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NEUROLINGUÍSTICA NA GESTÃO DE PESSOAS Professor: Esp. Douglas Camillo de Souza Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Projeto Gráfico Thayla Guimarães Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso Editoração Bruna Stefane Martins Marconato Ilustração Marcelo Goto / Bruno Pardinho Qualidade Textual Érica Fernanda Ortega DIREÇÃO Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site shutterstock.com C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; SOUZA, Douglas Camillo de. Coaching e Programação Neurolinguística. Douglas Camillo de Souza. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 40 p. “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Coaching 2. Neurolinguística 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 158 CIP - NBR 12899 - AACR/2 01 02 03 sumário 06| PERCEPÇÃO X REALIDADE 18| CRENÇAS 28| QUEBRANDO CRENÇAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Identificar como é possível termos percepções diferentes por meio dos sistemas representacionais e os filtros de interferências, o poder do pensa- mento inconsciente. • Estudar o poder do pensamento e como são formadas as crenças, as regras que direcionam nossas vidas e o quanto as crenças podem nos ajudar e quanto podem nos limitar de conseguir sucesso. • Abordar como utilizar a neurolinguística nas sessões de coaching para quebrar as crenças limitantes para focar resultados, ressignificando os pen- samentos, criando uma energia motivacional verdadeira. PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Percepção x Realidade • Crenças • Quebrando Crenças NEUROLINGUÍSTICA NA GESTÃO DE PESSOAS INTRODUÇÃO introdução Neste estudo, você aprenderá sobre a PNL e o uso dos sentidos e na atenção ao mundo exterior e coleta de informações utilizando os cinco sentidos: ver, ouvir, sentir, cheirar, saborear. A atenção é direcionada através dos sentidos. Prestamos atenção no exterior, você enriquece seu pensamento. Prestando atenção no interior, você se torna mais sensível a seus próprios pensamentos e sentimen- tos, mais seguro de si e mais capaz de dar atenção ao exterior. Atenção Externa: há muito do que estarmos conscientes. Nossa atenção consciente é limitada a cerca de sete coisas, mas há muito mais que notamos de forma inconsciente. A PNL cresceu mediante a modelagem – observando diferenças que outras pessoas não haviam notado antes, diferenças que acaba- ram por se mostrar significativas. Quando você estuda PNL, torna-se consciente de movimentos dos olhos de uma forma pela qual jamais o fizera antes, muito embora sempre estivessem lá. O que mais poderia estar lá fora em seu ambien- te que é significativo, mas ainda não percebido? Atenção Interna: do que você tem consciência em seu corpo? Quando você presta atenção, é capaz de compreender e apreciar a si mesmo em um nível mais profundo. Isto é parte de acompanhar seu próprio ritmo – simplesmente estar consciente de seus pensamentos, sentimentos, emoções e estados sem necessariamente tentar mudá-los. A consciência interna sistemática é denomi- nada “inventário pessoal”. Assim como vemos, ouvimos, sentimos sabores, tocamos e cheiramos o mundo exterior, também recriamos essas mesmas sensações em nossas mentes, reapresentando o mundo a nós mesmos através do uso interno de nossos sen- tidos. Podemos nos lembrar de experiências verdadeiras passadas ou imaginar experiências futuras possíveis (ou impossíveis). Você pode se imaginar correndo de Marte vestido com uma fantasia de Papai Noel (imagem visual construída). A primeira terá acontecido. A segunda, não, mas você pode representar ambas. Pós-Universo 6 PERCEPÇÃO X REALIDADE Pós-Universo 7 Nossa inteligência não identifica o mundo externo como são de fato e sim como as variações realizadas pelos nossos órgãos dos sentidos nos admitem reconhecê-lo. A Percepção da Realidade e os Filtros de Interferência Para começarmos a estudar alguns modelos que nos ajudam a reconhecer dificulda- des e problemas no processo da comunicação em andamento, vamos primeiramente entender como o ser humano percebe a realidade à sua volta, as coisas e os fatos. A psicologia nos diz que as “portas” da percepção da realidade externa são os nossos cinco sentidos. Visual Auditivo Cinestésico Olfativo Gustativo (V) (A) (K) (O) (G) ver ouvir sentir cheirar saborear Figura 1 - Sistema Representacional Fonte: Meu poder ([2017], on-line)1. Pós-Universo 8 Quando usamos nossos sentidos interiores para pensar, eles são conhecidos como sistemas representacionais na PNL. Nós não utilizamos nossos sistemas representa- cionais fora do contexto, pois não experimentamos o mundo simplesmente através de um sentido. Pensar é uma rica mistura de todos os sistemas, da mesma forma que experimentamos o mundo graças a todos os nossos sentidos. Utilizamos nossos sistemas representacionais em tudo que fazemos – lembrar, planejar, aprender, fantasiar ou resolver problemas. Os sentidos do corpo humano – visão, audição, tato, gustação ou paladar e olfato – constituem as funções que propiciam o nosso relacionamen- to com o ambiente. E, assim, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia, contribuindo para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente em que vivemos. Fonte: Portal São Francisco ([2017],on-line)². fatos e dados Sistema Visual O sistema visual é como criamos nossas fotos internas, visualizamos, temos deva- neios, fantasiamos e imaginamos. Quando você imagina que está contemplando seus lugares favoritos ou lembrando quando esteve na praia de areia branca nas férias, ou planejando como seu quarto ficará, você está utilizando o sistema visual. Sistema Auditivo O sistema auditivo é como nos lembramos de músicas, falamos com nós mesmos e ouvimos novamente as vozes de outras pessoas. O pensamento auditivo é em geral uma mistura de palavras e outros sons. Quando você imagina a voz de um amigo, o estrondo das águas do mar ou o som do silêncio, você está utilizando o sistema auditivo. Pós-Universo 9 Sistema Olfativo O sistema olfativo lida com criar cheiros e o sistema gustativo se compõe de sabores criados e lembrados. Lembre-se de uma boa refeição. Repense novamente como ela era para cheirar e apreciar os alimentos. Você está utilizando seus sistemas olfativo e gustativo. Sistema Cinestésico O sistema cinestésico é formado por nossos sentimentos internos e externos de toque e consciência corporal. Ele ainda inclui o sentido de equilíbrio. As emoções também são partes do sistema cinestésico, embora sejam levemente diferentes – elas são sentimentos sobre