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Evolução da Cadeia de Suprimentos

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CADEIA DE SUPRIMENTOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Sérgio Luiz Pirani 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Esta etapa tem como objetivo demonstrar a evolução histórica da 
Logística e da Gestão da Cadeia de Suprimentos ao longo do tempo, assim como 
a evolução e a mudança dos conceitos inerentes à Logística e Cadeia de 
Suprimentos. 
Aqui é importante frisar que Logística e Cadeia de Suprimentos, embora 
tenham tarefas dentro do mesmo âmbito, e ambas as tarefas permeiam uma a 
outra, estas são distintas, o que é uma das evoluções que ocorreram nos últimos 
anos. 
Abordaremos, também, ao longo deste estudo, o que é e os objetivos da 
Gestão da Cadeia de Suprimentos, estoques, compras, vendas, marketing, 
tecnologia da informação, recursos humanos, rede de distribuição na cadeia, 
classificação de fornecedores, negociação, estratégias e inovações, parcerias 
com fornecedores, a importância da Tecnologia da Informação, e as principais 
tendências, deixando distintas as tarefas exercidas nela e as tarefas da 
Logística. 
Com a evolução para gerir as empresas, a Gestão da Cadeia de 
Suprimentos, no que se refere à Logística das organizações, tornou-se fator 
estratégico para a competitividade das empresas, pois estas não haviam mais 
como enxugar os custos de produção e viram nesse serviço a solução para 
maiores ganhos e ter sua imagem bem vista em relação aos clientes, pois a 
entrega responsiva, tanto na manufatura como para o consumidor, tornou-se um 
diferencial, pois a empresa manufatureira garante a produção sem atrasos e o 
consumidor final fica satisfeito com as entregas rápidas e exatas daquilo que foi 
solicitado. 
Mas que para isso aconteça, entra a gestão da cadeia e como ela é feita 
por elos, sendo estes as empresas que fazem parte da cadeia, como um 
fornecedor, um distribuidor, atacadista, varejista ou uma indústria, e a gestão 
deve agir em cada elo para que consiga obter o menor custo operacional 
possível sem afetar a qualidade do serviço prestado. 
Percebe-se, aqui, a complexidade de gerir uma cadeia de suprimentos, 
assim como fica evidente a sua importância para as empresas, uma vez que é 
estratégica para determinar o sucesso das operações das organizações, seja de 
uma empresa manufatureira ou de prestação de serviços. Então, vamos ver 
 
 
3 
como essa poderosa ferramenta evoluiu ao longo do tempo, tornando-se fator 
chave para o sucesso de uma organização. 
TEMA 1 – CADEIA DE SUPRIMENTOS – O QUE É ESSA FERRAMENTA? 
Para compreendermos melhor a evolução histórica dessa ferramenta, 
primeiro, devemos entender o conceito de Logística e de Cadeia de Suprimentos, 
pois, assim, você perceberá a diferença entre as duas. 
Observe o Quadro 1, que apresenta alguns conceitos de autores 
renomados na área. 
Quadro 1 – Conceitos de Cadeia de Suprimentos 
CONCEITOS DE CADEIA DE SUPRIMENTOS 
Chopra e Meindl 
(2001, p. 3) 
Afirmam que uma cadeia de suprimento engloba todos os estágios 
envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de 
um cliente. A cadeia de suprimentos não inclui apenas fabricantes e 
fornecedores, mas também transportadoras, depósitos, varejistas e os 
próprios clientes. 
Szabo (2015, p. 15) Descreve que a cadeia de suprimentos abrange todas as 
movimentações de materiais, desde o recebimento da matéria-prima 
vinda de seus fornecedores, passando pela manufatura do produto, 
seus distribuidores até a entrega ao consumidor final. 
Stevenson (1999, p. 
530) 
Corrobora que uma cadeia de suprimentos é uma sequência de 
fornecedores, depósitos, operações e estabelecimentos varejistas. As 
empresas podem ter cadeias de suprimentos distintas devido à 
natureza de suas operações, e devido ao setor de atividades em que 
atuam. 
Council Of 
Supply Chain 
Management 
Professionals – 
CSCMP (2022) 
O gerenciamento da cadeia de suprimentos abrange o planejamento 
e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas no fornecimento 
e aquisição, conversão e todas as atividades de gerenciamento de 
logística. É importante ressaltar que também inclui coordenação e 
colaboração com parceiros de canal, que podem ser fornecedores, 
intermediários, provedores de serviços terceirizados e clientes. Em 
essência, o gerenciamento da cadeia de suprimentos integra o 
gerenciamento da oferta e da demanda dentro e entre as empresas. 
Fonte: Pirani, 2022. 
No Quadro 2, a seguir, veremos alguns conceitos de logística. Por meio 
deles, veremos e frisaremos as diferenças entre essas duas importantes 
ferramentas dentro de uma organização. 
 
