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última parte do texto, quando finalmente o personagem se conforma com sua sorte. Leia o poema no livro acima. Finalmente, trazemos aqui um dos mais originais poetas brasileiros de todos os tempos: Augusto dos Anjos. E trazemos também as palavras de José Aderaldo Castello sobre ele: E Augusto dos Anjos? Nem parnasiano, nem simbolista, verdadeiramente herdeiro personalíssimo da poesia científico-filosófica que, com a "realista", precedeu o Parnasianismo. Sem dúvida, no "Monólogo de uma sombra" estaria a "profissão de fé" do poeta: a essência de seu pensar a condição humana em confronto com a natureza, onde existe a alegria possível. Mas, captada e expressa pelo homem através da arte, "consiste essencialmente" na "mais alta expressão da dor estética". (CASTELLO, José Aderaldo. A literatura brasileira. Origens e Unidade. V. II. São Paulo: Edusp, 21999, p. 20.) MONÓLOGO DE UMA SOMBRA - AUGUSTO DOS ANJOS Descrição da imagem: Fonte [10] Sou uma Sombra! Venho de outras eras, Do cosmopolitismo das moneras... Pólipo de recônditas reentrâncias, Larva de caos telúrico, procedo Da escuridão do cósmico segredo, Da substância de todas as substâncias! A simbiose das coisas me equilibra. Em minha ignota mônada, ampla, vibra A alma dos movimentos rotatórios... E é de mim que decorrem, simultâneas, 15