Buscar

PESQUISA JURISPRUDENCIAL AGRAVO DE INSTRUMENTO NOVO ENTENDIMENTO - STJ

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 29 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. 
POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS 
HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS.1- O propósito do presente recurso especial, 
processado e julgado sob o rito dos recursos repetitivos, é definir a natureza jurídica do rol do 
art. 1.015 do CPC/15 e verificar a possibilidade de sua interpretação extensiva, analógica ou 
exemplificativa, a fim de admitir a interposição de agravo de instrumento contra decisão 
interlocutória que verse sobre hipóteses não expressamente previstas nos incisos do referido 
dispositivo legal.2- Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas na fase 
de conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, exceção feita ao 
inventário, pretendeu o legislador salvaguardar apenas as “situações que, realmente, não 
podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação”.3- A enunciação, em rol 
pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de instrumento seria cabível revela-
se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência, insuficiente e em desconformidade com 
as normas fundamentais do processo civil, na medida em que sobrevivem questões urgentes 
fora da lista do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável a interpretação de que o referido rol 
seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de modo restritivo.4- A tese de que o rol 
do art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria interpretações extensivas ou analógicas, 
mostra-se igualmente ineficaz para a conferir ao referido dispositivo uma interpretação em 
sintonia com as normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda remanescerão 
hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das situações enunciadas no 
rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode desnaturar a essência de 
institutos jurídicos ontologicamente distintos.5- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria 
meramente exemplificativo, por sua vez, resultaria na repristinação do regime recursal das 
interlocutórias que vigorava no CPC/73 e que fora conscientemente modificado pelo legislador 
do novo CPC, de modo que estaria o Poder Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade 
e a vontade expressamente externada pelo Poder Legislativo.6- Assim, nos termos do art. 1.036 
e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é de 
taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando 
verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de 
apelação.7- Embora não haja risco de as partes que confiaram na absoluta taxatividade com 
interpretação restritiva serem surpreendidas pela tese jurídica firmada neste recurso especial 
repetitivo, eis que somente se cogitará de preclusão nas hipóteses em que o recurso 
eventualmente interposto pela parte tenha sido admitido pelo Tribunal, estabelece-se neste ato 
um regime de transição que modula os efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica 
somente seja aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do presente 
acórdão.8- Na hipótese, dá-se provimento em parte ao recurso especial para determinar ao 
TJ/MT que, observados os demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular 
prosseguimento ao agravo de instrumento no que tange à competência.9- Recurso especial 
conhecido e provido. (REsp 1704520/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, 
julgado em 05/12/2018, DJe 19/12/2018) 
 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. 
POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS 
HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. 1- O propósito do presente recurso especial, 
processado e julgado sob o rito dos recursos repetitivos, é definir a natureza jurídica do rol do 
art. 1.015 do CPC/15 e verificar a possibilidade de sua interpretação extensiva, analógica ou 
exemplificativa, a fim de admitir a interposição de agravo de instrumento contra decisão 
interlocutória que verse sobre hipóteses não expressamente previstas nos incisos do referido 
dispositivo legal. 2- Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas na fase 
de conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, exceção feita ao 
inventário, pretendeu o legislador salvaguardar apenas as "situações que, realmente, não 
podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação". 3- A enunciação, em rol 
pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de instrumento seria cabível revela-
se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência, insuficiente e em desconformidade com 
as normas fundamentais do processo civil, na medida em que sobrevivem questões urgentes 
fora da lista do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável a interpretação de que o referido rol 
seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de modo restritivo. 4- A tese de que o rol do 
art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria interpretações extensivas ou analógicas, mostra-
se igualmente ineficaz para a conferir ao referido dispositivo uma interpretação em sintonia com 
as normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda remanescerão hipóteses em que 
não será possível extrair o cabimento do agravo das situações enunciadas no rol, seja porque o 
uso da interpretação extensiva ou da analogia pode desnaturar a essência de institutos jurídicos 
ontologicamente distintos. 5- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria meramente 
exemplificativo, por sua vez, resultaria na repristinação do regime recursal das interlocutórias 
que vigorava no CPC/73 e que fora conscientemente modificado pelo legislador do novo CPC, 
de modo que estaria o Poder Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade e a vontade 
expressamente externada pelo Poder Legislativo. 6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes 
do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade 
mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência 
decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. 7- Embora não haja 
risco de as partes que confiaram na absoluta taxatividade serem surpreendidas pela tese jurídica 
firmada neste recurso especial repetitivo, pois somente haverá preclusão quando o recurso 
eventualmente interposto pela parte venha a ser admitido pelo Tribunal, modulam-se os efeitos 
da presente decisão, a fim de que a tese jurídica apenas seja aplicável às decisões interlocutórias 
proferidas após a publicação do presente acórdão. 8- Na hipótese, dá-se provimento em parte 
ao recurso especial para determinar ao TJ/MT que, observados os demais pressupostos de 
admissibilidade, conheça e dê regular prosseguimento ao agravo de instrumento no que se 
refere à competência, reconhecendo-se, todavia, o acerto do acórdão recorrido em não 
examinar à questão do valor atribuído à causa que não se reveste, no particular, de urgência 
que justifique o seu reexame imediato. 9- Recurso especial conhecido e parcialmente 
provido.(REsp 1696396/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 
05/12/2018, DJe 19/12/2018) 
 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA. DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA QUE INDEFERIU O PEDIDO DE NULIDADE DAS INTIMAÇÕES OCORRIDAS APÓS 
A PROLATAÇÃO DA SENTENÇA. CABIMENTO DO RECURSO EM FACE DE TODAS AS DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS EM LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTODE SENTENÇA, EXECUÇÃO 
E INVENTÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DO CONTEÚDO DA DECISÃO. INCIDÊNCIA ESPECÍFICA DO 
ART. 1.015, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC/2015. LIMITAÇÃO DE CABIMENTO DO RECURSO, 
PREVISTA NO ART. 1.015, CAPUTE INCISOS, QUE SOMENTE SE APLICA ÀS DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS NA FASE DE CONHECIMENTO.1- Ação proposta em 13/02/2017. 
Recurso especial interposto em 10/08/2017 e concluso à Relatora em 26/04/2018.2- O 
propósito recursal consiste em definir se é recorrível, de imediato e por meio de agravo de 
instrumento, a decisão interlocutória que indeferiu o pedido de declaração de nulidade das 
intimações ocorridas após a prolatação da sentença.3- Somente as decisões interlocutórias 
proferidas na fase de conhecimento se submetem ao regime recursal disciplinado pelo art. 
1.015, caput e incisos do CPC/2015, segundo o qual apenas os conteúdos elencados na referida 
lista se tornarão indiscutíveis pela preclusão se não interposto, de imediato, o recurso de agravo 
de instrumento, devendo todas as demais interlocutórias aguardar a prolação da sentença para 
serem impugnadas na apelação ou nas contrarrazões de apelação.4- Para as decisões 
interlocutórias proferidas em fases subsequentes à cognitiva – liquidação e cumprimento de 
sentença –, no processo de execução e na ação de inventário, o legislador optou 
conscientemente por um regime recursal distinto, prevendo o art. 1.015, parágrafo único, do 
CPC/2015, que haverá ampla e irrestrita recorribilidade de todas as decisões interlocutórias, 
quer seja porque a maioria dessas fases ou processos não se findam por sentença e, 
consequentemente, não haverá a interposição de futura apelação, quer seja em razão de as 
decisões interlocutórias proferidas nessas fases ou processos possuírem aptidão para atingir, 
imediata e severamente, a esfera jurídica das partes, sendo absolutamente irrelevante 
investigar, nesse contexto, se o conteúdo da decisão interlocutória se amolda ou não às 
hipóteses previstas no caput e incisos do art. 1.015 do CPC/2015.5- Na hipótese, tendo sido 
proferida decisão interlocutória - que indeferiu o pedido de nulidade das intimações após a 
prolatação da sentença - após o trânsito em julgado e antes do efetivo cumprimento do 
comando sentencial, cabível, de imediato, o recurso de agravo de instrumento, na forma do art. 
1.015, parágrafo único, do CPC/2015.6- Recurso especial conhecido e provido. (REsp 
1736285/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 
24/05/2019) 
 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO EMPRESARIAL E DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL E 
FALÊNCIA. RECORRIBILIDADE POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÕES PROFERIDAS EM 
PROCEDIMENTO COMUM QUE OBSERVAM A REGRA DO ART. 1.015, INCISOS, CPC/15, COM A 
FLEXIBILIZAÇÃO TRAZIDA PELA TESE DA TAXATIVIDADE MITIGADA. DECISÕES PROFERIDAS NAS 
FASES DE LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, NO PROCESSO EXECUTIVO E NA AÇÃO 
DE INVENTÁRIO QUE OBSERVAM A REGRA DO ART. 1.015, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC/15. 
CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA TODAS AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
QUE SE JUSTIFICA DIANTE DA PROVÁVEL INUTILIDADE DE REDISCUSSÃO DA MATÉRIA POR 
OCASIÃO DO JULGAMENTO DE APELAÇÃO, QUE, QUANDO CABÍVEL, APENAS OCORRERÁ 
QUANDO MEDIDAS INVASIVAS E GRAVES JÁ HOUVEREM SIDO ADOTADAS E EXAURIDAS. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO PREVISTAS NA LEI 11.101/2005. 
CONCRETIZAÇÕES DO RISCO DE LESÃO GRAVE E DE DIFÍCIL REPARAÇÃO EXIGIDOS PELO CPC/73. 