 
4 
Observe que há um propósito dos conceitos em relação às datas, por 
exemplo, nos conceitos de Cadeia de Suprimentos há um horizonte de tempo de 
1999 a 2022, e referente à logística de 2014 a 2022; com isso, poderemos 
observar se houve mudança em relação aos conceitos ao longo desse período. 
Quadro 1 – Conceitos de Logística 
CONCEITOS DE LOGÍSTICA 
Bowersox; Closs; 
Cooper; 
Bowersox (2014, 
p. 4) 
Dentro da gestão da cadeia de suprimentos de uma empresa, logística 
é a função necessária para transportar e posicionar geograficamente 
o estoque. Dessa forma, a logística é um subconjunto de atividades e 
ocorre dentro do quadro mais abrangente da cadeia. Ela é o processo 
que cria valor pela gestão e pelo posicionamento do estoque e 
combina o gerenciamento de pedidos, do estoque, do transporte, do 
depósito, do manuseio de materiais e da embalagem, integrados por 
meio de uma rede de instalações. 
Caxito (2019, p. 2) A logística representa o elo entre todas as expectativas geradas pelos 
demais departamentos, seja vendas, marketing, finanças, custos, 
pesquisa e desenvolvimento e produção, seja por todos os setores 
que, somados, visam a um mesmo objetivo: o sucesso de suas metas. 
Szabo (2015, p. 15) Logística é o processo de planejar, executar e controlar o fluxo e a 
armazenagem de produtos, com o objetivo de atender aos requisitos 
do consumidor. Ela visa ao aproveitamento eficaz e eficiente do tempo 
e da qualidade, além dos bons custos da matéria-prima. 
Council Of 
Supply Chain 
Management 
Professionals – 
Cscmp (2022) 
Definição de Gestão Logística do CSCMP 
A gestão da logística é a parte da gestão da cadeia de suprimentos 
que planeja, implementa e controla o fluxo e o armazenamento de 
mercadorias, serviços e informações relacionadas de forma eficiente 
e eficaz entre o ponto de origem e o de consumo, a fim de atender aos 
requisitos dos clientes. 
Fonte: Pirani, 2022. 
Em relação aos conceitos de Cadeia de Suprimentos, no Quadro 1, 
percebemos que há uma ênfase em que ela engloba todos os estágios 
envolvidos, direta ou indiretamente, no atendimento de um pedido de um cliente 
(Chopra; Meindl, 2003), assim como os outros dois autores Szabo (2015) e 
Stevenson (1999), usam outras palavras, mas corroboram a amplitude das 
ações dela em um todo em relação aos processos organizacionais. Nesses 
conceitos, observa-se que as ações da cadeia de suprimentos vão além da 
logística. 
 
 
5 
Mas fica evidente as diferenças quando observamos os conceitos de 
CSCMP (2022) e Bowersox, Closs, Cooper, Bowersox (2014), o primeiro afirma 
que a logística é uma parte da cadeia de suprimentos com tarefas distintas 
dentro do planejamento da cadeia e que é também afirmado pelo segundo grupo 
de autores que deixam claro que a logística “Dentro da gestão da cadeia de 
suprimentos de uma empresa, logística é a função necessária para transportar 
e posicionar geograficamente o estoque”, ou seja, a logística cuida das 
movimentações e algumas tarefas de planejamento dentro da cadeia de 
suprimentos. 
1.1 Funções de uma cadeia de suprimentos 
 
Um dos principais objetivos da gestão da cadeia de suprimentos é a 
integração entre os participantes dela, e essa integração fica mais estreita 
quando se realiza o seu mapeamento, o qual iremos abordar mais adiante de 
forma detalhada,pois, somente assim acontecerá um gerenciamento otimizado 
em que todos os participantes da cadeia agirão de forma colaborativa. 
Em relação aos fornecedores, o relacionamento deixa de ser somente 
focado no preço, mas volta-se para um relacionamento de parceria a longo 
prazo; a confiança nas relações é a base do compromisso das partes envolvidas. 
A transparência nas relações é fator-chave para a troca de tecnologias e 
conhecimento na cadeia, pois é nesse âmbito que há o desenvolvimento de 
novos processos e produtos, em que os pares agem de forma participativa direta 
com sinergia positiva entre as partes. 
 
 
6 
No que tange aos consumidores, a gestão de relacionamento com os 
clientes (CRM – Customer Relationship Management) é realizada na venda e no 
pós-venda, tanto para prospectar dados do cliente, como para atender suas 
necessidades, daí a prospecção de informações do cliente ser primordial. 
Hoje, os prestadores de serviços são classificados como parceiros, pois o 
sucesso da gestão da cadeia está atrelado ao bom e confiável relacionamento 
com eles, por isso a importância de ter critérios rígidos de seleção para que o 
relacionamento entre as partes seja duradouro. Agora, vamos ver algumas 
funções da logística dentro da cadeia de suprimento. 
1.2 Funções da logística dentro da cadeia de suprimentos 
Dentro da gestão da cadeia de suprimentos de uma empresa, a logística 
é a função necessária para transportar e posicionar geograficamente o estoque. 
Dessa forma, a logística é um subconjunto de atividades e ocorre dentro do 
quadro mais abrangente da cadeia. Ela é o processo que cria valor pela gestão 
e pelo posicionamento do estoque e combina o gerenciamento de pedidos, do 
estoque, do transporte, do depósito, do manuseio de materiais e da embalagem, 
integrados por meio de uma rede de instalações. Já a logística integrada serve 
para vincular e sincronizar a cadeia de suprimentos como um processo contínuo 
e é essencial para a conectividade efetiva da cadeia. Embora o objetivo do 
trabalho logístico tenha permanecido essencialmente o mesmo ao longo de 
décadas, o modo como o trabalho é realizado continua a mudar radicalmente 
(Bowersox; Closs; Cooper; Bowersox (2014, p. 4). 
No quadro 3 podemos ver algumas das atividades que são realizadas no 
cotidiano logístico, ou seja, aqui fica claro os subconjuntos das atividades 
exercidas pela logística dentro da cadeia de suprimentos, mas essas são só 
algumas das atividades exercidas pela logística, existem muito mais e que serão 
abordadas ao longo deste estudo. 
 
