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Assistência de enfermagem ao adulto e idoso com patologias aguda e crônicas do sistema respiratório PROFª SIMONE SENA http://9a.athoscompanny.com.br/personal/respiracao_diafragma.gif FUNÇÕES DO APARELHO RESPIRATÓRIO Suprir o organismo de oxigênio e remover o gás carbônico Participar do equilíbrio térmico Auxiliar na manutenção do PH plasmático Produção de enzimas Defesa contra agentes agressores Funciona como filtro Fonação ANATOMIA E A FISIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO Fatores associados ao estado de saúde: ✓Enfisemas: diminuição da área gasosa. ✓Fibrose: aumenta a espessura da membrana ou do volume intersticial. ✓Edema pulmonar ✓Anemia: diminui a hemoglobina nas hemácias dificultando o transporte. PROCESSOS QUE AFETAM A OXIGENAÇÃO AVALIAÇÃO DOS PACIENTES COM DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS Fatores pessoais Exame físico Medicações História de saúde Dados objetivos Dados subjetivos AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM - Subjetiva ➢ Queixas: dispneia, fadiga, tosse, espirro, sibilo, suspiro, desmaio, tontura, dor torácica, hemoptise; ➢ Historia familiar; ➢ Natureza e extensão do desconforto respiratório; ➢ Fatores desencadeantes e que aliviam o desconforto respiratório; ➢ Uso de medicações / posologia; AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM - Subjetiva ➢ Estilo de vida: fumo, sedentarismo, estresse, drogas; ➢ Ocupação profissional; ➢ Patologias associadas; ➢ Tratamentos anteriores. OBJETIVA ➢ Padrão respiratório do paciente; ➢ Cor da pele e mucosas; ➢ Comportamento; ➢ Dor, tosse, expectoração, sibilo, creptos, roncos; ➢ Estado físico geral; ➢ Frequência, ritmo e profundidade da respiração; AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM Pesquisar: ➢ uso de músculos acessórios, dilatação das narinas, distensão das veias cervicais; ➢ cianose de lábios, lóbulo das orelhas, parte inferior da língua, leito ungueal; ➢ Hemoptise, inquietação, fadiga e ansiedade. ➢ Gráfico de sinais vitais: TA e FR ➢ Comprometimento da função cerebral: falta de discernimento, confusão mental, desorientação, vertigem, síncope, torpor. AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM AVALIAÇÃO CLÍNICA DO PACIENTE Sinais de hipóxia : ➢ Sinais respiratórios: Taquipnéia, respiração laboriosa (retração intercostal), cianose progressiva. ➢ Sinais cardíacos: Taquicardia seguida de bradicardia, hipotensão e parada cardíaca. ➢ Sinais neurológicos: Inquietação, confusão, prostração, convulsão e coma. ➢ Outros: Palidez. Inspeção estática EXAME FÍSICO ➢ Coloração da pele, cicatrizes e lesões ➢Presença de circulação colateral ➢ Abaulamentos ➢ Expansibilidade e assimetria torácica ➢ Condição dos dedos (baqueteamento) ➢ Uso de musculatura acessória e retrações Configuração tórax: ➢Tórax em barril: enfisematoso ➢Tórax em funil (escavado): Raquitismo ➢Tórax de pombo (peito carinado):deslocamento do esterno EXAME FÍSICO DEFORMIDADES DA CAIXA TORÁCICA TÓRAX EM TONEL OU BARRIL TÓRAX NORMAL CIFOESCOLIOSE TORÁCICA PEITO DE POMBO PECTUS EXCAVATUM ( FUNIL) TIPOS ESPECÍFICOS DE RESPIRAÇÃO Taquipnéia: ↑FR Hiperpnéia: profundidade da respiração Hiperventilação: taquipnéia + hiperpnéia Cheyne-Stokes: apnéia/ respiração profunda. Tem relação com aumento da pressão intracraniana, insuficiência cardíaca congestiva, doença renal, meningite e excesso de drogas TIPOS ESPECÍFICOS DE RESPIRAÇÃO Kussmaul: hiperventilação associada a acidose grave de origem diabética e renal Dispnéia Paroxística Noturna: sono interrompido por dispnéia súbita, levando-o a sentar-se no leito, ou mesmo levantar-se e procurar obter alívio da