Gráfico 6 Você sabia que a Bromelina, uma proteína que pode ser encontrada no Abacaxi tem propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e antioxidantes, e pode auxiliar no tratamento de feridas?
Fonte: Própria, 2019 
Gráfico 7 Sabendo disso você usaria um gel com as propriedades enzimáticas do abacaxi, auxiliando na cicatrização de feridas e queimaduras?
Fonte: Própria, 2019 
Gráfico 8 Levando em consideração o preço atual do mercado para os géis cicatrizantes, quanto você está disposto a pagar por um produto com essas propriedades?
Fonte: Própria, 2019 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível produzir um Gel à partir da Carboximetilcelulose contendo Bromelina e Arginina, com os testes de aplicabilidade foi constatado a manutenção da atividade enzimática no gel, demonstrando o seu potencial de auxílio na cicatrização e mostrando que o nosso princípio ativo, junto a arginina, é funcional e dessa forma vemos que o gel se mostra promissor para o uso em feridas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DEALEY, Carol, Cuidando De Feridas - Um Guia Para As Enfermeiras Disponível em: < https://www.tecbook.com.br/livros/DE0629/9788574540702/cuidando-de-feridas-um-guia-para-as-enfermeiras.html> Acesso em: 13/04/2019
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FRANCELINO, Woton, Gel

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