RESSIGNIFICAÇÃO DO CABIMENTO À LUZ DO CPC/15. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO 
RECUPERACIONAL. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO NEGOCIAL. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO 
FALIMENTAR. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO COLETIVA. APLICABILIDADE DA REGRA DO ART. 1.015, 
PARÁGRAFO ÚNICO, CPC/15. CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA TODAS AS 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS NOS PROCESSOS RECUPERACIONAIS E 
FALIMENTARES. MODULAÇÃO. SEGURANÇA JURÍDICA E PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. 
RECORRIBILIDADE DIFERIDA DE QUEM NÃO IMPUGNOU IMEDIATAMENTE AS 
INTERLOCUTÓRIAS FORA DA HIPÓTESES DE CABIMENTO PREVISTAS NA LEI 11.101/2005. 
POSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DA TESE ÀS DECISÕES PROFERIDAS APÓS A PUBLICAÇÃO DO 
ACÓRDÃO E A TODOS OS AGRAVOS DE INSTRUMENTOS INTERPOSTOS ANTERIORMENTE, MAS 
AINDA PENDENTES DE JULGAMENTO NO MOMENTO DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.1- O 
propósito do presente recurso especial, processado e julgado sob o rito dos recursos repetitivos, 
é definir se é cabível agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas em 
processos de recuperação judicial e falência em hipóteses não expressamente previstas na Lei 
11.101/05.2- No regime recursal adotado pelo CPC/15, há dois diferentes modelos de 
recorribilidade das decisões interlocutórias: (i) para as decisões proferidas na fase de 
conhecimento, será cabível o agravo de instrumento nas hipóteses listadas nos incisos do art. 
1.015, observado, ainda, o abrandamento da taxatividade desse rol em razão da tese fixada por 
ocasião do julgamento do tema repetitivo 988 (tese da taxatividade mitigada); (ii) para as 
decisões proferidas nas fases de liquidação e cumprimento da sentença, no processo executivo 
e na ação de inventário, será cabível o agravo de instrumento contra todas as decisões 
interlocutórias, por força do art. 1.015, parágrafo único.3- O regime recursal diferenciado para 
as decisões interlocutórias proferidas nas fases de liquidação e cumprimento de sentença, no 
processo executivo e na ação de inventário se justifica pela impossibilidade de rediscussão 
posterior da questão objeto da interlocutória, na medida em que nem sempre haverá apelação 
nessas espécies de fases procedimentais e processos, inviabilizando a incidência da regra do 
art. 1.009, §1º, CPC/15 e também pela altíssima invasividade e gravidade das decisões 
interlocutórias proferidas nessas espécies de fases procedimentais e processos, uma vez que, 
em regra, serão praticados inúmeros e sucessivos atos judiciais de índole satisfativa (pagamento, 
penhora, expropriação e alienação de bens, etc.) que se revelam claramente incompatíveis com 
a recorribilidade apenas diferida das decisões interlocutórias.4- Conquanto a Lei 11.101/2005 
preveja o cabimento do agravo de instrumento em específicas hipóteses, como, por exemplo, o 
art. 17, caput, art. 59, §2º e art. 100, não se pode olvidar que, por ocasião da edição da referida 
lei, vigorava no Brasil o CPC/73, cujo sistema recursal, no que tange às decisões interlocutórias, 
era diametralmente oposto ao regime recursal instituído pelo CPC/15, de modo que a escolha, 
pelo legislador, de apenas algumas específicas hipóteses de recorribilidade imediata das 
interlocutórias proferidas nos processos recuperacionais e falimentares deve ser interpretada 
como o reconhecimento de que, naquelas hipóteses, estava presumidamente presente o risco 
de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, requisito exigido pelo art. 522, caput, 
CPC/73.5- Ao se reinterpretar a questão relacionada à recorribilidade das decisões 
interlocutórias proferidas nos processos recuperacionais e falimentares à luz do regime 
instituído pelo CPC/15, conclui-se que, tendo o processo recuperacional a natureza jurídica de 
liquidação e de execução negocial das dívidas da pessoa jurídica em recuperação e tendo o 
processo falimentar a natureza jurídica de liquidação e de execução coletiva das dívidas da 
pessoa jurídica falida, a esses processos deve ser aplicada a regra do art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15.6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/15, fixa-se a seguinte tese jurídica: 
Cabe agravo de instrumento de todas as decisões interlocutórias proferidas no processo de 
recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15.7- Para propiciar segurança jurídica e proteger as partes que, confiando nairrecorribilidade das decisões interlocutórias fora das hipóteses de cabimento previstas na Lei 
11.101/2005, não interpuseram agravo de instrumento com base no art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15, faz-se necessário estabelecer que: (i) as decisões interlocutórias que não foram objeto 
de recurso de agravo de instrumento poderão ser objeto de impugnação pela parte em eventual 
e hipotética apelação ou em contrarrazões, como autoriza o art. 1.009, §1º, CPC/15, se entender 
a parte que ainda será útil o enfrentamento da questão incidente objeto da decisão 
interlocutória naquele momento processual; (ii) que a presente tese jurídica vinculante deverá 
ser aplicada a todas as decisões interlocutórias proferidas após a publicação do acórdão que 
fixou a tese e a todos os agravos de instrumento interpostos antes da fixação da tese e que 
ainda se encontrem pendentes de julgamento ao tempo da publicação deste acórdão, 
excluindo-se aqueles que não foram conhecidos por decisão judicial transitada em julgado.8- Na 
hipótese, a decisão interlocutória proferida no processo de recuperação judicial determinou à 
parte que devolvesse determinado valor à Caixa Econômica Federal, sob pena de penhora e 
multa, e, interposto o agravo de instrumento, entendeu o TJ/MT por não conhecer o recurso 
de agravo de instrumento ao fundamento de que a hipótese em exame não se amoldaria a 
nenhum dos incisos do art. 1.015 do CPC, de modo que, fixada a tese jurídica vinculante no 
sentido de que cabe agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias proferidas 
nos processos de recuperação judicial e de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15, deve ser provido o recurso especial, a fim de determinar ao TJ/MT que, afastado o 
óbice do cabimento, conheça do agravo de instrumento, se preenchidos os demais pressupostos 
de admissibilidade, e dê regular prosseguimento ao agravo de instrumento.9 – Recurso especial 
conhecido e provido.(REsp 1717213/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, 
julgado em 03/12/2020, DJe 10/12/2020). 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO EMPRESARIAL E DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL E 
FALÊNCIA. RECORRIBILIDADE POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÕES PROFERIDAS EM 
PROCEDIMENTO COMUM QUE OBSERVAM A REGRA DO ART. 1.015, INCISOS, CPC/15, COM A 
FLEXIBILIZAÇÃO TRAZIDA PELA TESE DA TAXATIVIDADE MITIGADA. DECISÕES PROFERIDAS NAS 
FASES DE LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, NO PROCESSO EXECUTIVO E NA AÇÃO 
DE INVENTÁRIO QUE OBSERVAM A REGRA DO ART. 1.015, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC/15. 
CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA TODAS AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS 
QUE SE JUSTIFICA DIANTE DA PROVÁVEL INUTILIDADE DE REDISCUSSÃO DA MATÉRIA POR 
OCASIÃO DO JULGAMENTO DE APELAÇÃO, QUE, QUANDO CABÍVEL, APENAS OCORRERÁ 
QUANDO MEDIDAS INVASIVAS E GRAVES JÁ HOUVEREM SIDO ADOTADAS E EXAURIDAS. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO PREVISTAS NA LEI 11.101/2005. 
CONCRETIZAÇÕES DO RISCO DE LESÃO GRAVE E DE DIFÍCIL REPARAÇÃO EXIGIDOS PELO CPC/73. 
RESSIGNIFICAÇÃO DO CABIMENTO À LUZ DO CPC/15. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO 
RECUPERACIONAL. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO NEGOCIAL. NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO 
FALIMENTAR. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO COLETIVA. APLICABILIDADE DA REGRA DO ART. 1.015, 
PARÁGRAFO ÚNICO, CPC/15. CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA TODAS AS 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS NOS PROCESSOS RECUPERACIONAIS E 
FALIMENTARES. MODULAÇÃO. SEGURANÇA JURÍDICA E PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. 
RECORRIBILIDADE DIFERIDA DE QUEM NÃO IMPUGNOU IMEDIATAMENTE AS 
INTERLOCUTÓRIAS FORA DA HIPÓTESES DE CABIMENTO PREVISTAS NA LEI 11.101/2005. 
POSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DA TESE ÀS DECISÕES PROFERIDAS APÓS A PUBLICAÇÃO DO 
ACÓRDÃO E A TODOS OS AGRAVOS DE INSTRUMENTOS INTERPOSTOS ANTERIORMENTE, MAS 
AINDA PENDENTES DE JULGAMENTO NO MOMENTO DA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO.1- O 
propósito do presente recurso especial, processado e julgado sob o rito dos recursos repetitivos, 
é definir se é cabível agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas em 
processos de recuperação judicial e falência em hipóteses não expressamente previstas na Lei 
11.101/05.2- No regime recursal adotado pelo CPC/15, há dois diferentes modelos de 
recorribilidade das decisões interlocutórias: (i) para as decisões proferidas na fase de 
conhecimento, será cabível o agravo de instrumento nas hipóteses listadas nos incisos do art. 
