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Sociedade, Educação e Cultura
Tutora: Esp. Andréa Oliveira
SOCIOLOGIA: OS PRIMEIROS PASSOS 
Nas conversas do dia a dia é muito comum as pessoas opinarem sobre a sociedade, emitindo críticas ou até mesmo pareceres com sofisticação ou não, sobre determinados setores específicos. Podemos até dizer que algumas destas pessoas podem ter um parecer com maior consistência teórica, outras podem buscar fatos e dados estatísticos para comprovar sua versão sobre a sociedade ou, ainda, alguns não conseguem sustentar com fundamento algum o seu parecer sobre propostas de mudanças ou anomalias no interior da sociedade.
Nas opiniões sobre a sociedade é possível se fazerem presentes elementos como: família, poder, política, educação, entre outros, que retratam sobre o funcionamento, as anomalias e os possíveis impactos na sua área de atuação ou na educação.
Neste tópico, você estudará o contexto do surgimento da Sociologia e os antecedentes históricos, algumas concepções sobre a Sociologia e as suas finalidades e áreas de estudo.
SOCIOLOGIA: SUAS ORIGENS 
A Sociologia é uma das áreas de estudo que surgiu no início da modernidade com o propósito de compreender a sociedade de um modo geral (é claro, os primeiros sociólogos tinham, cada qual, o seu entendimento sobre a sociedade). A Sociologia surge num período de profundas transformações, como: o Renascimento Cultural, a Reforma Protestante, até as grandes navegações que permitiram ao homem superar os obstáculos da natureza, ou seja, em tal período a mentalidade do homem toma outros rumos, principalmente o de colocar em suas mãos o seu próprio destino.
	Período/ Dimensões	Idade Média	Idade Moderna 	Contemporânea 
	CULTURA:	Teocentrismo 	Antropocentrismo	Materialismo
	RELIGIÃO:	Católica/ Apostólica/ Romana	Luteranismo E Outras Religiões 	Ateísmo/ Diversidade
	ECONOMIA: 	Feudalismo 	Mercantilismo/ Capitalismo	Socialismo/ Neoliberalismo
	EDUCAÇÃO:	Teologia	História/ Geografia/ Medicina/ Agricultura	Filosofia/ Sociologia/ Engenharia/ Administração/ Matemática/ Psicologia, Etc...
	POLÍTICA:	Papa	Reis	Governo/ Empresários/ Consumidor
	AMBIENTAL:	Não havia	Não havia preocupação	Sustentabilidade
Na mentalidade medieval tinha-se a percepção de que o mundo era como era porque Deus quisera assim, ou seja, era sua vontade. E se o mundo deveria ser de outra maneira, Deus o teria feito de outro modo. Pode-se dizer que a crença que se tinha no período medieval era de que a sociedade era imutável, e para isso buscavam-se justificativas das mais variadas, mas tendo como ponto de sustentação a vontade de Deus.
No entanto, com o início da modernidade, novas ideias começam a se fazer presentes com maior força e intensidade, e de certa forma contribuíram para outras maneiras de compreender a sociedade. E neste cenário, outras áreas de estudo, como a Sociologia, começam a dar os seus primeiros passos.
O objetivo desta aula é o de abordar o contexto histórico e o momento sociocultural no qual a sociologia surgiu como disciplina do conhecimento humano.
Será apresentado um pouco da vida e da obra dos pensadores considerados clássicos na sociologia.
Vocês perceberam que no início da Idade Moderna aconteceram fatos e eventos que possibilitaram a mudança do desenho da sociedade da época e, de certa maneira, impactaram sobre a forma dos pensadores teorizarem sobre o mundo ou mentalizarem propostas de organização social que também influenciaram o campo educacional. 
Assim, até mesmo o entendimento sobre a sociedade começa a mudar, e a Sociologia aparece como uma das áreas de investigação que tem como objeto de estudo a sociedade, principalmente para entender, a princípio, a nova ordem social, econômica e política que estava emergindo naquele período, tendo como base os postulados científicos que estavam ganhando força na época.
E neste contexto, a Sociologia surge amparada nos conhecimentos científicos para as suas investigações. É importante ressaltar que, neste período, pensadores como Descartes, Galileu, Copérnico, entre outros, debruçaram seus estudos sobre o conhecimento científico. E neste contexto, a busca do conhecimento não estava vinculada às tradições religiosas, à fé ou até mesmo à Bíblia.
OS PRIMEIROS PASSOS
A Sociologia é uma das áreas de estudo que surgiu no início da modernidade com o propósito de compreender a sociedade de um modo geral.
