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Atividade A1 DireitoCivil - Direito Penal - Direito Ambiental

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
CAMPUS BUTANTÃ
Trabalho de 
Direito Ambiental
Direito Penal
Direito Civil – Responsabilidade Civil
Avaliação A1
DIR 4BN-BUA - Sala 113
ATIVIDADE AVALIATIVA - A1
A1 – CASO PRÁTICO
Sinaldo da Silva, 36 anos, é produtor agrícola na cidade de Nossa Senhora do Sul, interior de São Paulo e faz parte do Sindicato da Fabricação de Álcool do Estado. Recentemente, o Município de Nossa Senhora do Sul publicou um Lei Municipal n. xxx, que proibia totalmente a queima da palha de cana-de-açúcar e queimadas em geral em seu território, nos seguintes termos: “Fica proibido, sob qualquer forma, o emprego de fogo para fins de limpeza e preparo do solo no Município de Nossa Senhora do Sul, inclusive para o preparo do plantio e para colheita de cana-de-açúcar” e proibiu que possíveis restos dos produtos utilizados no cultivo e queimada fossem descartados nos rios da região. 
O Sindicato supramencionado ficou inconformado com tal legislação e alegou que tal legislação feria o art. 23, caput e, art. 14, art. 1921, §1º da Constituição do Estado de São Paulo e convocou uma reunião extraordinária para debater as possíveis ações em face do Município. Muitas empresas produtoras de álcool da região alegaram, ainda, que não há comprovação científica de que as queimadas colaboram com a poluição nem que sejam um fator que acelere mudança climática. 
Nesse ínterim, o Município vizinho alegou que a qualidade do ar diminuiu muito com as queimadas e que o rio que passa pelos dois municípios estava com a água imprópria para o consumo em função da atividade agrícola da região de Nossa Senhora do Sul e que fariam um estudo e levantamento do valor para despoluir o rio. O Prefeito de Nossa Senhora do Sul respondeu ao Município vizinho que todas as medidas já estavam sendo tomadas e que não tinha responsabilidade sobre a poluição do rio. 
Sinaldo mora na região limítrofe entre a área urbana e rural do município e no dia 23 de julho Sinaldo decidiu colocar fogo em umas folhas de papel acumuladas e papelões dentro do terreno de sua residência. Ocorre que o fogo perdeu o controle e atingiu a uma parte da plantação de cana que estava seca e atingiu a rodovia que corta a cidade. A fumaça, por sua vez, causou um acidente automobilístico com dois carros, mas sem vítimas fatais. Sinaldo não percebeu a gravidade do problema, inteirando-se dos fatos apenas no dia seguinte, quando estava na reunião do Sindicato. Nessa mesma ocasião, Sinaldo entendeu que poderia justificar a queimada como um meio de limpeza e preparo do solo, convicto de que o Sindicato conseguiria pressão política suficiente para mudar a legislação municipal. 
PERGUNTAS DE DIREITO AMBIENTAL: 
1- A conduta praticada por Sinaldo configura infração administrativa ambiental? 
Quais são as penalidades aplicáveis? 
O proprietário do imóvel em que se localiza a plantação de cana-de-açúcar atingida pelo fogo pode ser responsabilizado administrativamente por essa infração (considere que Sinval não é o proprietário desse imóvel ou da plantação)? 
2- Supondo que o Sindicato tenha ajuizado uma demanda para que fosse reconhecida a inconstitucionalidade da Lei Municipal n.xxx, quais argumentos o TJSP poderia utilizar para afastar tal inconstitucionalidade, levando em consideração a proteção ambiental. 
PERGUNTAS DE DIREITO PENAL/ LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
1- Sinaldo te procurou para saber os riscos criminais decorrentes de sua conduta. Responda se é possível haver sua responsabilização criminal e por qual(is) crimes. 
2- Considere que Sinaldo foi intimado a prestar esclarecimentos perante a autoridade policial, como ele deveria relatar os fatos para que não se configure responsabilização criminal? 
PERGUNTAS DE RESPONSABILIDADE CIVIL 
1 – Há distinção entre responsabilidade penal e responsabilidade civil? Explique 
Ao julgo deste grupo, nas relações intrínseca dos delitos, em tese, NÃO, mas são claras as suas distinções, vez que, o que se verifica entre o delito civil e o delito penal está exatamente na pena. No direito privado, a responsabilidade Civil de um ato ilícito só se restabelece o equilíbrio através da reparação do dano, e para o Direito Penal a responsabilidade decorre da ofensa à norma de direito público, tendo em vista que o bem jurídico lesado é a ordem social e sua satisfação vem com a execução da pena aplicada. Valendo trazer os ensinamentos de Orlando Gomes que, para a caracterização do ilícito civil “basta que um interesse privado seja atingido em consequência da conduta culposa de alguém. Se do fato material da violação de um dever jurídico resulta dano, o Direito civil está caracterizado”.( Orlando Gomes, ob. cit., p. 351) . Ou, como ensina Zaffaroni el instrumento de la coerción penal es la pena, com a finalidade de cumplimentar la función del derecho penal, es decir, proveer a la seguridad jurídica, a la seguridad de la co-existencia, previniendo la comisión de nuevas conductas afectantes de bienes jurídicos con una acción resocializàdora sobre el autor.[1] 
Adentremos um pouco sobre as esferas Civil e Penal e suas particularidades que, dependendo dos valores sociais envolvidos, o bem vulnerado pela ação reclamará sanção penal ou cível. Se a valoração da conduta for vultosa, essa responsabilização constituía-se em violação à ordem penal, o que é sempre numerus clausus, reclamando a adequação da ação a uma figura típica prevista em lei penal, conduta típica, cuja sanção normalmente é a perda de privação de liberdade conforme Silvio de Salvo Venosa[2]: “O direito penal apenas considera a responsabilidade direta, isto é, do causador do dano ou da ofensa, do transgressor da norma. O direito penal pune somente perante a culpa ou dolo. No direito penal, a noção de punição de terceiro não participante da conduta é em princípio, completamente afastada do direito moderno, embora doutrinas modernas já acenem com revisão desse conceito, principalmente em crimes ecológicos”. 
Nos moldes estatuído ao longo da Carta Penal as tipificações e suas responsabilidades, verifica-se em síntese que não é possível que uma pessoa responda por ato ilícito cometido por outrem, no entanto, a Carta Civil de 2002, no caso da Responsabilidade Civil, é possível a transferência desta responsabilidade a terceira pessoa no sentido de indenizar, logo, a responsabilidade Civil é independente da Criminal, tanto que um mesmo ato pode geral uma ou outras espécies, não havendo que se falar em bis in idem, vez que bens jurídicos distintos foram violados. Assim, por exemplo: na esfera Civil à responsabilidade pelos danos materiais ou morais causados em razão de um acidente praticado por motorista imprudente, faz surgir a obrigação de indenização pecuniária. Já na esfera Penal esta responsabilidade decorre de um fato concreto previamente previsto como ilícito, podendo se tipificar na configuração de crimes diversos, como: o crime de dano (CP, art.163[footnoteRef:1]); lesão corporal (CP, art. 129[footnoteRef:2]) ou homicídio (CP, art. 121[footnoteRef:3]), sendo esta responsabilidade de natureza pessoal, ou seja, o sujeito responde com sua pessoa, podendo nos determinados casos sofrer penas privativa de liberdade, restritiva de direitos ou multa, ficando portanto, sujeito ao cumprimento das penas previstas no tipo penal. [1: Art. 163. - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.] [2: Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.] [3: Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.] 
Na esfera Civil o CC Brasileiro filiou-se à teoria “subjetiva”, quando em seu art. 186[footnoteRef:4], erigiu o dolo e a culpa como fundamento para a obrigação de reparar o dano, a responsabilidade é de natureza real/patrimonial, vez que o agente será compelido a reparar o dano a fim de restaurar o status quo ante obrigação que, se não for mais possível sua reparação esta será convertida em indenização. Vale trazer os ensinamentos sobre o conceitodesta responsabilidade, segundo Maria Helena Diniz: “A responsabilidade civil é a aplicação de medidas que obriguem uma pessoa  a reparar dano moral ou patrimonial causado a terceiros, em razão de ato por ela mesma praticado, por pessoa por quem ela responde, por alguma coisa a ela pertencente ou de simples imposição legal.” (2009, p.34),[3]. [4: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito] 
Podemos observar portanto, que a preocupação do Direito Civil não é punir o ofensor, mas sim o ressarcimento dos danos sofrido pelo ofendido, respondendo o ofensor com seus bens.