1.015, observado, ainda, o abrandamento da taxatividade desse rol em razão da tese fixada por 
ocasião do julgamento do tema repetitivo 988 (tese da taxatividade mitigada); (ii) para as 
decisões proferidas nas fases de liquidação e cumprimento da sentença, no processo executivo 
e na ação de inventário, será cabível o agravo de instrumento contra todas as decisões 
interlocutórias, por força do art. 1.015, parágrafo único.3- O regime recursal diferenciado para 
as decisões interlocutórias proferidas nas fases de liquidação e cumprimento de sentença, no 
processo executivo e na ação de inventário se justifica pela impossibilidade de rediscussão 
posterior da questão objeto da interlocutória, na medida em que nem sempre haverá apelação 
nessas espécies de fases procedimentais e processos, inviabilizando a incidência da regra do 
art. 1.009, §1º, CPC/15 e também pela altíssima invasividade e gravidade das decisões 
interlocutórias proferidas nessas espécies de fases procedimentais e processos, uma vez que, 
em regra, serão praticados inúmeros e sucessivos atos judiciais de índole satisfativa (pagamento, 
penhora, expropriação e alienação de bens, etc.) que se revelam claramente incompatíveis com 
a recorribilidade apenas diferida das decisões interlocutórias.4- Conquanto a Lei 11.101/2005 
preveja o cabimento do agravo de instrumento em específicas hipóteses, como, por exemplo, o 
art. 17, caput, art. 59, §2º e art. 100, não se pode olvidar que, por ocasião da edição da referida 
lei, vigorava no Brasil o CPC/73, cujo sistema recursal, no que tange às decisões interlocutórias, 
era diametralmente oposto ao regime recursal instituído pelo CPC/15, de modo que a escolha, 
pelo legislador, de apenas algumas específicas hipóteses de recorribilidade imediata das 
interlocutórias proferidas nos processos recuperacionais e falimentares deve ser interpretada 
como o reconhecimento de que, naquelas hipóteses, estava presumidamente presente o risco 
de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, requisito exigido pelo art. 522, caput, 
CPC/73.5- Ao se reinterpretar a questão relacionada à recorribilidade das decisões 
interlocutórias proferidas nos processos recuperacionais e falimentares à luz do regime 
instituído pelo CPC/15, conclui-se que, tendo o processo recuperacional a natureza jurídica de 
liquidação e de execução negocial das dívidas da pessoa jurídica em recuperação e tendo o 
processo falimentar a natureza jurídica de liquidação e de execução coletiva das dívidas da 
pessoa jurídica falida, a esses processos deve ser aplicada a regra do art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15.6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/15, fixa-se a seguinte tese jurídica: 
Cabe agravo de instrumento de todas as decisões interlocutórias proferidas no processo de 
recuperação judicial e no processo de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15.7- Para propiciar segurança jurídica e proteger as partes que, confiando na 
irrecorribilidade das decisões interlocutórias fora das hipóteses de cabimento previstas na Lei 
11.101/2005, não interpuseram agravo de instrumento com base no art. 1.015, parágrafo único, 
CPC/15, faz-se necessário estabelecer que: (i) as decisões interlocutórias que não foram objeto 
de recurso de agravo de instrumento poderão ser objeto de impugnação pela parte em eventual 
e hipotética apelação ou em contrarrazões, como autoriza o art. 1.009, §1º,CPC/15, se entender 
a parte que ainda será útil o enfrentamento da questão incidente objeto da decisão 
interlocutória naquele momento processual; (ii) que a presente tese jurídica vinculante deverá 
ser aplicada a todas as decisões interlocutórias proferidas após a publicação do acórdão que 
fixou a tese e a todos os agravos de instrumento interpostos antes da fixação da tese e que 
ainda se encontrem pendentes de julgamento ao tempo da publicação deste acórdão, 
excluindo-se aqueles que não foram conhecidos por decisão judicial transitada em julgado.8- Na 
hipótese, a decisão interlocutória proferida no processo de recuperação judicial indeferiu o 
pedido de liberação das garantias dadas aos contratos firmados com os recorridos antes do 
pedido de recuperação judicial, e, interposto o agravo de instrumento, entendeu o TJ/MT por 
não conhecer o recurso de agravo de instrumento ao fundamento de que a hipótese em exame 
não se amoldaria a nenhum dos incisos do art. 1.015 do CPC, de modo que, fixada a tese jurídica 
vinculante no sentido de que cabe agravo de instrumento contra todas as decisões 
interlocutórias proferidas nos processos de recuperação judicial e de falência, por força do art. 
1.015, parágrafo único, CPC/15, deve ser provido o recurso especial, a fim de determinar ao 
TJ/MT que, afastado o óbice do cabimento, conheça do agravo de instrumento, se preenchidos 
os demais pressupostos de admissibilidade, e dê regular prosseguimento ao agravo de 
instrumento.9 – Recurso especial conhecido e provido. (REsp 1707066/MT, Rel. Ministra 
NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 03/12/2020, DJe 10/12/2020) 
 
DIREITO EMPRESARIAL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS 
EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL E FALÊNCIA. RECORRIBILIDADE POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
DECISÕES PROFERIDAS EM PROCEDIMENTO COMUM QUE OBSERVAM A REGRA DO ART. 1.015, 
INCISOS, CPC/15, COM A FLEXIBILIZAÇÃO TRAZIDA PELA TESE DA TAXATIVIDADE MITIGADA. 
DECISÕES PROFERIDAS NAS FASES DE LIQUIDAÇÃO E CUMPRIMENTO DA SENTENÇA, NO 
PROCESSO EXECUTIVO E NA AÇÃO DE INVENTÁRIO QUE OBSERVAM A REGRA DO ART. 1.015, 
PARÁGRAFO ÚNICO, CPC/15. CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA TODAS AS 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS QUE SE JUSTIFICA DIANTE DA PROVÁVEL INUTILIDADE DE 
REDISCUSSÃO DA MATÉRIA POR OCASIÃO DO JULGAMENTO DE APELAÇÃO, QUE, QUANDO 
CABÍVEL, APENAS OCORRERÁ QUANDO MEDIDAS INVASIVAS E GRAVES JÁ HOUVEREM SIDO 
ADOTADAS E EXAURIDAS. HIPÓTESES DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
PREVISTAS NA LEI 11.101/2005. CONCRETIZAÇÕES DO RISCO DE LESÃO GRAVE E DE DIFÍCIL 
REPARAÇÃO EXIGIDOS PELO CPC/73. RESSIGNIFICAÇÃO DO CABIMENTO À LUZ DO CPC/15. 
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO RECUPERACIONAL. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO NEGOCIAL. 
NATUREZA JURÍDICA DO PROCESSO FALIMENTAR. LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO COLETIVA. 
APLICABILIDADE DA REGRA DO ART. 1.015, PARÁGRAFO ÚNICO, CPC/15. CABIMENTO DE 
AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA TODAS AS DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS PROFERIDAS NOS 
PROCESSOS RECUPERACIONAIS E FALIMENTARES. ALEGADA PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO 
DO RECURSO ESPECIAL. QUESTÃO A SER EXAMINADA POR OCASIÃO DO JULGAMENTO DO 
AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO.1- O propósito do presente recurso especial é definir 
se é cabível agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas em processos de 
recuperação judicial e falência em hipóteses não expressamente previstas na Lei 11.101/05.2- 
No regime recursal adotado pelo CPC/15, há dois diferentes modelos de recorribilidade das 
decisões interlocutórias: (i) para as decisões proferidas na fase de conhecimento, será cabível o 
agravo de instrumento nas hipóteses listadas nos incisos do art. 1.015, observado, ainda, o 
abrandamento da taxatividade desse rol em razão da tese fixada por ocasião do julgamento do 
tema repetitivo 988 (tese da taxatividade mitigada); (ii) para as decisões proferidas nas fases de 
liquidação e cumprimento da sentença, no processo executivo e na ação de inventário, será 
cabível o agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias, por força do art. 1.015, 
parágrafo único.3- O regime recursal diferenciado para as decisões interlocutórias proferidas 
nas fases de liquidação e cumprimento de sentença, no processo executivo e na ação de 
inventário se justifica pela impossibilidade de rediscussão posterior da questão objeto da 
interlocutória, na medida em que nem sempre haverá apelação nessas espécies de fases 
procedimentais e processos, inviabilizando a incidência da regra do art. 1.009, §1º, CPC/15 e 
também pela altíssima invasividade e gravidade das decisões interlocutórias proferidas nessas 
espécies de fases procedimentais e processos, uma vez que, em regra, serão praticados 
inúmeros e sucessivos atos judiciais de índole satisfativa (pagamento, penhora, expropriação e 
alienação de bens, etc.) que se revelam claramente incompatíveis com a recorribilidade apenas 
diferida das decisões interlocutórias.4- Conquanto a Lei 11.101/2005 preveja o cabimento do 
agravo de instrumento em específicas hipóteses, como, por exemplo, o art. 17, caput, art. 59, 
§2º e art. 100, não se pode olvidar que, por ocasião da edição da referida lei, vigorava no Brasil 
o CPC/73, cujo sistema recursal, no que tange às decisões interlocutórias, era diametralmente 
oposto ao regime recursal instituído pelo CPC/15, de modo que a escolha, pelo legislador, de 
apenas algumas específicas hipóteses de recorribilidade imediata das interlocutórias proferidas 
nos processos recuperacionais e falimentares deve ser interpretada como o reconhecimento de 
que, naquelas hipóteses, estava presumidamente presente o risco de causar à parte lesão grave 
e de difícil reparação, requisito exigido pelo art. 522, caput, CPC/73.5- Ao se reinterpretar a 
questão relacionada à recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas nos processos 
recuperacionais e falimentares à luz do regime instituído pelo CPC/15, conclui-se que, tendo o 
processo recuperacional a natureza jurídica de liquidação e de execução negocial das dívidas da 
pessoa jurídica em recuperação e tendo o processo falimentar a natureza jurídica de liquidação 
e de execução coletiva das dívidas da pessoa jurídica falida, a esses processos deve ser aplicada 
a regra do art. 1.015, parágrafo único, CPC/15, aplicando-se a tese fixada pela 2ª Seção no 
julgamento do tema repetitivo 1.022, segundo a qual cabe agravo de instrumento de todas as 
decisões interlocutórias proferidas no processo de recuperação judicial e no processo de 
falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, CPC/15.6- Na hipótese, a decisão interlocutória 
proferida no processo de recuperação judicial determinou à parte que apresentasse novo plano 
com diversos ajustes e, interposto o agravo de instrumento, entendeu o TJ/MT por não 
conhecer o recurso de agravo de instrumento ao fundamento de que a hipótese em exame não 
se amoldaria a nenhum dos incisos do art. 1.015 do CPC, de modo que, fixada a tese jurídica de 
que cabe agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias proferidas nos 
processos de recuperação judicial e de falência, por força do art. 1.015, parágrafo único, CPC/15, 
deve ser provido o recurso especial, a fim de determinar ao TJ/MT que, afastado o óbice do 
cabimento, conheça do agravo de instrumento, se preenchidos os demais pressupostos de 
admissibilidade, e dê regular prosseguimento ao agravo de instrumento, cabendo-lhe examinar, 
inclusive, a alegação de perda de objeto suscitada pela parte.7 – Recurso especial conhecido e 
provido. (REsp 1712231/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
23/02/2021, DJe 01/03/2021) 
 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE 
DEFINE COMO CONSUMERISTA A RELAÇÃO JURÍDICA MANTIDA ENTRE AS PARTES E AFASTA A 
TESE DE PRESCRIÇÃO SUSCITADA PELO RÉU. RECORRIBILIDADE IMEDIATA POR AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. ART.1.015, II, DO CPC/2015. MÉRITO DO PROCESSO. CONCEITO JURÍDICO 
INDETERMINADO. CABIMENTO QUE ABRANGE AS DECISÕES PARCIAIS DE MÉRITO, AS DECISÕES 
ELENCADAS NO ART. 487 DO CPC/2015 E AS DEMAIS QUE DIGAM RESPEITO A SUBSTÂNCIA DA 
PRETENSÃO DEDUZIDA EM JUÍZO. ENQUADRAMENTO FÁTICO-NORMATIVO DA RELAÇÃO DE 
DIREITO SUBSTANCIAL. QUESTÃO NÃO RELACIONADA AO MÉRITO, SALVO SE DELA DECORRER 
UMA QUESTÃO DE MÉRITO, COMO O PRAZO PRESCRICIONAL À LUZ DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. 