súbita sensação de sufocação. AUSCULTA Técnica usada para avaliar o fluxo aéreo pela árvore traqueobrônquica. AUSCULTA NORMAL = MURMÚRIOS VESICULARES, SOM BRÔNQUICO E BRONQUICOVESICULAR AUSCULTA ANORMAL = RUÍDOS ADVENTÍCIOS PROVAS DIAGNÓSTICAS ➢ Exame físico (ausculta pulmonar) ➢ Exames de bio-imagem: RX, CT, RNM, cintilografia pulmonar, endoscopias. ➢ Exames laboratório: escarro, cultura e hemogasometria ➢ Toracocentese: aspiração de líquidos da cavidade pleural ➢ Biópsia Pulmonar AÇÕES GERAIS DE ENFERMAGEM ➢ Verificar a Freqüência Respiratória ➢ Manter vias aéreas desobstruídas ▪ Aspiração de secreções: traquéia, nariz, boca; ▪ Respiração artificial: Entubação (cânula, faringe, traquéia) ➢ Aumentar a eficiência ventilatória ▪ Posicionamento adequado: cabeceira elevada; ▪ Estimular respiração profunda, o uso de espirômetro; ▪ Alivio da dor ou desconforto associados à respiração AÇÕES GERAIS DE ENFERMAGEM ➢ Administrar antitussígenos(uso restrito), expectorantes, brocodilatadores, fluidificantes, conforme prescrição médica; ➢ Estimular movimentação ativa ou fazer a passiva; ➢ Assegurar adequado suprimento de oxigênio ▪ Drenagem postural; ▪ Nebulização (simples / composta); ▪ Oxigenoterapia (cateter nasal / Venturi); ▪ Exercícios Respiratórios; ▪ Ambiente ventilado. Problemas no Trato Respiratório Pneumonia - Definição Processo inflamatório do parênquima pulmonar, causada agentes infecciosos. BRONCOPNEUMONIA PNEUMONIA LOBAR ✓ Bacteriana; ✓ Viral; ✓ Fúngica; ✓ Parasitaria; ✓ Aspiração de substâncias químicas, corpos estranhos e após radiação. Etiologias ➢Dispnéia ➢ Taquipnéia ➢ Cianose ➢ Dor torácica pleurítica ➢ Calafrios ➢ Hemoptise/ Tosse produtiva ➢ Escarro cor de ferrugem ou purulento ➢ Febre e imobilidade do tórax envolvido Manifestações Clínicas ➢Hipoxemia ➢ Aumento do frêmito tátil vocal ➢ Macicez à percussão ➢ Diminuição de ruídos respiratórios na área envolvida ➢ Estertores grosseiros na inspiração ➢ Ocasionalmente atrito pleural Manifestações Clínicas ➢ Antibioticoterapia apropriada; ➢ Hidratação; ➢ Antitérmicos; ➢ Oxigenoterapia se necessário; ➢ Repouso relativo; ➢ Fisioterapia respiratória. Tratamento Visa melhorar a permeabilidade das vias aéreas ➢ Remover secreções ➢ Encorajar hidratação para fluidificar as secreções mais espessas ➢ Mudanças de posição que facilite a respiração ➢ Promover repouso ➢ Monitorar dados vitais ➢ Atentar para as complicações potenciais. Assistência de enfermagem ➢ Choque; ➢ Insuficiência respiratória; ➢ Atelectasia; ➢ Derrame pleural. Pneumonia – Complicações Vacinação dos grupos de risco contra as infecções pneumocócicas e por vírus influenza. ➢ Idosos; ➢ Cardiopatas ➢ Portadores de anemia falciforme Pneumonia – Prevenção Obstrução de uma ou mais artérias pulmonares por um trombo, que tem origem no sistema venoso ou lado direito coração. Estimativa: 50.000 mortes ano. Embolia Pulmonar - Definição ➢ Trauma; ➢ Cirurgias; ➢ Gravidez; ➢ Idade avançada; ➢ Imobilidade prolongada; ➢ Insuficiência cardíaca. Embolia Pulmonar – Fatores de Risco ➢Dispnéia súbita; ➢Dor torácica(pleurítica); ➢Ansiedade; ➢Febre; ➢Hemoptise; ➢Tosse; ➢Síncope Manifestações Clínicas ➢ Melhorar o estado respiratório e vascular; ➢ Anticoagulação; ➢ Trombólise; ➢ Sintomático Embolia Pulmonar – Tratamento Visa identificar os pacientes em risco de embolia pulmonar e diminuí-lo. A prevenção da formação do trombo é de grande responsabilidade da enfermagem. ➢ Estimular a deambulação e os exercícios ativos e passivos das pernas para prevenir a estase venosa nos pacientes em repouso no leito. ➢ Aconselhar o paciente a não ficar sentado ou deitado por períodos prolongados, e não cruzar as pernas, não vestir roupas