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Análise de Demonstrações Contábeis

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Prévia do material em texto

ENGENHARIA ECONÔMICA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Teodoro Garbrecht 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
 
Análise das Demonstrações Contábeis 
Nas aulas anteriores, vimos os dois principais demonstrativos contábeis: 
o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, e a 
existência dos fornecedores de recursos que aplicam os recursos nas atividades 
da empresa. 
Vamos analisar essa interação na figura abaixo, com base em Assaf Neto 
(2010, p. 24): 
Figura 1 – As decisões financeiras do Balanço Patrimonial 
 
 
Os recursos aplicados pela empresa são utilizados pela mesma para a 
geração de lucro e caixa, que por sua vez são utilizados para remunerar os 
recursos de terceiros (com os juros) e os recursos próprios (com o lucro). Para 
que a empresa possa alcançar seus objetivos, sejam econômicos, sociais, 
operacionais, dentre outros, precisa gerar lucro suficiente para pagar os 
fornecedores de capital e para atender seus objetivos. 
Neste contexto, as demonstrações contábeis podem fornecer análises 
sobre a situação da empresa: 
[A análise de balanços] visa relatar, com base nas informações 
contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira 
atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as 
tendências futuras (ASSAF NETO, 2010, p. 35). 
 
Passaremos agora a interpretar as demonstrações para calcular: 
 Análise horizontal e vertical 
 Indicadores de liquidez 
 Indicadores de endividamento 
Ativo
(investimento)
Passivo
(recursos de 
terceiros)
Patrimônio 
Líquido
(recursos 
próprios
Investimento
Investimento
Lucro Gerado 
pelos Ativos
Juros
Lucro 
Líquido
 
 
3 
 Indicadores de rentabilidade 
 Indicadores de atividade 
 Capital circulante 
 
Viram que não são poucos? Vamos a eles! 
 
Análise Horizontal 
A análise horizontal compara os grupos e contas das demonstrações 
buscando estabelecer o crescimento em períodos. Pode ser utilizado para traçar 
tendências. 
É obtido tomando-se o ano mais antigo como base e comparando os 
demais períodos com a base: 
 
Variação = (Valor Atual / Valor Base) x 100 
 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 
 
Cálculo: (18.000 / 12.000) x 100 
Conta 2013 Período 
Base 
2014 Análise 
Horizontal 
Ativo 
Circulante 
12.000 100 18.000 150 
 
O valor de 150 quer dizer que houve um aumento de 2013 para 2014, 
sendo de 50% esse aumento. 
Se tivéssemos mais períodos, o ano base seria sempre o primeiro e todos 
seriam comparados em relação a ele. 
Análise Vertical 
Utilizada também para comparação, no entanto, a comparação é 
realizada entre uma conta com um valor base, dentro do mesmo período. 
Quando analisada ao longo do tempo mostra a evolução entre os diferentes 
períodos. 
 
 
4 
O cálculo é realizado verticalmente, calculando a participação de uma 
conta em relação a outra. 
 
Variação = (Valor Comparado / Valor Base) x 100 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 
Estoques 7.000 12.000 
 
Cálculo: (18.000,00 / 12.000,00) x 100 
Conta 2013 Análise 
Vertical 
2014 Análise 
Vertical 
Ativo 
Circulante 
12.000 100,00% 18.000 100,00% 
Estoques 7.000 58,33% 12.000 66,67% 
 
O percentual de 58,33%, no ano de 2013, indica que o item Estoque 
corresponde a 58,33% do total do Ativo Circulante, sendo o item de maior 
representatividade. Essa mesma conta aumentou em 2014, passando a 
representar 66,67% do total do grupo, evidenciando um aumento da 
concentração dos valores do Ativo Circulante no grupo Estoques. 
 
Indicadores de Liquidez 
No Balanço Patrimonial, vimos que, no lado do Ativo, são registrados os 
bens e direitos da empresa e, no lado do Passivo, registram-se as obrigações. 
Os indicadores de liquidez analisam a relação entre o ativo circulante e 
não circulante e o passivo circulante e não circulante, evidenciando a situação 
financeira da empresa, se a mesma possui recursos para quitar suas obrigações. 
Divide-se em: Liquidez imediata; corrente; seca e geral. 
 
A seguir, vamos analisar cada um. 
 
Indicador de Liquidez Imediata 
Também chamado de índice de liquidez imediata. Analisa os recursos que 
a empresa tem no Caixa e Equivalentes de Caixa (Caixa, Bancos e Aplicações 
 
 
5 
de curto prazo) para fazer frente às obrigações de curto prazo (Passivo 
Circulante). A fórmula é: 
 
Liquidez imediata: Caixa e Equivalentes de Caixa / Passivo Circulante 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 Passivo 
Circulante 
10.000 12.000 
Caixa e 
Equivalentes de 
Caixa 
2.000 4.000 
 
Cálculo: 2013 = (2.000 / 10.000) = 0,20 
 2014 = (4.000 / 12.000) = 0,33 
 
O índice revela que para cada R$ 1,00 que temos no Passivo Circulante 
(as dívidas), possuímos no Caixa da empresa R$0,20 em 2013. Já para o ano 
de 2014, o índice sobe para R$0,33 para cada R$1,00 de dívidas. Em função 
das empresas deixarem poucos recursos alocados em caixa, bancos e 
aplicações, e a grande maioria dos recursos ser utilizada na atividade 
operacional, esse índice é de pouco interesse para as empresas. 
 