NECESSIDADE DE EXAME CONJUNTO.1- Ação proposta em 17/04/2015. Recurso especial 
interposto em 16/03/2017 e atribuído à Relatora em 18/10/2017.2- O propósito recursal é 
definir se cabe agravo de instrumento, com base no art. 1.015, II, do CPC/2015, contra a decisão 
interlocutória que, na fase de saneamento do processo, estabelece a legislação aplicável ao 
deslinde da controvérsia e afasta a prescrição com base nessa regra jurídica.3- Embora se trate 
de conceito jurídico indeterminado, a decisão interlocutória que versa sobre mérito do processo 
que justifica o cabimento do recurso de agravo de instrumento fundado no art. 1.015, II, do 
CPC/2015, é aquela que: (i) resolve algum dos pedidos cumulados ou parcela de único pedido 
suscetível de decomposição, que caracterizam a decisão parcial de mérito; (ii) possui conteúdo 
que se amolda às demais hipóteses previstas no art. 487 do CPC/2015; ou (iii) diga respeito a 
substância da pretensão processual deduzida pela parte em juízo, ainda que não expressamente 
tipificada na lista do art. 487 do CPC.4- O simples enquadramento fático-normativo da relação 
de direito substancial havida entre as partes, por si só, não diz respeito ao mérito do processo, 
embora induza a uma série de consequências jurídicas que poderão influenciar o resultado da 
controvérsia, mas, se a partir da subsunção entre fato e norma, houver pronunciamento judicial 
também sobre questão de mérito, como é a prescrição da pretensão deduzida pela parte, a 
definição da lei aplicável à espécie se incorpora ao mérito do processo, na medida em que não 
é possível examinar a prescrição sem que se examine, igual e conjuntamente, se a causa se 
submete à legislação consumerista ou à legislação civil, devendo ambas as questões, na 
hipótese, ser examinadas conjuntamente.5- Recurso especial conhecido e provido. (REsp 
1702725/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/06/2019, DJe 
28/06/2019) 
 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. VÍCIO DE 
FUNDAMENTAÇÃO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. INOCORRÊNCIA. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
QUE INDEFERE O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO AOS EMBARGOS. RECORRIBILIDADE IMEDIATA 
POR AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSIBILIDADE. CABIMENTO DO RECURSO EM FACE DE 
DECISÕES QUE VERSEM SOBRE TUTELA PROVISÓRIA, CONCEITO EM QUE SE ENQUADRA A 
DECISÃO QUE INDEFERE O PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO. ART. 1.015, I, COMBINADO COM 
ART. 919, §1º, AMBOS DO CPC/2015. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA OU POR ANALOGIA DO ART. 
1.015, X, DO CPC/2015, QUE ERRONEAMENTE NÃO CONTEMPLOU ESSA HIPÓTESE. 
IMPOSSIBILIDADE. PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA TUTELA PROVISÓRIA. 
MATÉRIA NÃO EXAMINADA NO ACÓRDÃO, QUE SE LIMITOU À INADMISSIBILIDADE DO AGRAVO. 
AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO.1- Ação proposta em 12/12/2016. Recurso especial 
interposto em 23/01/2018 e atribuído à Relatora em 07/06/2018.2- O propósito recursal 
consiste em definir, para além da negativa de prestação jurisdicional: (i) se é recorrível, de 
imediato e por meio de agravo de instrumento, a decisão interlocutória que indefere a 
concessão de efeito suspensivo aos embargos à execução de título extrajudicial; (ii) se, na 
hipótese, estão presentes os pressupostos para a concessão do efeito suspensivo.3- A mera 
alegação de que teria havido violação ao art. 1.022 do CPC, sem contudo, o detalhadamente 
acerca dos alegados vícios existentes no acórdão, impede o exame do recurso especial sob esse 
fundamento, especialmente quando se verifica que a única questão efetivamente debatida no 
acórdão recorrido está suficientemente motivada.4- A decisão que versa sobre a concessão de 
efeito suspensivo aos embargos à execução de título extrajudicial é uma decisão interlocutória 
que versa sobre tutela provisória, como reconhece o art. 919, §1º, do CPC/2015, motivo pelo 
qual a interposição imediata do agravo de instrumento em face da decisão que indefere a 
concessão do efeito suspensivo é admissível com base no art. 1.015, I, do CPC/2015, tornando 
inadequado o uso de interpretação extensiva ou analogia sobre a hipótese de cabimento 
prevista no art. 1.015, X, do CPC/2015.5- Tendo o acórdão recorrido se limitado à 
inadmissibilidade do agravo de instrumento, não se admite o exame acerca da presença, ou não, 
dos pressupostos que autorizam a concessão do pretendido efeito suspensivo aos embargos à 
execução, em virtude da ausência de prequestionamento da matéria. Incidência da Súmula 
211/STJ.6- Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido. (REsp 
1745358/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/02/2019, DJe 
01/03/2019) 
 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS EM 
DECORRÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO. ALEGAÇÃO DO RÉU DE QUE OS REQUISITOS PARA A 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NÃO ESTÃO PRESENTES. RECORRIBILIDADE IMEDIATA COM 
BASE NO ART. 1.015, XI, DO CPC/15. POSSIBILIDADE. REGRA DE CABIMENTO DO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO QUE SE INTERPRETA EM CONJUNTO COM O ART. 373, §1º, DO CPC/15. AGRAVO 
DE INSTRUMENTO CABÍVEL NAS HIPÓTESES DE DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA 
E DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. INSTITUTOS DISTINTOS, MAS SEMELHANTES QUANTO À 
NATUREZA, JUSTIFICATIVA, MOMENTO DE APLICAÇÃO E EFEITOS. INDISPENSÁVEL NECESSIDADE 
DE PERMITIR À PARTE A DESINCUMBÊNCIA DO ÔNUS DE PROVAR QUE, POR DECISÃO JUDICIAL, 
FORA IMPOSTO NO CURSO DO PROCESSO.1- Ação proposta em 20/08/2015. Recurso especial 
interposto em 21/09/2017 e atribuído à Relatora em 13/03/2018.2- O propósito recursal é 
definir se cabe agravo de instrumento, com base nos arts. 1.015, XI e 373, §1º, do CPC/15, contra 
a decisão interlocutória que versa sobre a inversão do ônus da prova nas ações que tratam de 
relação de consumo.3- No direito brasileiro, o ônus da prova é disciplinado a partir de uma regra 
geral prevista no art. 373, I e II, do CPC/15, denominada de distribuição estática do ônus da 
prova, segundo a qual cabe ao autor provar o fato constitutivo do direito e cabe ao réu provar 
o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, admitindo-se, ainda, a 
existência de distribuição estática do ônus da prova de forma distinta da regra geral, 
caracterizada pelo fato de o próprio legislador estabelecer, previamente, a quem caberá o ônus 
de provar fatos específicos, como prevê, por exemplo, o art. 38 do CDC.4- Para as situações 
faticamente complexas insuscetíveis de prévia catalogação pelo direito positivo, a lei, a doutrina 
e a jurisprudência passaram a excepcionar a distribuição estática do ônus da prova, criando e 
aplicando regras de distribuição diferentes daquelas estabelecidas em lei, contexto em que 
surge a regra de inversão do ônus da prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e a teoria da 
distribuição dinâmica do ônus da prova, reiteradamente aplicada por esta Corte mesmo antes 
de ser integrada ao direito positivo, tendo ambas – inversão e distribuição dinâmica – a 
característica de permitir a modificação judicial do ônus da prova (modificação ope judicis).5- As 
diferentes formas de se atribuir o ônus da prova às partes se reveste de acentuada relevância 
prática, na medida em que a interpretação conjunta dos arts. 1.015, XI, e 373, §1º, do CPC/15, 
demonstra que nem todas as decisões interlocutórias que versem sobre o ônus da prova são 
recorríveis de imediato, mas, sim, apenas àquelas proferidas nos exatos moldes delineados pelo 
art. 373, §1º, do CPC/15.6-O art. 373, §1º, do CPC/15, contempla duas regras jurídicas distintas, 
ambas criadas para excepcionar à regra geral, sendo que a primeira diz respeito à atribuição 
do ônus da prova, pelo juiz, em hipóteses previstas em lei, de que é exemplo a inversão do ônus 
da prova prevista no art. 6º, VIII, do CDC, e a segunda diz respeito à teoria da distribuição 
dinâmica do ônus da prova, incidente a partir de peculiaridades da causa que se relacionem com 
a impossibilidade ou com a excessiva dificuldade de se desvencilhar do ônus estaticamente 
distribuído ou, ainda, com a maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário.7- Embora 
ontologicamente distintas, a distribuição dinâmica e a inversão do ônus têm em comum o fato 
de excepcionarem a regra geral do art. 373, I e II, do CPC/15, de terem sido criadas para superar 
dificuldades de natureza econômica ou técnica e para buscar a maior justiça possível na decisão 
de mérito e de se tratarem de regras de instrução que devem ser implementadas antes da 
sentença, a fim de que não haja surpresa à parte que recebe o ônus no curso do processo e 
também para que possa a parte se desincumbir do ônus recebido.8- Nesse cenário, é cabível a 
impugnação imediata da decisão interlocutória que verse sobre quaisquer das exceções 
mencionadas no art. 373, §1º, do CPC/15, pois somente assim haverá a oportunidade de a parte 
que recebe o ônus da prova no curso do processo dele se desvencilhar, seja pela possibilidade 
de provar, seja ainda para demonstrar que não pode ou que não deve provar, como, por 
exemplo, nas hipóteses de prova diabólica reversa ou de prova duplamente diabólica.9- Recurso 
especial conhecido e provido. (REsp 1729110/CE, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019) 
 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE OBRIGACIONAL SECURITÁRIA. DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA QUE ADMITE A INTERVENÇÃO DE TERCEIRO E DECLINA DA COMPETÊNCIA 
PARA A JUSTIÇA FEDERAL. RECORRIBILIDADE IMEDIATA. ART. 1.015, IX, DO CPC/15. 