constritivas. Assistência de enfermagem ➢ Os pés dos pacientes devem repousar sobre o chão ou numa cadeira. ➢ Não deixar os cateteres venosos instalados no local por períodos prolongados. ➢ Oferecer o posicionamento mais confortável possível para a respiração. ➢ Fazer mudança de decúbito frequentemente para melhorar a ventilação do pulmão. ➢ Administrar analgésicos prescritos para melhora da dor. Assistência de enfermagem ➢ Ofertar oxigenoterapia continuada, e observar sinais de hipoxemia. ➢ Monitorizar o paciente ➢ Oferecer suporte emocional melhorando a ansiedade. ➢ Verificar sinais vitais. ➢ Administrar anticoagulantes prescritos Assistênciade enfermagem Edema agudo de pulmão - Definição Acúmulo maciço de líquidos nos espaços alveolares e intersticiais dos pulmões, decorrente de insuficiência de bomba que aumenta a pressão na rede capilar e resulta na dificuldade de esvaziamento do retorno venoso pulmonar. http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.scielo.cl/fbpe/img/rcher/v18n1/fig23.gif&imgrefurl=http://www.scielo.cl/scielo.php%3Fpid%3DS0717-73482002000100005%26script%3Dsci_arttext&usg=__d7KyymE2P_QGcn6dbg5l7MvvORc=&h=457&w=600&sz=220&hl=pt-BR&start=10&tbnid=UHjwDp9RrQiTLM:&tbnh=103&tbnw=135&prev=/images%3Fq%3Dedema%2Bagudo%2Bde%2Bpulm%25C3%25A3o%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG ➢ Angustia respiratória; ➢ Ansiedade; ➢ Agitação; ➢ Tosse com secreção espumosas rósea; ➢ Confusão mental, ➢ Torpor; ➢ Cianose; ➢ Pele pálida e extremidades frias; ➢ Presença de creptos; ➢ Sinais de choque. Manifestações ➢ Ausculta de estertores nas bases pulmonares, que progridem para os ápices; ➢ Radiografia de tórax revela espaços intersticiais aumentados; ➢ Hemogasometria - hipoxemia crescente; Diagnóstico ➢ Posicionar o paciente sentado, elevando a cabeceira a 60° ou 90° deixando os membros inferiores pendentes, assim reduzindo retorno venoso e propiciando máxima expansão pulmonar; ➢ Posicionar em Fowler alto. ➢ Instalar máscara facial de oxigênio com reservatório, selecionando um fluxo de 10 L/min; ➢ Aspirar às secreções se necessário para manter as vias aéreas permeáveis; Assistência de enfermagem ➢ Puncionar e manter acesso venoso calibroso pérvio, porém, com gotejamento mínimo para evitar a sobrecarga volêmica; ➢ Monitorar sinais vitais e nível de consciência; ➢ Providenciar a administração dos medicamentos prescritos pelo médico, dentre os principais estão os diuréticos, broncodilatadores e vasodilatadores; ➢ Instalar controle hídrico; ➢ Realizar sondagem vesical para melhor controle da do débito urinário; ➢ Verificar e comunicar sinais de hipovolemia; Assistência de enfermagem Derrame pleural Acúmulo excessivo de fluidos no espaço pleural, por processos patológicos neoplásicos, tromboembolíticos, cardiovasculares e infecciosos. Causas ➢ Aumento da pressão em capilares ➢ Diminuição da pressão coloidosmótica do sangue ➢ Aumento da pressão negativa intrapleural ➢ Envolvimento inflamatório ou neoplásico da pleura. ➢ Dispnéia ➢ Taquipnéia ➢ Dor torácica pleurítica ➢Redução dos ruídos respiratórios sobre a área envolvida ➢ Traquéia desviada para o lado oposto ao derrame ➢ Hipoxemia Tratamento Os mesmos do EAP Sinais e sintomas Condição em que as vias aéreas de uma pessoa ficam inflamadas, estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra, o que dificulta a respiração. Asma ➢ Tosse: com catarro, seca, crônica, durante atividade física, à noite, forte ou leve ➢ No sistema respiratório: dificuldade ao respirar, falta de ar durante a noite, infecções respiratórias frequentes, respiração pela boca, respiração rápida ou respiração sibilante ➢ Também é comum: ansiedade, irritação na