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Direito Empresarial I Módulo - A 1.1 - Histórico: O Antigo Direito Comercial • Visão jurídica por ele representada; • Imanência de um liberalismo econômico dotado de imprecisão e; • As leis de proteção ao comércio e o espírito do Código Comercial de 1850 A ATIVIDADE EMPRESARIAL • Abandono da concepção comercialista do Direito • A concepção da atividade tipicamente empresarial é movida pela redefinição do papel do Estado na economia (em razão sobretudo do fracasso da experiência centralizadora socialista) • No Brasil esse fenômeno ocorreu a partir das linhas gerais trazidas pela Constituição Federal de 1988; • Do processo de abertura econômica (anos 90); • Da implantação de uma política estatal de mercado e livre-concorrência e; • Do advento do Código Civil de 2002. DISCIPLINA PRIVADA DA ATIVIDADE ECONÔMICA • É possível conciliar o princípio da supremacia do interesse público com os princípios da autonomia da vontade e da igualdade? • O que efetivamente define o campo de incidência jurídica do Direito Empresarial? 1.2 - Sistemas de direito empresarial Sistema Francês: • Responsável pelo terceiro período de desenvolvimento do Direito Comercial (sécs. XIX até primeira metade do século XX). É o direito dos “atos de comércio” (Código Civil francês de 1808). Sistema Italiano: • Com a edição do “Codice Civile” de 1942, o foco do Direito Comercial deixa de ser o conceito de “ato de comércio” e passa a ser a empresa. Empresa: atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. Sistema Brasileiro: • Regulamento 737, de 1850 – filiação ao sistema francês. • Advento de leis (anos 90 do séc. XX) desvinculadas à teoria dos atos de comércio (Código do Consumidor, Lei de Locações e Lei do Registro do Comércio). • Código Civil de 2002 – art. 966. CÁLCULO EMPRESARIAL • Conceito de tecnologia jurídica; • Externalidade; • Internalização; • Economia do bem-estar social e análise econômica do Direito; • Custo do Direito para as empresas; O CENÁRIO GLOBAL • Zonas de livre comércio; • União aduaneira; • Mercado comum; • Harmonização do Direito face ao custo do Direito interno. 1.3 - Empresa e Empresário • Pessoa física: empresário individual • Pessoa jurídica de direito privado (art. 40, Código Civil): o Sociedades: Limitada (Ltda.); Anônima (S.A.). oAssociações; o Fundações; oOrganizações religiosas; oPartidos políticos; o Empresas individuais de responsabilidade limitada. EMPRESÁRIO Empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou serviços (art. 966, Código Civil). • Os sócios da sociedade empresária são empreendedores ou investidores. • Empresário individual: oConceito: Pessoa natural; oRegime de responsabilidade patrimonial: patrimonial. • EIRELI - Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Lei nº 12.441/2011); Empresa de pequeno porte - Simples Nacional O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. • Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). • É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: • enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; • cumprir os requisitos previstos na legislação; • formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: • ser facultativo; • ser irretratável para todo o ano-calendário; • abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP); • recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; • disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário; • apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; • prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta; • possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP em função da respectiva participação no PIB. Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município. Quem pode aderir ao Simples Nacional? • As empresas que podem aderir ao Simples Nacional são todas aquelas que preenchem os pré-requisitos necessários para a escolha desse regime de tributação. Esses pré-requisitos são: • Faturamento não ultrapasse R$ 4.800.000,00; o Para entender melhor o que a sua empresa precisa para poder ser optante do simples nacional, o mais indicado é entrar em contato com um contador para que ele possa lhe orientar da melhor maneira possível. Tabelas do Simples Nacional 2020 • Os valores das alíquotas do Simples Nacional variam de acordo com o segmento em que a empresa atua. • Por isso é importante que o empresário conheça a tabela das alíquotas que se aplicam ao seu negócio. Veja as tabelas do simples nacional a seguir. • Comércio Alíquota para empresas com receita bruta total de: Até R$ 180.000,00 – Alíquota de 4% Entre R$ 180.000,01 até R$ 360.000,00 – alíquota de 7,3% Entre R$ 360.000,01 até R$ 720.000,00 – alíquota de 9,5% Entre R$ 720.000,01 até R$ 1.800.000,00 – alíquota de 10,7% De R$ 1.800.000,01 até