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL DE DUPLO CONTEÚDO. CRITÉRIOS DE EXAME. INTERVENÇÃO DE 
TERCEIRO QUE É O ELEMENTO PREPONDERANTE DA DECISÃO JUDICIAL. ESTABELECIMENTO DE 
RELAÇÃO DE ANTECEDENTE-CONSEQUENTE. IMPUGNAÇÃO ADEQUADA DA PARTE, QUE SE 
VOLTA ESSENCIALMENTE AOS MOTIVOS PELOS QUAIS A INTERVENÇÃO É NECESSÁRIA EM 
RELAÇÃO A TODAS AS PARTES. DELIBERAÇÃO SOBRE O DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA QUE 
É DECORRÊNCIA LÓGICA, EVIDENTE E AUTOMÁTICA DO EXAME DA QUESTÃO 
PREPONDERANTE.1- Ação proposta em 14/08/2009. Recurso especial interposto em 
21/08/2018 e atribuído à Relatora em 12/03/2019.2- O propósito recursal é definir se a decisão 
interlocutória que versa, a um só tempo, sobre a intervenção de um terceiro com o consequente 
deslocamento da competência para justiça distinta é impugnável desde logo por agravo de 
instrumento fundado na regra do art. 1.015, IX, do CPC/15.3- O pronunciamento jurisdicional 
que admite ou inadmite a intervenção de terceiro e que, em virtude disso, modifica ou não a 
competência, possui natureza complexa, pois reúne, na mesma decisão judicial, dois conteúdos 
que, a despeito de sua conexão, são ontologicamente distintos e suscetíveis de inserção em 
compartimentos estanques.4- Em se tratando de decisão interlocutória com duplo conteúdo – 
intervenção de terceiro e competência – é possível estabelecer, como critérios para a 
identificação do cabimento do recurso com base no art. 1.015, IX, do CPC/15: (i) o exame do 
elemento que prepondera na decisão; (ii) o emprego da lógica do antecedente-consequente e 
da ideia de questões prejudiciais e de questões prejudicadas; (iii) o exame do conteúdo das 
razões recursais apresentadas pela parte irresignada.5- Aplicando-se tais critérios à hipótese em 
exame, verifica-se que: (i) a intervenção de terceiro exerce relação de dominância sobre a 
competência, porque somente se cogita a alteração de competência do órgão julgador se 
houver a admissão ou inadmissão do terceiro apto a provocar essa modificação; (ii) a 
intervenção de terceiro é o antecedente que leva, consequentemente, ao exame da 
competência, induzindo a um determinado resultado – se deferido o ingresso do terceiro sujeito 
à competência prevista no art. 109, I, da Constituição Federal, haverá alteração da competência 
para a Justiça Federal e, se indeferido o ingresso do terceiro sujeito à competência prevista no 
art. 109, I, da Constituição Federal, haverá a manutenção da competência na Justiça Estadual; 
(iii) a irresignação da parte recorrente está no fato de que o interesse jurídico que justificaria a 
intervenção da Caixa Econômica Federal existiria em relação a todas as partes e não em relação 
a somente algumas, tendo sido declinados os fundamentos de fato e de direito correspondentes 
a essa pretensão e apontado que a remessa do processo para a Justiça Federal teria como 
consequência uma série de prejuízos de índole processual.6- Recurso especial conhecido e 
provido. (REsp 1797991/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 
18/06/2019, DJe 21/06/2019) 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EXIGIR CONTAS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA DE MÉRITO. 
NECESSIDADE DE EXAME DOS ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PEDIDO E DA POSSIBILIDADE DE 
DECOMPOSIÇÃO DO PEDIDO. ASPECTOS DE MÉRITO DO PROCESSO. ALEGAÇÃO DE 
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. CONDIÇÃO DA AÇÃO AO TEMPO DO CPC/73. 
SUPERAÇÃO LEGAL. ASPECTO DO MÉRITO APÓS O CPC/15. RECORRIBILIDADE IMEDIATA DA 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE AFASTA A ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO 
PEDIDO. ADMISSIBILIDADE. ART. 1.015, II, CPC/15.1- Ação proposta em 03/04/2017. Recurso 
especial interposto em 23/02/2018 e atribuído à Relatora em 16/08/2018.2- O propósito 
recursal é definir se cabe agravo de instrumento, com base no art. 1.015, II, do CPC/15, contra 
a decisão interlocutória que afasta a arguição de impossibilidade jurídica do pedido.3- Ao 
admitir expressamente a possibilidade de decisões parciais de mérito quando uma parcela de 
um pedido suscetível de decomposição puder ser solucionada antecipadamente, o CPC/15 
passou a exigir o exame detalhado dos elementos que compõem o pedido, especialmente em 
virtude da possibilidade de impugnação imediata por agravo de instrumento da decisão 
interlocutória que versar sobre mérito do processo (art. 1.015, II, CPC/15).4- Para o adequado 
exame do conteúdo do pedido, não basta apenas que se investigue a questão sob a ótica da 
relação jurídica de direito material subjacente e que ampara o bem da vida buscado em juízo, 
mas, ao revés, também é necessário o exame de outros aspectos relacionados ao mérito, como, 
por exemplo, os aspectos temporais que permitem identificar a ocorrência de prescrição ou 
decadência e, ainda, os termos inicial e final da relação jurídica de direito material. 