 Valendo destacar sobre o aqui exposto, os ensinamentos do renomado doutrinador Fernando Capez, em sua obra Curso de Processo Penal, preconiza: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. O art. 927 do mesmo Estatuto, por sua vez, completa: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”)[4]. Daí se pode afirmar que, conquanto independentes as responsabilidades civil e criminal (CC, art. 935), quando do ilícito penal resultarem prejuízos de ordem material ou moral para a vítima, seus herdeiros ou dependentes ou para terceiros, estará caracterizado o dever de indenizar. Por essa razão, o CP prevê, em seu art. 91, I, como efeito genérico e automático (não depende de referência expressa na sentença) de toda e qualquer condenação criminal, tornar certa a obrigação de reparar o dano. Na mesma linha dispõe o art. 63 do CPP, o qual assegura à vítima, ao seu representante legal ou aos seus herdeiros o direito de executar no cível a sentença penal condenatória transitada em julgado. Assim, se a instância penal reconheceu a existência de um ato ilícito, não há mais necessidade, tampouco interesse jurídico, de rediscutir essa questão na esfera civil. Se o fato constitui infração penal, por óbvio caracteriza ilícito civil, dado que este último configura grau menor de violação da ordem jurídica. Só restará saber se houve dano e qual o seu valor.
A cerca ainda da responsabilidade civil, Miguel Reale assevera: “§ 6º da CRFB em sua 1ª parte fala da responsabilidade objetiva, sendo Responsabilidade subjetiva ou responsabilidade objetiva? Não há que se fazer essa alternativa. Na realidade as duas formas de responsabilidade se conjugam e se dinamizam. Deve ser reconhecida, penso eu, a responsabilidade subjetiva como norma, pois o indivíduo deve ser responsabilizado, em princípio por sua ação ou omissão, culposa ou dolosa. Mas isto não exclui que, atendendo à estrutura dos negócios, se leve em conta a responsabilidade objetiva. Este é um ponto fundamental”. Ainda “...Em princípio, cabe reconhecer que todos os indivíduos devem ser considerados responsáveis por seus atos, de conformidade com a natureza destes, ficando sujeitos às sanções civis e/ou penais estabelecidas em lei, salvo as exceções nela previstas”.[5]
Ademais, em nosso ordenamento jurídico a instância criminal julga o fato em seu aspecto social, reprimindo o delinquente por meio de penas. Logo, a pretensão pecuniária só poderá, se pedida no juízo cível, que julga quanto à vítima que pleiteia a reparação dos prejuízos. Portanto será impossível a reparação de dano no processo criminal.
É preciso ressaltar que a responsabilização civil sob a perspectiva penal se dará na questão indenizatória, onde o juiz arbitrará a extensão do dano (seja ele material ou moral, ou concomitantemente). Portanto, a reponsabilidade estará configurada, pois há um dano, há nexo de causalidade e culpa. Por isso, na maioria dos casos pode-se ser penalizado civilmente nos delitos penais. Principalmente nos crimes contra a pessoa, devendo haver o ressarcimento tanto das despesas médicas (nos casos de lesões corporais), quanto funerais (nos casos de homicídios e etc.). A indenização deve ser proporcional ao dano moral e/ou patrimonial causado pelo lesante, procurando cobri-lo de todos os seus aspectos, devendo-se adequar para que não haja enriquecimento do lesado em detrimento do devedor.Valendo trazer a luz, ementas nos casos aqui narrados. 
“DANO MORAL-RESPONSABILIDADE CIVIL-USO INDEVIDO DO NOME-réu que detinha no passado mandato tácito e verbal para contratar em nome da Autora-ilegalidade afastada-sentença que inibe o uso doravante do nome da autora-indenização afastada-ausência de lesão á honra subjetiva da empresa-mantença da decisão-recurso improvido” (TJSP-AP, CÍVEL 995.146-0, 14-11-2006, 28ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO-Rel. Celso Pimentel).
“DANO MORAL-RESPONSABILIDADE CIVIL-CONTRATO-PRES-TAÇÃO DE SERVIÇOS-PLANO DE SAÚDE-DEMORA NO ATENDIMENTO: Paciente idoso atendido duas horas e meia após o horário agendado – descabimento –Atitude que ocasionou o agravamento de sua situação por ser portador de cisto renal e apresentar dor abdominal – responsabilidade contratual e extracontratual caracterizada – negligência da clínica – pedida de indenização deferida, reduzido, todavia seu valor, pois fixado de forma excessiva – incidência de correção monetária desde a sentença, bem como dos juros de mora de 1% ao mês-recurso parcialmente provido” (TJSP – AP Cível 1.087.383-0/6, 3-7-2007, 31ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO –Rel. Willian Campos).
2 – Quais as funções da responsabilidade civil? Seria possível impor aos agentes poluidores do rio um agravamento no valor da indenização objetivando com isso desestimular a prática da conduta reprovável, isto é, seria possível majorar o valor da indenização com finalidade punitiva? Exponha a posição dos tribunais a respeito.
Podemos citar aqui algumas funções da responsabilidade civil, que tem como objetivo garantir a reparação ou compensação dos danos decorrentes de uma ofensa a direito alheio, conforme estabelecem os artigos 927[footnoteRef:5] e 944[footnoteRef:6] do CC.: [5: Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.] [6: Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.] 
Temos a função sociopreventiva, sendo esta pautada no princípio de prevenção ou precaução, capaz de criar um dever geral de segurança; em um segundo plano. “Sua atuação dá-se em momento anterior a consumação do dano, trata-se de uma sanção acautelatória, representando o esforço do legislador em prevenir a infração”. (WALD e GIANCOLI, 2011, p. 64);
A função ressarcitória, com fundamentos no anseio de obrigar o agente causador do dano a ressarcir a agente sofredor do dano, buscando-se o retorno da coisa ao seu estado anterior a ocorrência do dano, valendo trazer a luz, algumas doutrinas;
Pamplona Filho, “Baseia-se no sentimento de justiça o anseio de obrigar o agente causador do dano a ressarcir. Tem como objetivo básico a finalidade principal da reparação civil, qual seja, a busca pelo statu quo ante, isto é, fazer com que as coisas retornem ao estado anterior a lesão. Impera neste campo o princípio da restitutio in integrum.”. (FILHO, 2010, p. 13).
Para Maria Helena Diniz, “Todo o direito assenta na ideia da ação, seguida da reação, de restabelecimento de uma harmonia quebrada. O interesse em restabelecer o equilíbrio violado pelo dano é a fonte geradora da responsabilidade civil. Na responsabilidade são a perda ou a diminuição verificadas no patrimônio do lesado que geram a reação legal, movida pela ilicitude da ação do autor da lesão ou pelo risco. Isto é assim porque a idéia de reparação é bem mais ampla do que a de ato, ilícito, pois, se este cria o dever de indenizar, há casos de ressarcimento de prejuízo que não se cogita da ilicitude da ação do agente.”(DINIZ, 2011, p. 21).
“No que tange ao ressarcimento de prejuízo não se cogita a ilicitude da ação do agente, o dever de ressarcimento do prejuízo causado ao lesado por diversas vezes pode ser advindo pela pratica de atos lícitos ou permitidos por lei.” (DINIZ, 2011, p. 27).
“A função ressarcitória tem, assim, como garantir o direito do lesado à segurança dos bens que compõe seu patrimônio pessoal, por meio de uma reconstituição do valor do prejuízo”. (WALD e GIANCOLI, 2011, p. 53).
Adentramos agora na função compensatória da responsabilidade civil, por sua vez, o baldrame do desejo que tem a vítima ante a impossibilidade de retorno a situação anterior ao dano, de ver-se compensada, traduzindo-se esta em uma pretensão de cunho econômico, podemos dizer que é a função punitiva da responsabilidade civil, o que servirá de desestímulo à prática de novas condutas lesionantes.
Não obstante seu caráter subsidiário a indenização em dinheiro é a mais frequente, dadas as dificuldades opostas na prática à reparação natural pelas circunstâncias e, notadamente, em face do dano, pela impossibilidade de restabelecer a rigor a situação anterior ao evento danoso. Nesse sentido, necessário se faz mencionar o entendimento do ilustre  BRUNNO PANDORI GIANCOLI ARNOLDO WALD que preconiza, in verbis: “Existem diversos aspectos da vida de um indivíduo (direitos e bens) que, muito embora componham sua personalidade, seu patrimônio ideal, não possuem uma valoração direta, e,portanto, não podem ser ressarcidos”. (WALD e GIANCOLI, 2011, p. 54).
“É por isso que o ordenamento reconhece uma função da responsabilidade civil que garante ao lesado receber uma compensação pecuniária do causador do dano ou responsável por ele”. (WALD e GIANCOLI, 2011, p. 54).
 “A responsabilidade civil, vista como um instrumento de repressões de danos tem ao lado das clássicas funções ressarcitórias e compensatória, a chamada função punitiva ou de pena privada, também”. (WALD e GIANCOLI, 2011, p. 55).