 
 
7 
Quadro 2 – Algumas das atividades da logística 
 
Crédito: Artiom Photo/Shutterstock. 
1. Transportes (marítimo, hidroviário, 
dutoviário, aéreo, rodoviário), 
roteirização das entregas, custeio do 
transporte rodoviário de cargas, 
decisão sobre os melhores meio de 
transporte etc. 
 
Crédito: Abscent Vector/Shutterstock. 
2. Gestão de estoques, endereçamento e 
movimentação e manuseio de 
materiais, custos de armazenagem, 
controle de entrada e saída de 
materiais etc. 
 
 
Crédito: Vectorbum/Shutterstock. 
3. Desenvolvimento e projetos de 
embalagens – paletes, contêineres – 
isso é realizado em relação à legislação 
e padronização mundial de 
embalagens, uma vez que as vendas e 
recebimentos são globais -
padronização ISO. 
 
Crédito: O n E studio/Shutterstock. 
4. Gestão de armazéns que engloba 
recebimentos e conferência de 
materiais, responsável pelo controle de 
qualidade dos produtos no instante em 
se recebe e se faz a conferência, 
controle do registro e endereçamento 
dos materiais, preparação, conferência 
e expedição de pedidos. 
 
Crédito: Ground Picture/Shutterstock. 
5. Gestão de pedidos – recebimento e 
conferência do que foi pedido pelo 
cliente, no relacionamento com este 
tirar dúvidas e informar o 
acompanhamento do que foi solicitado, 
controlar disponibilidade de inventário 
etc. 
Agora, acredito eu, que tenha ficado claro as diferenças entre a Logística 
e a Cadeia de Suprimentos, e que tenha percebido que as tarefas de ambas, 
https://www.shutterstock.com/g/Artiom+Storojenco
https://www.shutterstock.com/g/Abscent
https://www.shutterstock.com/g/Vectorbum
https://www.shutterstock.com/g/jongjet
https://www.shutterstock.com/g/Ground+Picture
 
 
8 
como afirmado anteriormente, permeiam entre uma e outra, daí serem conjuntas 
nas relações, pois uma depende da outra diretamente. Assim, podemos ver 
como houve a evolução dessas duas importantes tarefas ao longo do tempo para 
se tornar fator-chave para o sucesso de uma organização na atualidade. 
TEMA 2 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LOGÍSTICA E CADEIA DE 
SUPRIMENTOS – REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Não podemos ir direto ao ponto da evolução da gestão da cadeia de 
suprimentos, pois esta é oriunda da evolução da logística e que, historicamente, 
falando em termos organizacionais, é bastante recente. Veremos, a seguir, como 
isso ocorreu ao longo do tempo. 
2.1 A Revolução Industrial 
A Primeira Revolução Industrial ocorreu entre 1780 e 1840, na Inglaterra, 
que, segundo Ferreira, Reis e Pereira (2006), foi o primeiro impacto que 
promoveu uma profunda transformação econômica e social. O homem do campo 
e o antigo artesão, destituídos de qualquer coisa além de sua força de trabalho, 
passaram a vendê-la ao novo capitalismo industrial. Na Segunda Revolução 
Industrial, ocorrida entre 1840 e 1895, o processo de industrialização se alastrou 
da Grã-Bretanha para vários países, promovida por aprimoramento dos meios 
de transporte e pelo abundante capital acumulado na Inglaterra. 
Até então as produções eram locais para consumo local ou na região, e 
não mais que isso. Porém, com a evolução dos meios de transportes, que na 
época foi o transporte ferroviário e o naval, a produção passa a ser realizada 
para o consumo de um país; posteriormente, abrange países de outros 
continentes. Nessa época, embora com toda a revolução, as tecnologias e os 
métodos de trabalhos eram rudimentares, mas à medida que as ferrovias foram 
sendo implementadas barateando os custos dos transportes, novas 
necessidades surgiram, como equipamentos para a movimentação dos 
materiais, equipamentos para carregar e descarregar navios, o que, para a 
época, eram tecnologias fantásticas e que otimizavam em muito as tarefas do 
dia a dia, pois o comércio marítimo internacional não previa embalagens e as 
mercadorias eram soltas nos cascos dos navios, dificultando muito a carga e 
descarga das mercadorias, como se pode observar na Figura 1. 
 
 
9 
Figura 1 – Antigo navio cargueiro sendo carregado manualmente 
 
Crédito: AY Amazefoto/Shutterstock. 
2.2 Enfoque nas melhorias dos transportes rodoviários e armazéns no 
início do século XX 
No início do século XX, o combustível, como a gasolina, era um item muito 
barato. Assim, os primeiros caminhões que surgiram foram projetados para 
utilizar esse tipo de combustível. Os motores a diesel, segundo a Blumeglobal 
(2022), foram introduzidos em meados da década de 1920, nessa época, já 
existiam conceitos para as empilhadeiras, tamanho foi o avanço das tecnologias 
e novas necessidades. 
Observe na Figura 2 que os caminhões eram pequenos em vista do que 
estamos acostumados a ver na atualidade, mas nesse tempo foi um grande 
avanço, pois facilitava muito a transferência de produtos de um lugar para o outro 
de forma rápida. 
 