garganta, pressão no peito ou ritmo cardíaco acelerado Manifestações clinicas Diagnostico ➢ Clínico, obtido pela anamnese (entrevista do médico com o paciente). ➢ Prova de função pulmonar para confirmar o diagnóstico e classificar a gravidade Tratamento ➢ Medicamentoso ▪ Broncodilatadores ▪ Corticóide ➢ Atividade física ➢ Eliminação de alérgenos Doença crônica, progressiva e irreversível que acomete os pulmões e tem como principais características a destruição de muitos alvéolos e o comprometimento dos restantes DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) Bronquiectasia: Dilatação crônica dos brônquios/bronquíolos. Fatores de risco: ➢ infecções pulmonares, ➢ obstrução, pós-operatórios ➢ Doenças infância predispõem a doença: sarampo, tuberculose, distúrbios de imunodeficiência. ➢ Tosse persistente e com catarro; ➢ Falta de ar; ➢ Perda do apetite; ➢ Mal estar geral; ➢ Pode haver tosse com sangue; ➢ Dor no peito; ➢ Dificuldade para respirar; ➢ Mal hálito; ➢ Fadiga. Manifestações clínicas É feito com o objetivo de melhorar os sintomas e impedir a progressão da doença, já que essa condição não tem cura. ➢ Medicamentos: ▪ Antibióticos ▪ mucolíticos, ▪ Broncodilatadores ➢ Fisioterapia respiratória Tratamento Em casos mais graves, pode ser necessário realizar cirurgia para retirar parte do pulmão. Os alvéolos são gradualmente destruídos tornando-se hiperinsuflados. Fatores de risco: ▪ Fumo ▪ Poluentes Enfisema Pulmonar http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/esp_images/ency/fullsize/17055.jpg ➢ Sensação de falta de ar; ➢ Chiado no peito; ➢ Tosse persistente; ➢ Dor ou sensação de aperto no peito; ➢ Dedos das mãos e pés azulados; ➢ Cansaço; ➢ Aumento da produção de muco; ➢ Inchaço do tórax e, consequetemente, do peito; ➢ Maior susceptibilidade à infecções pulmonares. Manifestações Clínicas Infecção bacteriana ou irritação crônica dos brônquios, onde as glândulas secretoras de muco da árvore traqueobrônquica se tornam espessadas e invadem o diâmetro do lúmen das vias aéreas, aumentando também a produção de muco nas vias aéreas superiores. Bronquite Crônica: ➢ Dificuldade para respirar; ➢ Tosse que pode ser seca ou produtiva; ➢ Sibilos: chiado no peito ao respirar; ➢ Cansaço; ➢ Unhas e lábios podem apresentar-se arroxeados. Manifestações Clínicas: No caso da bronquite crônica estes sintomas devem estar presentes a mais de 3 meses. Fatores de risco - DPOC: ➢ Ambiental: Poluição, poeira, exposição ocupacional (carvão, algodão, grãos) ➢ Tabagismo: principal causa desenvolvimento DPOC, a cessação tabagismo é a única medida mais efetiva para reduzir o risco desenvolvimento da DPOC e interromper sua progressão. ➢ Inclusive a exposição passiva ao fumo (Pessoa que vive junto com fumante). TRATAMENTO ➢ Bronco dilatadores ➢ Corticóides ➢ Reabilitação Pulmonar ➢ Oxigenoterapia (ATENÇÃO) Os pacientes com retenção de CO2 ou acidose respiratória devem receber a nebulização em ar comprimido. ➢ verificar as necessidades básicas afetadas ➢ estabelecer um plano de cuidado seguindo critérios estabelecidos, ➢ colocar o paciente em fowler e MMII abaixo do nível ➢ instalar oxigênio ou venturi ➢ estabelecer acesso venoso ➢ realizar balanço hídrico ➢ preparar material para possível intubação ➢ instalar monitorização e oximetria perifërica ➢ instalar cateteres e sondas se necessário ➢ administrar medicação prescrita ➢ aspirar vias aéreas se necessário ➢ acalmar o paciente , apoio emocional CONDUTAS DE ENFERMAGEM Referências SMELTER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010 POTTER, Patricia A. Fundamentos de enfermagem: conceitos, processo e pratica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.