A doutrina não é uníssona em afirmar qual seja a fonte primária da função punitiva da responsabilidade civil, mas, uma grande maioria afirma que é no direito romano que se pode verificar o aparecimento dessa, “com o surgimento das ações penais mistas (actiones mistae) utilizadas como mecanismos de repressão dos delicta privata”. Onde o autor do delito era condenado ao pagamento de uma pena pecuniária cujo montante correspondia a um valor múltiplo do dano sofrido pelo lesado, fato este que denotava uma função punitiva da responsabilidade civil. (WALD e GIANCOLI, 2011, p. 55/56)
No Brasil, percebe-se a influência parcial de todos os sistemas, mas é nítida a preferência dos doutrinadores e da jurisprudência da chamada teoria do desestimulo para justificar a função punitiva da responsabilidade civil, porém, acreditamos que a maior dificuldade de aplicação dos danos punitivos no Brasil é a exigência que é feita ao magistrado de quando da fixação do valor da indenização deve-se levar em conta, o dano sofrido pelo lesado, a condição financeira do agente lesante, chegando-se a um valor capaz de reparar o dano sofrido pela vítima, que sirva de punição ao causador do dano, sem que traga a vítima enriquecimento ilícito.
Por fim, e, em resposta ao questionada, a função punitiva ou, como também é conhecida, punitivo-pedagógica é encontrada com facilidade na jurisprudência brasileira. Traremos aqui um julgado emblemático a respeito. O STF reconheceu “a necessária correlação entre o caráter punitivo da obrigação de indenizar e a natureza compensatória para a vítima” (STF, Rel. Min. Celso de Mello, Agravo de Instrumento n. 455.846). A ementa consignou: “Dupla função da indenização civil por dano moral (reparação-sanção): a) caráter punitivo ou inibitório (exemplary or punitive damages) e b) natureza compensatória ou reparatória”. O STJ, em reiteradas ocasiões, teve oportunidade de sublinhar que os danos morais devem ser arbitrados “à luz da proporcionalidade da ofensa, calcada nos critérios da exemplariedade e da solidariedade” (STJ, REsp 1.124.471, em caso julgado pelo ministro Luiz Fux, quando ainda estava no STJ). Ou seja, são inúmeros os julgados, sobretudo do STJ, em que essa função é reconhecida de modo explícito, ainda que em certos casos possa não haver maior desenvolvimento argumentativo.
O STJ tem se pronunciado no sentido de que a indenização deve ser fixada em montante que desestimule o ofensor a repetir a falta, sem constituir, de outro lado, enriquecimento indevido (STJ, AgRg no Ag 1.410.038). A terceira equarta turmas do STJ têm reafirmado a função pedagógico-punitiva da indenização por dano moral. Destacam ainda a necessidade de observância dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade (STJ, AgRg no AREsp 578.903). a propósito, destacou em desses julgados: “Sendo a conduta dolosa do agente dirigida ao fim ilícito de causar dano à vítima, mediante emprego de reprovável violência física, o arbitramento da reparação por dano moral deve alicerçar-se também no caráter punitivo e pedagógico da compensação, sem perder de vista a vedação do enriquecimento sem causa da vítima” (STJ, REsp 839.923). (gripo nosso). No caso em comento, os ofensores espancaram a vítima apenas porque ela colidiu com a traseira do veículo que eles dirigiam. O acidente de trânsito, banal e comum, teve uma reação extremada, agressiva e perigosa dos ofensores. Houve, além disso, uso de força física desproporcional e excessiva. O STJ, no caso, elevou o valor da indenização por dano moral de 13 para 50 mil reais para cada um dos ofensores.
A função preventiva assume, portanto, neste século, fundamental importância. O direito dos séculos passados, em sua feição mais tradicional, preocupava-se sobretudo em reparar as situações jurídicas ofendidas, restabelecendo a situação anterior ao dano. Isso é importantíssimo, e é, sem dúvida, uma das funções da justiça. Mas o nosso século se interessa mais em prevenir lesões ao invés de esperar que elas ocorram para só depois agir, sendo certo que a aceitação da função punitiva da responsabilidade civil impõe novas reflexões, novos modelos conceituais que precisam ser desenvolvidos, já que não nos parece correto argumentar que o princípio da legalidade vedaria a função punitiva, sendo certo o caráter aberto da ilicitude civil, a ausência de tipicidade fechada de seus ilícitos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Eugenio Raúl Zaffaroni, Tratado de Derecho Penal, Buenos Aires: Ediar, 1987, p. 63
2. Venosa, Silvio de Salvo; Direito Civil: responsabilidade civil, 11ª ed. São Paulo. Ed. Atlas, 2011. (Coleção direito Civil v. 4)
3. Diniz, Maria Helena; Código Civil Anotado, 15ª Ed. Ver e atualizada, São Paulo, Saraiva, 2010. - DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro.17. ed. São Paulo.
4. Capez, Fernando, Curso de processo penal / Fernando Capez. – 23. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016, Brasil I. Título, pag.243.
5. http://www.miguelreale.com.br/artigos/rcivpen.htm#:~:text=Em%20princ%C3%ADpio%2C%20cabe%20reconhecer%20que,salvo%20as%20exce%C3%A7%C3%B5es%20nela%20previstas., visitado em 27/09/2020
6. Gomes, Luiz Roldão de Freitas; Elementos de responsabilidade civil, Rio de Janeiro, Ed. Renovar, 2000 4450p.
7. Filho, Sergio Cavalieri, Programa de responsabilidade civil, 9ª ed., ed. Atlas, são Paulo, SP, 2010.
8. Nader, Paulo; Curso de Direito Civil, parte geral – vol 1, Rio de Janeiro, Forense, 2010, 7ª Ed. 559 pag.
9. Pereira Caio Mário da Silva, Instituições de Direito Civil, Rio de Janeiro, Ed. Forense, 2010 V.1.
10. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro, Volume 1: parte Geral, 9ª ed. São Paulo Saraiva 2011.
11. Responsabilidade Civil, 13ª Ed. São Paulo Saraiva, 2011. Wald, Arnoldo, Direito Civil: introdução e parte Geral, 9ª Ed. Ver e ampl, São Paulo, Saraiva 2002.
12. Farias, Cristiano Chaves de, Rosenvald, Nelson, Direito Civil, teoria geral, 7ª ed. Ed. Lúmen Juris, rio de janeiro, 2008.
13. Mello, Cleyson de Moraes, Responsabilidade Civil e a interpretação pelos tribunais, rio de Janeiro, Freitas Bastos, 2006; 1200 pag.
14. Filho, Misael Montenegro, reponsabilidade civil, aspectos processuais, São Paulo, Atlas, 2007;
15. DIAS, José de Aguiar. Da responsabilidade civil. 11. ed. rev. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.
16. FILHO, Sérgio Cavalieri. Programa de responsabilidade civil. 9. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2010.
17. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo Mário. Novo curso de direito civil: abrangendo os códigos civis de 1916 e 2002. 13. ed., rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2011.
18. STOCO, Rui. Responsabilidade civil e sua interpretação jurisprudencial: doutrina e jurisprudência. 4. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999.
19. STOCO, Rui. Tratado de responsabilidade civil: doutrina e jurisprudência. 7. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
20. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil: Direito de Família. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2006.
21. ZANETTI, Fátima. A problemática da fixação do valor da reparação por dano moral. São Paulo: LTr, 2009.
22. WALD, Arnoldo; GIANCOLI, Brunno Pandori. Direito civil: responsabilidade civil. São Paulo: Saraiva, 2011. v. 7
PERGUNTAS DE DIREITO AMBIENTAL: 
1- A conduta praticada por Sinaldo configura infração administrativa ambiental? 
Quais são as penalidades aplicáveis? 
O proprietário do imóvel em que se localiza a plantação de cana-de-açúcar atingida pelo fogo pode ser responsabilizado administrativamente por essa infração (considere que Sinaldo não é o proprietário desse imóvel ou da plantação)? 
1- A conduta praticada por Sinaldo configura infração administrativa ambiental? 
SIM, nos moldes estatuídos pelo art. 70[footnoteRef:7] da Lei 9.605/98 conhecida como Lei de Crimes Ambientais regulamentada pelo Decreto nº 6.514/2008, tem como objetivo fazer com que as irregularidades ambientais sejam apuradas e punidas na própria esfera administrativa, onde, para cada infração ou irregularidade ambiental identificada o órgão competente deverá impor a sanção administrativa prevista, onde se aplica a teoria do risco criado (objetiva), são em regra auto executáveis com exceção das multas que serão cobradas através das execuções fiscal. [7: Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.] 