algo, se bem que ainda são representadas cinestesicamente no corpo. Quando você imagina balançando-se numa viga, o sentimento de tocar uma superfície lisa ou algo parecido para sentir-se plenamente feliz, você está usando o sistema cinestésico. De vez em quando, os sistemas olfativo e gustativo são tratados com parte do sistema cinestésico, pois eles são menos importantes nas culturas da Europa Ocidental e da América do Norte. Todavia, como alguns de nossos sentidos são mais bem desenvolvidos e mais sensíveisao mundo externo, alguns sistemas representacionais se desenvolverão melhor para pensarmos, e tenderemos a favor desses sistemas. A maioria das pessoas tem um sistema de representação preferido. O sistema representacional preferido normalmente vincula-se com um sentido agudo incomum ou preferido. Dotado de uma preferência visual, você poderá estar interessado em desenho, design de interiores, moda, artes visuais, televisão e cinema. Com uma preferência auditiva, você poderá ficar interessado em idiomas, escrita, drama, música, treinamento e ministrar palestras. Com uma preferência cinestésica, talvez você fique interessado em esportes, ginástica e atletismo. Quando um cliente diz: “eu vejo o que você quer dizer”, ele deve estar formu- lando um retrato mental, senão as palavras não fazem sentido. Se ele diz: “deixa-me falar a respeito de uma ideia com você”, então deve estar pensando em sons ou pa- lavras. E se ele disser: “eu não consigo ter controle sobre minha vida”, está pensando com o sistema de representação cinestésica. Cada sistema tem sua própria lingua- gem de palavras e frases baseadas nos sentidos. Nós não pensamos somente com nosso cérebro, mas com nosso corpo inteiro. Nós “sintonizamos” nosso corpo em pos- turas, gestos e padrões de respiração para ajudar-nos a pensar sob certos aspectos. Pós-Universo 10 Pensamento Inconsciente Você percebe que cada ação que toma, ou frase que diz, é precedida por uma ou mais dessas representações internas? Você não está sozinho, isso ocorre fora da cons- ciência da maioria das pessoas! As palavras que alguém usa, reflete se ela está pensando usando o sistema visual, o auditivo ou o cinestésico dela, e isso dá um insight de que como o cérebro dela está, naquela hora, classificando a informação. Você não pode dizer o que uma pessoa está pensando, mas pode ter uma boa ideia de como ela está pensando! A seguir, estão algumas palavras que nós usamos e que indicam diferentes sistemas representacionais: Quadro 1 - Sistema visual, auditivo e cinestésico Visual Auditivo Cinestésico Imaginar Conversar Pegar Ver Escutar Pesado Mostrar Afinado Passar por cima Colorido Sonoro Tocar Ilustrar Chamar Encontrar Insight Ressoar Sentir Imagem Ouvir Dormente Olhar Som Agarrar Fonte: Meu Poder ([2017], on-line)1. Os Pressuposto Básicos e os Pilares da PNL Vejamos alguns princípios básicos que ajudam a compreender as reações humanas. Princípios são axiomas nos quais acreditamos sem demonstração. Aceitamos como verdade e agimos como tal. Eles são úteis para nos orientar pelo terreno desconhe- cido e fundamentar, na prática, as atitudes para a excelência humana. Pós-Universo 11 O Mapa Não é o Território. As Pessoas Respondem às suas Próprias Experiências Pessoais, não à Realidade em Si. Nossos mapas mentais do mundo são apenas representações que fazemos da rea- lidade – “o mundo” – à nossa volta. Reagimos aos nossos mapas em vez de reagir diretamente ao mundo. Mapas mentais, especialmente sensações e interpretações, podem ser atualizados com mais facilidade do que se pode mudar o mundo. Reflexão: respeitar os valores e as crenças dos outros. Permitir que tenham suas próprias opiniões ao mesmo tempo certificando-se de que cuida de si mesmo. Resistência: acreditar que você conhece a verdade enquanto os outros estão errados. Insistir em que vejam as coisas da sua maneira. Ter uma Possibilidade de Escolha é Melhor do que Não ter Opções. Reflexão: sempre agir para aumentar sua própria escolha e para dar mais escolhas aos outros. Verificar que existem outros pontos de vista, e não somente o seu, e que podem enriquecer o seu mundo. Resistência: tentar tirar as escolhas das pessoas quando elas não são uma ameaça a você nem a ninguém As Pessoas fazem a Melhor Escolha que Podem no Momento. Reflexão: respeitar as suas ações e as outros como sendo as melhores possíveis no momento. Conscientizar-se de que, se você tivesse a educação, as experiências e os pensamentos do outro e fosse colocado na mesma situação, agiria da mesma forma que ele. Compreender que não é melhor do que ele. Resistência: pensar que é melhor do que os outros, condenar as escolhas dos outros de uma posição superior. Pós-Universo 12 Os Comportamentos Humanos têm Sempre uma Intenção Positiva. Toda ação tem um propósito, quando analisado a partir do ponto de vista de quem gerou a ação. Reflexão: reconhecer a intenção positiva em seus próprios erros. Reconhecer a intenção positiva por trás das ações das outras pessoas ao mesmo tempo se prote- gendo das consequências. Todos os comportamentos nocivos, prejudiciais ou mesmo impensados tiveram um propósito positivo originalmente. Gritar para ser reconhe- cido. Agredir para se defender. Esconder-se para se sentir mais seguro. Em vez de tolerar ou condenar essas ações, podemos separá-las da intenção positiva daquela pessoa para que seja possível acrescentar novas opções mais atualizadas e positivas a fim de satisfazer a mesma intenção. Resistência: pensar que você ou outra pessoa sejam completamente maus, condenando algumas ações como sendo sem qualquer mérito para quem quer que seja, não importa como as encare. O Significado da Comunicação é a Resposta que Você Obtém Independentemente da intenção, o significado da comunicação é resposta que se obtém. A comunicação verbal tem uma estrutura superficial que cada um decodifica a partir de sua própria experiência, de acordo com as imagens, os sons e as sensações que compõem o seu mapa individual. Os outros recebem o que dizemos e fazemos por meio dos seus mapas mentais de mundo. Quando alguém ouve algo diferente do que tivemos a intenção de dizer, esta é a nossa chance de observarmos que co- municação é o que se recebe. Observar como a nossa comunicação é recebida nos permite ajustá-la, para que da próxima vez ela possa ser mais clara. Vemos também que não é possível não se comunicar: a falta de uma resposta já é uma resposta. Em uma comunicação harmoniosa, respeita-se o modelo de mundo do outro. Estamos sempre nos comunicando, pelo menos não verbalmente, e as pa- lavras se constituem, quase sempre, na