https://www.shutterstock.com/g/Ayrat+Yusupov
 
 
10 
Figura 2 – Caminhão de carga antigo 
 
Crédito: Arcansel/Shutterstock. 
Com a evolução dos transportes e sua grande rapidez em transportar as 
mercadorias, as necessidades deixaram de ser locais e estavam longe dos locais 
onde eram produzidas; assim, nasce a necessidade da construção de armazéns 
para suprir as demandas longe do local de produção e necessidades regionais. 
O período desse desenvolvimento foi em 1925, quando os paletes tiveram 
seus primeiros usos, permitindoque as mercadorias fossem consolidadas, 
trazendo maior segurança na manipulação, garantindo a qualidade do produto e 
otimizando a quantidade de se transportar mais produtos de uma única vez, 
tendo melhor aproveitamento dos armazéns de forma vertical. 
TEMA 3 – O INÍCIO DA MECANIZAÇÃO NA CADEIA LOGÍSTICA 
Se buscarmos a evolução nas organizações na literatura, perceberemos 
que 1930 e 1950 foi uma fase muito profícua para invenções de modo geral. 
Forte mudança no modo gerir as empresas e a padronização dos processos é 
um dos indicadores desse avanço, pois muitos estudiosos, engenheiros, 
administradores e aplicadores de ideias viram que a padronização facilitaria 
muito os processos de serviços e de produção nas organizações. 
https://www.shutterstock.com/g/Stub
 
 
11 
Logicamente, essa evolução atingiu fortemente a cadeia logística em 
todas as suas esferas, como a gestão de armazéns e estoques, sistemas de 
produção (movimentação de materiais para a produção), linha de produção, 
transporte interno e externo à organização etc., mas não com a visão acurada 
da logística como vemos hoje, pois antes não haviam aplicado o conceito de 
logística nas organizações, mas iniciavam os estudos para tal aplicação. 
Com a Segunda Guerra Mundial (1939 e 1945), muitos estudiosos, como 
Eli Whitney, Frederick W. Taylor, Henry Ford e observadores viram que a 
logística, embora não com o conceito atual, era um fator crucial para o sucesso 
das tropas na linha de frente, pois entregavam os suprimentos, com as maiores 
adversidades possíveis, em tempo certo e com as quantidades necessárias para 
o provimento das tropas, e essa leitura foi feita por especialistas da área que 
trouxeram o conceito da logística de guerra para dentro das organizações. 
A mecanização era só uma questão de tempo, pois as necessidades já 
existiam, e antes desse período, o engenheiro Eugene Bradley Clark cria a 
empilhadeira para facilitar a movimentação de materiais, veja a história, da 
própria Clark fabricante de empilhadeira até hoje: 
Clark: Fabricante de empilhadeira desde 1917 
Você já se perguntou quem foi o inventor da empilhadeira, item 
essencial em quase toda operação logística? Algumas invenções que 
melhoram nosso dia são mundialmente conhecidas, bem como seus 
idealizadores. A lâmpada elétrica, o automóvel, o telefone […] Mas 
pouco falamos sobre a criação da empilhadeira. Tudo começou em 
1917 em uma fábrica de brocas da indústria ferroviária, no estado de 
Michigan, no norte dos Estados Unidos. O engenheiro Eugene Bradley 
Clark buscava uma maneira eficaz e barata de transportar cargas de 
um ponto a outro e que não necessitasse da força humana. Na época, 
a empilhadeira ainda não existia. A matéria-prima em questão era 
pesada, como areia e material de fundições de tornos das instalações 
da fábrica. Portanto, encontrar uma alternativa à força humana também 
agilizaria o processo. 
Tructractor – o primeiro produto de transporte da CLARK 
Foi assim que um grupo de funcionários da CLARK, com ajuda de 
Eugene Clark, deram vida ao primeiro protótipo de empilhadeira. Uma 
espécie de caminhão com plataforma de três rodas e uma caixa com 
capacidade de transportar até duas toneladas. Foi batizado de 
Tructractor. Alguns anos mais tarde, a CLARK lançaria também a 
primeira empilhadeira com um elevador hidráulico – o Tructier. (Clark 
Empilhaeiras, 2022). 
Saiba mais 
Para conhecer mais cada tipo de empilhadeiras, acesse o link disponível 
em: <https://clarkempilhadeiras.com.br/>. Acesso em: 15 set. 2022. 
https://clarkempilhadeiras.com.br/
 