 	O caput do artigo 70 da citada lei define como infração administrativa ambiental como “toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”. Valendo destacar, portanto, que este decreto regulamenta apenas as sanções da esfera administrativa, aliás, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades cabíveis como criminais e/ou civis, já que são independentes entre si. (art.2º[footnoteRef:8], parágrafo único, decreto nº 6.514/2008) [8: Parágrafo único.  O elenco constante da Seção III deste Capítulo não exclui a previsão de outras infrações previstas na legislação. ] 
Sobre tal aspecto, merece ser trazido à baila o excelente magistério de Fiorillo que assevera quanto à distinção entre as modalidades de responsabilidade ambiental: “A distinção fundamental, trazida pelos doutrinadores, está baseada numa sopesagem de valores, estabelecida “...pelo legislador, ao determinar que certo fato fosse contemplado com uma sanção penal, enquanto outro com uma sanção civil ou administrativa. Determinadas condutas, levando-se em conta a sua repercussão social e a necessidade de uma intervenção mais severa do Estado, foram erigidas à categoria de tipos penais, sancionando o agente com multas, restrições de direito ou privação de liberdade. A penalidade da pessoa jurídica foi um dos avanços trazidos pela Constituição Federal de 1988.”
Outrossim, ainda na Teoria do Risco Integral, merece ser trazido à baila um jugado do TSJ no RECURSO ESPECIAL Nº 1.374.284 - MG (2012/0108265-7) do iminente MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO onde a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre a unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de indeniza. 
EMENTA
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DANOS DECORRENTES DO ROMPIMENTO DE BARRAGEM. ACIDENTE AMBIENTAL OCORRIDO, EM JANEIRO DE 2007, NOS MUNICÍPIOS DE MIRAÍ E MURIA É, ESTADODE MINAS GERAIS. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. NEXO DE CAUSALIDADE. (RECURSO ESPECIAL Nº 1.374.284 - MG (2012/0108265-7)
Responsabilidade Civil – Aplica a teoria do risco integral;
Responsabilidade Administrativa – Aplica a teoria do risco criado (objetiva). cabe Excludente de ilicitude – são em regra auto-executaveis com exceção das multas que serão cobradas através das execuções fiscal
Responsabilidade Penal – Não há a necessidade de dupla imputação - será sempre subjetiva.
 Configurada infração ambiental grave. É possível a aplicação de pena de multa sem a necessidade de prévia imposição da pena de ADVERTÊNCIA (REsp 1.318.051-RJ).
A obrigação de recuperar a degradação ambiental é do titular da propriedade do imovel, mesmo que não tenha contribuído para a deflagração do dano, tendo em conta sua natureza propter rem . ( resp 1240122/pr, 11/09/2012)
A Responsabilidade por dano ambiental é OBJETIVA, informada pela Teoria do RISCO INTEGRAL, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre a unidade do ato, sendo DESCABIDA A INVOCAÇÃO, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL para afastar sua obrigação de indeniza. (tese jukgada sob rito do art. 543-C do CPC) ( REsp 1374274/MG, 27/08/2014).
Quais são as penalidades aplicáveis? 
ATENÇÃO VERIFICAR O DECRETO TA MAIS COMPLETO QTO AS SANÇÕES AMINSTRATIVAS
Nos moldes da Lei 9.605/98 c/c o Decreto nº 6.514/2008, as infrações administrativas ambientais praticadas por Sinaldo, podem ser tipificadas em mais de um dispositivo, ou em mais de um diploma, a chamada Tríplice responsabilidade, ou seja, para cada infração administrativa, civil ou penal ambiental deve ocorrer a imposição da sanção correspondente, podendo ser aplicadas duas ou mais sanções de forma simultânea nos moldes previstos no art.225[footnoteRef:9], §3º da Carta de República de 1988 c/c o §1º[footnoteRef:10] do art. 72 dessa Lei. Significa dizer, que é possível aplicar ao mesmo tempo duas ou três sanções administrativas ambientais diferentes, bem como ser responsabilizado nas esferas penais e Civis, desde que cada infração decorra da inobservância a um preceito legal específico. [9: § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.] [10: § 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.] 
Nos moldes do art. 70 da lei 9.605/98 c/c o art. 72, inciso I, sofrerá a sanção de ADVERTÊNCIA, relativa à infração administrativa ambiental, já que sua ação ou omissão violou o trato da proteção ao meio ambiente. Não podendo ser a aplicada sanção administrativa com aplicação da multa simples prevista inciso II deste artigo, já que NÃO se verifica as hipóteses dos incisos I e II do § 3º, quais sejam:
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.(grifo nosso).
Ademais, responderá também, pela tipificação dos Crimes previsto no Capítulo V, Seções II e III.
Ao julgo do nosso grupo, Sinval praticou ato tipificado pelos artigos, 
 
ermos do que determina o parágrafo 1º da lei mencionada. 
infração.
Também é possível aplicar duas ou mais sanções da mesma espécie de uma única vez, a exemplo de duas ou três multas simultâneas, desde que cada infração decorra do desrespeito a um preceito legal específico. Com relação aos critérios para gradação da penalidade, a Lei 9.605/98 leva em consideração a gravidade, os antecedentes e o porte econômico[3].
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;
DECRETO
Art. 2o  Considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, conforme o disposto na Seção III deste Capítulo.  
Art. 3o  As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
§ 2o A caracterização de negligência ou dolo será exigível nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 3o do art. 72 da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 
A Lei de Crimes Ambientais, nº 9.605 de 1998, em seu artigo 54, descreve o crime de poluição, que consiste no ato de causar poluição, de qualquer forma, que coloque em risco a saúde humana ou segurança dos animais ou destrua a flora.
Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e multa.
nos artigos 24 a 93 na seguinte ordem: a) Das infrações contra a fauna: artigos 24 a 42; b) Das infrações contra a flora: artigos 43 a 60-A; c) Das infrações relativas à poluição e outras infrações ambientais: artigos 61 a 71-A; d) Das infrações contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: artigos 72 a 75; e) Das infrações administrativas contra a Administração Ambiental: artigos 76 a 83; e f) Das infrações cometidas exclusivamente em Unidades de Conservação: artigos 84 a 93.
Tais infrações correspondem a descrições legais e genéricas de comportamentos vedados, como cortar árvores em área considerada de preservação permanente ou causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da biodiversidade[2]. Caso se depare com tais situações, o órgão ambiental deverá obrigatoriamente aplicar a sanção correspondente de acordo com a previsão legal, não existindo discricionariedade quanto a isso.
De acordo com o artigo 72 da Lei 9.605/98, as infrações administrativas ambientais são punidas com as seguintes sanções: a) advertência; b) multa simples; c) multa diária; d) apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; e) destruição ou inutilização do produto; f) suspensão de venda e fabricação do produto; g) embargo de obra ou atividade; h) demolição de obra; i) suspensão parcial ou total de atividades; j) restritiva de direitos.
Para cada infração administrativa ambiental deve ocorrer a imposição da sanção correspondente, podendo ser aplicadas duas ou mais sanções de forma simultânea nos termos do que determina o parágrafo 1º da lei mencionada. Isso significa que é possível aplicar ao mesmo tempo duas ou três sanções administrativas ambientais diferentes, a exemplo de multa simples, embargo e suspensão de venda e fabricação do produto, quando se tratar de uma só infração.
Também é possível aplicar duas ou mais sanções da mesma espécie de uma única vez, a exemplo de duas ou três multas simultâneas, desde que cada infração decorra do desrespeito a um preceito legalespecífico. Com relação aos critérios para gradação da penalidade, a Lei 9.605/98 leva em consideração a gravidade, os antecedentes e o porte econômico[3].
Em regra as sanções administrativas ambientais são dotadas de autoexecutoriedade, que é a característica de imposição direta e imediata de seus efeitos jurídicos independentemente de comunicação ou de solicitação a qualquer outro Poder[4]. Contudo, existem exceções, posto que a multa, a destruição ou inutilização do produto e a demolição de obra a rigor não podem ser autoexecutáveis, no primeiro caso por envolver pecúnia e no segundo e terceiro caso pela drasticidade e pela irreversibilidade da medida.
A exemplo do que ocorre com a responsabilidade civil, a responsabilidade administrativa ambiental também costuma encontrar fundamento na regra da objetividade. Com efeito, ao conceituar infração administrativa ambiental como “toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente” tanto no artigo 70 da Lei 9.605/98 quanto no Decreto 6.514/08, o legislador não deixou dúvidas quanto à adoção do sistema de responsabilidade objetiva.
Isso implica dizer que a rigor a responsabilidade administrativa ambiental não leva em consideração o elemento subjetivo. Contudo, a sanção de multa simples é diferente, uma vez que a Lei 9.605/98 exige expressamente a identificação do dolo e/ou da negligência[5] (sobre o assunto ver o artigo aqui). De toda forma, existe divergência quanto ao assunto, pois há também quem defenda que qualquer uma dessas sanções se reja pela responsabilidade subjetiva[6].