Indicador de Liquidez Corrente 
Compara o ativo circulante com o passivo circulante de determinado 
período. Sua fórmula é: 
 
Liquidez Corrente: Ativo Circulante / Passivo Circulante 
 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 Passivo 
Circulante 
10.000 12.000 
 
Cálculo: 2013 = (12.000 / 10.000) = 1,20 
 2014 = (18.000 / 12.000) = 1,50 
 
 
6 
 
O índice revela que, para cada R$ 1,00 que temos no Passivo Circulante 
(as dívidas), possuímos no Ativo Circulante da empresa R$1,20 e R$ 1,50, em 
2013 e 2014, respectivamente. As obrigações são quitadas e sobram R$0,20 em 
2013 e R$0,50 em 2014, demonstrando uma situação confortável da empresa. 
Mas, apesar dessa situação confortável, é importante analisar os prazos de 
pagamentos das dívidas, pois, se as dívidas vencerem tudo em um curtíssimo 
prazo, talvez não tenhamos recursos em caixa imediatamente, pois podemos ter 
itens ainda no Estoque ou Contas a Receber, que serão convertidos em recursos 
financeiros posteriormente. 
 
Indicador de Liquidez Seca 
Como foi explicado no item anterior, alguns valores do Ativo Circulante 
compõem o estoque e, para serem convertidos em dinheiro, precisam passar 
pela fabricação do produto (se uma indústria), ser vendido e, se for venda a 
prazo, terá o tempo do pagamento a prazo do cliente para se transformar em 
caixa. 
Para analisar a situação da empresa sem esses itens, a fórmula é: 
 
 
Liquidez Seca: (Ativo Circulante – Estoques – Desp. Exercício Seguinte) 
/ Passivo Circulante 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 Conta 2013 2014 
Ativo 
Circulante 
12.000 18.000 Passivo 
Circulante 
10.000 12.000 
Estoque 6.000 8.000 
 
Cálculo: 2013 = (12.000 – 6.000) / 10.000 = 0,60 
 2014 = (18.000 – 8.000)/ 12.000 = 0,83 
 
O índice revela que, para cada R$ 1,00 que temos no Passivo Circulante 
(as dívidas), possuímos, no Ativo Circulante menos os Estoques e Despesas 
Antecipadas, R$0,60 e R$ 0,83, em 2013 e 2014, respectivamente. Os recursos 
 
 
7 
do Ativo Circulante não são suficientes para quitar as obrigações da empresa, 
evidenciando que a conta Estoques possui valores expressivos nos dois anos 
analisados. Se os estoques forem de difícil conversão em dinheiro, por exemplo 
pelo ciclo de fabricação ser demorado, a empresa precisa analisar as obrigações 
para não enfrentar problemas de falta de caixa. Os números também evidenciam 
que o índice está crescente, deixando a empresa menos dependente dos 
estoques. 
 
Indicador de Liquidez Geral 
Demonstra a saúde financeira de longo prazo da empresa ao analisar o 
Ativo Circulante e o Realizável a Longo Prazo (grupo do Ativo Não Circulante). 
No grupo Realizável a Longo Prazo, são lançados valores que 
normalmente se encontram no curto prazo (por exemplo, Contasa Receber de 
vendas a prazo), mas serão convertidos em recursos financeiros pela empresa 
após 12 meses. 
 
Esses valores são comparados com todas as obrigações que a empresa 
tem com terceiros, representado pelos valores do Passivo Circulante e o Não 
Circulante. 
Iudícibus (2010, pág. 96) alerta que os prazos de liquidação do passivo e 
de recebimento do ativo podem ser os mais diferenciados possíveis, portanto, o 
índice deve ser utilizado considerando esses prazos diferenciados. A fórmula 
para o cálculo é: 
Liquidez Geral: (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo 
Circulante + Passivo Não Circulante) 
 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 Passivo 
Circulante 
10.000 12.000 
Ativo Não 
Circulante 
26.000 30.000 Passivo Não 
Circulante 
11.000 10.000 
Realizável a 
Longo Prazo 
2.000 5.000 
 
 
 
 
8 
Cálculo: 2013 = (12.000 + 2.000) / (10.000 + 11.000) = 0,6667 
2014 = (18.000 + 5.000)/ (12.000 + 10.000) = 1,0455 
 
O índice revela que, para cada R$ 1,00 que temos no Passivo Circulante 
e Não Circulante (as dívidas com terceiros), possuímos, no Ativo Circulante mais 
o Realizável a Longo Prazo, R$0,67 e R$ 1,05, em 2013 e 2014, 
respectivamente. Os recursos do Ativo (curto e longo prazo) não são suficientes 
para quitar as obrigações da empresa no ano de 2013, mas os mesmos 
apresentam-se suficientes no ano de 2014. No ano de 2014, os recursos do Ativo 
Circulante e do Realizável a Longo Prazo quitou as obrigações de curto e longo 
prazo e ainda sobram R$0,05. 
 
