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ensino por tentativas discretas

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Ensino por tentativas discretas
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PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.
Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais
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Transtorno do Espectro Autista (TEA) e ETD:
“Estudos sobre controle de estímulos em situações experimentais têm mostrado que,
algumas vezes, organismos diferentes respondem sob o controle de apenas alguns
aspectos da situação antecedente, o que pode provocar respostas incompletas ou com
reduzida probabilidade de reforçamento (DUBE; MCILVANE, 1999; LOVAAS et al.,1971)”.
O ensino por tentativas discretas surgiu com Wolf, Risley e Mees (1964) e amplamente
estudado por Lovaas (1977). No artigo “Treino por Tentativas Discretas para o ensino de
crianças com TEA - estudo de Lovaas (1987), no qual o autor estudou três grupos de
crianças. O primeiro grupo era composto por crianças submetidas a 40h semanais de
intervenção e o segundo grupo, de crianças submetidas a 10h semanais de intervenção.
Nesses dois grupos eram feitas intervenções em ABA de forma intensiva e estruturada
com treinos por tentativas discretas. E no terceiro grupo, as crianças não estavam numa
intervenção em ABA, mas sim numa intervenção convencional - cerca de uma a duas
vezes por semana. Dessa forma, ele percebeu que essas crianças que ficaram 40h ou
mais no contexto estruturado mostraram avanço nas habilidades de comunicação,
atividades de vida diária e habilidades sociais.
O ETD é o ensino de habilidades maiores por meio de etapas pequenas e gradativas de
ensino. “Uma tentativa discreta deve ser estruturada considerando, pelo menos, cinco
elementos: estímulos discriminativos, ajudas e dicas, resposta, consequências e intervalo
entre tentativas (SMITH, 2001)”.
Algumas habilidades ensinadas por meio do ETD contato visual, imitação, imitação
generalizada, ecoico e ecoico generalizado (GOYOS, 2018).
Explicando melhor, os cinco elementos do ETD:
Estímulos discriminativos: instruções, objetos e eventos.
Ajudas (dicas): “prompts”: dicas de estímulo (materiais) e dicas de resposta
(comportamento do terapeuta). Dicas de resposta podem ser gestual, ajuda física parcial
ou ajuda física total.
Resposta: simples ou complexas (modelagem).
Consequências: reforçadoras (avaliação de preferência) e diante dos erros a ausência de
consequências ou correções.
Intervalo entre tentativas: acesso ao item reforçador e organização do terapeuta. Pausas
breves entre 1 a 3 segundos (KOEGEL, DUNPLAN, DYER, 1980).
A quantidade de tentativas e o tempo de intervenção do DTT, geralmente é de uma a dez
tentativas e em alguns casos até onze. O tempo total irá variar entre minutos ou horas,
uma vez que, tudo dependerá da programação de ensino, das características do sujeito e
qual seu tempo de tolerância. E, em relação ao tempo diário, ainda não se tem um
consenso na literatura, dessa forma, irá depender da organização interna daquela
instituição para cumprir com esse acordo.
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Por isso é sempre importante fazer o esvanecimento de dicas, na tabela abaixo é
exemplificado três tipos de esvanecimento:
(SELLA; RIBEIRO, 2018)
As estratégias de registro e mensuração (protocolo), são estas:
Registros contínuos: respostas e níveis de ajuda registrados a cada tentativa
(resultados confiáveis, aumento do tempo, acesso ao reforço e intervalo entre tentativas).
Registros descontínuos: registro após uma amostra de dados (rápidos e fáceis, mas
pode ser insuficiente).
A seguir vemos exemplos de protocolo (treino por tentativas discretas) por meio do ETD:
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(GOYOS, 2018, p. 89)
Nesse segundo exemplo, vemos o ensino de imitação com todos os modelos esperados
que a criança realize.
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(GOYOS, 2018, p. 89)
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Referências:
GOYOS, C. ABA: ensino da fala para pessoas com autismo. São Paulo: Edicon, 2018.
SELLA, A. C.; RIBEIRO, D. M. Análise do comportamento aplicada ao transtorno do
espectro autista. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.
KANAMOTA, Juliano Setsuo Violin. Resposta de observação e generalização de estímulos.
2018. Tese (Doutorado em Psicologia Experimental) - Instituto de Psicologia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
FERREIRA, Luciene Afonso et al. Ensino de aplicação de tentativas discretas a
cuidadores de crianças diagnosticadas com autismo. Perspectivas em análise do
comportamento, v. 7, n. 1, p. 101-113, 2016.
SARMENTO DA SILVA GUIMARÃES, Mariane et al. Treinamento de profissionais para
implementação de Ensino por Tentativas Discretas a crianças diagnosticadas com
Transtorno do Espectro Autista. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis del
Comportamiento, v. 29, n. 2, 2021.

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