parte menos importante. Um suspiro, sorriso ou olhar são formas de comunicação. Até nossos pensamentos são formas de nos comunicarmos conosco, e eles se revelam aos outros pelos nossos olhos, tons de voz, atitudes e movimentos corporais. Pós-Universo 13 Em contrapartida, em uma comunicação incongruente, o conteúdo verbal tem um percentual de apenas 7% no impacto da comunicação, o modo como se fala corresponde a 38% e a comunicação não verbal a 55%. Gráfico 1 - Formas de comunicação Fonte: Objetivo Lua ( [2018, on-line)3. Reflexão: assumir a responsabilidade por ser um bom comunicador para explicar o que está querendo dizer. Prestar atenção no feedback da outra pessoa. Reconhecer as intenções dos outros ao mesmo tempo em que presta atenção no efeito que tem sobre eles, como eles o percebe. Não há falha de comunicação, apenas respostas. Resistências: pensar que, quando você comunica e a outra pessoa não com- preende, é automaticamente culpa dela. Julgar os outros pelo que você pensa deles. Se uma Pessoa Pode Fazer Algo, Todos Podem Aprender a Fazê-lo Também Podemos aprender como é o mapa mental de um grande realizador e fazê-lo nosso. Muita gente pensa que certas coisas são impossíveis, sem nunca ter se disposto a fa- zê-las. Faça de conta que tudo é possível. Se existir um limite físico ou ambiental, o mundo da experiência vai lhe mostrar isso. Pós-Universo 14 Corpo e Mente são Partes do Mesmo Sistema Nossos pensamentos afetam instantaneamente nossa tensão muscular, respiração e sensações. Estes, por sua vez, afetam nossos pensamentos. Quando aprendemos a mudar um deles, aprendemos a mudar o outro. Se o que Você está Fazendo, Faça Outra Coisa Se as nossas ações não trazem o resultado desejado, podemos mudar de estratégia e fazer algodiferente da próxima vez, com o intuito de conseguir alcançar nossos objetivos conforme planejado. A TÉTRADE CORPO ESTADO EMOCIONAL CRENÇAS E VALORES PENSAMENTO FOCO: ATENÇÃO E INTENÇÃO PALAVRAS LINGUAGEM Figura 2 - Os Motivadores dos Comportamentos Humanos Fonte: Manangão ([2018], on-line)4. Os comportamentos humanos são gerados a partir de um “estado emocional” que, por sua vez, tem origem em um, ou em uma combinação, desses quatro elemen- tos: nossa Fisiologia, nossos Padrões de Linguagem, nossos Pensamentos e nossas Crenças: Pós-Universo 15 Fonte Fisiologia Linguagem Pensamentos (Foco) Emoções Sentimentos Estado Causa Comportamentos (Ações) Efeito Figura 3 - Fonte, causa e efeito Fonte: elaborada pelo autor. Sabendo disso, podemos mudar nosso comportamento quando quisermos. Basta mudar qualquer um desses quatro acionadores que constituem as fontes de nossos estados internos. O Incentivo e a Crítica Dar e receber feedback é um processo que se constitui em um dos conceitos básicos nas relações interpessoais. É com o feedback que nos vemos como somos vistos pelo outro. Não é muito fácil dar feedback de modo que ele possa ser recebido pela outra pessoa sem que ela se sinta ameaçada ou criticada em excesso. É conveniente de- senvolvermos a sensibilidade para as necessidades dos outros e sermos capazes de nos colocarmos em seus lugares. Primeiramente, precisamos praticar a aceitação de nós mesmos e do outro como ele é. À medida que desenvolvemos esta habilidade, a necessidade de dar feedback, com teor de avaliação ou julgamento, diminui. Pós-Universo 16 Há um modelo bem-aceito e que permite dar feedback de forma elegante e incen- tivadora. Consiste em três etapas: após observarmos um comportamento da pessoa, dizemos para ela o que foi positivo naquele comportamento, mostrando sincerida- de no que diz, depois mostramos o que poderia ser melhorado em uma próxima vez e, finalmente, o que está bom e não precisa modificar. Tudo isso deixando claro ao outro que é sob a nossa ótica, nossa percepção, que fazemos tais afirmações no intuito de mostrar-lhe a oportunidade de melhoria no que já faz bem. Portanto, ao dar um feedback: indique o que foi o ponto alto; mostre o que foi bom; sugira o que pode ser melhorado. O COACH DE EXCELÊNCIA Um bom coach, portanto, necessita desenvolver três aptidões: • OUVIR: A primeira é ouvir atentamente não só o tipo de palavras usadas pelo cliente como também o que está descrevendo. Isto não é tão fácil como parece – há mais nessa questão do que tirar conclusões pelo olhar, e o conceito pode ser “traiçoeiro”, pois estamos acostumados a dar sentido ao que alguém diz, não à forma com diz. • CONEXÃO: A segunda é fazer a conexão entre as palavras usadas pelo cliente e o sistema representacional que estão utilizando. • RESPONDER: A terceira é responder com palavras do mesmo sistema re- presentacional. As palavras exatas realmente importam. Quando um coach responde no mesmo sistema representacional, o cliente inconscientemen- te percebe que ele é compreendido num nível mais profundo. Pós-Universo 17 Descobrir a Preocupação Imediata do Cliente A preocupação imediata do cliente será óbvia no início da sessão. Alguns clientes sentem que eles não estão atingindo o que poderiam. Eles querem avançar, mas não estão seguros da maneira como devem agir. Eles dirão o que esperam do coaching e responderão prontamente nos trabalhos sobre metas. Estabelecer a Aliança do Coaching Após informar ao cliente as particularidades do coaching, você está em uma boa posição para estabelecer a “aliança do coaching”. De que maneira o cliente gosta de ser orientado? Como vocês dois trabalham para obter os melhores resultados? O coach precisa ser mais flexível do que o cliente. Quando um coach não conse- gue mudar seu estilo para se enquadrar a diferentes clientes, ele sempre será limitado a um certo tipo de cliente. A Aliança possibilita aos clientes serem responsáveis pelos resultados do coaching. Eles detêm suas soluções; eles são responsáveis por elas. Quando o coach fala ao cliente o que fazer, este não possuirá a solução. Coaching é uma aliança. Isto fica mais claro no coaching esportivo. O coach de esporte trabalha com o atleta, mas é o atleta que sobe no pódio dos vencedores, não o coach. O atleta consegue a glória e as medalhas. O coach tem sido essencial, mas ele não ganha qualquer crédito público. O coaching só funciona se coach e cliente se envolverem com o programa. O comprometimento não é somente intelectual; ele é também emocional. O cliente somente agirá e continuará no relacionamento do coaching se ele estiver emocionalmente envolvido. O comprometimento inte- lectual em seus próprios termos não é o bastante. Pós-Universo 18 CRENÇAS Pós-Universo 19 Crença é o ato de acreditar na verdade ou na probabilidade de determinada coisa. Opinião defendida