Para saber mais: 
Leia o artigo indicado a seguir para saber mais sobre a utilização das 
ferramentas de análise horizontal e vertical para analisar as demonstrações de 
uma empresa: 
www.spell.org.br/documentos/download/3305 
 
Indicadores de Endividamento 
Os indicadores de endividamento relacionam as fontes de recursos entre 
si, demonstrando o capital próprio em relação ao capital de terceiros. 
Apresentam a relação de dependência que a empresa possui em relação ao 
capital obtido das fontes de terceiros. Vamos analisar os seguintes indicadores: 
 Quociente de participação de capitais de terceiros sobre os recursos 
totais; 
 Quociente de capitais de terceiros sobre capitais próprios; 
 Quociente de participação das dívidas de curto prazo sobre o 
endividamento total. 
 
Quociente de participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais 
Apresenta o grau de comprometimento da empresa para com terceiros, 
em relação ao total das obrigações da empresa (representado por capitais de 
terceiros e capitais próprios). O índice demonstra o percentual da participação 
de terceiros sobre o total das obrigações da empresa. Demonstra também a 
http://www.spell.org.br/documentos/download/3305
 
 
9 
porcentagem do ativo total que é financiada com recursos de terceiros. Vamos à 
fórmula: 
 
Endividamento Total com Terceiros: Exigível Total / (Exigível Total + 
Patrimônio Líquido) 
 
Onde o exigível total é igual ao somatório do Passivo Circulante e do 
Passivo Não Circulante. 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 Passivo 
Circulante 
10.000 12.000 
Ativo Não 
Circulante 
26.000 30.000 Passivo Não 
Circulante 
11.000 10.000 
 Patrimônio 
Líquido 
17.000 26.000 
 
Cálculo: 2013 = (10.000 + 11.000) / (10.000 + 11.000 + 17.000) = 0,5526 x 100 
= 55,26% 
2014 = (12.000 + 10.000) / (12.000 + 10.000 + 26.000) = 0,4583 x 100 = 45,83% 
 
O índice revela que 55,26% e 45,83%, em 2013 e 2014, das obrigações 
da empresa são de capitais de terceiros. Em contrapartida, 44,74% e 54,17% em 
2013 e 2014, respectivamente, são de capitais próprios. Pode-se afirmar que o 
endividamento com capitais de terceiros representava 55,26% no ano de 2013. 
No ano de 2014 o endividamento diminui para 45,83%. Quanto maior for o 
endividamento com terceiros, maiores serão as despesas financeiras, que 
influenciam diretamente na rentabilidade (lucro) da empresa. As despesas 
financeiras não podem ser maiores que o retorno obtido com o uso dos recursos 
de terceiros nas atividades da empresa. 
 
Quociente de capitais de terceiros sobre capitais próprios 
Esse indicador demonstra a utilização de capitais de terceiros em relação 
aos capitais próprios. Quanto maior for a participação de terceiros na estrutura 
financeira da empresa, maior seu endividamento e também maior o risco de 
solvência (CAMARGO, 2007, p. 194). 
 
 
10 
Iudícibus (2010, p. 98) explica que grande parte das empresas que vão à 
falência apresenta, durante um período relativamente longo, altos quocientes de 
Capitais de Terceiros em relação aos Capitais Próprios. 
Quando selecionamos uma alternativa de investimentos, devemos 
projetar os impactos que a política de financiamento terá sobre os resultados 
futuros. A fórmula para o cálculo é: 
 
Participação de Capitais de Terceiros: Exigível Total / Patrimônio 
Líquido 
 
Onde o exigível total é igual ao somatório do Passivo Circulante e do 
Passivo Não Circulante. 
 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 Conta 201
3 
2014 
Ativo 
Circulante 
12.0
00 
18.0
00 
Passivo 
Circulante 
10.0
00 
12.000 
Ativo Não 
Circulante 
26.0
00 
30.0
00 
Passivo Não 
Circulante 
11.0
00 
10.000 
 Patrimônio 
Líquido 
17.0
00 
26.000 
 
Cálculo: 2013 = (10.000 + 11.000) / (17.000) = 1,23 
2014 = (12.000 + 10.000)/ (26.000) = 0,84 
 
Valores menores que 1,0 indicam que os capitais próprios superam os 
capitais de terceiros. Os valores maiores que 1,0 indicam que a empresa tem 
dependência em relação aos capitais obtidos junto à terceiros. No ano de 2013, 
para cada R$ 1,00 que a empresa dispõe de capital próprio, a mesma tem 
R$1,23 de capitais de terceiros. No ano de 2014, o indicador demonstra que a 
empresa possui mais recursos próprios, pois, a cada R$1,00 de capital próprio, 
os recursos de terceiros somam R$0,84. O indicador está diminuindo, ou seja, a 
participação dos recursos de terceiros vem caindo em relação aos recursos 
próprios, demonstrando um menor endividamento com terceiros. 
 
 
 
11 
Quociente de participação das dívidas de curto prazo sobre o 
endividamento total 
Representa a parcela que vence a Curto Prazo, do Endividamento com 
terceiros da empresa. Esse indicador demonstra quanto a empresa deve para 
terceiros no curto prazo, ou seja, vencíveis dentro de 12 meses. Um índice 
elevado pode demonstrar que a empresa precisará gerar muito caixa no curto 
prazo para que consiga quitar suas dívidas. Caso não disponha de recursos, 
pode significar dificuldades financeiras. 
 
Participação da Dívida de Curto Prazo: Passivo Circulante / Exigível Total 
Onde o exigível total é igual ao somatório do Passivo Circulante e do 
Passivo Não Circulante. 
 
