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Estudo Dirigido de Imunologia – Farmácia/Biomedicina
1- Quais evidências sugerem que o sistema imunológico é importante para o controle de células tumorais?
Estudos histopatológicos mostram que muitos tumores são circundados por infiltrados de células mononucleares compostos por linfócitos T, células natural killer (NK) e macrófagos ativados, e que os linfócitos e macrófagos ativados estão presentes nos linfonodos que drenam os locais de crescimento tumoral. A presença de linfócitos infiltrados em alguns tipos de melanomas e carcinomas do colo do intestino e da mama é preditiva de um prognóstico melhor. A primeira demonstração experimental de que tumores podem induzir uma Resposta Imune protetora ocorreu a partir de estudos de tumores transplantados realizados na década de 1950. Como previsto a partir destes experimentos de transplantes, a resposta mais eficaz contra tumores surge naturalmente e parece ser mediada principalmente pelos linfócitos T.
2- Especifique os tipos de antígenos tumorais e como esse conhecimento pode ser utilizado para o benefício do paciente com câncer.
Os antígenos expressos em células tumorais, mas não em células normais, são chamados de antígenos específicos do tumor.
Antígenos tumorais que também são expressos em células normais são chamados de antígenos associados ao tumor. Um método de identificação de antígenos tumorais que estimula a resposta imune humoral no paciente é chamado de análise sorológica da expressão de cDNA recombinante (SEREX). Neste método, bibliotecas de cDNA derivadas do RNA do tumor de um paciente são transferidas para uma linhagem de células e testes são realizados para detectar a ligação das imunoglobulinas séricas do paciente com câncer às células transfectadas. Desta forma, são obtidas sequências de genes de proteínas alvo de anticorpos e proteínas codificadas que estimulam a resposta de anticorpos no paciente são identificadas.
3- Descreva o processo de imunidade contra bactérias extracelulares, protozoários e bactérias intracelulares, helmintos e vírus.
Imunidade contra bactérias extracelulares: Em primeiro lugar, essas bactérias induzem inflamação, oque resulta na destruição dos tecidos no local da infecção. Em segundo lugar, as bactérias produzem toxinas, que têm diversos efeitos patológicos. As toxinas pode ser endotoxinas, que são componentes da parede celular bacteriana, ou exotoxinas, que são secretadas pelas bactérias. A endotoxina de bactérias Gram-negativas, também chamada de lipopolissacarídeo (LPS), age como um potente ativador de macrófagos, células dendríticas e células endoteliais.
Imunidade contra bactérias intracelulares:
A resposta imunológica inata a bactérias intracelulares consiste em fagócitos e nas células NK, interações entre eles são mediadas por citocinas (IL-12 e IFN-γ). A resposta imune adaptativa típica para estes microrganismos é a imunidade mediada por células, em que as células T ativam os fagócitos para eliminar os microrganismos.
Imunidade contra vírus:
Respostas imunes inatas e adaptativas contra os vírus têm como objetivo bloqueara infecção e eliminar as células infectadas (Fig. 16-7). A infecção é prevenida por interferons do tipo I como parte da imunidade inata e os anticorpos neutralizantes contribuem para a imunidade adaptativa. Uma vez que a infecção é estabelecida, as células infectadas são eliminadas pelas células NK na resposta inata e pelos CTL na resposta adaptativa.
Imunidade contra protozoários e helmintos (parasitas): A principal resposta da imunidade inata aos protozoários é a fagocitose, mas muitos desses parasitas são resistentes à fagocitose e podem se replicar mesmo dentro de macrófagos. O principal mecanismo de defesa contra os protozoários que sobrevivem dentro de macrófagos é a resposta imunológica mediada por células, em particular pela ativação de macrófagos por citocinas derivadas de célulasTH1.
4- Qual a diferença entre a infecção pelo HIV e AIDS?
A AIDS é uma doença causada pela progressão da infecção pelo HIV e caracteriza-se por uma profunda imunossupressão acompanhada por infecções oportunistas e tumores malignos, emaciação e degeneração do sistema nervoso central (SNC). O HIV infecta vários tipos de células do sistema imunológico, incluindo células T CD4+ auxiliares, macrófagos e células dendríticas.
5- Cite 2 exemplos de mutações genéticas que podem causar imunodeficiência combinada grave e descreva as consequências imunológicas de tais mutações.
SCID ligada ao X: mutações de cadeia y comum do receptor de citocina, ocasionam desenvolvimento de linfócitos T defeituosos na ausência de sinais derivados de IL-7, que causam grande diminuição de células T, células B normais ou diminuídas e redução Ig sérica.
Defeitos recombinação V(D)J: defeito de clivagem durante a recombinação VDJ ocasionam mutações em RAG1 e RAG2, que causam a diminuição de células T e B, Ig sérica reduzida e ausência/deficiência de células T e B.
6- Cite 2 exemplos de mutações que causam imunodeficiência de anticorpos , quais suas consequências para a imunidade e para o paciente. Há algum tratamento disponível para tais casos?
Agamaglobulinemias: defeitos no check-point do receptor pré-B causam a diminuição de todos os isotipos de Ig sérica e redução do número de linfócitos B.