por alguém com persuasão e fé. A crença é consecutivamente maior que o conhecimento, embora um entendimento tende a se tornar uma crença com o tempo. Crenças: As regras de sua Vida “ Crenças são as regras de sua vida, as regras pelas quais você vive. Estas regras podem ser libertadoras e positivas, e lhe conferir permissão para atingir suas metas e viver seus valores. Elas, também, podem ser impedimentos, tornando as metas impossíveis ou levando-o a acreditar que não é capaz de obtê-las (LAGES; O’CONNOR, 2013, p. 111). Crenças são princípios de ação, não teorias vazias. Assim, se você quer saber no que uma pessoa acredita, observe o que ela faz, não o que ela diz crer. Nós cremos em gravidade e agimos como se ela existisse. Formamos nossas crenças com resultados de nossas experiências. Em seguida, procedemos como se elas fossem verdadeiras. Sob certo sentido, elas são profe- cias auto-realizáveis. Se você acredita que é uma pessoa agradável, você agirá dessa forma, abordará pessoas abertamente, será gregário e apreciará estar na companhia de outras pessoas. Elas lhe avisarão e, portanto, confirmarão sua crença. Pensamos que crenças são formadas por experiências, mas igualmente experiências são os re- sultados de crenças. Isso significa que você pode escolher suas crenças. Crenças podem e devem mudar. Entretanto, a convicção de que crenças são al- teráveis é, em si, desafiadora para muitas pessoas, porque elas tendem a pensar em crenças como possessões. As pessoas falam sobre “ter” e “manter” crenças, “perdê-las” ou “ganhá-las”. Ninguém quer “perder” nada. Seria preferível falarmos sobre “deixar” ou “abandonar” crenças do que “perdê-las”. E mais, temos um investimento pessoal em nossas crenças. Quando o mundo as confirma, então isso faz sentido para nós, é previsível e nos promove um sentido de segurança e certeza. Alguns tipos de coaching podem ser realizados sem lidar com crenças. Quando um cliente recorre a um coach para aperfeiçoar ou ganhar uma habilidade, ele pro- vavelmente já acredita que pode conseguir isso. Pós-Universo 20 No entanto, se o cliente tem dúvidas sobre suas habilidades para atingir sua meta, então o coach precisa explorar suas crenças. O coaching que lida com crenças é mais poderoso porque não apenas resolve o problema como também muda o pensamento que levou ao problema na primeira instância. Este é o “double loop coaching” (coaching de loop duplo) porque ele in- troduz a crença do cliente no sistema de feedback. Pelo fato de as crenças atuarem como regras difusas sobre o que é possível, o cliente ganhará ainda mais criativida- de em outras áreas de sua vida. Quando discutir sobre crenças positivas com um cliente, verifique se elas expres- sam o cliente no nível de identidade. Por exemplo, um cliente pode dizer “Eu quero ter felicidade”. Outro cliente poderá dizer “Eu quero ser feliz” Muito embora essas duas frases soem a mesma, o significado interior é diferente. Tudo que você tem não é você, pertence a algum lugar externo a vocêe não é parte do que é você. Isto sig- nifica que você pode “ter” algo hoje, mas é possível perdê-lo amanhã. Muito melhor vivenciar isso como parte de quem você é. Qualquer crença negativa torne-a temporária. Qualquer crença positiva torne-a permanente. Para que uma “Meta ou Objetivo” tenha força e seja altamente motivadora para o Coachee, deve haver por trás um valor que a sustente. Além disso, podemos dizer que em inúmeras ocasiões é esta tríade que limita o Coachee na conquista de suas metas e objetivos. Em termos gerais, uma crença é um “firme consentimento e conformidade com algo” ou “o completo crédito que se atribui a um fato ou notícia assumindo-os como seguros ou certo”. Lembre-se as crenças desenvolvem-se através da nossa vida por meio das expe- riências que vivemos. Para nós, as crenças são generalizações de nossas ações e de como atribuímos significado ao que vivemos. Por outro lado, uma vez que os pensamentos se estabeleçam como crenças, servem como filtros de percepção do que vivemos. Uma vez que se convertem em nossos filtros, estabelecemos hábitos e compor- tamentos baseados nessas crenças. Começamos a ver o mundo de acordo com esse mapa. Pós-Universo 21 Ainda que pareça redundante, é bom ressaltar que para que um Coachee aceite uma crença deve existir um “SIM” (Interno do Coachee) aceitando-a e validando-a. Para que a crença se estabeleça, começa-se por um estado de convicção sobre algo aprendido ou um conceito entendido. Em termos do que são as estruturas de comunicação, poderíamos dizer, de forma mais técnica, que as crenças são relações “CAUSA-EFEITO” a cuja “EVIDÊNCIA” atribuí- mos “SIGNIFICADOS” que são equivalências complexas. O termo “VALOR”, de forma genérica, segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa tem, entre outros, os seguintes significados: qualidade pela qual determi- nada pessoa ou coisa é estimável em maior ou menor grau, mérito ou merecimento intrínseco; importância de determinada coisa estabelecida ou arbitrada de antemão; o equivalente justo em dinheiro, mercadoria etc., especialmente de coisa que pode ser comprada ou vendida; preço, valia; a estimativa em dinheiro de um artigo em de- terminado tempo, o preço do mercado; estima, apreço; importância, consideração. Segundo Paul Anwandter, meu Master Coach em uma de minhas formações do Coaching – ICI – Coaching Integral, VALOR é: aquilo que é importante para alguém. Por exemplo, se para mim é muito importante ter amigos, para mim, o valor da “amizade” é capital. Algo interessante que ocorre com as crenças é que a intenção positiva, de uma Crença é um “Valor”. Por outro lado, temos que as “Crenças” conectam “Valores” a experiências. Um critério, de forma genérica, é uma norma para conhecer a verdade; pode- ríamos dizer também que é um julgamento sobre algo ou uma forma de discernir. Os “Critérios” são “padrões ou regras” que uma pessoa utiliza para tomar decisões e fazer julgamentos. Poderíamos dizer que, eventualmente, quando eu vivo uma experiência pela primeira vez, vou extrair dela uma crença, que por outro lado estará associada a um valor, que também terá certas regras para poder estruturar e classificar essa mesma experiência. Se a experiência já foi vivida, ou seja, esta é a segunda vez ou a enésima vez que volto a vivenciá-la, posso validar a mesma crença ou, eventualmente, posso questio- ná-la e substituí-la. Ao validá-la, esta crença terá o valor associado e poderei classificar ou ponderar como foi esta experiência. Pós-Universo 22 Nesse último caso, eu sei que ao mesmo tempo a experiência vem a servir como um elemento