O parágrafo 3º do artigo 225 da Constituição Federal estabeleceu a tríplice responsabilização em matéria ambiental, fazendo com que cada lesão ao meio ambiente seja apurada de forma independente e simultânea nas esferas administrativa, cível e criminal. Todavia, nem o Ministério Público nem a Polícia costumam dispor de uma estrutura fiscalizatória adequada no que diz respeito ao meio ambiente, de maneira que na prática a imensa maioria das irregularidades ecológicas são identificadas pelos órgãos ambientais integrantes do Sisnama.
Em vista disso, faz-se necessário que os órgãos ambientais comuniquem o Ministério Público e a Polícia acerca da infração administrativa ambiental identificada, a fim de que a possível responsabilidade civil e criminal decorrente do mesmo fato possa ser apurada. Em relação à responsabilidade civil, qualquer dano ou possibilidade de dano ambiental deverá ser comunicado imediatamente ao Ministério Público, conforme determina a Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública)[7].
Já no que diz respeito à responsabilidade criminal, deve-se fazer a comunicação ao Ministério Público e à Polícia apenas sobre aquelas condutas tipificadas a um só tempo como infração administrativa e como crime ambiental. É importante destacar que praticamente todas as infrações administrativas ambientais também podem ser tipificadas como crime, já que os tipos administrativos do Decreto 6.514/08 foram em sua maioria simplesmente copiados dos tipos criminais da Lei 9.605/98.
Uma das exceções é o artigo 76 do mencionado decreto, cuja conduta descrita seria responsabilizável administrativamente mas não criminalmente, a qual consiste no ato de “Deixar de inscrever-se no Cadastro Técnico Federal de que trata o artigo 17 da Lei 6.938, de 1981”. Por essa razão, faz-se imperioso para a efetivação da tríplice responsabilização constitucional em matéria ambiental que os órgãos ambientais deem ciência ao Ministério Público e à Polícia a respeito das infrações administrativas ambientais, sob pena de enquadramento dos responsáveis como criminosos em função da conduta omissiva, o que é tipificado como crime pela referida lei.
[1] A terminologia “Lei de Crimes Ambientais” não é a opção mais adequada tecnicamente, uma vez que a Lei 9.605/98 também dispõe sobre responsabilidade administrativa ambiental (artigos 70 a 76), responsabilidade civil ambiental (artigos 3º e 4º), termo de compromisso (artigo 79-A) e cooperação internacional ambiental (artigos 77 e 78).
[2] “A sanção decorrente da infração administrativa ambiental cometida configura-se com a simples lavratura do auto de infração, mas somente se pode considerar validamente aplicada após a instauração e a instrução de um processo administrativo, em atenção ao princípio do devido processo legal (artigo 5º, LV, da Constituição)” (SOARES, Daniela Dutra; BAPTISTA, Marcela Bentes Alves. Responsabilidade administrativa. PHILIPPI JR., Arlindo; FREITAS, Vladimir Passos de; SPÍNOLA, Ana Luíza Silva. Direito ambiental e sustentabilidade. Baurueri, SP: Manole, 2016, p. 863).
[3] "Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental; III - a situação econômica do infrator, no caso de multa".
[4] “As sanções de polícia são aplicáveis nas condições e limites estabelecidos em lei. Envolvem a multa, a interdição de atividades, de estabelecimento, demolições, embargo de obra, proibição de fabricação ou comércio de produtos etc. /As referidas sanções são auto-executáveis independente de autorização judicial, em virtude da auto-executoriedade dos atos de polícia, devendo, a cada sanção a ser aplicada, estar presente a proporcionalidade entre ela e a infração cometida. /A aplicação de toda e qualquer sanção depende, para sua validade, que, em processo administrativo regular, se ofereça ao infrator o direito à ampla defesa, como já afirmamos” (MUKAI, Toshio. Direito ambiental sistematizado. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002, p. 47).
[5] "Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes sanções, observado o disposto no art. 6º: (...) § 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo: I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha; II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha".
[6] “Para ser possível a aplicação da pena administrativa, a semelhança do que ocorre na seara penal, é necessário haver negligencia, imprudência, imperícia ou dolo; sem algum desses elementos, não se justifica a punição administrativa, ainda que seja na seara ambiental.” (BIM, Eduardo Fortunato. O mito da responsabilidade objetiva no direito ambiental sancionador: imprescindibilidade da culpa nas infrações ambientais. Revista de direito ambiental, v. 57, ano 15, 2010, p. 33). “Das dez sanções previstas no artigo 72 da Lei 9.605 (incisos I a XI). Somente a multa simples utilizara o critério da responsabilidade com culpa; e as outras nove sanções, inclusive a multa diária, irão utilizar o critério da responsabilidade sem culpa ou objetiva, continuando a seguir o sistema da Lei 6.938/81, onde não há necessidade de ser aferidos o dolo e a negligencia do infrator submetido ao processo.” (MACHADO, Paulo Affonso. Direito ambiental brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros: 2010, P. 331).
[7] "Art. 6º. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção
Quanto à distinção entre as modalidades de responsabilidade ambiental, esclarece Fiorillo:
“A distinção fundamental, trazida pelos doutrinadores, está baseada numa sopesagem de valores, estabelecida “...pelo legislador, ao determinar que certo fato fosse contemplado com uma sanção penal, enquanto outro com uma sanção civil ou administrativa. Determinadas condutas, levando-se em conta a sua repercussão social e a necessidade de uma intervenção mais severa do Estado, foram erigidas à categoria de tipos penais, sancionandoo agente com multas, restrições de direito ou privação de liberdade. A penalidade da pessoa jurídica foi um dos avanços trazidos pela Constituição Federal de 1988.”
JURISPRUDÊNCIA
A posição que prevalece na doutrina ambiental é no sentido de que a Lei nº. 6.938/81 adotou, em seu artigo 14, §1º, a responsabilidade objetiva na modalidade do risco integral. Ou seja, o dever de reparação é fundamentado simplesmente pelo fato de existir uma atividade de onde adveio o prejuízo, sendo desprezadas as excludentes da responsabilidade, como o caso fortuito ou a força maior, ou seja, não há necessidade de verificar a intenção do agente. Basta que se configure um prejuízo relacionado com a atividade praticada.
É também firme a jurisprudência do STJ no sentido de que, nos danos ambientais, incide a teoria do risco integral, advindo daí o caráter objetivo da responsabilidade, com expressa previsão constitucional (art. 225 , § 3º , da CF ) e legal (art. 14 , § 1º , da Lei n. 6.938 /1981), sendo, por conseguinte, descabida a alegação de excludentes de responsabilidade, bastando, para tanto, a ocorrência de resultado prejudicial ao homem e ao ambiente advinda de uma ação ou omissão do responsável.
Ficando nos comprovada conforme ementas:
Ementa: CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ROMPIMENTO DE BARRAGEM. "MAR DE LAMA" QUE INVADIU AS RESIDÊNCIAS. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. NEXO DE CAUSALIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. DANO MORAL IN RE IPSA. CERCEAMENTO DE DEFESA. VIOLAÇÃO AO ART. 397 DO CPC . INOCORRÊNCIA.
Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. VALOR DA CONDENAÇÃO EM DANOS MATERIAIS. SÚMULA N. 7/STJ. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. PETROBRÁS. ROMPIMENTO DO POLIDUTO "OLAPA" E VAZAMENTO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL. DANO AMBIENTAL. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO, EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC . TERMO INICIAL. JUROS MORATÓRIOS. SÚMULA N. 54/STJ. DECISÃO MANTIDA. 
Do exposto, conclui-se que a responsabilidade ambiental pode apresentar-se como civil, penal ou administrativa, de acordo com o regime jurídico aplicável.
 Havendo processo judicial para apuração da infração, ocorrerá a aplicação de sanção civil ou penal, a primeira com consequências patrimoniais e a segunda com limitação da liberdade, perda de bens, multa etc. Em caso de procedimento administrativo, penalidade administrativa.
2- Supondo que o Sindicato tenha ajuizado uma demanda para que fosse reconhecida a inconstitucionalidade da Lei Municipal n.xxx, quais argumentos o TJSP poderia utilizar para afastar tal inconstitucionalidade, levando em consideração a proteção ambiental. 
RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL EM DANO AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE CIVIL
No que tange à responsabilidade civil por dano ao meio ambiente, destaca-se em nosso ordenamento jurídico a Lei Federal nº 6.938/81, que no parágrafo primeiro do seu artigo 14, temos:
Art 14 [...]
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.
Sobre o referido dispositivo, comenta Carlos Roberto Gonçalves:
“A responsabilidade civil independe, pois, da existência de culpa e se funda na idéia de que a pessoa que cria o risco deve reparar os danos advindos de seu empreendimento. Basta, portanto, a prova da ação ou da omissão do réu, do dano e da relação de causalidade.”