Exemplos: 
Conta 20
13 
20
14 
Conta 20
13 
201
4 
Ativo 
Circulante 
12
.0
00 
18
.0
00 
Passivo 
Circulante 
10
.0
00 
12.
000 
Ativo Não 
Circulante 
26
.0
00 
30
.0
00 
Passivo 
Não 
Circulante 
11
.0
00 
10.
000 
 Patrimônio 
Líquido 
17
.0
00 
26.
000 
 
Cálculo: 2013 = 10.000 / (10.000 + 11.000) = 0,4762 ou 47,62% 
 2014 = 12.000 / (12.000 + 10.000) = 0,5455 ou 54,55% 
 
O indicador demonstra que do montante total de dívidas com terceiros, 
47,62% vencerão no curto prazo em 2013. Já para 2014, o indicador sobe e 
apresenta 54,55% de dívidas vencíveis dentro de 12 meses. Um percentual alto 
pode indicar um horizonte de problemas se a empresa não dispuser de recursos 
no Ativo Circulante para efetuar os pagamentos. É sempre preferível um índice 
baixo, que indica uma participação pequena de dívidas de curto prazo nas 
dívidas totais, pois a empresa terá tempo para que seus investimentos, sua 
capacidade operacional seja aumentada e gere recursos para amortizar as 
dívidas e pagar os juros incidentes nas operações. 
12 
Para saber mais sobre os indicadores de endividamento, de forma bem 
simplificada,assista ao vídeo abaixo: 
https://www.youtube.com/watch?v=kFvHZ-xO9Zo 
Indicadores de Rentabilidade 
Os Indicadores de Rentabilidade evidenciam o retorno que os 
investimentos recebem. Demonstram o lucro obtido pela empresa e sua relação 
com o capital investido, o retorno dos investimentos. Na aula de hoje, 
estudaremos: 
 Margem Líquida;
 Giro do Ativo;
 Retorno do Ativo;
 Retorno sobre o Patrimônio Líquido.
Margem Líquida 
A margem líquida compara o lucro obtido pela empresa com as vendas 
líquidas. Demonstra a margem da lucratividade da empresa, ou seja, demonstra 
o lucro obtido para cada R$ 1,00 de receita líquida. A empresa busca sempre o
maior lucro possível e isso é mensurado pela margem líquida. Sua fórmula é: 
Margem líquida = Lucro Líquido / Receita Líquida 
A receita líquida é obtida após diminuirmos as deduções da Receita Bruta. 
https://www.youtube.com/watch?v=kFvHZ-xO9Zo
http://uninova.edu.br/Uni/Revista/artigos/artigo03.pdf
 
 
13 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 
Receita Líquida 180.000 210.00
0 
.... 
Lucro Líquido 18.000 20.000 
 
Cálculo: 2013 = 18.000 / 180.000 = 0,10 ou 10,00% 
 2014 = 20.000 / 210.000 = 0,0952 ou 9,52% 
 
O indicador demonstra que para cada R$1,00 de receita líquida, a 
empresa obteve R$0,10 e R$0,0952 em 2013 e 2014, respectivamente, do lucro 
líquido. Se analisarmos percentualmente, o retorno foi de 10% em 2013 e 9,52% 
em 2014. Embora a receita líquida tenha crescido no período (de 180 para 210 
mil), o lucro não acompanhou na mesma proporção, resultando na redução da 
margem líquida. 
 
Giro do Ativo 
O índice demonstra a relação entre as receitas geradas pela empresa e 
os investimentos feitos pela mesma, representados pelo Ativo Total. As 
empresas investem no seu ativo (com estoques, máquinas, instalações etc.) 
objetivando gerar a maior receita possível. Quanto maior for o índice, maior é o 
giro do ativo, pois ela consegue gerar mais recursos utilizando os investimentos 
realizados no ativo. Se o índice aumenta, significa que a empresa está 
conseguindo obter mais receitas, ser mais eficiente, com o montante investido 
no seu ativo. A fórmula é: 
 
Giro do Ativo = Receita Líquida / Total do Ativo 
A receita líquida é obtida após diminuirmos as deduções da Receita Bruta. 
Exemplos: 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cálculo: 2013 = 180.000 / 38.000 = 4,73 
 2014 = 210.000 / 48.000 = 4,37 
 
O indicador demonstra que, em 2013, a empresa girou 4,73 vezes o seu 
ativo. O índice de 4,73 indica que para o total do ativo de R$38.000,00 que a 
empresa dispõe, ela conseguiu gerar receitas 4,73 vezes superiores ao 
investimento realizado. Se compararmos com 2014, o índice apresentou 4,37, 
demonstrando que a empresa não foi tão eficiente como no ano anterior, pois 
conseguiu gerar menos receitas, se comparado ao montante do Ativo da 
companhia em 2014. 
 