Precedentes.5- O enquadramento da possibilidade jurídica do pedido, na vigência do CPC/73, 
na categoria das condições da ação, sempre foi objeto de severas críticas da doutrina brasileira, 
que reconhecia o fenômeno como um aspecto do mérito do processo, tendo sido esse o 
entendimento adotado pelo CPC/15, conforme se depreende de sua exposição de motivos e dos 
dispositivos legais que atualmente versam sobre os requisitos de admissibilidade da ação.6- A 
possibilidade jurídica do pedido após o CPC/15, pois, compõe uma parcela do mérito em 
discussão no processo, suscetível de decomposição e que pode ser examinada em separado dos 
demais fragmentos que o compõem, de modo que a decisão interlocutória que versar sobre 
essa matéria, seja para acolher a alegação, seja também para afastá-la, poderá ser objeto de 
impugnação imediata por agravo de instrumento com base no art. 1.015, II, CPC/15.7- Recurso 
especial conhecido e provido. (REsp 1757123/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 13/08/2019, DJe 15/08/2019) 
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE NULIDADE DE CONTRATOCUMULADA COM REPETIÇÃO DE 
INDÉBITO E REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE MAJORA A 
MULTA FIXADA PARA A HIPÓTESE DE DESCUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL. RENITÊNCIA DA 
PARTE ADVERSA QUE REVELOU A INSUFICIÊNCIA DA TÉCNICA DE APOIO ADOTADA. DECISÃO 
MODIFICADORA DA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ANTERIORMENTE PROFERIDA, EM QUE FOI 
CONCEDIDA A TUTELA PROVISÓRIA. RECORRIBILIDADE IMEDIATA. DECISÃO QUE MAJORA A 
MULTA FIXADA ANTERIORMENTE VERSA SOBRE TUTELA PROVISÓRIA. AGRAVO DE 
INSTRUMENTO CABÍVEL. ART. 1.015, I, DO CPC/15. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL 
PREJUDICADA.1- Ação proposta em 29/01/2013. Recurso especial interposto em 08/02/2019 e 
atribuído à Relatora em 30/07/2019.2- O propósito recursal é definir se a decisão interlocutória 
que majora a multa fixada para a hipótese de descumprimento de decisão interlocutória 
antecipatória de tutela anteriormente proferida também versa sobre tutela provisória e, assim, 
se é recorrível por agravo de instrumento com base no art. 1.015, I, do CPC/15.3- O conceito de 
“decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória” abrange as decisões que examinam a 
presença ou não dos pressupostos que justificam o deferimento, indeferimento, revogação ou 
alteração da tutela provisória e, também, as decisões que dizem respeito ao prazo e ao modo 
de cumprimento da tutela, a adequação, suficiência, proporcionalidade ou razoabilidade da 
técnica de efetivação da tutela provisória e, ainda, a necessidade ou dispensa de garantias para 
a concessão, revogação ou alteração da tutela provisória, motivo pelo qual o art. 1.015, I, do 
CPC/15, deve ser lido e interpretado como uma cláusula de cabimento de amplo espectro, de 
modo a permitir a recorribilidade imediata das decisões interlocutórias que digam respeito não 
apenas ao núcleo essencial da tutela provisória, mas também que se refiram aos aspectos 
acessórios que estão umbilicalmente vinculados a ela. Precedente.4- Hipótese em que, após a 
prolação da primeira decisão interlocutória que deferiu a tutela de urgência sob pena de multa, 
sobreveio a notícia de descumprimento da ordem judicial, motivando a prolação de 
subsequente decisão interlocutória que, ao majorar a multa fixada anteriormente, modificou o 
conteúdo da primeira decisão e, consequentemente, também versou sobre tutela provisória, 
nos moldes da hipótese de cabimento descrita no art. 1.015, I, do CPC/15.5- Recurso especial 
conhecido e provido. (REsp 1827553/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 27/08/2019, DJe 29/08/2019) 
 
RECURSO ESPECIAL Nº 1928710 - DF (2021/0084003-7) (esse não é acórdão, é decisão 
monocrática) 
DECISÃO 
Vistos. 
Trata-se de Recurso Especial interposto pelo BANCO DO BRASIL S.A. 
contra acórdão prolatado, pela 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos 
Territórios, assim ementado (fls. 94/104e): 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. PASEP. 
ILEGITIMIDADE PASSIVA. INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO. PRESCRIÇÃO. 
I – A decisão que versa sobre ilegitimidade passiva ad causam e incompetência da Justiça do 
Distrito Federal não tem previsão de impugnação no rol do art. 1.015 do CPC e, no presente 
recurso, não ficou configurada a urgência necessária para sua admissibilidade quanto a essas 
questões, que poderão ser eventualmente suscitadas em preliminar de apelação ou em 
contrarrazões, art. 1.009, §1º, do CPC. REsp 1.704.520/MT (Tema 988) julgado pelo rito dos 
recursos repetitivos. 
II – O prazo prescricional para ajuizar demanda que objetiva apuração de irregularidades nos 
saldos de contas do PASEP é de 10 anos, art. 205 do CC, diante da ausência de norma específica 
sobre a matéria, o qual é contado a partir da data em que o beneficiário tem conhecimento dos 
fatos. III – Agravo de instrumento parcialmente conhecido e desprovido. 
Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls. 123/127e). 
Com amparo no art. 105, III, a e c, da Constituição da República, além de divergência 
jurisprudencial, aponta-se ofensa aos dispositivos a seguir relacionados, alegando-se, em 
síntese, que: 
i) art. 5º da Lei Complementar 8/1970 e art. 64, § 1º, do Código de Processo Civil – "ao contrário 
do que constou do acórdão recorrido, o Banco do é parte ilegítima para responder à presente 
lide, porquanto o cerne na discussão embasa-se na revisão do saldo da conta PASEP da parte 
recorrida, com a discussão sobre índices, taxas de juros e rendimentos, apresentado no presente 
feito sob a rubrica de "danos materiais", de modo velado, haja vista que a parte recorrida, para 
demonstrar os supostos danos valeu-se de índices de correção monetária, aplicação de juros e 
rendimentos, diversos daqueles específicos previstos em lei para o PASEP" (fl. 140e); 
ii) art. 1.015 do Código de Processo Civil – "nos casos relativos a PASEP, a incompetência do 
Banco do Brasil e a necessária inclusão da União no polo passivo afetam diretamente o juízo 
absolutamente competente para processar e julgar a causa. Logo, considerando que a ausência 
de discussão tempestiva sobre tais fatos pode resultar em nulidade absoluta do feito, por 
tramitar e ser sentenciado por juízo absolutamente incompetente, não se mostra razoável ter 
que se aguarde a sentença para impugnar esses fatos." (fl. 124e); e iii) art. 1º, do Decreto nº. 
20.910/32 – "as decisões não podem se basear em meras alegações das partes. 
Independentemente da atuação do réu, ora recorrente, as decisões devem se basear em provas. 
No caso analisado, verifica-se que o acórdão recorrido baseou-se em presunções" (fl. 128e). 
Sem contrarrazões, o recurso foi admitido (fls. 164/165e). 
Em petição (fls. 177/212), requer a suspensão do presente recurso e a devolução dos autos à 
origem em razão do SIRDR 71/TO, submetido à apreciação do Ministro Paulo de Tarso 
Sanseverino, Presidente da Comissão Gestora de Precedentes. 
Feito breve relato, decido. 
Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 09.03.2016, o regime 
recursal será determinado pela data da publicação do provimento jurisdicional impugnado. 
Assim sendo, in casu, aplica-se o Código de Processo Civil de 2015. 
Nos termos do art. 932, V, do Código de Processo Civil de 2015, combinado com os arts. 34, 
XVIII, c, e 255, III, do Regimento Interno desta Corte, o Relator está autorizado, por meio de 
decisão monocrática, a dar provimento a recurso se o acórdão recorrido for contrário à tese 
fixada em julgamento de recurso repetitivo ou de repercussão geral (arts. 1.036 a 1.041), a 
entendimento firmado em incidente de assunção de competência (art. 947), à súmula do 
Supremo Tribunal Federal ou desta Corte ou, ainda, à jurisprudência dominante acerca do tema, 
consoante Enunciado da Súmula n. 568/STJ: 
O Relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento 
ao recurso quando houver entendimento dominante acerca do tema. 
Não obstante impugne acórdão proferido em agravo de instrumento, entendo relevante 
registrar o cabimento do presente recurso especial, porquanto ausente a possibilidade de 
modificação do decisum originário, considerando não se tratar de decisão precária. 
Portanto, a insurgência endereçada à Corte é o caminho apropriado para impedir a preclusão 
da matéria. 
No caso, verifico que o acórdão recorrido está em confronto com orientação desta Corte 
segundo a qual, apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a 
decisão interlocutória relacionada à legitimidade passiva ad causam e incompetência da Justiça 
do Distrito Federal continua desafiando recurso de agravo de instrumento. 
Nesse sentido: 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. ART. 1.015 DO CPC/2015. 
CABIMENTO. AGRAVO. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. COMPETÊNCIA. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA. 
INTERPRETAÇÃO.MITIGADA. PRECEDENTES. 
1. O acórdão impugnado pelo recurso especial foi publicado na vigência do Código de Processo 
Civil de2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 
2. Tema 988/STJ - modulação - tese jurídica somente aplicável às decisões interlocutórias 
proferidas após a publicação do referido acórdão, ou seja, 19/12/2018. 
3. "Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a decisão 
interlocutória relacionada à definição de competência continua desafiando recurso de agravo 
de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do 
art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo 
incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a demanda" (REsp 
1.679.909/RS, Relator Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 1º/2/2018). 
4. Agravo interno não provido. 
(AgInt no REsp 1761696/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 24/08/2020, DJe 31/08/2020). 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO. SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA NO 
ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 03/STJ. DECISÃO RELATIVA À DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA. 
INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
CABIMENTO. PRECEDENTES. 
1. A orientação desta Corte firmou-se no sentido de que é cabível a interposição de agravo de 
instrumento contra decisão relacionada à definição de competência, a despeito de não previsto 
expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015 (Informativo 618/STJ). 
2. Agravo interno não provido. 
(AgInt no REsp 1850457/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 22/04/2020, DJe 27/04/2020) PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE 
EXAMINA COMPETÊNCIA. 
CABIMENTO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. VIOLAÇÃO DO ART. 1.015 DO CPC/2015 
CONFIGURADA. TAXATIVIDADE MITIGADA. TEMA REPETITIVO N. 998. 
I - Na origem, consiste a decisão atacada em declinatória de competência de Juízo Federal da 
Seção Judiciária do Espírito Santo para Juízo Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, em 
razão da existência de conexão com a execução fiscal, autos em que o CADE visa à satisfação da 
multa oriunda do mesmo processo administrativo, ante a possibilidade de haver julgamentos 
contraditórios sobre a mesma situação fática. Interposto agravo de instrumento, o Tribunal de 
origem decidiu que não é recorrível por agravo de instrumento decisão declinatória de 
competência, diante da taxatividade do rol previsto no art. 1.015 do CPC/2015. 