 
12 
Podemos perceber com essas criações da Clark Empilhadeiras que, à 
época, foi revolucionário para a movimentação de materiais e era um caminho 
sem volta, devido à agilidade, à capacidade de carga e à segurança nas 
operações proporcionadas por esses veículos, e o ganho de produtividade por 
funcionário nunca tinha alcançado um patamar tão elevado. 
TEMA 4 – A PADRONIZAÇÃO E A CONTEINERIZAÇÃO NA CADEIA 
LOGÍSTICA – 1950 
Na atualidade, é bastante comum vermos contêineres sendo 
transportados com mercadorias por caminhões por toda parte em nosso país. 
Essa embalagem, vamos dizer assim, foi revolucionária para o meio de 
transporte de mercadorias em todo o mundo, pois proporciona versatilidade, 
proteção, agilidade na carga e descarga, só para citar algumas vantagens. O 
contêiner foi considerado a maior revolução nas redes logísticas em todo o globo. 
Mas como os contêineres chegaram nesse patamar na atualidade? 
4.1 Conteinerização 
A PSL Services Logistics (2022) afirma que o primeiro contêiner de 
transporte padrão foi inventado e patenteado por Malcolm McLean (EUA, 1956). 
Embora ele não fosse um transportador marítimo, era dono da maior empresa 
de caminhões do país. Gradualmente, ele teve a ideia de como tornar o 
transporte intermodal perfeito e eficiente. Durante anos, quando Malcolm 
começou sua empresa de transporte rodoviário, a carga era carregada e 
descarregada em caixas de madeira de tamanhos ímpares, ele observou 
carregadores de docas descarregando cargas de caminhões e transferindo-as 
para navios, e ficou surpreso com a inadequação desse método. Malcolm sabia 
que tanto as transportadoras quanto as companhias de navegação ganhariam 
com um processo padronizado de transferência de carga. Então, ele decidiu 
fazer uma mudança – comprou a Pan Atlantic Tanker Company com todos os 
seus ativos de transporte. Com isso, começou a experimentar melhores formas 
de carregar e descarregar caminhões. Finalmente, surgiu o que hoje é chamado 
de contêiner de transporte. É forte, resistente a roubo, confiável e fácil de 
transferir. Em abril de 1956, o primeiro contêiner foi embarcado, o Ideal X. Ele 
partiu de Port Newark e fez sua rota com sucesso para Houston. 
 
 
13 
Já na estreia de lançamento, esse meio de transportar mercadorias com 
agilidade e segurança foi um sucesso, e pelas suas enormes vantagens, 
permanece até a atualidade e com poucas alterações, mas todas elas 
padronizadas obedecendo as necessidades internacionais, uma vez que é 
utilizado no mundo inteiro. Podemos, com isso, afirmar que é indiscutível que 
essa invenção foi a maior revolução nos últimos tempos em relação aos meios 
de transportes de mercadorias. 
Isso se deve às características inerentes aos contêineres e uma das 
principais é sua intermodalidade, ou seja, pode ser transportado por vários 
modais, pois tamanha é a sua importância em que as indústrias navais, de trens, 
caminhões e aeronáuticas moldaram seus padrões de construções para que 
seus produtos destinados aos transportes fossem adaptados diretamente na 
indústria, ou fossem adaptados de forma razoavelmente simples para atender 
esse nicho de mercado de transporte. 
Na verdade, tornou-se uma obrigatoriedade, pois o mundo cedeu as suas 
versatilidades, em que a padronização proporcionou que tanto um caminhão, um 
trem ou navio possam dar continuidade ao mesmo transporte em qualquer parte 
do mundo, ou seja, uma mercadoria que sai da Índia, por exemplo, que tem seu 
trajeto iniciado por um caminhão, pode desembarcar em um navio até chegar ao 
Brasil, que poderá ser transportado por trem, caminhão, barcaça (em água doce 
nas hidrovias) ou ainda navios, sem ser necessário fazer nenhum tipo de 
adaptação, pois todos os modais já estão projetados para receber os 
contêineres, daí a importância da padronização. 
Já imaginou como seria uma carga transportada sem essa padronização 
dos contêineres? Mas ela só ocorreu a partir da década de 1960, 10 anos após 
a sua invenção e essa padronização foi denominada de “conteinerização”, o que 
foi um marco para impulsionar o comércio global trazendo grande agilidade e 
economia aos meios de transportes favorecendo o consumidor final. 
Na Figura 3 podemos perceber como os contêineres podem ser 
transportados por trens que aproveitam bem a sua capacidade de carga por meio 
do “double stack”– pilha dupla de contêineres. 
 
 
 
14 
Figura 3 – Double stack – carga dupla de contêineres (sobrepostos) 
 
Crédito: AJ Packer/Shutterstock. 
4.2 Tecnologia da informação na cadeia logística entre as décadas de 1960 
a 1980 
O governo de Washington Luís (1926-1930), o qual ficou conhecido por 
afirmar que “governar é abrir estradas” foi impulsionado pelas indústrias 
automotivas que estavam se instalando no Brasil, o que já não tinha uma tradição 
de usar o transporte ferroviário, o qual ficou em segundo plano até a atualidade, 
tanto que o transporte rodoviário de cargas é o principal até a atualidade, ou seja, 
é o que mais movimenta carga em nosso país. 
Havia uma tendência mundial a partir da década de 1960 para migrar o 
transporte ferroviário para o rodoviário para curtas distâncias. Nessa esteira veio 
a evolução dos paletes, atendendo a padronizações, uma grande evolução 
tecnológica nos equipamentos de movimentação de materiais, aliado à 
conteinerização das cargas que, além de agilizar os transportes, cargas e 
descargas, trouxe muita economia nos meios de transportes, além da 
versatilidade que permite o transporte de cargas variadas, como congeladas, 
produtos perigosos, cargas secas, combustíveis etc. 
https://www.shutterstock.com/g/AJ+Packer+19
 