Retorno sobre o Ativo 
O índice compara o lucro líquido obtido pela companhia no período com 
os investimentos realizados no seu Ativo. Esse índice demonstra a taxa de 
retorno sobre os investimentos. A fórmula é: 
 
Retorno sobre o Ativo = Lucro Líquido / Total do Ativo 
Alguns autores aconselham a utilizar o Ativo médio do período, pois 
podem acontecer aumentos significativos nos últimos meses do ano, que 
acabam não contribuindo para a geração do lucro naquele período, ou ainda 
somente em parte do mesmo. 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 
Total do ativo 38.000 48.000 
 
Receita Líquida 180.000 210.000 
.... 
Lucro Líquido 18.000 20.000 
 
Conta 2013 2014 
Total do ativo 38.000 48.000 
 
Receita Líquida 180.000 210.000 
.... 
Lucro Líquido 18.000 20.000 
15 
Cálculo: 2013 = 18.000 / 38.000 = 0,4736 ou 47,36% 
 2014 = 20.000 / 48.000 = 0,4166 ou 41,66% 
O indicador demonstra que o retorno sobre o ativo foi de 47,36% e 41,66% 
em 2013 e 2014, respectivamente. Para cada R$1,00 investido, o retorno foi de 
R$0,47 e R$0,42 em 2013 e 2014. São valores e percentuais altos, se 
comparados com o retorno que aplicações financeiras geraram no mesmo 
período ou, ainda, se compararmos com a taxa Selic dos dois anos. Quanto 
maior for o retorno, melhor será o retorno do investimento e a situação 
econômica da empresa analisada. Quanto maior for o retorno, menor será o 
prazo que o investimento será pago. 
Retorno sobre o Patrimônio Líquido 
Os sócios e acionistas da empresa investem para obter retornos sobre os 
mesmos. O investimento realizado pelos sócios é demonstrado no Patrimônio 
Líquido da companhia. O índice do retorno sobre o Patrimônio Líquido indica a 
taxa de retorno que os sócios e acionistas obtém em um determinado período 
de tempo. Demonstra quanto que os sócios lucram, pois analisa o lucro líquido 
do período com o capital investido na empresa. Sua fórmula é: 
Retorno sobre o Patrimônio Líquido = Lucro Líquido / Total do Patrimônio 
Líquido 
Exemplos: 
Conta 2013 2014 
Patrimônio Líquido 17.000 26.000 
Lucro Líquido 18.000 20.000 
Cálculo: 2013 = 18.000 / 17.000 = 1,0588 ou 105,88% 
 2014 = 20.000 / 26.000 = 0,7692 ou 76,92% 
O indicador demonstra que o retorno sobre o P.L. foi de 105,88% e 
76,92%, em 2013 e 2014, respectivamente. Para cada R$1,00 investido, o 
retorno foi de R$1,05 e R$0,76 em 2013 e 2014. Quanto maior for o retorno, 
maior será a remuneração que os sócios recebem e a garantia da manutenção 
16 
dos investimentos na empresa. O objetivo da empresa é utilizar o dinheiro 
investido pelos sócios e gerar retorno para os mesmos, o que garantirá a 
continuidade da empresa. Os números do exemplo são excessivamente altos, 
que dificilmente se encontram nas empresas que trabalham com retornos mais 
modestos dos seus investimentos. 
Indicadores de Atividade 
Indicadores de Atividade são indicadores que permitem analisar a 
atividade operacional da empresa utilizando-se os valores do Balanço 
Patrimonial e da Demonstração do Resultado. São indicadores que transformam 
os valores em tempo, dentro do ciclo operacional da empresa. Com base nos 
indicadores podemos apurar a velocidade que recebemos as vendas, o prazo 
para o pagamento dos fornecedores e o tempo que os produtos ficam estocados 
até a sua venda. Dividem-se em: 
I. Prazo médio de estocagem;
II. Prazo médio de pagamento;
III. Prazo médio de recebimento.
Prazo médio de estocagem 
Indica o tempo médio verificado desde a aquisição da mercadoria junto ao 
fornecedor até sua venda. Demonstra o tempo médio em dias que a mercadoria 
fica estocada. O melhor para a empresa é ter um baixo período de estocagem, 
que significa que ela adquire a mercadoria e rapidamente consegue vender a 
mesma, transformando em recursos financeiros. 
Desse modo, os recursos não ficam parados no estoque e geram receitas 
para a companhia. Quando utilizarmos demonstrações anuais, o indicador obtido 
deve ser multiplicado por 360, para demonstrar a rotação em números de dias. 
Se calcularmos com demonstrações mensais, é necessária a multiplicação por 
30, para determinar a rotação dos estoques. 
 
 
17 
 
Para empresas industriais, o prazo médio é o período que compreende a 
compra da matéria-prima, sua transformação e posterior venda do produto 
acabado. A fórmula é: 
 
Prazo médio de estocagem: 𝑃𝑀𝐸 = 
𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 𝑚é𝑑𝑖𝑜
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠
 𝑥 360 
 
Exemplo: 
Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 
 Estoques 8.000 10.000 
Ativo Não Circulante 26.000 30.000 
 
 
Receita Líquida 180.000 210.000 
(-) Custo das Mercadorias 
Vendidas 
(120.000) (140.000) 
 
Vamos considerar o valor do estoque do final de 2012 de R$6.000,00, 
para possibilitar o cálculo do estoque médio. 
 