CONCEPÇÕES DE SOCIOLOGIA
A Sociologia é uma das formas de compreender o ser humano no aspecto social, porém não enfoca na personalidade do indivíduo como causa do seu comportamento, mas sim na interação social, nos padrões sociais, a exemplo: os papéis sociais, a classe social, o poder político, a cultura. A sociologia, neste sentido, tem como âncora a ideia de que o homem deve ser entendido no contexto da sua vida social e como somos influenciados pelos padrões sociais. (CHARON, 1999).
SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO
Você deve estar pensando: entre o século XV (15) e o XVI (16)muitos fatos e eventos aconteceram. Isso deve ter contribuído para mudar a forma de pensar das pessoas. Sim, muitas pessoas começaram a pensar diferente, escrever outras ideias, buscar outras explicações para os fatos e eventos. Todavia, é salutar pensar sobre que ideias ainda fazem parte, nos dias atuais, tanto da mentalidade medieval como da mentalidade moderna, inclusive no campo educacional. Para efeitos de ilustração, lembre-se de que o conhecimento científico ganhou espaço no período moderno e, de certa forma, tem estado presente em boa parte dos conteúdos lecionados nas escolas.
Racionalismo
O Racionalismo é uma corrente filosófica que atribui particular confiança à razão humana, ao passo que acredita que é dela que se obtém os conhecimentos.
Somente o pensamento por meio da razão é capaz de atingir a verdade absoluta.
O racionalismo e a preocupação com o entendimento da natureza estimularam as pesquisas científicas. Pensadores como Pietro Pomponazzi, Galileu Galilei, Copérnico e Leonardo da Vinci se fazem presentes com novas ideias, experimentos ou inventos. Por exemplo: Pomponazzi pregou a supremacia da razão, negou a Criação, a imortalidade da alma e os milagres. Eram escritos avançados para a época e que questionavam a estrutura existente e até a forma do homem compreender o mundo.
FONTE: Disponível em: <https://schoolworkhelper.net/karl-marx-and-friedrich-engels-the-bourgeois-proletariat/karl-marx-friedrich-engels/>. Acesso em: 31 maio 2017.
KARL MARX E MAX WEBER: EDUCAÇÃO
Como você estudou no tópico anterior, a sociologia surge com o intuito de compreender a sociedade. E os pensadores desta área buscam, cada qual apresentar o seu parecer sobre o modo de ser da sociedade. Por isso, podemos afirmar que estes pensadores, ainda na atualidade, têm se feito presentes nas discussões, principalmente no âmbito acadêmico. No entanto, no âmbito da educação, cada qual tem suas peculiaridades.
TÓPICO 2
O nome do pensador francês Auguste Comte está indissociavelmente ligado ao positivismo. Comte também é considerado o grande sistematizador da sociologia. 
FONTE: Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/positivismo-conceito-e-resumo-de-suas-caracteristicas/>. Acesso em: 31 maio 2017.
Neste tópico, você estudará sobre Karl Marx e Marx Weber. Cada qual com a sua forma de entender o mundo. Diante disso, estude cada qual e depois faça as suas reflexões sobre como cada um pôde contribuir para a compreensão da sociedade e da educação.
Karl Marx e Max Weber
2 KARL MARX: PROPOSTA PARA UMA NOVA SOCIEDADE
O pensador Karl Heinrich Marx nasceu em 5 de maio de 1818, em Trier, na Renânia, região que fazia parte da antiga Prússia, atualmente Alemanha. O pai de Marx era advogado e teve sucesso profissional. Marx cresceu com os confortos de uma família da pequena burguesia da época. Faleceu em 14 de março de 1883, dois anos após a morte de sua esposa Jenny.
As suas ideias influenciaram várias áreas do conhecimento, a saber: Filosofia, Sociologia, Política, Economia, Religião, entre outras. Foium dos precursores intelectuais dos movimentos de cunho revolucionário no meio operário, pois entre as suas ideias estava a necessidade de acabar com a exploração sobre o trabalhador e a formação de uma sociedade mais justa e igualitária. 
Suas obras, destacam-se: “A Sagrada Família”, “O 18 Brumário”, “A Miséria da Filosofia” e “O Capital”.
A principal obra de Karl Marx, “O Capital”, é publicada em 1867, mas a continuidade da obra passa por intempéries devido a problemas de saúde que o autor enfrentava.