R$ 3.600.000,00 – alíquota de 14,3 De R$ 3.600.000,01 até R$ 4.800.000,00 – alíquota de 19% Pequeno Porte (EPP) regularizaram sua situação fiscal em 2019 e deixaram de ser excluídos do Simples Nacional por inadimplência Em setembro de 2019, um total de 738.605 contribuintes optantes pelo Simples Nacional foram notificados de seus débitos previdenciários e não previdenciários com a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) e com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). Esses contribuintes respondiam por dívidas que totalizavam R$ 21,5 bilhões. Para permanecerem nesse regime tributário diferenciado, as empresas devedoras deveriam ter regularizado a totalidade de suas dívidas em até 30 dias da data de ciência do Termo de Exclusão ou, em caso de discordância, poderiam optar por impugnar o ato de exclusão. Expirado o prazo para regularização, verificou-se que mais de 230 mil contribuintes regularizaram seus débitos e dessa forma continuarão como optantes do Simples Nacional usufruindo dos benefícios desse regime tributário diferenciado. A regularização desses contribuintes significou uma recuperação de R$ 5,2 bilhões aos cofres públicos, sendo R$ 3,6 bilhões referentes a débitos em cobrança nos sistemas administrados pela RFB e R$ 1,6 bilhão referente a débitos em cobrança na PGFN. A empresa que foi excluída pode solicitar nova opção no Portal do Simples Nacional até 31 de janeiro de 2020, desde que regularize seus débitos até esse prazo. A Tabela a seguir demonstra, por Estado, a Quantidade de Contribuintes e o Valor Total dos Débitos para a Regularização (até 31/12/2019), Exclusão (01/01/2020) e Intimação (16/09/2019) realizados no processo de recuperação dos R$ 5,2 bilhões de créditos do Simples Nacional. REGISTRO DE EMPRESAS As sociedades empresárias, independentemente de seu foco, dimensão ou objeto, devem ter seus atos constitutivos formalizados e registrados perante a Junta Comercial do Estado no qual estão sediadas. Atos registráveis: • Matrícula • Arquivamento • Autenticação ÓRGÃOS DO REGISTRO DE EMPRESAS DepartamentoNacional do Registro do Comércio (DNRC) • Disciplina • Supervisão • Fiscalização do registro Juntas Comerciais estaduais • Execução do registro TRÂMITES PROCESSUAIS REGISTRAIS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL • Regime de decisão singular oAtos em geral • Regime de decisão colegiada oAtos mais complexos o Julgamentos de recursos FALTA DE REGISTRO • Configuração de sociedade irregular; • Art. 990 do Código Civil; • Lei de Falências, art. 51, V; • Lei de Falências, art. 97, §1º; • Sanções fiscais; • Sanções administrativas; DISPENSA DO PRÉVIO REGISTRO • Microempresário • Empresário de pequeno porte • Empresário rural ESCRITURAÇÃO Trata-se da consciência e memória da atividade empresarial, além de possuir segurança probatória Funções • Gerencial • Documental • Fiscal • Processos de escrituração; • Extravio e perda; • Exibição dos livros (Súmula 439 STF); • Eficácia probatória dos livros mercantis. ESPÉCIES DE LIVROS ❑Obrigatórios: • Diário • Registro de duplicatas • Livros próprios das S.A. e Ltda. ❑Facultativos: • Regularidade da escrituração – CC, art. 1.183 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PERIÓDICAS • Regra: anualidade • Instituições financeiras • S.A. que distribui dividendos semestrais Módulo - B 2.1 - Conceito de empresário • Empresário • Conjunto de bens • Esforço econômico • Atividade econômica delineada • Organização da empresa • Preservação do investimento NATUREZA JURÍDICA Não se confunde com sujeito de direito Trata-se de uma coisa Integra o patrimônio da sociedade empresária Base legal Importante destacar que, o legislador brasileiro não definiu a empresa, mas sim o empresário. Conforme depreendemos do artigo 966 do Código Cível, considera- se empresário quem exerce atividade econômica organizada para a produção ou circulação de mercadorias ou serviços (BRASIL, 2002). Conceito da doutrina Conforme ensinamentos do Prof. Requião (2007,p.76): “O empresário é o sujeito que exercita a atividade empresarial, desenvolve ele uma atividade organizada e técnica. É um servidor da organização de categoria mais elevada, á qual imprime o selo de sua liderança, assegurando a eficiência e o sucesso do funcionamento dos fatores organizados. Conceito da doutrina Nessa mesma esteira, afirma o Prof. Giaquinto (2019,p.77). “Conforme depreendemos da legislação vigente e da doutrina brasileira, a teoria da empresa abrange as atividades empresariais de modo geral, como a atividade de produção e comercialização de bens e serviços exercida de maneira profissional, ou seja, a teoria da empresa faz com que o direito comercial dos atos do comércio não se configure apenas com relação a alguns atos, mas com a forma especifica de exercer uma