Hipogamaglobulinemias/defeitos isotipo: essas mutações ocasionam deficiência seletiva de IgA e de IgG2, que causam o aumento da susceptibilidade a infecções bacterianas e protozoários.
7- Sobre vacinas, explique:
a) O que é imunidade de rebanho: Imunidade de rebanho ou imunidade coletiva é a resistência de um grupo ou população à introdução e disseminação de um agente infeccioso. Essa resistência é baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os membros desse grupo ou população e na uniforme distribuição desses indivíduos imunes.
b) O que são adjuvantes e como funcionam: São componentes, como o hidróxido de alumínio gel (que aparece para promover respostas de células B) e uma formulação lipídica chamada de Squalene que pode ativar fagócitos, que são adicionados às formulações para imprimir as características desejadas a elas. A maioria dos adjuvantes provoca a resposta imune inata, com aumento da expressão de coestimuladores e da produção de citocinas, tais como a IL-12, que estimula o crescimento e a diferenciação das células T.
c) Qual a importância das doses de reforço: o reforço é importante pois faz com que o sistema imunológico seja estimulado a produzir os anticorpos que protegerão o organismo contra determinada doença.
8- Descreva e explique quais os tipos de vacinas em uso e em desenvolvimento.
Vacinas Bacterianas e Virais Atenuadas e Inativadas - As vacinas compostas por microrganismos não patogênicos intactos são produzidas pelo tratamento dos microrganismos de maneira que não possam causar a doença (ou seja, a sua virulência é atenuada) ou matando os microrganismos, mantendo a sua imunogenicidade.
Vacinas de Antígeno Purificado (Subunidade) - As vacinas de subunidades são compostas de antígenos purificados a partir de microrganismos ou toxinas inativadas e geralmente são administradas com um adjuvante. Uma utilização eficaz de antígenos purificados como vacinas é feita na prevenção de doenças causadas por toxinas bacterianas.
Vacinas de Antígenos Sintéticos - É possível deduzir as sequências proteicas de antígenos microbianos dos dados de sequência nucleotídica para preparar grandes quantidades de proteínas por tecnologia de DNA recombinante. As vacinas feitas de antígenos derivados de DNA recombinante estão agora em uso para o vírus da hepatite, o vírus da herpes simples, o vírus da febre aftosa (um importante patógeno para o gado), os papilomavírus humano e o rotavírus.
Vacinas conjugadas - Estas vacinas funcionam como conjugados carreadores de hapteno e são uma aplicação prática do princípio da cooperação entre as células T e B
Vacinas de DNA - A inoculação de um plasmídeo que contém o DNA complementar (cDNA) que codifica um antígeno proteico leva às respostas imunes humoral e celular contra o antígeno.É provável que as APCs, tais como células dendríticas, sejam transfectadas pelo plasmídeo e o cDNA seja transcrito e traduzido em uma proteína imunogênica que induz respostas específicas.
9- Descreva os mecanismos das diferentes reações de hipersensibilidade (I, II, III e IV). Exemplifique pelo menos uma doença de cada tipo.
Doenças - Tipo I: asma brônquica.
Tipo II: Anemia hemolítica
Tipo III: Sindrome de Goodpasture
Tipo IV: Febre reumática aguda
10- Descreva 3 fatores genéticos envolvidos na quebra de tolerância imunológica. Exemplifique com um caso detalhado do ponto de vista imunológico.
11- Sobre Imunologia de transplantes, explique: 
a) Quais os tipos de rejeição e os mecanismos imunológicos associados?
Um enxerto transplantado de um indivíduo para o mesmo indivíduo é chamado de enxerto autólogo. Um enxerto transplantado entre dois indivíduos geneticamente idênticos é denominado um enxerto singênico. Um enxerto transplantado entre dois indivíduos geneticamente diferentes da mesma espécie é chamado de enxerto alogênico (ou aloenxerto). Um enxerto transplantado entre indivíduos de espécies diferentes é chamado de enxerto xenogênico (ou xenoenxerto). As moléculas que são reconhecidas como estranhas em enxertos são chamadas de aloantígenos eaquelas nos xenoenxertos são chamadas xenoantígenos. Os linfócitos e anticorposque reagem com os aloantígenos ou xenoantígenos são descritos como sendo oualorreativo ou xenorreativo, respectivamente.
b) Como ocorrem a apresentação direta e indireta de aloantígenos?
No caso do reconhecimento direto, as moléculas de MHC intacta exibidaspelas células do enxerto são reconhecidas pelas células T receptoras sem anecessidade de processamento pelas APCs do hospedeiro Na via indireta, as moléculas de MHC (alogênicas) do doador são capturadas e processadas pelas APCs do receptor, e os peptídios derivados das moléculas de MHC alogênicas são apresentados em associação a moléculas de MHC.
c) O entendimento de quais fatores imunológicos permitiram maior sobrevida de transplantes nos últimos anos? 
12- Explique sucintamente o teste de ELISA e cite suas aplicações.
13- Explique o teste de Coobs direto e indireto e quais as suas aplicações.
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