 
15 
Nessa onda de agilidade nos transportes, a tecnologia da informação veio 
para somar e agilizar e trazer ainda mais confiabilidade a todos os processos 
logísticos de cadeia de suprimentos em meados da década de 1960, quando a 
IBM (International Business Machine Corporation) desenvolveu o primeiro 
sistema computadorizado de gerenciamento de estoques pelo engenheiro dessa 
empresa, Joseph Orlicky, que desenvolveu o Material Requirement Planning – 
MRP (Planejamento das necessidades de materiais) em 1964, utilizado até a 
atualidade de forma muito sofisticada. 
O MRP foi um marco na agilização dos processos logísticos, pois permitia 
fazer previsões de demanda mais precisas, diminuindo consideravelmente a 
margem de erro das necessidades de materiais para uma empresa, além de 
gerenciar de forma otimizada o armazenamento de materiais (endereçamento e 
retirada de matéria mais precisa), roteamento de caminhões e um 
gerenciamento de estoques muito mais confiável. 
O primeiro sistema de gerenciamento de armazéns em tempo real foi 
instalado em 1975, facilitando o rastreamento de pedidos, estoque e distribuição, 
levando a uma maior eficiência. Na mesma época, os códigos de barras 
tornaram muito mais fácil digitalizar produtos, iniciando o afastamento da entrada 
manual de SKUs (stock keeping unit – unidade de manutenção de estoque) e 
códigos de produto (Blumemglobal, 2022). 
TEMA 5 – CADEIA DE SUPRIMENTO VOLTADA PARA O MUNDO – 1980 ATÉ 
A ATUALIDADE 
Uma das características marcante da Cadeia de Suprimentos é a sua 
capacidade de adaptação para as necessidades ao longo do tempo, seja de um 
consumidor, seja das empresas, essa sempre muda e de modo muito rápido 
para suprir as demandas de ambos os lados, cliente e produtor. 
No que se refere às empresas, essa traz com a gestão a tecnologia da 
informação que proporciona agilidade nunca vista antes em todos os processos 
da cadeia de suprimentos, como a integração de toda a cadeia, fornecedores, 
indústria, clientes em tempo real. O termo Gestão da Cadeia de Suprimentos 
nasce na década de 1980, com a integração dos processos logísticos, pois era 
um interesse das partes participantes da cadeia como os fabricantes, 
transportadores, fornecedores etc. 
 
 
16 
Surgiram nessa esteira da evolução da informatização o computador 
pessoal, a internet, softwares voltados para infinitas necessidades, seja pessoal 
ou organizacional em uma velocidade impressionante. Os softwares 
desenvolvidos para a gestão da cadeia de suprimentos trouxeram planilhas 
flexíveis (moldáveis às necessidades particulares das organizações), 
mapeamento de processos, de rotas de transportes de mercadorias e softwares 
para gerenciamento de pátio, redes de distribuição e a introdução do 
Planejamento dos Recursos Empresariais, o Enterprise Resource Planning – 
ERP. As etiquetas RFID (Radio Frequency Identification), Figura 4, foram 
idealizadas para facilitar e aprimorar o rastreamento e a identificação eletrônica 
de itens em estoques (armazéns e mercados, por exemplo) e auxiliam também 
o controle e o rastreamento de remessas de mercadorias. 
Figura 4 – Esquema de funcionamento básico de uma etiqueta RFID 
 
Crédito: Trueffelpix/Shutterstock. 
A etiqueta RFID, conforme demonstrada no esquema da figura anterior, é 
sensível à frequência de ondas de rádio emitida por uma torre ou uma pequena 
antena interna ao armazém, por exemplo. Na etiqueta estão registradas todas 
as informações necessárias da mercadoria (track) (quem fabricou, data de 
fabricação, lote, validade, tipo de mercadoria etc.), essas informações são lidas 
pelos decodificadores vinculados a um computador que possui o software 
programado para identificar os códigos e traduzir as informações contidas na 
etiqueta. 
Outra tecnologia largamente utilizada para ajudar na gestão da cadeia de 
suprimentos é o Quick Response Code - QR Code, ou código de resposta rápida. 
Segundo a Qr Code Generator, 
Em 1994, DENSO WAVE, uma subsidiária da Toyota, precisava de 
uma tecnologia mais rápida e robusta que o código de barras. O 
https://www.shutterstock.com/g/Trueffelpix
https://www.denso-wave.com/en/technology/vol1.html/
 
 
17 
propósito era processar maiores quantidades de caracteres e rastrear 
veículos e peças com facilidade. Masahiro Hara com a sua equipe de 
duas pessoas desenvolveu o que chamamos agora de QR Code. 
O QR Code, por meio de sua facilidade de geração, capacidade de 
concentrar uma grande quantidade de informações e ser acessado por celulares, 
não precisando de um leitor especial, scanner, por exemplo, mas somente de 
um software que permite a leitura em computadores e celulares – Figura 5, além 
de qualquer pessoa conseguir gerar o código, fez com esse meio de 
comunicação se tornasse um sucesso no auxílio da gestão da cadeia de 
suprimentos. 
Figura 5 – Leitor de QR Code instalado em um celular 
 
Crédito: buffaloboy/Shutterstock. 
Esses itens de tecnologias mencionados brevemente aqui e por fazer 
parte do dia a dia de uma cadeia de suprimentos, serão abordados de forma 
mais detalhada em suas aplicações nesse material no momento oportuno. 
5.1 A cadeia de suprimentos e a globalização 
Vimos as tecnologias que contribuem para que a cadeia de suprimentos 
possa ser gerida de forma mais eficiente, como os Qr Code, RFID, código de 
barras, ERP etc. É importante salientar aqui que, na atualidade, fazer a gestão 
https://www.shutterstock.com/pt/g/buffaloboy
 