de feedback para confirmar minha crença como tal, manter os filtros que possuo ou questionar o meu modelo do mundo. Crenças Positivas O coaching atua a partir de crenças positivas. Eis aqui algumas das pressuposições do coaching. Se Você Quiser Entender, Aja O primeiro princípio do coaching é que o aprendizado está no executar. A mudança origina-se da ação, não do conhecimento intelectual. Ação resulta em feedback e aprendizado. Ação em coaching é avançar na direção de suas metas, vivendo seus valores e testando suas crenças sobre si próprio e sobre os outros. Não há Falhas, somente Retorno Falha é apenas um julgamento sobre resultados no curto prazo. Se você não tiver atingido sua meta, significa somente que você ainda não a atingiu. Falha não é uma ideia sensata, porque você não consegue provar algo negativo. Você não pode dizer que falhou a menos que tenha desistido, e essa é sua opção. Nós já Temos Todos os Recursos Necessários ou Podemos Criá-los Não há pessoas desprovidas de recursos, somente estados de espírito nessa condi- ção. O coach trabalha para realçar os recursos internos do cliente. Nossa sabedoria mais profunda está aguardando para ser descoberta. Pós-Universo 23 Todo Comportamento tem um Propósito Nossas ações não são ao acaso; nós sempre estamos tentando atingir algo. Estamos sempre nos movendo na direção de uma meta, embora possamos não ter consciên- cia disso. Defina suas próprias metas, porque se você não fizer, há muitas pessoas que, alegremente, as estabelecerão para você. Ter uma Opção é Melhor do que não ter Nenhuma Se você oferece a um cliente uma melhor opção de acordo com seus valores e crenças, então ele a adotará. Você está Fazendo o Melhor Possível e, provavelmente, pode fazer Melhor. Você Cria sua Própria Realidade Todos nós temos diferentes experiências, interesses, temperamentos, responsabili- dades, gostos, aversões e preocupações. Assim, formamos crenças diferentes a partir de nossas experiências de vida, perseguimos metas diferentes e temos valores dife- rentes, Estas metas, crenças e valores são as características principais de nosso mapa mental, que modela o mundo que percebemos. Agimos como se estes mapas mentais fossem reais. Nossos mapas mentais podem ser bons, possibilitando bastante liber- dade para exploração, ou podem ser limitados, com fronteiras restritas, rodeadas por perigos aparentes. O coach tem seu próprio mapa, e respeita e trabalha com a visão do mundo do cliente. A intenção não é alinhar a visão do mundo do cliente com a do coach, mas oferecer-lhes mais opções dentro de seu mundo. • Coaching é uma parceria sinérgica capacitada. • Relacionamentos são mais do que a soma de suas partes. • Se você considera que um e um apenas resulta em dois, é somente porque esqueceu o poder do “e” – o poder da conexão. • O cliente tem as respostas. • O coach tem as perguntas. Pós-Universo 24 Padrões de Linguagem Limitante A Linguagem que usamos cotidianamente pode limitar ou potencializar os nossos pensamentos. Ela os dirige para direções específicas e nos ajuda a criar a nossa rea- lidade. Geralmente acreditamos no que falamos. Portanto, a habilidade de usar a linguagem com precisão é essencial para nos comunicarmos melhor. As palavras são poderosas. Vejamos alguns casos em que a simples troca de algumas palavras pode dirigir o foco das ações para o positivo em vez de criar limites. Substitua o Futuro do Pretérito pelo Presente Em vez de “Eu gostaria de poder viajar nas férias”, diga “Eu quero viajar nas férias”. O verbo no presente dá mais força de ação positiva na direção do objetivo. Vamos Parar de “TENTAR”! O verbo “tentar” já pressupõe a possibilidade de “falha”. Exemplo: “Vou tentar fazer isso ainda hoje”. É provável que você não faça, até porque existe a “desculpa”: “Olha, eu tentei...”. Evite o “tentar”, diga no positivo: “Eu farei...”, e AJA no sentido de fazer acon- tecer o que disse! Aprendendo a Usar o “NÃO” A questão de “não” é que a frase que o contém, para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. O “não” existe apenas na linguagem e não na experiên- cia. Por exemplo, pense em “não... (não vem nada à mente). Agora não pense em um elefante voando. Foi pedido que você não pensasse em um elefante voando e você, provavelmente,pensou e chegou a visualizar na sua tela mental um elefante voando. Portanto, procure falar no positivo, diga o que você quer e não o que não quer. Exemplo: “Eu quero viajar nas minhas férias”, ao invés de “Eu não quero deixar de viajar nas minhas férias”. Quando digo: “Não pense em um avião pendurado em um balão de gás”, você consegue não pensar? O cérebro humano não processa frases ne- gativas, então ele tende a pensar no que não é para pensar – de outro modo, como irá saber em que não pensar? Pós-Universo 25 “Tenho que”, “Devo” ou “Preciso” Essas expressões pressupõem que alguma coisa externa a você está no controle. Em vez disso, use “VOU”, “QUERO”, “DECIDO”, Assim, o controle é seu. O Mesmo Acontece com o Uso de: “NÃO CONSIGO”, “NÃO POSSO” Essas expressões dão a ideia de que você é incapaz. Lembre-se de que a linguagem é o símbolo da nossa experiência, ou seja, se você acha que pode, você está certo, se acha que não pode, você também está certo. Portanto, evite essas afirmações de in- capacidade pessoal. Junte a palavra “AINDA” e diga então “NÃO CONSIGO AINDA” OU “AINDA NÃO POSSO”. Isso pressupõe que vai poder, vai conseguir. Uma boa maneira de começarmos a questionar nossos limites internos é sempre que nos ouvirmos dizendo (ou pensando) “Não posso”, “Não consigo” etc., repetirmos para nós mesmos a pergunta: “O que me impede?” Quando tiver que falar de alguma coisa negativa, expresse-se com o tempo verbal no passado. Desse modo você não traz o problema para o presente. Exemplo: “Eu não conseguia fazer isso”, “Eu tinha alguma dificuldade para realizar tal tarefa”. O Verdadeiro Significado do “MAS” Analisemos a frase: “Considero você um funcionário muito competente, honesto, dedicado, MAS gostaria que você não chegasse atrasado”. Qual frase o funcionário vai memorizar? Certamente, a que é iniciada por “MAS”. Além disso, ficará com a im- pressão de que chegar atrasado chama mais a atenção de seu chefe do que o fato de ser competente, honesto e dedicado. A palavra “MAS” coloca uma frase em opo- sição à outra. É como se a frase iniciando por “MAS” apagasse tudo o que havia sido dito antes. O que se pode fazer para evitar os efeitos negativos do “MAS”? Evitar usá-lo da forma como demonstramos nos exemplos acima e procurar subs- tituí-lo pela palavra “E”, quando isto for apropriado. Pós-Universo 