Para Marx, o elemento fundamental da economia é o trabalho. O ser humano precisa produzir os bens necessários à sua sobrevivência. É através do trabalho que o homem transforma a natureza e reproduz sua existência. De acordo com o esquema dialético de Marx, através do trabalho o homem supera sua condição de ser apenas natural e cria uma nova realidade: a vida social. A sociedade é justamente a síntese do eterno processo dialético pelo qual o homem atua sobre a natureza (SELL, 2006, p.78-79).
As propostas de Marx tinham como propósito compreender a sociedade, além disso, transformar o seu modo de ser, principalmente devido às desigualdades sociais existentes na época, em virtude da exploração burguesa sobre os operários. Já para outros, Marx era um inimigo a ser combatido, devido às suas ideias.
 Entretanto, há de se mencionar que as suas ideias se fizeram ou fazem presentes em diversos campos do saber, desde a economia até a educação.
Antes mesmo da concepção de sustentabilidade e das preocupações ambientais modernas, Marx já escrevia sobre a necessidade de cuidados com a natureza. Para ele, o homem é parte integrante dela. Entretanto, esses conceitos dividem opiniões até hoje. Sucena Shkrada Resk
Para Karl Marx, o homem é parte da natureza, porém não se confunde com a mesma e, além disso, o homem é um ser social e histórico, que transforma a natureza e a si próprio neste processo. Quando o mundo ainda não tratava de sustentabilidade, Marx já falava, em outras palavras, sobre a importância do consumo consciente e de uma economia equilibrada, da justiça social e da manutenção da qualidade do meio ambiente.
A ECOLOGIA DE MARX
E é em O Capital (1867) que as reflexões de Marx sobre o tema se sobressaltam, aproximando-o de questões ambientais e ecológicas, diante das quais podemos concluir que as discussões que assolam nossos dias e que abordam consumo excessivo e poluição já eram uma preocupação para o filósofo, no século XIX (19).
Marx, nesta exposição, trata, de certa forma, do conceito conservacionista, que vigora nos dias de hoje, de que a natureza não é algo intocado, como por muito tempo os preservacionistas propuseram. Isso significa que o homem é parte integrante do meio ambiente e deve ter um papel de guardião.
"O homem vive da natureza [...] e tem que manter com ela um diálogo ininterrupto se não quiser morrer" (MARX).
2.2 MARX E BREVES CONSIDERAÇÕES
SOBRE A EDUCAÇÃO
Em termos gerais, a educação deveria ser um instrumento para aquisição de conhecimento e de transformação para a classe trabalhadora, em outras palavras, a educação deveria ter um caráter revolucionário, pois a classe trabalhadora (o proletariado), por si, não consegue adquirir a consciência de classe social e consciência política. Por isso, o processo educativo poderia ser um instrumento propício para que o trabalhador tomasse consciência da sua situação e de classe social e buscasse uma sociedade alternativa. Em contrapartida, a educação era usada como um elemento essencial para a burguesia manter a hierarquia social e sua ideologia.
Marx escreveu no período da Revolução Industrial que os trabalhadores viviam em condições precárias nas cidades, submetendo-se a salários irrelevantes, com jornadas de trabalho longas e sem amparo das leis trabalhistas.
Neste cenário, quanto à educação, Rodrigues (2007, p. 43) diz:
Marx conclui que a educação dada às crianças operárias era tão precária que só poderia servir para perpetuar as relações de opressão às quais essas crianças e seus pais estavam sujeitos. O descaso era tanto que qualquer um que tivesse uma casa e alegasse ser ali uma escola, poderia fornecer os “atestados de frequência a aulas” de que as fábricas precisavam para livrar-se da fiscalização.
MAX WEBER E ALGUMAS DAS
SUAS IDEIAS
De acordo com as ideias deste pensador, o objetivo da Sociologia é identificar e compreender como e por que as regras nascem na sociedade e como elas funcionam. 
Alguns aspecto no pensamento de Weber que deve ser mencionado são os três tipos de dominação: legal, tradicional e carismático. 
Dominação legal: obediência apoia-se na crença, na legalidade da lei e dos direitos de mando das pessoas autorizadas a comandar pela lei. 
Dominação tradicional: sua legitimidade apoia-se na crença de que o poder de mando tem caráter sagrado, herdado dos tempos antigos.
Dominação carismática: a legalidade da autoridade do líder carismático lhe é conferida pelo afeto e confiança que os indivíduos depositam nele. (SELL, 2007, p. 211-212, grifos do autor).
Quanto às ideias de Weber, há de se mencionar que o objeto de estudo da Sociologia é a ação social.