 
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de uma cadeia de suprimentos de classe mundial com a eficiência da qual se 
tem hoje, seria praticamente impossível, pois o tempo demandado para fazer 
muitas das operações seriam muito longos. Além disso, os custos ficariam 
altíssimos, podemos ver uma pequena parcela dessa complexidade na Figura 6, 
na qual visualizaremos a movimentação em determinado porto. 
Essa crescente história da evolução da cadeia de suprimentos nos remete 
a constantes transformações que ocorreram ao longo dos últimos anos de forma 
acelerada com a internacionalização da economia e trazendo grande 
complexidade para a gestão da cadeia de suprimentos, uma vez que as 
negociações de produtos acabados, matérias-primas, commodities, produção 
em parceria entre empresas que estão alocadas em vários países fizeram que a 
essa cadeia se tornasse estratégica para o sucesso das operações e 
competitividade das empresas. 
Nessa formação da história da globalização da economia e das relações 
entre países, temos alguns protagonistas que ficaram conhecidos como os 
“Tigres Asiáticos”, pois foram os maiores influenciadores para a crescente 
explosão da manufatura na Ásia, tendoa China como a estrela deles, seguida 
pela alta tecnologia e de produtos de alta qualidade do Japão e Coreia do Sul 
que ganharam o mundo exportando seus produtos a preços competitivos e com 
qualidade. 
Nessa esteira vieram as tecnologias de ponta incorporada em produtos, 
as tecnologias embarcadas, a Inteligência Artificial (IA) e as máquinas que 
aprendem, as quais contribuíram de forma rápida e direta na cadeia de 
suprimentos, uma vez, que com o uso delas, foi permitido que as absorções de 
dados dos clientes e consumidores em todo o mundo tornassem as previsões e 
análises preditivas (futuras) mais próximo da realidade, proporcionando que o 
gerenciamento de pedidos na cadeia se tornasse mais preciso. 
Essa evolução não para por aí, pois já estão configurando cadeias de 
suprimentos como um ecossistema mais colaborativo que será totalmente 
orientado por redes de participantes que, em conjunto, trabalham para a geração 
de valor na rede entregando um produto com um preço mais acessível ao cliente 
final; como consequência, o ganho também será em rede, pois todos ganharão 
ao final. 
 
 
 
 
19 
Figura 6 – Recebimento e expedição de contêineres em porto 
 
Crédito: Delpixel/Shutterstock. 
A evolução da cadeia de suprimentos sai de uma linha de evolução de 
uma integração flexível que procura se adaptar ao mercado voltado para a 
gestão dos processos logístico e de produção na década de 1970 para uma 
integração estratégica entre os elos da cadeia (elos = participantes). O trabalho 
foi realizado para que houvesse a integração plena entre os elos, voltados para 
uma logística integrada que incorpora a logística reversa, que é uma grande 
preocupação humanitária e organizacional na atualidade para que se atinja a 
integração globalizada em toda a rede. 
Não afirmar que não existem desafios nesse cenário de constante 
evolução seria uma palavra regada à inocência, pois as mudanças são a base 
da evolução da cadeia de suprimentos. Os desafios não se sustentam tanto nos 
quesitos de produção e entregas dos produtos, mas sim na ética do que e como 
é produzido um determinado produto por uma empresa. Por exemplo, a mão de 
obra utilizada é infantil? A remuneração é condizente com o mercado ou beira a 
trabalho análogo a escravidão? Quais as origens das matérias-primas? 
Impactam fortemente o meio ambiente? Tudo isso pode impactar de forma 
imediata o consumo de um produto, daí a cadeia de suprimentos não terá 
remédio para isso. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Delpixel
 
 
20 
Ainda há os desafios que deverão ser superados para fatores 
contingenciais, pois o gestor deverá estar preparado para tomar decisões 
rápidas para acontecimentos inesperados, seja no âmbito de problemas de 
alfândegas, aumentos de tarifas entre um e outro país, desastres naturais que 
possam comprometer datas já negociadas ou ainda problemas de transporte 
global, como o que ocorreu com o petróleo, em que boa parte da frota mundial 
estava carregada e não tinha onde descarregar. 
Além de todos esses desafios, pode-se perceber que está em pauta na 
agenda e aprendizagem dos gestores de cadeia de suprimentos e de fabricantes 
como trabalhar, produzir e contribuir para a sociedade junto aos conceitos dos 
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o que veremos a seguir para 
compreender melhor quais as ações da gestão da cadeia de suprimentos e 
esses objetivos, os ODS. 
 
5.2 Os objetivos do desenvolvimento sustentável e a cadeia de 
suprimentos 
Como há forte preocupação mundial com os ODS, as empresas estão 
embarcando nesses objetivos, pois como já afirmado, a cobrança da ética e 
cuidados com o meio ambiente estão sendo cada vez mais cobrados dos 
consumidores. 
Mas como a cadeia de suprimentos poderá contribuir com os ODS? Quais 
seriam as funções da cadeia que poderiam ser atingidos pelos ODS? Em 
primeiro lugar, não podemos ver a cadeia de suprimentos como sendo algo 
independente de uma organização, logo, essa está dentro dos compromissos de 
uma organização em relação aos ODS. 
Se analisarmos cada um dos ODS, fica fácil de ver como a contribuição 
da gestão da cadeia de suprimentos poderá contribuir de forma direta com vários 
ODS, como o ODS 2, ora a função da cadeia está relacionada à produção em 
toda a sua esfera, e distribuir essa produção de forma eficiente e com preços 
mais acessíveis a todo consumidor; assim, um alimento pode chegar mais barato 
onde se precisa, melhorando a nutrição da população em geral, além de tomar 
todos os cuidados na cadeia produtiva em relação à preservação ambiental. 
 
