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FUNÇÃO QUADRÁTICA DEFINIÇÃO ALGÉBRICA Uma função quadrática é uma função polinomial de grau 2 definida por: 𝑦 = 𝑓 𝑥 = 𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 Outra forma de descrevê-la é manipular a expressão acima usando o método de completar quadrados: 𝑦 = 𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 𝑎 𝑥2 + 𝑏 𝑎 𝑥 + 𝑐 = = 𝑎 𝑥2 + 𝑏 𝑎 𝑥 + 𝑏2 4𝑎2 + 4𝑎 4𝑎 𝑐 − 𝑏2 4𝑎 = 𝑎 𝑥 + 𝑏 2𝑎 2 − 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎 A expressão desejada é: 𝑦 = 𝑎 𝑥 − ℎ 2 + 𝑘, ℎ =− 𝑏 2𝑎 , 𝑘 =− 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎 O ponto ℎ, 𝑘 é o vértice da função. Se 𝑎 > 0 , o vértice é o mínimo da função; se 𝑎 < 0, o vértice é o máximo da função. Graficamente: Fonte: STEWART, REDLIN, WATSON, 2016, p. 246 DEFINIÇÃO GEOMÉTRICA Uma parábola é o conjunto de todos os pontos que estão equidistantes de um ponto fixo (chamado foco) e de uma reta (chamada diretriz). Quando a parábola é simétrica em relação ao eixo Y, ela representa uma função quadrática; quando ela é simétrica em relação ao eixo X, ela não representa nenhuma função. Da definição, tal qual todos os pontos da parábola, a distância do vértice 𝑉 ℎ, 𝑘 em relação ao foco e a distância do vértice em relação ao ponto projetado na diretriz são iguais. Assim, se tivermos o foco localizado 𝑝 unidades acima do vértice, a diretriz está 𝑝 unidades abaixo do vértice. Fonte: STEWART, REDLIN, WATSON, 2016, p. 782 A partir destas definições, é possível encontrar uma equação para a parábola. A distância entre um ponto arbitrário 𝑃 𝑥, 𝑦 e o foco 𝐹 ℎ, 𝑘 + 𝑝 é dada por: 𝑑𝐹 𝑃 = 𝑥 − ℎ 2 + 𝑦 − 𝑘 + 𝑝 2 A distância entre um ponto arbitrário 𝑃 𝑥, 𝑦 e a sua projeção 𝐷 𝑥, 𝑘 − 𝑝 na diretriz é dada por: 𝑑𝐷 𝑃 = 𝑥 − 𝑥 2 + 𝑦 − 𝑘 − 𝑝 2 = 𝑦 − 𝑘 − 𝑝 2 Por definição, o ponto 𝑃 𝑥, 𝑦 é equidistante entre o foco e a sua projeção na diretriz, ou seja, estas distâncias são iguais. 𝑑𝐹 𝑃 = 𝑑𝐷 𝑃 ⇒ 𝑥 − ℎ 2 + 𝑦 − 𝑘 + 𝑝 2 = 𝑦 − 𝑘 − 𝑝 2 𝑥 − ℎ 2 + 𝑦 − 𝑘 + 𝑝 2 = 𝑦 − 𝑘 − 𝑝 2 𝑥 − ℎ 2 + 𝑦2 − 2𝑦 𝑘 + 𝑝 + 𝑘 + 𝑝 2 = 𝑦2 − 2𝑦 𝑘 − 𝑝 + 𝑘 − 𝑝 2 𝑥 − ℎ 2 − 2𝑦𝑝 + 2𝑘𝑝 = 2𝑦𝑝 − 2𝑘𝑝 𝑥 − ℎ 2 = 4𝑦𝑝 − 4𝑘𝑝 ⇒ 𝑥 − ℎ 2 = 4𝑝 𝑦 − 𝑘 Graficamente, esta é a posição das parábolas: Fonte: STEWART, REDLIN, WATSON, 2016, p. 810 Para ver porque a equação da parábola, no caso em que ela é simétrica em relação ao eixo X, é equivalente à expressão da função quadrática, basta isolar o termo 𝑦 no lado esquerdo da equação: 𝑥 − ℎ 2 = 4𝑝 𝑦 − 𝑘 ⇒ 𝑦 − 𝑘 = 𝑥 − ℎ 2 4𝑝 𝑦 = 𝑥 − ℎ 2 4𝑝 + 𝑘 = 𝑥2 − 2𝑥ℎ + ℎ2 4𝑝 + 𝑘 𝑦 = 1 4𝑝 𝑥2 − ℎ 2𝑝 𝑥 + ℎ2 4𝑝 + 𝑘, 𝑎 = 1 4𝑝 , 𝑏 =− ℎ 2𝑝 , 𝑐 = ℎ2 4𝑝 + 𝑘 Finalmente, fica fácil entender porque o parâmetro 𝑎 está envolvido com a posição do vértice: 𝑎 > 0 → 1 4𝑝 > 0 → 𝑥 − ℎ 2 4𝑝 > 0 → 𝑦 − 𝑘 > 0 → 𝑦 > 𝑘 𝑎 < 0 → 1 4𝑝 < 0 → 𝑥 − ℎ 2 4𝑝 < 0 → 𝑦 − 𝑘 < 0 → 𝑦 < 𝑘 Se todos os pontos diferentes do vértice tem suas ordenadas superiores à ordenada do vértice, necessariamente o vértice tem a menor ordenada da função, logo ele é o mínimo da função; analogamente, 𝑎 < 0 → 𝑦 < 𝑘, o que faz com que o vértice seja o máximo da função. INTERCEPTOS DA FUNÇÃO Os interceptos são os pontos 𝑥, 0 e 0, 𝑦 . Conhecendo estes valores e o vértice da função, é possível esboçá-la graficamente. Quando 𝑥 = 0: 𝑦 0 = 𝑎 × 02 + 𝑏 × 0 + 𝑐 = 𝑐 𝑦 0 = 𝑐 = ℎ2 4𝑝 + 𝑘 Quando 𝑦 = 0: 0 = 𝑎 𝑥 + 𝑏 2𝑎 2 − 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎 ⇒ 