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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) SÃO PAULO 2021 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) Lorena de Oliveira Serpa R.A: 3870423 Trabalho apresentado à Faculdades Metropolitanas Unidas para aquisição de média sob orientação da professora :Indira Chelini E Silva Pietoso. SÃO PAULO 2021 Atividade Prática Supervisionada- Recursos Cíveis Atividade 1 Proposta uma ação na justiça comum estadual, o Juiz de Direito da 1º Vara Cível declarou a incompetência absoluta do juízo e remeteu os autos para a justiça do trabalho. Como advogado do autor, que medida você tomaria? Responda, analisando se as hipóteses previstas no art. 1.015 do CPC são taxativas ou exemplificativas e se admitem interpretação extensiva. Diante exposto, conforme o caso em tela, a medida cabível a ser tomada é a interposição do agravo de instrumento, sendo pertinente contra decisões interlocutórias, que versem contra competência. Embora não esteja expresso no rol do art. 1.015 do Código de Processo Civil, no que se refere a competência, mediante interpretação do art. mencionado, inciso lll, de maneira análoga ou extensiva, preceitua que: Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem. Conforme, expresso anteriormente, mediante fundamentação, por meio das doutrinas, pode sim ser interposto o agravo de instrumento, é o que aduz a jurisprudência: Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a decisão interlocutória relacionada à definição de competência continua desafiando recurso de agravo de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a demanda. (STJ - REsp: 1679909 RS 2017/0109222-3, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Julgamento: 14/11/2017, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/02/2018) Ademais, as hipóteses previstas no art. 1.015 Do CPC é de rol taxativo, ou seja, sem abertura para qualquer interpretação, outrossim, admite-se também a interpretação extensiva, isto é, amplia o sentido da norma para além do contido em sua letra. Dessa maneira, conforme acima mencionado, no que tange o agravo de instrumento, bem como sua interpretação extensiva, de acordo com a doutrina, em síntese o que diz o professor Fredie Didier: "A decisão relativa à convenção de arbitragem é uma decisão que trata de competência. Se a decisão que rejeita a alegação de convenção de arbitragem é agravável, também deve ser agravável a que trata de uma competência, relativa ou absoluta. (...). Embora taxativas as hipóteses de agravo de instrumento, aquela indicada no inciso III do art. 1015 comporta interpretação extensiva para incluir a decisão que versa sobre competência". Do mesmo modo, ainda diz que: (...) A interpretação extensiva da hipótese de cabimento de agravo de instrumento prevista no inciso III do art. 1.015 é plenamente aceitável. É preciso interpretar o inciso III do art. 1.015 do CPC para abranger as decisões interlocutórias que versam sobre competência. O foro de eleição é um exemplo de negócio jurídico processual; a convenção de arbitragem, também. Ambos, a sua maneira, são negócios que dizem respeito à competência do órgão jurisdicional. ” (DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil. V. 1. Salvador: Juspodivm, 2016, p. 237-238) [1] Fica evidente, portanto, que não obstante as hipóteses de agravo de instrumento serem taxativas, através da doutrina, entende-se a necessidade da interpretação extensiva, que te como objetivo o alcance da lei, quando não está expresso no texto normativo de maneira suficiente, ressaltando ainda que não cria um direito novo.