Cálculo: 
𝑃𝑀𝐸 − 2013 = 
(6.000 + 8.000)
2
120.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝐸 − 2013 = 
7.000
120.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝐸 − 2013 = 0,058333 𝑥 360 = 21 𝑑𝑖𝑎𝑠 
𝑃𝑀𝐸 − 2014 = 
(8.000 + 10.000)
2
140.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝐸 − 2014 = 
9.000
140.000𝑥 360 
𝑃𝑀𝐸 − 2014 = 0,064286 𝑥 360 = 23,14 𝑑𝑖𝑎𝑠 
 
O indicador demonstra que os estoques demoram 21 dias e 23,14 dias, 
respectivamente, nos anos de 2013 e 2014. O ciclo está aumentando, ou seja, 
os estoques estão ficando mais tempo na empresa até que os mesmos sejam 
vendidos. Quanto menor for o prazo de estocagem, mais rapidamente a empresa 
 
 
18 
transforma as mercadorias e produtos em dinheiro e consegue realizar novas 
compras ou pagar despesas. 
 
Prazo médio de pagamento 
Mede desde o momento em que se compra a matéria-prima e mercadorias 
até o momento do pagamento. O prazo indica o tempo que a empresa dispõe 
para fazer o pagamento dos seus fornecedores. É calculado em dias e 
demonstra o crédito que a empresa tem junto aos seus credores. A fórmula é: 
 
Prazo médio de pagamento: PMP = 
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐𝑒𝑑𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑎 𝑃𝑎𝑔𝑎𝑟 (𝑚é𝑑𝑖𝑎)
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑖𝑑𝑎𝑠
 𝑥 360 
 
Exemplo: 
Conta 2013 2014 
Passivo Circulante 10.000 12.000 
 Fornecedores 6.000 7.000 
 
Receita Líquida 180.000 210.000 
(-) Custo das 
Mercadorias Vendidas 
(120.000) (140.000) 
 
Vamos considerar o valor da conta Fornecedores a Pagar do final de 2012 
era de R$5.000,00, para possibilitar o cálculo do estoque médio. 
 
Cálculo: 
𝑃𝑀𝑃 − 2013 = 
(5.000 + 6.000)
2
120.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑃 − 2013 = 
5.500
120.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑃 − 2013 = 0,045833 𝑥 360 = 16,5 𝑑𝑖𝑎𝑠 
𝑃𝑀𝑃 − 2014 = 
(6.000 + 7.000)
2
140.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑃 − 2014 = 
6.500
140.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑃 − 2014 = 0,046429 𝑥 360 = 16,7 𝑑𝑖𝑎𝑠 
 
 
 
19 
O indicador demonstra que a empresa tem o prazo médio de 16,5 dias e 
16,7 dias, respectivamente, nos anos de 2013 e 2014, para efetuar os 
pagamentos dos fornecedores. O ciclo mantém-se estável. Quanto maior for o 
prazo de pagamento, mais rapidamente a empresa transforma as mercadorias e 
produtos em dinheiro e consegue efetuar os pagamentos. Se o prazo for muito 
curto, a empresa terá necessidade de fazer o pagamento e ainda não terá 
vendido e recebido pelo seu produto, ocasionando a necessidade de recursos 
para pagar os credores. 
 
Prazo médio de recebimento 
Mede do momento em que se vende a mercadoria ou produto até o 
momento do recebimento das vendas a prazo. O prazo indica o tempo que a 
empresa concede, em média, aos seus clientes para efetuar os pagamentos. É 
calculado em dias e demonstra período de tempo que a companhia fica sem os 
recursos oriundos das vendas. Quanto menor esse prazo, melhor é para a 
empresa, pois terá com mais rapidez os recursos para fazer frente às 
necessidades de caixa. 
A fórmula é: 
Prazo médio de recebimento: PMR = 
𝐶𝑙𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 (𝑚é𝑑𝑖𝑎)
𝑅𝑒𝑐𝑒𝑖𝑡𝑎 𝐵𝑟𝑢𝑡𝑎
 𝑥 360 
 
Exemplo: 
Conta 2013 2014 
Ativo Circulante 12.000 18.000 
 Clientes 3.500 6.000 
Ativo Não Circulante 26.000 30.000 
 
Receita Bruta 200.000 240.000 
(-) Deduções das Vendas (20.000) (30.000) 
Receita Líquida 180.000 210.000 
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (120.000) (140.000) 
 
Vamos considerar que o valor da conta Clientes do final de 2012 era de 
R$3.500,00 para possibilitar o cálculo do estoque médio. 
 
 
Cálculo: 
 
 
20 
𝑃𝑀𝑅 − 2013 = 
(3.500 + 3.500)
2
200.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑅 − 2013 = 
3.500
200.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑅 − 2013 = 0,0175 𝑥 360 = 6,3 𝑑𝑖𝑎𝑠 
𝑃𝑀𝑅 − 2014 = 
(3.500 + 6.000)
2
240.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑅 − 2014 = 
4.750
240.000
 𝑥 360 
𝑃𝑀𝑅 − 2014 = 0,019792 𝑥 360 = 7,125 𝑑𝑖𝑎𝑠 
 
O indicador demonstra que a empresa tem o prazo médio de cobrança de 
6,3 dias e 7,125 dias, respectivamente, nos anos de 2013 e 2014. Esse prazo 
demonstra que as vendas a prazo são rapidamente recebidas, e que a maioria 
das vendas ocorre à vista, ou com reduzido prazo de recebimento. 
 