atividade organizada” 2.2 - Elementos estruturais da atividade empresarial Materiais: maquinarias, veículos, estoques, mobiliário, utensílios, etc... Imateriais: bens industriais e fundo de comércio • Aviamento • Clientela Base legal Estabelecimento empresarial, é o conjunto, objeto de direitos, existente para o empresário exercer a empresa, sendo um complexo de bens corpóreos e incorpóreos, reunidos pelo empresário para a exploração da empresa, assim disposto no artigo 1142 do CC de 2002, assim transcrito: • “Considera-se estabelecimento todo o complexo de bens organizados para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária.” Conceito da doutrina Neste sentido, para Fábio Ulhoa Coelho: O estabelecimento empresarial é a reunião dos bens necessários ao desenvolvimento da atividade econômica. Quando o empresário reúne bens de variada natureza, como as mercadorias, máquinas, instalações, tecnologia, prédio, etc., em função do exercício de uma atividade, ele agrega a esse conjunto de bens uma organização racional que importará em aumento do seu valor , enquanto tiverem reunidos. ( 2008, p.55 ) Jurisprudência Corroborando o acima exposto, assim entendem nossos Tribunais, em Recurso Especial nº 1079781/RS, tendo como relatora a Ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma, publicado no dia 24.09.2010, com o seguinte: (...) As mercadorias do estoque constituem um dos elementos materiais do estabelecimento empresarial, visto tratar-se de bens corpóreos utilizados na exploração da sua atividade de mero desenvolvimento da atividade econômica da empresa. (...) Pode-se concluir que, os elementos que compõem o estabelecimento empresarial são compostos com o estoque, equipamentos, instalações e todas as mercadorias pertinentes à exploração da atividade econômica do estabelecimento empresarial, com a finalidade do exercício da empresa, organizado pelo empresário. PROTEÇÃO AO PONTO COMERCIAL • “Direito de inerência ao ponto” (F. Ulhoa Coelho) • Meio de proteção ao ponto: locação comercial • Requisitos da locação empresarial (art. 51 da Lei de Locações) PROTEÇÃO AO PONTO COMERCIAL • Ação renovatória • Exceção de retomada • Indenização do ponto ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO • Trespasse • Configuração da sucessão • Trespasse e locação empresarial • Cláusula de não restabelecimento Shopping Centers • Trata-se de uma atividade empresarial organizada pelo titular do empreendimento • Relação entre o empreendedor e o lojista locador • Obrigações do locatário FRANQUIA • Autorização de uso X royalties • Circular de oferta • Coordenação contratual do negócio: • Management • Engineering • Marketing 2.3 - Propriedade Intelectual, industrial e concorrencial • Conceito; • Direito industrial; • Direito autoral; • Desenho industrial; • Obra de arte; PROPRIEDADE INTELECTUAL Propriedade Intelectual Propriedade Industrial Marcas Patentes Desenhos Industriais Direitos Autorais Escritos Fotografias Pinturas Músicas Software PROPRIEDADE INDUSTRIAL Os direitos decorrentes da Propriedade Industrial são protegidos pela lei 9.279/96 (LPI). • São considerados bens móveis para os efeitos legais. • Seu fundamento de validade é constitucional. • São objetos da lei de propriedade industrial: o Concessão de patentes de invenção e modelos de utilidade; o Concessão de registro de desenhos industriais e marcas; o Repressão às falsas indicações geográficas; o Repressão à concorrência desleal. Estão sujeitos à proteção por patente: Estão sujeitos à proteção por registro: Invenções Desenhos Industriais Modelos de Utilidade Marcas Vantagens e garantias da proteção legal • Exploração do objeto de forma exclusiva; • Impede que a concorrência se utilize de objeto semelhante a ponto de causar confusão no mercado; • Necessidade de autorização ou licença para uso por terceiros; • O objeto faz parte do patrimônio do empresário; • O objeto pode ser alienado ou transmitido causa mortis. PROPRIEDADE INDUSTRIAL • Quem concede o direito de exploração exclusiva é o Estado, através de uma de suas autarquias, o INPI. • Esse direito à exploração só surge a partir do momento da concessão, e não do depósito (pedido). EXPLORAÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL • Licença de direito industrial; • Cessão de direito industrial; • Secondary meaning e degeneração de marca notória; • Extinção do direito industrial; PATENTE A patente é o reconhecimento de um direito de propriedade a uma pessoa que confere exclusividade de exploração de seu objeto, durante um determinado período, em todo o território nacional. Finalidades: • proteger as invenções; • estimular o desenvolvimento tecnológico. • Lei da propriedade industrial (art. 11); • Novidade; • Atividade inventiva (art. 13 e 14); • Industriabilidade ; • Desimpedimento; • Processo