Já para José Afonso da Silva, a responsabilidade civil:
“É a que impõe ao infrator a obrigação de ressarcir o prejuízo causado por sua conduta ou atividade. Pode ser contratual, por fundamentar-se em contrato, ou extracontratual, por decorrer de exigência legal (responsabilidade legal), ou de ato ilícito (responsabilidade por ato ilícito).” 
Ou seja, a responsabilidade civil aplicável é objetiva, independe da existência de culpa, diferentemente do que ocorreria se fosse atribuída responsabilidade subjetiva, pois, conforme diferencia Carlos Roberto Gonçalves.
Assim, a reparação civil dos danos ambientais pode consistir em indenização dos danos causados, reais ou presumidos, ou na restauração do que foi poluído, destruído ou degradado, caso seja possível. Sendo a responsabilidade preventiva ou repressiva.
Ocorrendo lesão ao meio ambiente, surge para o causador o dever de indenizar o dano patrimonial (ou material) e o dano moral causados.
RESPONSABILIDADE CRIMINAL
A responsabilidade penal ambiental foi trazida a lume pela Constituição Federal de 1988:
Art. 225 [...]
[...]
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
E reafirmada na Lei nº 9.605/98, conforme artigos abaixo:
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.
Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão
Importante dizer que todas as infrações penais contra o meio ambiente, são de Ação Penal Pública incondicionada, ou seja, apenas o Ministério Público por intermédio de seu representante legal poderá propor esta ação penal, observando as leis previstas no Código Penal Brasileiro, e também disposições do art. 89 da lei 9.099, de 1995 que trata dos crimes de menor potencial ofensivo.
Entretanto, muitas ofensas ao meio ambiente são passadas despercebidas, encontrando barreiras na aplicação da lei., como é o caso da penalização da pessoa jurídica no âmbito criminal, neste tópico destaca-se os comentários tecidos por Celso Antonio Pacheco Fiorillo:
No Brasil, infelizmente essas adaptações ainda não ocorrera. A simples enunciação da responsabilidade penal da pessoa jurídica possibilitou críticas severas, pois de fato inexistem normas que esclareçam a questão de sua culpabilidade e tampouco disposições processuais exclusivamente adaptadas ao processo-crime o poluidor pessoa jurídica. 
O crime constitui objeto de estudo da teoria do delito, a qual busca indetificar os elementos que integram a infração penal.
Conceitualmente, vigora o chamado conceito analítico de crime, conforme defendido por Rogério Greco:
Assim, de acordo com Zaffaroni, citado por Rogério Greco:
“delito é uma conduta humana individualizada mediante um dispositivo legal (tipo) que revela sua proibição (típica), que por não estar permitida por nenhum preceito jurídico (causa de justificação) é contrária ao ordenamento jurídico (antijurídica) e que, por ser exigível do autor que atuasse de outra maneira nessa circunstância, lhe é reprovável (culpável).”
O conceito acima se aplica ao Direito Ambiental, quando da ocorrência do dano (infração ambiental), sendo que, diferente da civil objetiva, ou seja, sem a necessidade de comprovação de culpa, a responsabilidade penal ambiental é subjetiva, carecendo de tal comprovação para a sua caracterização, dada a maior gravidade da penalização, bem como do princípio da intervenção penal mínima do Estado.
Quanto à distinção entre as modalidades de responsabilidade ambiental, esclarece Fiorillo:
“A distinção fundamental, trazida pelos doutrinadores, está baseada numa sopesagem de valores, estabelecida “...pelo legislador, ao determinar que certo fato fosse contemplado com uma sanção penal, enquanto outro com uma sanção civil ou administrativa. Determinadas condutas, levando-se em conta a suarepercussão social e a necessidade de uma intervenção mais severa do Estado, foram erigidas à categoria de tipos penais, sancionando o agente com multas, restrições de direito ou privação de liberdade. A penalidade da pessoa jurídica foi um dos avanços trazidos pela Constituição Federal de 1988.”
JURISPRUDÊNCIA
A posição que prevalece na doutrina ambiental é no sentido de que a Lei nº. 6.938/81 adotou, em seu artigo 14, §1º, a responsabilidade objetiva na modalidade do risco integral. Ou seja, o dever de reparação é fundamentado simplesmente pelo fato de existir uma atividade de onde adveio o prejuízo, sendo desprezadas as excludentes da responsabilidade, como o caso fortuito ou a força maior, ou seja, não há necessidade de verificar a intenção do agente. Basta que se configure um prejuízo relacionado com a atividade praticada.
É também firme a jurisprudência do STJ no sentido de que, nos danos ambientais, incide a teoria do risco integral, advindo daí o caráter objetivo da responsabilidade, com expressa previsão constitucional (art. 225 , § 3º , da CF ) e legal (art. 14 , § 1º , da Lei n. 6.938 /1981), sendo, por conseguinte, descabida a alegação de excludentes de responsabilidade, bastando, para tanto, a ocorrência de resultado prejudicial ao homem e ao ambiente advinda de uma ação ou omissão do responsável.
Ficando nos comprovada conforme ementas:
Ementa: CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ROMPIMENTO DE BARRAGEM. "MAR DE LAMA" QUE INVADIU AS RESIDÊNCIAS. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. NEXO DE CAUSALIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. DANO MORAL IN RE IPSA. CERCEAMENTO DE DEFESA. VIOLAÇÃO AO ART. 397 DO CPC . INOCORRÊNCIA.
Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. VALOR DA CONDENAÇÃO EM DANOS MATERIAIS. SÚMULA N. 7/STJ. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. RESPONSABILIDADE CIVIL. PETROBRÁS. ROMPIMENTO DO POLIDUTO "OLAPA" E VAZAMENTO DE ÓLEO COMBUSTÍVEL. DANO AMBIENTAL. TEORIA DO RISCO INTEGRAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. PRECEDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO, EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC . TERMO INICIAL. JUROS MORATÓRIOS. SÚMULA N. 54/STJ. DECISÃO MANTIDA. 
Do exposto, conclui-se que a responsabilidade ambiental pode apresentar-se como civil, penal ou administrativa, de acordo com o regime jurídico aplicável.
 Havendo processo judicial para apuração da infração, ocorrerá a aplicação de sanção civil ou penal, a primeira com consequências patrimoniais e a segunda com limitação da liberdade, perda de bens, multa etc. Em caso de procedimento administrativo, penalidade administrativa.
DIREITO AMBIENTAL
DOURTINA E JURISPRUDÊNCIA
RESPONSABILIDADE CIVIL E CRIMINAL
EM DANO AMBIENTAL
oUTRO
RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE
Por
Luana Borges Silveira
Beatriz Campelo Erhardt
Alinne Gomes Monteiro
RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS AO
MEIO AMBIENTE
DA RESPONSABILIDADE JURÍDICA
O termo Responsabilidade vem da palavra originária responsabilitatis, do latim, que tem a significação de “responsabilizar-se, assegurar, assumir o ato que praticou”. Gera qualidade de ser responsável na condição de responder, empregado no sentido de obrigação, encargo, dever, imposição de alguma coisa. Temos, também, que o verbo latino respondere, significa: “responder, afiançar, prometer, pagar”, que transmite a ideia de reparar, recuperar, compensar, ou pagar pelo que se fez, segundo nos ensina.
Ainda, conforme nos ensina o Dr. Rogério Marrone de Castro Sampaio, “o termo responsabilidade traz em seu bojo a ideia de fazer com que se atribua a alguém, em razão da prática de determinado comportamento (infração), um dever”.
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do direito obrigacional, posto que consiste na obrigação que tem o autor de um ato ilícito de indenizar a vítima pelos prejuízos a ela causados. A situação amolda-se ao conceito genérico de obrigação, qual seja, o direito de que é titular o credor em face do devedor, tendo por objeto determinada prestação. No caso, assume a vítima de um ato ilícito a posição de credora, podendo, então, exigir do autor determinada prestação, cujo conteúdo consiste na reparação dos danos causados.
Segundo nos ensina o mestre RUI STOCO, “a responsabilização é meio e modo de exteriorização da própria Justiça e a responsabilidade é a tradução para o sistema jurídico do dever moral de não prejudicar a outro, ou seja, o neminem laedere. A responsabilidade jurídica nada mais é do que a própria figura da responsabilidade, in genere, transportada para o campo do direito, situação originada por ação ou omissão de sujeito de direito público ou privado que, contrariando norma objetiva, obriga o infrator a responder com sua pessoa ou bens”.