𝑎 𝑥 + 𝑏 2𝑎 2 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎 𝑥 + 𝑏 2𝑎 2 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎2 ⇒ 𝑥 + 𝑏 2𝑎 2 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎2 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 4𝑎2 𝑥 + 𝑏 2𝑎 = 𝑏2 − 4𝑎𝑐 ±2𝑎 ⇒ 𝑥 =− 𝑏 2𝑎 ± 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −𝑏 ± 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 Há 3 possibilidades, a depender do sinal de ∆ = 𝑏2 − 4𝑎𝑐1. Se ∆ > 0, há dois valores reais e distintos de 𝑥 que satisfazem a equação 𝑎𝑥2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 ; se ∆ = 0 , há apenas um valor real, que é a abcissa do vértice; se ∆ < 0 , há dois valores complexos, ou seja, a função não intercepta o eixo X das abcissas. ∆ > 0 ⇒ 𝑥1 = −𝑏 + 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 𝑒 𝑥2 = −𝑏 − 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 ∆ = 0 ⇒ 𝑥 = −𝑏 ± 0 2𝑎 = −𝑏 ± 0 2𝑎 =− 𝑏 2𝑎 ∆ < 0 ⇒ 𝑥 = −𝑏 ± 𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎 = −𝑏 ± −1 4𝑎𝑐 − 𝑏2 2𝑎 = −𝑏 ± 𝑖 4𝑎𝑐 − 𝑏2 2𝑎 ∆ < 0 → 𝑥1 = −𝑏 + 𝑖 4𝑎𝑐 − 𝑏2 2𝑎 𝑒 𝑥2 = −𝑏 − 𝑖 4𝑎𝑐 − 𝑏2 2𝑎 TAXAMÉDIA DE VARIAÇÃO Sabendo que 𝑦 depende de 𝑥, é lícito perguntar o que ocorre com 𝑦 quando o valor de 𝑥muda. Para perceber o resultado, calcula-se o quociente das variações: 𝛥𝑦 𝛥𝑥 = 𝑦𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑦𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑥𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝑥𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑎𝑥𝑓 2 + 𝑏𝑥𝑓 + 𝑐 − 𝑎𝑥𝑖 2 + 𝑏𝑥𝑖 + 𝑐 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 = = 𝑎𝑥𝑓 2 − 𝑎𝑥𝑖 2 + 𝑏𝑥𝑓 − 𝑏𝑥𝑖 + 𝑐 − 𝑐 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 = 𝑎 𝑥𝑓 2 − 𝑥𝑖 2 + 𝑏 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 = = 𝑎 𝑥𝑓 + 𝑥𝑖 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 + 𝑏 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 = 𝑎 𝑥𝑓 + 𝑥𝑖 + 𝑏 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 𝑥𝑓 − 𝑥𝑖 = 𝑎 𝑥𝑓 + 𝑥𝑖 + 𝑏 𝛥𝑦 𝛥𝑥 = 𝑎 𝑥𝑖 + 𝛥𝑥 + 𝑥𝑖 + 𝑏 = 𝑎 2𝑥𝑖 + 𝛥𝑥 + 𝑏 Se a variação de 𝑥 for tão pequena a ponto de ser bastante próxima de 0, a taxa média de variação tem um comportamento linear, ou seja, a taxa média de variação depende de 𝑥 numa função linear: 𝛥𝑥 = 0 ⇒ 𝛥𝑦 𝛥𝑥 = 𝑎 2𝑥𝑖 + 0 + 𝑏 = 2𝑎𝑥𝑖 + 𝑏 1 O símbolo ∆ denota o determinante da função quadrática: ele determina a quantidade e a qualidade dos interceptos-x da função. O mesmo símbolo é usado para denotar a mudança no valor de uma variável, ou seja, a diferença entre um valor final e um valor inicial. Este segundo significado será usado na seção posterior e não pode ser confundido com o primeiro significado. EXEMPLO DE APLICAÇÃO Suponha que 𝐶 𝑥 seja o custo total que uma empresa incorre na produção de 𝑥 unidades de certo produto. A função é dada por 𝐶 𝑥 = 0,01𝑥2 + 5𝑥 + 10.000 Represente graficamente a função. 𝐶 0 = 10.000 ∆ = 52 − 4 × 0,01 × 10.000 = 25 − 400 =− 375 𝐶 𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 = −5 ± −375 2 × 0,01 = −5 ± 𝑖 3 × 53 0,02 =− −5 ± 5𝑖 15 0,02 𝐶 𝑥 = 0 ⇒ 𝑥 =− 250 ± 250𝑖 15 ℎ =− 5 2 × 0,01 =− 5 0,02 =− 500 2 =− 250 𝑘 =− −375 4 × 0,01 = 375 0,04 = 37.500 4 = 9.375 REFERÊNCIA STEWART, James; REDLIN, Lothar; WATSON, Saleem. Precalculus: Mathematics for Calculus. 7 ed. Boston: Cengage Learning, 2016. ISBN 978-1-305-07175-9.