Ação: é um comportamento [...] sempre que e na medida em que o agente ou os agentes se relacionem com sentido subjetivo. Ação social: significa uma ação que, quanto a seu sentido visado pelo agente ou pelos agentes, se refere ao comportamento de outros, orientando por este em curso. (WEBER, 1994, p. 3 apud SELL, 2007, p. 181).
Ao tratar sobre ação social, Weber estabeleceu quatro tipos:
1. Ação afetiva: aquela ação determinada de modo afetivo, ou seja, pelos afetos ou estados sentimentais atuais.
2. Ação tradicional: aquela ação determinada por um costume ou um hábito arraigado.
3. Ação social: é aquela referente aos valores. A ação é determinada pela crença de valor (ético, estético e religioso).
4. Ação social referente aos fins: a ação é determinada por expectativas quanto ao comportamento dos objetos do mundo exterior ou de outras pessoas.
WEBER E A EDUCAÇÃO:
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Quanto à educação, vale destacar que os três tipos de dominação se configuram em três modelos particulares de sistemas de educação, os quais orientam para a formação de três tipos de sujeitos sociais.
Uma educação carismática: orientada para despertar a capacidade considerada como um dom puramente pessoal. [...] o aluno tem que negar-se em seu estado atual e tratar de alcançar, ou recuperar, sua identidade. Como exemplos, a educação típica de guerreiros e dos sacerdotes [...]
Uma educação formativa: orientada, sobretudo, para cultivar um determina do modo de vida, que admita atitudes e comportamentos . [...]. Assume a finalidade de educar para determinadas atitudes frente à vida (pode até vir acompanhado por um carisma e por um saber ou conhecimento, mas não se exige). Esse segundo tipo de sistema educativo constitui a instância reprodutora de uma categoria estamental, isto é, de uma categoria social que define sua posição em termos de conduta de vida, o que se traduz em prestígio.
Uma educação especializada: está orientada para instruir o aluno em conhecimentos, de saberes concretos, necessários, principalmente para o exercício de papéis sociais específicos das sociedades racionalizadas, como profissionais ou políticos. (VILELA, 2002, p. 92-93, grifos nossos).
ÉMILE DURKHEIM: CONSIDERAÇÕES
INICIAIS
Émile Durkheim nasceu em 1858 e faleceu em 1917. Durkheim viveu num período da Revolução Industrial, Iluminismo, Revolução Francesa, Positivismo e, além disso, num contexto de intelectuais, em que se faziam presentes ideias de pensadores como: Marx, Weber, Comte, Montesquieu, Hegel, dentre outros, que, em termos intelectuais, produziram diversas teorias. 
Para Durkheim (1973), a sociedade teria benefícios através do processo educativo, e quanto mais eficiente este processo, melhor seria o desenvolvimento da comunidade em que a escola faz parte. Além disso, “[...] a educação, para Émile Durkheim, é essencialmenteo processo pelo qual aprendemos a ser membros da sociedade. Educação é socialização”. (RODRIGUES, 2007, p. 27). 
Nas ideias de Durkheim (1973), sobre a Educação podemos notar que o papel das atividades 
educativas é formar um cidadão que fará parte de um espaço público e não somente o desenvolvimento individual de cada aluno em específico.
PIERRE BOURDIEU EM FOCO
Nas ideias de Bourdieu encontramos uma série de conceitos, entre eles: habitus, capital, legitimação, com os quais busca compreender os mecanismos de perpetuação da sociedade vigente nas suas variadas faces. Por isso, veremos a seguir alguns dos seus conceitos.
Habitus: pode ser entendido como as disposições inculcadas no dia a dia das pessoas, através das práticas familiares e sociais, que agem como automatismos nas maneiras de agir e designam o comportamento regular, sem ser conscientemente coordenado e regido por alguma regra. O habitus, de certa forma, traduz os estilos de vida, aspectos políticos, morais e estéticos do indivíduo, que são formados durante sua socialização (SILVA, 2010).
Campo: podemos dizer que é o espaço social onde no seu interior ocorrem diferentes lutas, sejam profissionais ou partidárias. Cada campo define suas maneiras específicas de dominação e estabelece suas próprias regras. Assim, o campo é espaço estruturado de posições, onde os dominantes e os dominados lutam para manter e obter determinados postos (SILVA, 2010).
Capital cultural: é constituído pelos saberes, competências e outras aquisições de cunho cultural. O capital cultural assinala as diferenças e remarca a distinção entre classes sociais, pois cada qual pode ter os seus próprios capitais culturais que diferem de outros.
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