Ciclo Operacional 
Demonstra o prazo que vai desde a compra da matéria-prima ou 
mercadoria até o recebimento das vendas. A empresa tem um ciclo de comprar 
as mercadorias, manter estocado, vender e posteriormente receber pelas 
vendas a prazo. Esse ciclo corresponde ao ciclo operacional da empresa. 
Compreende o prazo que a empresa consegue comprar e transformar esses 
itens em recursos financeiros para que o ciclo inicie novamente. É determinado 
pela seguinte fórmula: 
 
Ciclo Operacional = PME + PMR 
 
É calculado com base nos ciclos anteriormente calculados. 
Utilizando os dados do exemplo apresentado nos ciclos de estocagem e 
recebimento, temos: 
 
2013: CO = 21 + 6,3 = 27,3 dias 
2014: CO = 23,14 + 7,125 = 30,265 
 
Representando graficamente, temos: 
 
 
21 
 
 
 
 
O ciclo operacional da empresa do exemplo vem aumentando, passando 
de 27,3 dias para 30,26 dias, de 2013 para 2014. Em média, a empresa precisa 
de 30 dias em 2014 para comprar o produto, vender e receber pelas vendas a 
prazo. 
 
Ciclo Financeiro 
Demonstra o prazo que vai desde o pagamento dos fornecedores até o 
recebimento das vendas a prazo. Quanto menor for o ciclo financeiro, melhor 
será a situação financeira da entidade, pois é menor o período de tempo entre o 
recebimento pela venda e a necessidade do pagamento para o fornecedor. Se 
for muito longo o prazo entre o pagamento para o fornecedor e o recurso 
entrando no caixa, maior será a necessidade da empresa buscar recursos 
externos para realizar seus pagamentos. É determinado pela seguinte fórmula: 
 
Ciclo Financeiro = CO - PMP 
 
É calculado com base nos ciclos anteriormente calculados. 
Utilizando os dados do exemplo apresentado no ciclo operacional e 
pagamento, temos: 
2013: CF = 27,3 – 16,5 = 10,8 dias 
2014: CF = 30,265 – 16,7 = 13,565 dias 
 
Representando graficamente, temos: 
 
 
 
22 
 
 
 
Analisando o ano de 2014, o Ciclo Financeiro é de 13,56 dias e 
compreende desde o momento em que é efetuado o pagamento aos 
fornecedores pelas compras a prazo até o recebimento pelas vendas a prazo. É 
o período de tempo que a empresa tem que desembolsar valores e ainda não 
recebeu. 
O ideal seria um ciclo negativo, ou seja, que a empresa vende e recebe 
pela venda antes de efetuar o pagamento para o fornecedor. Nessa situação, o 
próprio valor da operação de venda serviria para o pagamento do fornecedor. 
Não é o que acontece na maioria das vezes. Quanto maior é o ciclo 
financeiro, maior é o período que a empresa não recebe recursos das vendas 
realizadas mas tem que desembolsar valores para pagar despesas e compras. 
É importante a empresa analisar e compatibilizar esses prazos para não 
necessitar de recursos externos, por exemplo de empréstimos, para fazer frente 
aos desembolsos necessários. 
Para saber mais sobre o ciclo operacional, leia o artigo relacionado a 
seguir, que retoma as fórmulas, apresentando os ciclos divididos em econômico, 
operacional e financeiro (clique no botão): 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ciclos.htm 
Para revisar o conceito e fórmulas dos indicadores, leia o capítulo 2 do 
livro “Elementos de Engenharia Econômica” dos autores Ryba, Lenzi e Lenzi 
(acesse a biblioteca virtual no Portal Único). 
 
 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/ciclos.htm
 
 
23 
Capital Circulante Líquido 
O capital circulante líquido é calculado diminuindo-se o Ativo Circulante 
do Passivo Circulante. Representa o excedente que a empresa tem de recursos 
a curto prazo em relação às captações de recursos processadas também a curto 
prazo. Demonstra em valores absolutos os recursos que a empresa tem de sobra 
(ou falta) na relação ativo circulante e passivo circulante. 
Representa, também, a folga financeira, quanto maior o CCL, mais 
valores a empresa possui no seu ativo circulante para fazer frente às obrigações 
de curto prazo. O BP permite apurar a necessidade de capital de giro da empresa 
e/ou a qualidade da dívida da empresa. É calculado pela seguinte fórmula: 
 
Capital Circulante Liquido = Ativo Circulante – Passivo CirculantePode ser representado pelas três estruturas representadas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse caso, o volume do Ativo circulante – AC (Caixa, direito a receber, 
estoques, dentre outras contas de curto prazo) apresenta o mesmo valor que o 
Passivo circulante - PC (Fornecedores, Folha de pagamentos, dentre outras 
obrigações de curto prazo). Portanto, o mesmo ocorre entre o “Ativo não 
circulante” - ANC e o “Passivo não circulante (PNC) + Patrimônio Líquido (PL)”. 
O que isso significa? A empresa apresenta um equilíbrio no curto prazo entre o 
financiamento e o investimento, assim sua operação apresenta uma situação 
estável, a qual se reflete em um índice de liquidez corrente igual 1 (para cada 
R$1,00 de PC ela tem R$ 1,00 de AC). 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesse caso, temos que o volume do Ativo circulante é maior do que o 
valor do Passivo circulante. Portanto, o “Ativo não circulante” é menor que o 
“Passivo não circulante + Patrimônio Líquido”. O que isso significa? A empresa 
apresenta um desequilíbrio favorável no curto prazo entre a linha de 
financiamento e o investimento. Ou seja, temos que financiamento de longo 
prazo (PNC+PL) está sendo usado no AC, assim a operação desta empresa 
apresenta um índice de liquidez corrente maior que 1 (para cada R$1,00 de PC 
ela tem mais de R$ 1,00 de AC para honrar seus compromissos, ela está 
tranquila no curto prazo). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por fim, temos que o volume do Ativo circulante é menor do que o valor 
do Passivo circulante. Portanto, o “Ativo não circulante” é maior que o “Passivo 
não circulante + Patrimônio Líquido”. O que isso significa? A empresa apresenta 
um desequilíbrio desfavorável entre a linha de financiamento de curto prazo e o 
investimento de curto prazo. Ou seja, temos aqui financiamento de curto prazo 
sendo usado no ANC, assim a operação desta empresa apresenta um índice de 
liquidez corrente menor que 1 (para cada R$1,00 de AC ela tem menos de R$ 
1,00 de AC para honrar seus compromissos, por certo, ela terá dificuldade para 
honrar seus compromissos financeiros). 
 