A responsabilidade civil, no sentido genérico: “significa a obrigação de satisfazer ou executar ato jurídico. Miguel Maria Serpa Lopes e Maria Helena Diniz, em síntese, esclarecem que, na esfera civil, esta obrigação de reparar um prejuízo causado decorre de culpa ou imposição legal. Esta obrigação é, de fato, uma sanção jurídica à conduta lesiva, por exigências éticas e de condutas sociais. Desta maneira, a responsabilidade é um fato social, pois aquele que vive em sociedade e pratica um ato ou uma omissão que resulta em prejuízo, deve suportar a consequência deste comportamento por imposição legal. A finalidade concreta desta responsabilidade genérica é punir e fazer com que o causador repare o dano, bem como evitar que novos danos venham a ocorrer. Neste sentido se expressa Helita Barreira Custódio, dizendo que, diante do descumprimento de uma obrigação de dar, de fazer, ou de não fazer alguma coisa, de ressarcir danos, de suportar jurídica, aplicam-se, em regra, as normas de responsabilidade correspondente”.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL E RESPONSABILIDADE PENAL
Há que se fazer distinção entre a responsabilidade civil e a penal, apesar de que muitas das vezes, ambas decorrem do mesmo fato gerador (comportamento humano – ato ilícito). No entanto, para os juristas existem diferenças a serem traçadas entre ambas.
A responsabilidade penal, foi muito bem sintetizada pelo Dr. Rogério Marrone de Castro Sampaio, quando afirma que: “a conduta humana (dolosa ou culposa) constitui fato definido por lei como crime ou contravenção. E este mesmo comportamento, por representar um desvalor à sociedade, justifica a aplicação, por parte do Estado (ius puniendi) de uma sanção penal”.
A responsabilidade penal envolve também um dano, dano que atinge a paz
Social, embora atinja muitas vezes um só indivíduo. Mas a ação repressiva não tem por objetivo o dano causado ao particular, como tal, mas como integrante do grupo. Ela abrange uma área muito restrita, visto compreender apenas as pessoas físicas, os indivíduos, posto que as pessoas jurídicas – privadas ou públicas – não são passíveis de apenação no âmbito criminal.
Já a responsabilidade civil, segundo o citado SAMPAIO (2002): “com seu reconhecimento, visa-se impor a determinada pessoa a obrigação de reparar um dano causado à vítima, justamente em função de um comportamento humano violador de um dever legal ou contratual (ato ilícito). Percebe-se aqui que a preocupação está voltada ao restabelecimento de uma situação anterior, atendendo-se, assim, ao interesse particular da vítima (atualmente, não se pode deixar de lado a defesa dos interesses meta individuais. Exemplo: danos ambientais.
Em suma, com a responsabilidade civil, objetiva-se a reparação dos prejuízos suportados pela vítima, restabelecendo-se uma situação de equilíbrio”.
A responsabilidade civil envolve, antes de tudo, o dano, o prejuízo, o desfalque, o desequilíbrio ou descompensação do patrimônio de alguém. Ela decorre da ação ou omissão, dolosa ou culposa, cuja consequência seja a produção de um prejuízo. Contudo, sem a ocorrência de dano não há responsabilidade civil, pois consiste ela na obrigação imposta, em certas condições, ao autor de um prejuízo, de repará-lo, quer em natura, quer em algo equivalente.
DA RESPONSABILIDADE CIVILSUBJETIVA E RESPONSABILIDADE
CIVIL OBJETIVA
A responsabilidade civil subjetiva ou clássica funda-se essencialmente, na teoria da culpa. Tem-se como elemento essencial a gerar o dever de indenizar o fator culpa entendido em sentido amplo (dolo ou culpa em sentido estrito). Ausente tal elemento, não há que se falar em responsabilidade civil.
Dentro da teoria clássica da culpa, a vítima tem de demonstrar a existência dos elementos fundamentais de sua pretensão, sobressaindo o comportamento culposo do demandado. Ao se encaminhar para a especialização da culpa presumida, ocorre uma inversão do onus probandi (ônus da prova). Em certas circunstâncias, presume-se o comportamento culposo do causador do dano, cabendo-lhe demonstrar a ausência de culpa, para se eximir do dever de indenizar. Foi um modo de afirmar a responsabilidade civil sem a necessidade de provar o lesado a conduta culposa do agente, mas sem repelir o pressuposto subjetivo da doutrina tradicional.
Assim, para que se reconheça a obrigação de indenizar, não basta apenas que o dano advenha de um comportamento humano, pois é preciso um comportamento humano qualificado pelo elemento subjetivo culpa, ou seja, é necessário que o autor da conduta a tenha praticado com a intenção deliberada de causar um prejuízo (dolo), ou, ao menos, que esse comportamento reflita a violação de um dever de cuidado (culpa em sentido estrito).
Por sua vez, a responsabilidade civil objetiva, tem como característica determinante o fato de que o elemento culpa não é essencial para o surgimento do dever de indenizar. Prevalecendo a ideia de que todo dano, na medida do possível, deve ser indenizado, ganhou espaço no mundo jurídico a tese de que a obrigação de reparar o dano nem sempre está vinculada a um comportamento culposo do agente. E, como fator justificador do surgimento da obrigação de indenizar, socorre-se, nesse caso, da denominada teoria do risco.
Não se pode ter dúvida que o sistema brasileiro de responsabilização civil, ainda hoje, tem sua base fundamental assentada na noção de culpa, de caráter subjetivo, portanto, todavia, aqui e acolá existem disposições expressas consagradas da responsabilização objetiva, fundada no dever ressarcitório independentemente de ser aferida a concorrência culposa do agente.
Assim, em determinada situações, aquele que, por meio de sua atividade, expõe terceiros ao risco de que ocorra dano, fica obrigado a repará-lo caso ele venha a ocorrer efetivamente o dano, ainda que seu comportamento seja isento de culpa.
Com a teoria do risco, o Juiz não tem de examinar o caráter lícito ou ilícito do ato imputado ao pretenso responsável: as questões de responsabilidade transformam-se em simples problemas objetivos que se reduzem à pesquisa de uma relação de causalidade.
A doutrina objetiva, ao invés de exigir que a responsabilidade civil seja a resultante dos elementos tradicionais (culpa, dano, vínculo de causalidade entre uma e outro) assenta-se na equação binária cujos polos são o dano e a autoria do evento danoso. Sem cogitar da imputabilidade ou investigar a antijuridicidade do fato danoso, o que importa para assegurar o ressarcimento é a verificação se ocorreu o evento e se dele emanou o prejuízo. Em tal ocorrendo, o autor do fato causador do dano é o responsável.
Em suma, com a adoção da teoria do risco, como pressuposto da responsabilidade civil, mantém-se o comportamento humano (ação ou omissão), o dano e o nexo de causalidade. Todavia, o elemento subjetivo culpa, qualificador desse comportamento, passa a ser irrelevante à medida que o autor da conduta assume o risco de dano que emerge do simples exercício de sua atividade.
DA RESPONSABILIDADE POR DANOS AMBIENTAIS
A responsabilidade por danos ambientais foi inicialmente regulada no direito pátrio pela Lei federal 6.453/1977, a qual dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares, onde no seu art. 4º prevê que, in verbis: “será exclusiva do operador da instalação nuclear, nos termos desta Lei, independentemente da existência de culpa, a responsabilidade civil pela reparação de dano nuclear causado por acidente nuclear”.
Por sua vez a Lei Federal 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), em seu artigo 4º, Inciso VII que assim definiu, in verbis: “à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.
Mais adiante, o artigo 14 §1º da mencionada Lei atribui ao poluidor a responsabilidade de indenizar ou repara os danos causados ao meio ambiente e a terceiros por sua atividade nociva, independentemente de culpa. Incumbindo ainda o Ministério Público a legitimidade de propor ação de responsabilidade civil e criminal pelos danos causados. È o que se pode extrair do citado parágrafo 1º do artigo 14, in verbis: “Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente”.
O doutor jus ambientalista Dr. Paulo Affonso Leme Machado em sua obra Direito Ambiental Brasileiro (2001), afirma que a “aplicação da penalidade administrativa, prevista nos incisos I, II, III e IV do artigo 14 da Lei 6.938/81, não elide a indenização ou a reparação que o Poder Judiciário possa cominar”.
Por sua vez a Constituição Federal/1988, abrigou no seu artigo 225, parágrafo 3º a responsabilidade administrativa, civil e penal por condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, independentemente da obrigação de reparar os danos. Art. 225 § 3º - As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de repara os danos causados.
Portanto, a responsabilidade por danos ao meio ambiente é do tipo responsabilidade objetiva, ou seja, “quem danificar o meio ambiente tem o dever jurídico de repara-lo. Presente o binômio dano/reparação. Não se pergunta a razão da degradação para que haja o dever de reparar. Incumbirá ao acusado provar que a degradação era necessária, natural ou impossível de evitar-se”.