26 Falar de suas Mudanças Pessoais Falar de suas mudanças pessoais desejadas para o futuro fica melhor se você usar os tempos verbais no presente. Exemplo: em vez de “Vou conseguir” diga “Estou conseguindo”. Em vez de “SE” use “QUANDO” Em vez de falar “se eu conseguir juntar dinheiro irei à Grécia” fale “quando eu conse- guir tiver a quantia necessária irei à Grécia”. O “QUANDO” pressupõe que você está decidido a fazê-lo. O Metamodelo de Linguagem Aprendemos, com a PNL, como a linguagem influencia nossos comportamentos e como podemos influenciar a outras pessoas por meio dela. As palavras têm um significado e, para entendermos o que uma pessoa diz, temos de compartilhar de experiências parecidas com as delas. Já que não sabemos ao certo o que é a realida- de, criamos códigos para descrevê-la e compartilhá-la com outras pessoas. Assim, cada indivíduo escolhe, consciente ou inconscientemente, dentro de uma variedade infinita de experiências sensoriais, quais itens serão representados nos seus mapas ou nos seus modelos da Realidade. Como a linguagem nada mais é do que uma representação simbólica de uma ex- periência subjetiva mais profunda e complexa, ela é considerada a Estrutura Superficial da Comunicação. A experiência, com todos os seus detalhes, está gravada na chamada Estrutura Profunda, enquanto os filtros mentais (generalização, eliminação e distor- ção) atuam quando se passa da experiência para a sua representação, ou seja, da Estrutura Profunda para a Estrutura Superficial. Pós-Universo 27 A forma pela qual nós fazemos essas escolhas são processos internos inerentes a cada um de nós. Existem três processos gerais que acontecem quando as pessoas verbalizam suas experiências: Omissões, Generalizações e Distorções. As Omissões acontecem quando colocamos nossa atenção, seletivamente, em algumas dimensões da nossa experiência e excluímos certas características. É a capa- cidade que temos de eliminar partes da realidade reduzindo o Mundo a proporções que podemos controlar. Trata-se de um mecanismo muito útil para que possamos interagir com o Mundo sem ficarmos assoberbados com o excesso de informações. Isso pode ser limitante quando a pessoa deixa, inconscientemente, de perceber fatos importantes. “A Generalização é um processo que acontece quando os elementos ou partes do modelo de uma pessoa afastam-se de sua experiência original e passam a re- presentar toda a categoria da qual a experiência original é um exemplo” (BLANDER; GRINDER, 1977, p.36). Generalizar é a capacidade que possuímos de transportar uma experiência de um contexto para outros. É um mecanismo útil quando se faz qual- quer tipo de aprendizado, contudo pode ser limitante quando a pessoa generaliza um acontecimento desagradável de um acontecimento desagradável de um con- texto para outros, podendo gerar uma fobia ou algo que limite sua ação no Mundo. “A Distorção é o processo que nos permite fazer substituições em nossa expe- riência de dados sensoriais” (BLANDER; GRINDER, 1977, p.37). Distorcer é a capacidade que as pessoas têm de criar abstrações a respeito da Realidade. Ela substitui partes de experiência real por partes subjetivas. Podemos citar, como exemplo, a criação ar- tística, em suas várias expressões, como resultado do mecanismo de Distorção. Pós-Universo 28 QUEBRANDO CRENÇAS Pós-Universo 29 Algumas de nossas crenças possibilitam nos levantar e nos auxiliar a alcançar amplos acontecimentos, ainda que em momentos difíceis, são nossas crenças fortalecedoras, enquanto que outras crenças são crenças limitantes, que nos impedem de conse- guir a vida que verdadeiramente buscamos saborear. Crenças Limitantes Crenças limitantes são as principais acusadas por nos deter de atingirmos nossas metas e vivenciar nossos valores. Elas atuam como regras que nos impedem de conseguir o que é possível, do que nós somos capazes e do que nós merecemos. Quando um coach pergunta “O que o impede de atingir sua meta? ” Normalmente as respostas são crenças limitantes. Crenças limitantes provavelmente surgem da infância quando copiamos nossos pais – os pais nunca são perfeitos. Estas opiniões precoces, com frequência, perma- necem ocultas e nós, conscientemente, não as avaliamos quando adultos. Algumas crenças limitantes típicas: “Eu preciso me esforçar muito no trabalho para ter dinheiro suficiente para viver” “Sem esforço – sem ganho” “Eu preciso ser rico para ser feliz” “Sucesso demanda um longo tempo” “Eu não consigo confiar em ninguém” “A maioria das pessoas tem mais sorte do que eu” “Você não consegue superar um mau início na vida” “Eu não consigo trabalhar com computadores” “Eu não consigo viver sem aquele trabalho” “Eu não consigo ganhar sem que outras pessoas percam” “Eu não consigo o que quero” “As outras pessoas são melhores do que eu” “Coaching é difícil” “Eu não sou uma pessoa flexível” “Eu não mereço ser bem-sucedido” “Eu não consigo obter o que quero” “Eu atingi meus limites” Pós-Universo 30 No coaching, às vezes simplesmente ser capaz de articular crenças limitantes e ver seus efeitos é suficiente para um cliente mudar suas opiniões e, portanto, sua realidade. As pessoas não estão normalmente cientes de suas crenças limitantes. A primeira etapa é inseri-las na linguagem. Assim, elas ficarão em aberto e podem ser examinadas. Outra maneira de identificar crenças limitantes é perguntar ao cliente por que ele não está atingindo suas metas. O que ele considera que o está impedindo? As res- postas revelam o que ele percebe como limites. Geralmente estes limitesse referem mais ao cliente do que ao mundo. Independentemente do que o cliente disser que está impedindo suas metas, é uma opinião, e proveniente do cliente, não da realidade. Obstruções são criadas no mundo exterior a partir de crenças limitantes que existem na mente do cliente. O Processo Paw A fim de alcançar suas metas, os clientes precisam crer em três coisas: Possibility (Possibilidade) É possível atingi-las Ability (Habilidade) Eles são capazes de atingi-las Worthiness (Merecimento) Eles merecem atingi-las Possibilidade, Habilidade e Merecimento são as três chaves da realização das metas. Possibilidade Primeiramente, o cliente precisa acreditar que suas metas são possíveis para ele. Do contrário, ele nem mesmo tentará atingi-las. Muitas vezes, confundimos possibilidade com competência. Pensamos que algo não é possível quando, na verdade, simplesmente não sabemos a maneira como fazê-lo. Pós-Universo 31 Habilidade Quando um cliente acredita que sua meta é possível, então pelo menos ele está no jogo. O próximo bloco é que ele crê que é incapaz de obter suas