 
21 
Agora eu deixo a seu critério analisar cada um dos ODS e ver como a 
gestão da cadeia de suprimentos poderá dar sua parcela de contribuição de 
forma direta ou indireta para cada um deles. 
Figura 7 – 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 
 
Fonte: ONU. 
• Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os 
lugares; 
• Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e 
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; 
• Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para 
todos, em todas as idades; 
• Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e 
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; 
• Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as 
mulheres e meninas; 
• Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o 
saneamento para todos; 
• Objetivo 7. Assegurar a todos o acesso confiável, sustentável, moderno 
e a preço acessível à energia; 
• Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e 
sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos; 
• Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a 
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação; 
• Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles; 
 
 
22 
• Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, 
seguros, resilientes e sustentáveis; 
• Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; 
• Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima 
e os seus impactos (*); 
• Objetivo 14. Conservar e usar sustentavelmente os oceanos, os mares e 
os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável; 
• Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos 
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater 
a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de 
biodiversidade; 
• Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o 
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos 
e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os 
níveis; 
• Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a 
parceria global para o desenvolvimento sustentável. 
Saiba mais 
Sobre a Agenda dos ODS, leia o conteúdo disponível em: 
<https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/Brasil_Amigo_Pesso_Idosa/A
genda2030.pdf>. Acesso em: 15 set. 2022. 
FINALIZANDO 
No tópico 1, vimos sobre o que é a cadeia de suprimentos, suas funções 
e as funções da logística dentro da cadeia de suprimentos na intenção de deixar 
claro a diferença entre essas duas ferramentas. 
No tópico 2, comentamos sobre a evolução histórica da logística e da 
cadeia de suprimentos oriunda da Revolução Industrial. Abordamos, ainda, 
sobre o enfoque nas melhorias dos transportes e armazéns no início do século 
XXI, como fator importante para a otimização dos processos logísticos e de toda 
a cadeia. 
No tópico 3, exploramos o início da mecanização na cadeia logística, 
sendo um grande marco na evolução dos processos, em que a máquina 
começou a substituir a força humana. 
 
 
23 
No tópico 4, estudamos a padronização e a conteinerizaçãona cadeia 
logística na década de 1950, o que foi a pauta do assunto com inovações como 
a conteinerização que revolucionou os meios de transportes de mercadorias em 
todo o mundo. Vimos, também, como a tecnologia da informação entrou na 
cadeia logística entre as décadas de 1950 a 1980 e sua grande evolução nesse 
hiato de tempo. 
Findamos com o tópico 5, descrevendo a cadeia de suprimentos voltada 
para o mundo a partir da década de 1980 até a atualidade, em que trabalhamos 
sobre os efeitos da globalização na gestão da cadeia de suprimentos. Foram 
evidenciados os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e como a 
gestão da cadeia de suprimentos foi impactada e como essa poderá contribuir 
de forma direta ou indireta com cada um dos objetivos propostos nos ODS. 
 
 
 
24 
REFERÊNCIAS 
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chain/>. Acesso em: 16 set. 2022. 
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logística da cadeia de suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman/AMGH, 
2014. 
CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva 
Educação, 2019. p. 2. 
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos – 
estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003. p. 3. 
CLARK EMPILHADEIRAS. Site. Disponível em: 
<https://clarkempilhadeiras.com.br/empilhadeira-o-que-voce-precisa-
saber/#Clark_Fabricante_de_empilhadeira_desde_1917>. Acesso em: 16 set. 
2022. 
COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS. CSCMP. 
Disponível em: 
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FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão Empresarial – de 
Taylor aos nossos dias – evolução e tendências da moderna Administração de 
Empresas. São Paulo: Thomson Learning, 2006. 
MINISTÉRIO DA CIDADANIA (MDS). Transformando nosso mundo: A 
Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Disponível em: 
<https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/Brasil_Amigo_Pesso_Idosa/A
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QR CODE GENERATOR. Introdução aos QR Codes: Um Guia para Iniciantes. 
Disponível em: <https://br.qr-code-generator.com/qr-code-marketing/qr-codes-
basics/#:~:text=Em%201994%2C%20DENSO%20WAVE%2C%20uma,chama
mos%20agora%20de%20QR%20Code.>. Acesso em: 16 set. 2022. 
STEVENSON, W. J. Administração das operações de produção. 6. ed. Rio 
de Janeiro: LTC, 1999. p. 530. 
https://www.blumeglobal.com/learning/history-of-supply-chain/
https://www.blumeglobal.com/learning/history-of-supply-chain/
https://clarkempilhadeiras.com.br/empilhadeira-o-que-voce-precisa-saber/#Clark_Fabricante_de_empilhadeira_desde_1917
https://clarkempilhadeiras.com.br/empilhadeira-o-que-voce-precisa-saber/#Clark_Fabricante_de_empilhadeira_desde_1917
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/Brasil_Amigo_Pesso_Idosa/Agenda2030.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/Brasil_Amigo_Pesso_Idosa/Agenda2030.pdf
 
 
25 
SZABO, V. (Org.). Gestão da cadeia de suprimentos – parcerias e técnicas. 
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. p. 15-16.

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