II - O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o rol do art. 1.015 
do CPC é de taxatividade mitigada, conforme assentado pela Corte Especial, no julgamento do 
Recurso Especial n. 1.704.520/MT (Tema Repetitivo n. 988, Rel. Ministra Nancy Andrighi, julgado 
em 5/12/2018, DJe de 19/12/2018), admitindo-se a interposição de agravo de instrumento 
contra a decisão interlocutória que versa sobre matéria de competência (REsp n. 1.679.909/RS, 
Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 14/11/2017, DJe 1/2/2018). 
Precedentes: AgInt no RMS n. 55.990/PR, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, 
julgado em 5/2/2019, DJe 14/02/2019; AgInt no AREsp n. 1.370.605/SP, Rel. Ministro Raul 
Araújo, Quarta Turma, julgado em 28/3/2019, DJe 11/4/2019. 
III - Recurso especial provido. 
(REsp 1800696/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, SEGUNDA TURMA, julgado em 
13/08/2019, DJe 19/08/2019) Em relação ao pedido de fls. 177/212e, (a) a suspensão ocorreu 
em sede de Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), não se aplicando a esta 
Corte e (b) houve proposta de afetação nas turmas de direito privado ainda não decidida na 
Segunda Seção. 
Posto isso, com fundamento nos arts. 932, V, do Código de Processo Civil de 2015 e 34, XVIII, c, 
e 255, III, ambos do RISTJ, DOU PROVIMENTO ao Recurso Especial, para determinar o retorno 
dos autos para apreciação da legitimidade passiva ad causam e da incompetência da Justiça do 
Distrito Federal. 
Indeferido o pedido de fls. 177/212e. 
Publique-se e intimem-se. 
Brasília, 30 de abril de 2021. 
REGINA HELENA COSTA Relatora 
(Ministra REGINA HELENA COSTA, 04/05/2021) 
(REsp 1928710/DF, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, julgado em 30/04/2021, DJe 
04/05/2021) 
RECURSO ESPECIAL Nº 1888299 - MG (2020/0198092-0) 
DECISÃO 
Alessandra Teixeira da Cunha Silva interpõe recurso especial com fundamento no art. 105, inciso 
III, alínea "c", da Constituição da República, contra o acórdão prolatado pelo Eg. Tribunal de 
Justiça do Estado de Minas Gerais, assim ementado: 
EMENTA: AGRAVO INTERNO ?AGRAVO INSTRUMENTO ?DECISÃO NÃO AGRAVÁVEL ?ART. 1.015, 
CPC ?ROL TAXATIVO ?NÃO CONHECIMENTO -MANUTENÇÃO DA DECISÃO ?RECURSO 
DESPROVIDO. 
O Código de Processo Civil inaugura novo modelo de recorribilidade das decisões interlocutórias, 
distinguindo as de recorribilidade imediata daquelas de recorribilidade diferida. Enquanto as 
primeiras são impugnáveis por agravo de instrumento, as últimas serão atacadas em preliminar 
de apelação, na forma disposta no art. 1.009, §1º, do CPC. As decisões interlocutórias proferidas 
no curso do processo de conhecimento, salvo hipóteses previstas na legislação extravagante, só 
serão impugnáveis por agravo de instrumento caso estejam prevista no art. 1.015 do CPC. O art. 
1.015 do CPC contém rol taxativo de decisões que autorizam o cabimento do agravo de 
instrumento, sendo vedado o elastecimento de seu texto para permitir a agravabilidade de 
decisões não contempladas pelo legislador. 
Recurso desprovido. 
Trata-se, em breve suma, de demanda sobre o cabimento ou não de agravo de instrumento para 
impugnar decisão que versa declinação de competência. 
A ora recorrente ajuizou demanda cominatória cujo cerne versa pretensão de nomeação em 
cargo público, a despeito da aprovação em cadastro de reserva. 
O magistrado houve de declinar da competência por compreender tratar-se de feito sujeito ao 
sistema dos juizados especiais, por isso a interposição do agravo de instrumento. 
O Tribunal "a quo" deixou de conhecer deste ao considerar que o art. 1.015 do CPC/2015 
contempla regramento "numerus clausus" no qual não se prevê hipótese de cabimento para a 
declinação de competência, daí o recurso especial que essencialmente apregoa a divergência 
jurisprudencial com diversos julgados, inclusive precedente qualificado deste Superior Tribunal 
de Justiça. 
Contrarrazões em e-STJ fls. 334/341. 
É o relatório. 
O pleito recursal colhe procedência. 
Inicialmente é necessário consignar que o presente recurso atrai a incidência do Enunciado 
Administrativo n. 3/STJ: "Aos recursos interpostos com fundamento no CPC/2015 (relativos a 
decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de 
admissibilidade recursal na forma do novo CPC". 
A recorrente pontua a controvérsia sob aspecto referente ao cabimento do agravo de 
instrumento e essa questão é de ser resolvida em seu favor. 
Trata-se aqui de pleito concernente à interpretação do art. 1.015 do CPC/2015 a fim de implicar 
extensão e de permitir o aviamento do agravo de instrumento para impugnar decisão que versar 
sobre competência, embora explicitamente não conste do rol previsto no aludido preceito legal. 
Este Superior Tribunal de Justiça resolveu a controvérsia ao concluir que o rol previsto no art. 
1.015 do CPC/2015 é efetivamente taxativo, mas que isso deve ser mitigado diante de hipóteses 
em que houver urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de 
apelação. 
Vejamos o teor da ementa desse precedente, julgado sob o regime dos recursos repetitivos 
(REsp 1.704.520/MT, relatora Min. Nancy Andrighi): 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. 
IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO 
REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE 
DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. 
1 - O propósito dopresente recurso especial, processado e julgado sob o rito dos recursos 
repetitivos, é definir a natureza jurídica do rol do art. 1.015 do CPC/15 e verificar a possibilidade 
de sua interpretação extensiva, analógica ou exemplificativa, a fim de admitir a interposição de 
agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre hipóteses não 
expressamente previstas nos incisos do referido dispositivo legal. 
2 - Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas na fase de 
conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, exceção feita ao 
inventário, pretendeu o legislador salvaguardar apenas as "situações que, realmente, não 
podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação". 
3 - A enunciação, em rol pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de 
instrumento seria cabível revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência, 
insuficiente e em desconformidade com as normas fundamentais do processo civil, na medida 
em que sobrevivem questões urgentes fora da lista do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável 
a interpretação de que o referido rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de 
modo restritivo. 
4 - A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria interpretações 
extensivas ou analógicas, mostra-se igualmente ineficaz para a conferir ao referido dispositivo 
uma interpretação em sintonia com as normas fundamentais do processo civil, seja porque 
ainda remanescerão hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das 
situações enunciadas no rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode 
desnaturar a essência de institutos jurídicos ontologicamente distintos. 
5 - A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria meramente exemplificativo, por sua vez, 
resultaria na repristinação do regime recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/73 e que 
fora conscientemente modificado pelo legislador do novo CPC, de modo que estaria o Poder 
Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade e a vontade expressamente externada pelo 
Poder Legislativo. 
6 - Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica: O 
rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de 
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão 
no recurso de apelação. 
7 - Embora não haja risco de as partes que confiaram na absoluta taxatividade com interpretação 
restritiva serem surpreendidas pela tese jurídica firmada neste recurso especial repetitivo, eis 
que somente se cogitará de preclusão nas hipóteses em que o recurso eventualmente 
interposto pela parte tenha sido admitido pelo Tribunal, estabelece-se neste ato um regime de 
transição que modula os efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica somente seja 
aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do presente acórdão. 
8 - Na hipótese, dá-se provimento em parte ao recurso especial para determinar ao TJ/MT que, 
observados os demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular prosseguimento 
ao agravo de instrumento no que tange à competência. 
9 - Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 1704520/MT, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/12/2018, 
DJe 19/12/2018) A tese em si conforme assentada no precedente é, repiso, a de que embora o 
rol das hipóteses de cabimento do agravo de instrumento seja taxativo, haverá casos em que a 
urgência da controvérsia mitigará essa taxatividade e exigirá da parte a sua pronta impugnação 
sobretudo ao considerar-se que a realização disso apenas pela apelação, como autoriza o art. 
1.009, § 1.º, do CPC/2015, imporia prejuízo demasiado à razoável duração do processo, com a 
sua protelação indevida: 
A tese que se propõe consiste em, a partir de um requisito objetivo a urgência que decorre da 
inutilidade futura do julgamento do recurso diferido da apelação, possibilitar a recorribilidade 
imediata de decisões interlocutórias fora da lista do art. 1.015 do CPC, sempre em caráter 
excepcional e desde que preenchido o requisito urgência, independentemente do uso da 
interpretação extensiva ou analógica dos incisos do art. 1.015 do CPC, porque, como 
demonstrado, nem mesmo essas técnicas hermenêuticas são suficientes para abarcar todas as 
situações. 
Não há que se falar, destaque-se, em desrespeito a consciente escolha político-legislativa de 
restringir o cabimento do agravo de instrumento, mas, sim, de interpretar o dispositivo em 
conformidade com a vontade do legislador e que é subjacente à norma jurídica, qual seja, o 
recurso de agravo de instrumento é sempre cabível para as situações que, realmente, não 
podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação, nos termos do Parecer nº 
956 de 2014, de relatoria do Senador Vital do Rego. 
Em última análise, trata-se de reconhecer que o rol do art. 1.015 do CPC possui uma singular 
espécie de taxatividade mitigada por uma cláusula adicional de cabimento, sem a qual haveria 
desrespeito às normas fundamentais do próprio CPC e grave prejuízo às partes ou ao próprio 
processo. 