metas. Ele colocou um limite em suas realizações. O único modo pelo qual você prova que é capaz de atingir uma meta é quando a atinge. Até então você não sabe, portanto, é melhor acreditar que você pode. É apenas um pensamento tão realista que você pode como acreditar que não pode. Você nunca consegue provar que não pode atingir uma meta porque é impossível provar um fato negativo. Você somente pode dizer que ainda não a atingiu. Alterar a linguagem é a primeira etapa para mudar o pensamento e, portanto, as crenças. Merecimento Finalmente, o cliente deve acreditar que ele merece atingir suas metas. Geralmente há uma crença deixada de lado na infância de que ele não merece nada pelo qual não se esforçou muito. Um dos processos de coaching mais valiosos é fazer com que os clientes sintam que merecem coisas – eles merecem ter os sentimentos que têm, ele merecem obter as metas pretendidas. Mudanças de Crenças Crenças mudam naturalmente no decorrer da vida. O ciclo se dá da seguinte forma: • Insatisfação com os eventos atuais • Dúvida da crença existente • Querer crer em algo diferente • Uma nova crença • A antiga crença se reúne ao grupo das crenças obsoletas Pós-Universo 32 LEGADO AFILIAÇÃO IDENTIDADE CRENÇAS E VALORES CAPACIDADES COMPORTAMENTO AMBIENTE 7 6 5 4 3 2 1 Consciência de que fazemos parte de algo amior, o que deixaremos para o mundo Com que nos relacionamos, Eu dentro de um grupo Coach como Empoderador Liderança carismática e visionária Coach como Aglutinador Liderança colaborativa Coach como Apoiador Liderança de consideração individualizada Coach como Mentor Liderança inspiracional O que realmente somos, qual é a nossa missão de vida O que acreditamossobre nós mesmos,o porque das açõesque realizamos Habilidades ecapacidades que temospara fazer as coisas Coach como Professor Liderança do estímulo intelectual Coach como Treinador Liderança do estím ulo Coach como Guia Liderança da gestão por exceção Ações e Reações do dia a dia in�uenciadas pelo ambienteonde estamos inseridos Tudo que está do Externo ao ser humano, mas gera impacto e movimentos internos Figura 4 - Pirâmide de níveis neurológicos Fonte: Cruz ([2017], on-line)5. Você possui crenças limitantes? reflita Transição Transição é a parte mais difícil do coaching. O cliente não está mais na sua antiga posição, mas ele ainda não mudou completamente para a nova situação. Ele perdeu a segurança do antigo, e ainda não atingiu os benefícios que o novo pode lhe ofe- recer. Ele está no limbo (suspenso), e esta situação pode ser muito desconfortável. Neste estágio, o cliente tem de confiar no coach e, também, nos seus próprios re- cursos. O suporte estará do seu lado, se ele conseguir mudar sua maneira de pensar. Pós-Universo 33 Há muitas coisas para se aprender quando você emerge no outro lada da transi- ção. Uma coisa que você aprende é mudar seus hábitos. Não apenas parar os antigos (por exemplo, trabalhar sozinho de madrugada até as primeiras horas da manhã), mas também aprender os novos (por exemplo, trabalhar com outra pessoa e com- partilhar experiências). Hábitos Hábitos são o que fazemos quando não pensamos. Eles são muitos úteis. Nós não queremos pensar sobre tudo que fazemos, queremos pensar sobre as coisas in- teressantes. Os hábitos que trabalham bem para nós são ótimos. Eles promovem estabilidade à nossa vida. No entanto, quando queremos mudar, nossos hábitos re- sistem a essa mudança. Para mudar sua vida, passar pela transição, será necessário mudar alguns hábitos e criar outros novos. Vários hábitos são criados precocemente na vida e nós nunca realmente os exa- minamos. O que mantém os hábitos no lugar? A PNL utiliza o termo ancoragem. Ancoragem é como um estímulo transformando-se num “acionador” que nos faz res- ponder de uma certa maneira. Uma âncora é qualquer acionador visual, auditivo ou cinestésico que está associado com uma particular resposta ou estado emocional. As âncoras nos mantêm no lugar, da mesma forma que a âncora de um navio o impede de ir à deriva de seu ponto de amarração. Nossa vida permanece estável porque nos cercamos com âncoras que suportam nosso modo de viver. As âncoras podem ser visuais, como pessoas, roupas e carros. Podem ser auditi- vas, como uma particular música, um jingle comercial ou a voz de um caro amigo. Podem ser cinestésicas, como o sentimento de estar com suas roupas favoritas, sentado numa poltrona ou imerso na fervura de um banho quente. Podem ser olfativas ou gustativas, como o cheiro de um hospital (por que todos têm o mesmo odor?) ou o sabor de café ou chocolate. Palavras podem ser âncoras porque elas evocam ideias; seu nome é uma âncora expressiva de sua identidade. As âncoras reproduzem os estados emocionais e, na maioria das vezes, nós não as notamos; somente os estados. Algumas âncoras são neutras. Algumas nos colocam em bons estados. Outras em maus estados. Da perspectiva de um coach, não importa se os sentimentos evoca- dos pela âncora são bons ou ruins. O que importa é que elas sejam habituais. Pós-Universo 34 Consciência Quando reagimos às âncoras não estamos cientes do momento presente. Seguimos num piloto automático e nos desligamos durante um período de tempo. Coaching é explorar o passado e desenhar o futuro. Ambas as ações requerem a consciência do momento presente. O coach é um estimulador do que está acontecendo agora mesmo. Os coachees precisam estar cientes do momento presente, do contrário eles não verão como estão mantendo seus problemas. A jornada deles é uma sucessão de “agoras”, de modo que eles precisam prestar atenção. “Agora” é a conexão entre o presente e o futuro. Auto-observação não envolve mudar nada. Não há julgamentos, somente ob- servação. A mudança vem mais tarde. ANCORAGEM As escolhas e comportamentos são reflexos dos pensamentos e da forma como o ser humano percebe o mundo. Assim, seu estado emocional conduz diretamente suas ações e reações. Nessa situação, o Coaching utiliza a âncora positiva, uma poderosa técnica da PNL para administrar nossos hábitos de forma favorável ao estado desejado. Âncora é uma ferramenta utilizada para ativar um estado emocional posi- tivo e encorajador vivenciado em algum momento pela pessoa. Quando é utilizada, a pessoa se lembra daquele estado e sente as mesmas sensa- ções positivas, fazendo com que suas ações sejam refletidas por este estado emocional. Para criar uma âncora, pode-se escolher uma palavra ou um gesto que te lembra uma situação ou estado emocional positivo e importante. Dessa forma, quando estiver numa situação de medo, desânimo, ou algum outro estado negativo, utilizará a âncora para criar o atalho e acessar um estado emocional positivo e que reflete diretamente em seu hábito para o positivo. Fonte: Marques (2014, on-line)6. saiba maisatividades de estudo 1. Quando você imagina que está contemplando seus lugares favoritos ou lembrando quando esteve na praia de areia branca nas férias, ou planejando como seu quarto ficará. Você está utilizando qual sistema? a) Sistema auditivo. b) Sistema visual. c) Sistema olfativo. d) Sistema cinestésico. e) Sistema gustativo. 