Por outro lado, a tese da aplicação da teoria do risco integral, “afirmando que são cinco as consequências da adoção da responsabilidade civil na área ambiental, as quais são: a) irrelevância da intenção danosa (basta um simples prejuízo); b) irrelevância da mensuração do subjetivismo (o importante é que, no nexo de casualidade, alguém tenha participado e, tendo participado, de alguma, de alguma sorte, deve ser apanhado nas tramas da responsabilidade objetiva); c) inversão do ônus da prova; d) irrelevância da licitude da atividade; e) atenuação do relevo do nexo causal, ou seja, basta que, potencialmente a atividade do agente possa acarretar prejuízo ecológico para que se inverta imediatamente o ônus da prova, para que imediatamente se produza a presunção da responsabilidade, reservando, portanto, para o eventual acionado o ônus de procurar excluir sua imputação”.
Por sua vez, afirma-se que “embora admitindo-se a responsabilidade objetiva, divergem os doutrinadores quando da existência de condições excludentes dessa responsabilidade, como é o caso de força maior, como o caso fortuito, como ato de terceiros, como a culpa da vítima e etc.”
TIPOS DE RESPONSABILIDADES POR DANOS AMBIENTAIS
Conforme afirmado alhures, a atual Constituição Federal/1988, abrigou no seu artigo 225, parágrafo 3º as responsabilidades pelas condutas e atividades lesivas ao meio ambiente em três tipos a saber: responsabilidade administrativa, responsabilidade civil e responsabilidade penal, independentemente da obrigação de reparar os danos (IMPERIANO, 2007).
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA
A responsabilidade administrativa ambiental, segundo nos ensina CABRAL (2003)“é o resultado de prática de infração a normas administrativas sobre o meio ambiente, sujeitando os infratores a sofrer punições de natureza administrativa emanadas do Poder Público, que as imputa nos limites de sua competência, por meio do poder administrativo manifestado na forma do poder de polícia”.
Assim temos, que no ordenamento jurídico em vigor a violação das normas de proteção ao meio ambiente sujeitam os transgressores a sofrerem os punições que estão descritas a seguir:MULTAS, EMBARGOS, SUSPENSÃO DAS ATIVIDADES e DEMOLIÇÃO (CF – Art. 225 § 3º; Lei 9.605/98 – Art. 70, 71 e 72; Lei 6.938/81 – Art. 14, I, II, III e IV; Decreto 3.179/99 – Art. 2º).
RESPONSABILIDADE CIVIL
A responsabilidade civil, conforme afirmamos anteriormente, consiste na obrigação do autor de um ato ilícito em reparar (indenizar) pecuniariamente um dano causado à vítima. Assim, a responsabilidade civil ambiental, foi regulada primeiramente no direito pátrio pela Lei Federal 6.453/1977, em seu art. 4º (Regula a responsabilidade civil por danos nucleares), posteriormente a Lei Federal 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), em seu artigo 4º, Inciso VII e art. 14, § 1º, atribui ao poluidor e ao predador a responsabilidade de indenizar ou repara os danos causados ao meio ambiente e a terceiros por sua atividade nociva, independentemente de culpa. A Constituição Federal/1988, também, abrigou no seu artigo 225, parágrafo 3º, a responsabilidade civil por danos ao meio ambiente. Portanto, conforme determinado no ordenamento jurídico brasileiro a ação ou omissão de pessoa física ou jurídica, de direito público ou direito privado que provoquem poluição ou degradação do meio ambiente sujeitam os transgressores ao seguinte: “INDENIZAÇÃO PECUNIÁRIA E REPARAÇÃO PELO DANO CAUSADO, BEM COMO RECUPERAÇÃO DO MEIO AMBIENTE (Lei 6.938/81 – Art. 14 § 1º)”.
RESPONSABILIDADE CRIMINAL
A responsabilidade penal ambiental, foi regulada no direito pátrio pela Constituição Federal/1988 que abrigou no seu artigo 225, parágrafo 3º, responsabilizando penalmente as pessoas física ou jurídica, de direito público ou direito privado pelas atividades lesivas ao meio ambiente. Por sua vez, com a regulamentação da Lei Federal 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), os ilícitos ambientais foram transformados na categoria de crimes ambientais, tal Lei dispõe sobre as sanções penais para as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
Assim, conforme determinado na Constituição Federal (art. 225, § 3º) e na Lei Federal 9.605/1998, a ação ou omissão de pessoa física ou jurídica, de direito público ou direito privado que provoquem poluição ou degradação do meio ambiente sujeitam os transgressores ao seguinte: “RESPONSABILIDADE PENAL COM PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO E PRIVATIVAS DE LIBERDADE (CF – Art. 225 § 3º; Lei 9.605/98 – Art. 3º, 7º, 8º, 21 e 60)”.
MAIS
Competência Ambiental
CONFLITO DE COMPETÊNCIA AMBIENTAL
CONFLITO DE COMPETÊNCIA AMBIENTAL
RESUMO
O texto aborda questões relativas a delimitação de competências apresentada na Constituição de 1988 que gera conflitos quando se trata de meio ambiente, vez que é competência concorrente de mais de um ente de poder. Haja vista o conflito entre legislação federal, CONAMA 01/86, e a Deliberação Normativa Nº74/2004, em que o dispositivo legal proveniente de órgão Estadual apresenta uma norma mais branda quanto concessão de licenciamento ambiental para projetos Agropecuários com área superior a 1000 ha. Dessa forma, vê-se diante da (in) constitucionalidade da legislação Estadual que contraria a Federal e que, segundo a doutrina majoritária, prevaleceria a legislação federal. Cabe a união legislar sobre norma de caráter geral, e o Estado possui caráter suplementar quanto a esse tema, respeitando-se os limites constitucionais. Ou seja, em geral, pelo principio da hierarquização das normas vigentes no ordenamento jurídico brasileiro, a legislação federal deve prevalecer, mas se os limites para legislar em caráter geral forem excedidos, prevalece a norma de origem Estadual. O que deve prevalecer realmente é a intenção de preservar o meio ambiente que é a mesma representada na Constituição Federal de 1988. Desenvolveu-se dessa forma uma pesquisa bibliográfica com o intuito de compreender o que gera esse tipo de conflito e quais seriam as consequências no caso concreto.
Palavras-Chave: Conflito de competência ambiental; Competências concorrentes; Norma Estadual discordando de Norma Federal; (in) constitucionalidade de norma estadual: Deliberação Normativa nº74/2004; Norma Federal mais rígida: CONAMA 01/86.
A Constituição Federal de 1988 dispõe sobre a delimitação de competências entre os entes de poder para legislar sobre determinados assuntos. Isso para evitar possíveis conflitos existentes os entes federados quando se tratar de capacidade legislativa. No entanto, ao delimitar competência concorrente, o conflito é inevitável, uma vez que permite a mais de um ente de poder legislar sobre os temas especificados. Quando se trata de meio ambiente, por exemplo, é um tema de competência concorrente estabelecido no artigo 24 da CF/88.
A competência concorrente consiste no fato da CF/88 autoriza mais de um ente político a legislar sobre o tema. Esses entes são a União, os Estados e Distrito Federal e os Municípios, como expresso no próprio texto constitucional. Fica a cargo da União editar normas de caráter geral, que irão funcionar como diretrizes ou bases para que as legislações estaduais possam preencher as lacunas que forem deixadas, sendo assim caracterizado o caráter suplementar do ente Estadual.
Assim, o que gera discordâncias é o fato de não se poder definir com precisão o que pretendia o legislador ao definir no §1º, artigo 24 da CF/88 a capacidade da União para estabelecer normas gerais.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
[...]
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
[...]
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Dessa forma, torna-se mais complicado definir como preencher as lacunas e saber até que ponto a União tem realmente a capacidade para legislar sobre determinada matéria.
Quando se trata de caráter suplementar dos Estados e do Distrito Federal, é preciso entender que esse caráter visa complementar legislação federal insuficiente, que não atenda a todas as necessidades de tal matéria. Sendo assim, não a que se falar em capacidade supletória se não houver necessidade de aperfeiçoamento da legislação. O caráter de complementação tem o objetivo de adaptar as normas gerais à realidade de cada região e não simplesmente inovar. Com esse intuito, atender as necessidades locais de cada região, o artigo 30 da Constituição Federal de 1988 também permite que se estenda a autorização para suplementar lei federal aos municípios. Como forma de estabelecer uma maior colaboração entre os entes de poder e na fiscalização com os bens de interesse coletivo.
Não havendo legislação federal que apresente essas normas de caráter geral, poderá os Estados instituí-las, exercendo a chamada competência plena. E quando houver superveniência de lei federal, a lei Estadual que trata de normas gerais será suspensa. Trata-se de uma situação lógica, vez que a competência original para tal

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