A tese jurídica que se propõe, assim como aquela que sustenta que o rol do art. 1.015 do CPC, 
embora taxativo, admite interpretação extensiva ou analógica, demandam ainda o obrigatório 
enfrentamento de algumas questões que impactarão diretamente nas atividades jurisdicionais 
e dos jurisdicionados. 
É relevante salientar que o caso concreto bem relatado pela Em. 
Ministra Nancy Andrighi e julgado pela Corte Especial tratava, à semelhança do presente, da 
possibilidade de julgamento de agravo de instrumento sobre questão de competência a 
despeito de não constar do rol do art. 1.015 do CPC/2015: 
Na hipótese em exame, o recurso especial aviado por QUIM COMÉRCIO DE VESTUÁRIO INFANTIL 
LTDA. ME volta-se contra acórdão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso que desproveu o 
agravo interno por ela interposto em face de decisão unipessoal que não conheceu do agravo 
de instrumento, no qual se pretendia discutir a competência do juízo em que tramita o processo, 
ao fundamento de que a matéria em referência não se enquadrava no rol taxativo do art. 1.015 
do CPC/15. 
Nesse aspecto competência é induvidoso, diante de tudo que se expôs e em sintonia com a tese 
jurídica que se pretende fixar, que o agravo de instrumento deve ser conhecido e regularmente 
processado pelo TJ/MT. 
Isso porque a correta fixação da competência jurisdicional é medida que se impõe desde logo, 
sob pena de ser infrutífero o exame tardio da questão controvertida, especialmente quando 
reconhecida a incompetência do juízo, discussão que se trava a partir da alegação de nulidade 
da cláusula de eleição de foro inserida em contrato de franquia de adesão. 
Assim, o recurso deve ser conhecido e provido para determinar ao TJ/MT que, observado o 
preenchimento dos demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular 
prosseguimento ao agravo de instrumento no que tange à competência. 
Assim, como cuida a hipótese dos autos do mesmíssimo debate, a solução a ser dada deve ser 
também a mesma. 
Dessa forma, com fundamento no art. 932, inciso V, alínea "b", do CPC/2015, dou provimento 
ao recurso especial a fim de cassar o acórdão impugnado e determinar ao Tribunal "a quo" que 
vença a questão do cabimento do agravo de instrumento e examine os demais aspectos 
referentes ao seu conhecimento e ao seu mérito. 
Deixo de condenar a municipalidade recorrida em honorários recursais sucumbenciais porque 
nos casos em que o julgamento do agravo de instrumento resultar em situações que não 
ponham termo à demanda nem, portanto, fixem sucumbência, o recurso especial 
supervenientemente interposto não ensejará novos honorários, apesar de submeter-se ao 
regime do CPC/2015 (REsp 1.763.370/RJ,de minha relatoria, Segunda Turma, julgado em 
14/05/2019, DJe 21/05/2019). 
Publique-se. Intimem-se. 
Brasília, 20 de agosto de 2020. 
MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES Relator 
(Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 25/08/2020) 
(REsp 1888299/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, julgado em 20/08/2020, DJe 
25/08/2020) 
RECURSO ESPECIAL Nº 1.798.641 - RJ (2019/0050699-3) 
DECISÃO 
Trata-se de recurso especial interposto contra acórdão do TJRJ assim ementado (e-STJ, fl. 85): 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA QUE 
DEIXOU DE CONHECER O RECURSO, EIS QUE A DECISÃO AGRAVADA NÃO ESTÁ ELENCADA NO 
ROL DO ARTIGO 1.015 DO CPC: 
1. Recurso interposto contra decisão que declinou da competência em favor da Justiça do 
Trabalho. 
2. Interposição de recurso de Agravo Instrumento limitado às hipóteses previstas no artigo 
1.015, incisos 1 a XIII, do Código de Processo Civil, não estando prevista sua interposição contra 
decisão de declínio de competência. Rol taxativo. 
3. Questão coberta pela preclusão, devendo ser suscitada em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta, contra decisão final, ou nas contrarrazões, como dispositivo no artigo 
1.009, § 1° do Código de Processo Civil. 
4. Decisão que não merece Reforma. 
5. Inexistência de argumento novo capaz de alterar a decisão atacada. 
6. Recurso de agravo conhecido e desprovido. 
Os embargos de declaração opostos ao aresto foram rejeitados (e-STJ, fls. 93/101, 119/128). 
Nas razões do especial (e-STJ, fls. 130/144), a recorrente aponta violação do art. 1.015, III, e § 
ún., do CPC/2015, outrossim indicando divergência na interpretação do referido dispositivo. Em 
síntese, argumenta ser cabível o agravo de instrumento contra decisão que versa sobre 
competência. 
Juízo positivo de admissibilidade na origem (e-STJ, fls. 213/217). 
É o relatório. 
Decido. 
A irresignação prospera. 
Com efeito, a jurisprudência do STJ, observado o entendimento consolidado nos Recursos 
Especiais repetitivos n. 1696396/MT e 1704520/MT, firmou orientação pelo cabimento do 
recurso instrumental contra decisões que versem sobre competência. Cito, a propósito: 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 3/STJ. 
AÇÃO ORDINÁRIA. CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS. BURLA À REGRA CONSTITUCIONAL DO 
CONCURSO PÚBLICO. COMPETÊNCIA PARA O PROCESSAMENTO DA DEMANDA. QUESTÃO 
SUJEITA À IMPUGNAÇÃO PELA VIA DO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À 
ORIGEM. IMPOSSIBILIDADE DE ENFRENTAMENTO DO MÉRITO DA CONTROVÉRSIA. CARÊNCIA 
DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. 
(...) 
3. Sob a égide do CPC/2015 a competência configura questão passível de impugnação pela via 
do agravo de instrumento. Inteligência do precedente firmado no REsp 1.704.520/MT, relatora 
Min. Nancy Andrighi. 
4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido. 
(REsp 1763370/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
14/05/2019, DJe 21/05/2019) AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
PROCESSUAL CIVIL. 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE EXAMINA COMPETÊNCIA. CABIMENTO DE AGRAVO DE 
INSTRUMENTO. VIOLAÇÃO AO ART. 1.015 DO CPC/2015 CONFIGURADA. 
TAXATIVIDADE MITIGADA. TEMA REPETITIVO N. 998. AGRAVO DESPROVIDO. 
1. Decisão atacada conheceu do agravo da parte ora agravada para dar provimento ao recurso 
especial, reconhecendo violação ao art. 1.015, III, do CPC/2015, determinando o retorno dos 
autos ao Tribunal Estadual para que continue no exame de agravo de instrumento, julgando-o 
como entender de direito. 
2. Tema Repetitivo n. 998: "O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite 
a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade 
do julgamento da questão no recurso de apelação" (REsp 1.696.396/MT, Rel. Ministra Nancy 
Andrighi, Corte Especial, DJe de 19/12/2018). 
3. A jurisprudência desta Corte firmou-se pelo cabimento do agravo de instrumento contra 
decisão interlocutória que decide sobre competência. 
4. Agravo interno desprovido. 
(AgInt no AREsp 1370605/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 
28/03/2019, DJe 11/04/2019) Cabe ressaltar que mesmo nos recursos especiais repetitivos 
acima referidos a discussão versava sobre competência: 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. 
IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO 
REFERIDO DISPOSITIVO LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE 
DA IMPUGNAÇÃO FORA DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. 
1- O propósito do presente recurso especial, processado e julgado sob o rito dos recursos 
repetitivos, é definir a natureza jurídica do rol do art. 1.015 do CPC/15 e verificar a possibilidade 
de sua interpretação extensiva, analógica ou exemplificativa, a fim de admitir a interposição de 
agravo de instrumento contra decisão interlocutória que verse sobre hipóteses não 
expressamente previstas nos incisos do referido dispositivo legal. 
2- Ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas na fase de 
conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, exceção feita ao 
inventário, pretendeu o legislador salvaguardar apenas as "situações que, realmente, não 
podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação". 
3- A enunciação, em rol pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de 
instrumento seria cabível revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência, 
insuficiente e em desconformidade com as normas fundamentais do processo civil, na medida 
em que sobrevivem questões urgentes fora da lista do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável 
a interpretação de que o referido rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de 
modo restritivo. 
4- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria interpretações extensivas 
ou analógicas, mostra-se igualmente ineficaz para a conferir ao referido dispositivo uma 
interpretação em sintonia com as normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda 
remanescerão hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das situações 
enunciadas no rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode desnaturar 
a essência de institutos jurídicos ontologicamente distintos. 
5- A tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria meramente exemplificativo, por sua vez, 
resultaria na repristinação do regime recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/73 e que 
fora conscientemente modificado pelo legislador do novo CPC, de modo que estaria o Poder 
Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade e a vontade expressamente externada pelo 
Poder Legislativo. 
6- Assim, nos termos do art. 1.036 e seguintes do CPC/2015, fixa-se a seguinte tese jurídica: O 
rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de 
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão 
no recurso de apelação. 
7- Embora não haja risco de as partes que confiaram na absoluta taxatividade com interpretação 
restritiva serem surpreendidas pela tese jurídica firmada neste recurso especial repetitivo, eis 
que somente se cogitará de preclusão nas hipóteses em que o recurso eventualmente 
interposto pela parte tenha sido admitido pelo Tribunal, estabelece-se neste ato um regime de 
transição que modula os efeitos da presente decisão, a fim de que a tese jurídica somente seja 
aplicável às decisões interlocutórias proferidas após a publicação do presente acórdão. 
8- Na hipótese, dá-se provimento em parte ao recurso especial para determinar ao TJ/MT que, 
observados os demais pressupostos de admissibilidade, conheça e dê regular prosseguimento 
ao agravo de instrumento no que tange à competência. 
9- Recurso especial conhecido

Continue navegando