2. É formado de nossos sentimentos internos e externos de toque e consciência cor- poral, sendo ainda inclui o sentido de equilíbrio. Analise as afirmativas a seguir e marque sobre qual sistema estamos falando. a) Sistema visual. b) Sistema cinestésico. c) Sistema gustativo. d) Sistema auditivo. e) Sistema olfativo. 3. São as regras de sua vida, as regras pelas quais você vive. Estas regras podem ser li- bertadoras e positivas. Podem ainda ser impedimentos, levando-o a acreditar que não é capaz de obtê-las. Analise as afirmações e assinale corretamente sobre qual conceito estamos falando. a) Valores. b) Metas. c) Crenças. d) Desafios. e) Medos. resumo Neste estudo, foi exposto sobre crenças que são regras sobre a vida, pois podem ser positivas ou limitantes. Nossas crenças influenciam nossas experiências, tornando algumas experiências pos- síveis e outras impossíveis. Cada um de nós tem uma realidade criada e suportada por nossas crenças. Nós agimos de acordo com essa realidade. As crenças mudam como resultado da experiência, às vezes gradualmente e, em alguns casos, abruptamente. Criamos nossos relacionamentos pelo que fazemos e como pensamos. Quanto mais nos tornamos conscientes de nosso mundo interno, mais apreciamos quem somos e nos conheceremos melhor. O sistema representacional que estamos usando se mostra em nossa linguagem corporal através de nossa postura, padrão de respiração, tom de voz e movimentos oculares. Esses são chama- dos de “pistas de acesso” – associam-se ao uso de sistemas representacionais e os tornam mais fáceis de serem acessados. A linguagem que utilizamos também oferece pistas quanto ao sistema representacional que estamos usando. Palavras baseadas nos sentimentos associadas a sistemas representacionais são chamadas de “predicados” na literatura PNL. Aprendemos, com a PNL, como a linguagem in- fluencia nossos comportamentos e como podemos influenciar a outras pessoas por meio dela. As palavras têm um significado e, para entendermos o que uma pessoa diz, temos de compar- tilhar de experiências parecidas com as delas. Já que não sabemos ao certo o que é a realidade, criamos códigos para descrevê-la e compartilhá-la com outras pessoas. Assim, cada indivíduo escolhe, consciente ou inconscientemente, dentro de uma variedade infinita de experiências sensoriais, quais itens serão representados nos seus mapas ou nos seus modelos da Realidade. Como a linguagem nada mais é do que uma representação simbólica de uma experiência sub- jetiva mais profunda e complexa, ela é considerada a Estrutura Superficial da Comunicação. A experiência, com todos os seus detalhes, está gravada na chamada Estrutura Profunda, enquanto os filtros mentais (generalização, eliminação e distorção) atuam quando se passa da experiência para a sua representação, ou seja, da Estrutura Profunda para a Estrutura Superficial. Gerenciar os pensamentos, controlar as palavras e, principalmente, compreender o que estamos sentindo é uma habilidade difícil de realizar, entretanto, compreendendo os segredos da PNL e com apoio de profissionais de Coach capacitados, é possível reduzir muitas preocupações e de- senvolver habilidades para evoluir a Maturidade Emocional. material complementar As 48 Leis do Poder Autor: Robert Greene Editora: Rocco Sinopse: o poder é um jogo. É preciso saber jogá-lo para conquistar o que se deseja na política, nos negócios, na vida pessoal e até na corte amorosa. ‘As 48 Leis do Poder’ mostra como agem os mestres nesta arte que envolve inteligência, perspicácia, planejamento e, principalmente, dis- simulação, seja no Japão feudal ou na corte de Luís XVI, na renascença italiana ou na Chicago dos tempos da Máfia. As Leis incluem, entre outras, a capacidade de esperar o momento certo para atacar, criar uma aura de mistério para confundir os inimigos, saber conquistar corações e mentes das pessoas e encobrir todos os atos em cortinas de fumaça. Reis, políticos, gene- rais, diplomatas e religiosos - assim como cortesãs, bandidos e charlatões - servem de base para as 48 Leis que regem o poder e a influência sobre outras pessoas. referências ANWANDTER, P. Introdução ao Coaching Integral ICI. Santigo de Chile: Ril Editores, 2012. BLANDER, R; GRINDER, J. A Estrutura da Magia: um livro sobre linguagem e terapia. Rio de Janeiro: LTC Editora,1977. BURTON, K. Coaching com PNL para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books. 2014. ______; READY, R. Exercícios de Programação Neurolinguística para leigos. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016. GONZALES, L. J. PNL: sucesso e êxito pessoal. São Paulo: Paulus, 2005 LAGES, A; O´CONNOR, J. Coaching com PNL. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2013. MATTEU, D. Coaching. Aceleração de Resultados. Estratégias, Técnicas e Processos Para o Sucesso Pessoal, Profissional e Organizacional. São Paulo: Editora Sermais 2014. O´CONNOR, J. Manual de Programação Neurolinguística PNL. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2011. TRACY, B. Metas. São Paulo: Editora Best Seller, 2005 WHITMORE, J. Coaching para Performance. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2012 ZAIB, J; CHAGAS, M. J. PNL Teoria, Técnicas e Ferramentas da Programação Neurolinguística. 1 ed. Rio de Janeiro: Wak, 2012. REFERÊNCIAS ON-LINE 1 Em: <https://www.meupoder.com.br/>. Acesso em: 1 dez. 2017. ² Em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/corpo-humano/sistema-sensorial>. Acesso em: 20 ago. 2017. 3 Em: <http://objetivolua.com/mito-mehrabian-comunicacao/>. Acesso em: 25 abr. 2018. 4 Em: <http://slideplayer.com.br/slide/2498433/>. Acesso em 25 abr. 2018. 5 Em: <http://aprendavencer.com.br/processo-evolutivo/>. Acesso em: 1 dez. 2017. 6 Em: <http://www.jrmcoaching.com.br/blog/principais-tecnicas-de-programacao-neurolinguis- tica/>. Acesso em: 20 ago. 2017. http://objetivolua.com/mito-mehrabian-comunicacao/ http://slideplayer.com.br/slide/2498433/ resolução de exercícios 1. b) Sistema visual. 2. b) Sistema cinestésico. 3. c) Crenças. _ydbpifk8cvod _7zpk1lyq0h9 _g88217e8kwx6 Percepção x realidade Crenças Quebrando Crenças