 
25 
 
Vamos olhar o exemplo: 
Conta 2013 2014 Conta 2013 2014 
Ativo 
Circulante 
12.000 18.000 Passivo 
Circulante 
10.000 12.000 
 
2013 = CCL = 12.000 – 10.000 = 2.000 
2014 = CCL = 18.000 – 12.000 = 6.000 
 
A folga financeira é maior, em 2014, de R$6.000,00, ou seja, a empresa 
dispõe de recursos de curto prazo no seu ativo para pagar as obrigações de curto 
prazo e ainda sobrará R$6.000,00. 
 
Ponto de Equilíbrio 
Vimos anteriormente os conceitos de receitas, custos e despesas. 
Utilizando esses conceitos e seus valores, conseguimos calcular o ponto de 
equilíbrio, que representa a quantidade de vendas para qual as receitas são 
iguais aos custos e despesas. Representa a quantidade mínima de produtos a 
serem vendidos para que a partir desse momento a empresa gere lucro. No 
ponto de equilíbrio não há lucro nem prejuízo operacional, os gastos totais 
(custos totais + despesas totais) são exatamente iguais às receitas totais. 
 
A fórmula para o cálculo do ponto é a seguinte: 
 
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 + 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑥𝑎𝑠
𝑃𝑟𝑒ç𝑜 𝑑𝑒 𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎 − 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑉𝑎𝑟𝑖á𝑣𝑒𝑖𝑠
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Custo Fixo 
Corresponde a todo custo ou despesa que não varia, em valor total, com 
o volume de atividade ou operação. Os custos acontecem independente do 
volume de produção da empresa. Exemplos: salários dos supervisores, aluguel 
da fábrica, manutenção das máquinas etc. 
 
Custo Variável 
É aquele que se altera em relação direta com as modificações do volume 
de atividade. O custo variável total aumenta ou diminui em decorrência do 
aumento ou diminuição da produção. Exemplos: matéria-prima, mão de obra 
direta, materiais usados diretamente na produção etc. 
 
Receita de Vendas 
O valor total da receita de venda é determinado pela multiplicação da 
quantidade vendida pelo preço de venda das mercadorias ou produtos. 
Exemplo do cálculo, de acordo com Martins (2010, pág. 258): 
 
Preço de venda = R$500,00 por unidade 
Custos + Despesas variáveis = R$350,00 por unidade 
Custos + Despesas fixas = R$600.000,00 por mês 
 
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 
600.000
500 − 350
 
Receitas 
Custos 
+ 
Despesas 
Ponto de 
Equilíbrio 
 
 
27 
 
𝑃𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑙í𝑏𝑟𝑖𝑜 = 
600.000
150
= 4.000 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑚ê𝑠 
 
Se quisermos saber o ponto de equilíbrio em reais, multiplicamos o total 
dos custos variáveis pela quantidade do ponto de equilíbrio, e depois somamos 
com os custos e despesas fixas: 
 
Variáveis: 4.000 unidades x R$350,00 por unidade = R$1.400.000,00 
Fixos = R$ 600.000,00 
Soma = R$2.000.000,00 
 
O valor de R$2.000.000,00 iguala os custos com a Receita Total (4.000 
unidades x R$500,00 = R$2.000.000,00). 
 
Leia o artigo abaixo para se aprofundar sobre o ponto de equilíbrio. Clique 
no botão e fique por dentro! 
http://www.classecontabil.com.br/artigos/ponto-de-equilibrio 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANDRICH, Emir Guimarães; CRUZ, June Alisson Westarb. Gestão 
Financeira Moderna: uma abordagem prática. Curitiba: InterSaberes, 2013. 
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços. 9ª Ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
CAMARGO, Camila. Planejamento Financeiro. Curitiba: Ibpex, 2007. 
CAMARGO, Camila. Análise de Investimentos e Demonstrativos 
Financeiros. Curitiba: Ibpex, 2007. 
IUDÍCIBUS, Sérgio. Análise de Balanços. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 
2010. 
http://www.classecontabil.com.br/artigos/ponto-de-equilibrio
 
 
28 
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 
2010. 
RYBA, Andrea; LENZI, Ervin Kaminski; LENZI, Marcelo Kaminski. 
Elementos de Engenharia Econômica. Curitiba: Ibpex, 2011. 
SCHIER, Carlos Ubiratan da Costa. Gestão de Custos. 2 ed. Curitiba: 
IBPEX, 2011.

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