administrativo no INPI; Invenção x Modelo de Utilidade INVENÇÃO MODELO DE UTILIDADE Consiste num processo, aparelho ou produto original, oriundo da criatividade humana, que antes era desconhecido pelos experts da área. É uma nova forma conferida a um objeto que já existe, com o intuito de facilitar-lhe o uso ou a produção. Essa nova forma tem que decorrer do esforço inventivo.Requisitos para patentear a) Novidade: a lei diz que “a invenção e o modelo de utilidade serão considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica”. O método de criação não pode ser conhecido, ordinário, já utilizado; b) Atividade inventiva: está presente quando a criação não decorre de algo óbvio. A obviedade é analisada pelo ângulo dos especialistas no assunto, não para pessoas comuns, leigas. Por exemplo, se você encontra uma pedra cor de rosa na praia, diferente de qualquer outra já vista, isso constitui uma invenção? Não, é uma mera descoberta, pois a pedra já se encontrava na natureza, bastando que alguém a descobrisse e; c) Suscetibilidade de produção industrial: o objeto deve viabilizar sua produção em qualquer tipo de indústria. Prazos das patentes INVENÇÃO MODELO DE UTILIDADE Máximo = 20 anos (contados do depósito) Mínimo = 10 anos (contados da concessão) Máximo = 15 anos (contados do depósito) Mínimo = 7 anos (contados da concessão) Não cabe prorrogação Desenhos Industriais São a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, gerando um resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa ser fabricado industrialmente. Deve observar os mesmos requisitos das patentes: • novidade, originalidade; e suscetibilidade de produção industrial. Marcas As marcas são sinais distintivos que identificam produtos ou serviços. Espécies: a) Marca de produto ou serviço; b) Marca de certificação; c) Marca coletiva. Classificação de marcas: • Marca de alto renome; • Marcas notoriamente conhecidas; Desenho Industrial x Marca DESENHO INDUSTRIAL MARCA • Forma plástica ornamental ou conjunto de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto; • Resultado novo e original; • Aplicação Industrial; • Prazo de duração do registro: 10 anos, prorrogável por 3 períodos de 5 anos cada. • Sinais distintivos; • Visualmente perceptíveis; • Espécies: de produtos ou serviços, de certificação, coletiva; • Prazo de duração do registro: 10 anos, prorrogável por iguais períodos sucessivos indefinidamente. • Proibições legais: art. 124 da LPI. Ambos protegidos através de registro no INPI NOME EMPRESARIAL • Conceito; • Espécies; • Formação e proteção do nome – lei 8934/94; • Nome empresarial X marca; • Título de estabelecimento; DIREITO CONCORRENCIAL • Princípio constitucional no art. 170 da Constituição Federal; • Motivação dos particulares à exploração das atividades empresariais; • Direito à exploração de atividades empresariais. • Concorrência desleal; • Violação do segredo de empresa; • Indução do consumidor em erro; • Espionagem econômica; • Publicidade enganosa; • Repressão (art. 195 da LPI): • Civil • Penal • Infração da ordem econômica – conceito • CF, art. 173, §4º. • CADE – natureza e competência • Caracterização da infração • Irrelevância da culpa • Prejuízo • Mercado relevante • Aumento arbitrário de lucros • Abuso de posição dominante • Paralelismo de preços ou conduta • Condutas infracionais; • Lei 8884/94 – art. 21; • Interpretação sistemática face ao artigo 173, §4º, da Constituição Federal; • Sanções por infração da ordem econômica. DIREITO CONCORRENCIAL • Controle preventivo dos atos de concentração empresarial; • Comprovação da concorrência ilícita; • Disciplina contratual da concorrência (cláusula de não concorrência). Módulo - C 3.1 - Conceito de sociedade empresária Direito Público: 1.Interno (Administração Direta e Indireta); 2.Externo. Direito Privado: 1.Fundações; 2.Associações; 3.Sociedades Simples; 4.Sociedades Comerciais; 5.Outras. Diferença entre Sociedade Simples e Sociedade empresária. • Artigo 982, parágrafo único, CC. • Artigo 2º, parágrafo primeiro, LSA. Sociedade empresária: “Pessoa jurídica de direito privado não-estatal, que explora empresarialmente seu objeto social ou a forma de sociedade por ações.” (Coelho). Personalização da sociedade empresária. Personalidade jurídica própria e distinta da de seus membros. Consequências: 1. Titularidade negocial; 2. Titularidade processual; e 3. Responsabilidade patrimonial. Tipos de sociedades empresárias: 1. Sociedade em nome coletivo; 2. Sociedade em comandita simples; 3. Sociedade em comandita por ações; 4. Sociedade em conta de participação; 5. Sociedade limitada; e 6. Sociedade anônima. Classificação quanto à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais: 1. Sociedade ilimitada; 2. Sociedade mista; e 3. Sociedade limitada. Classificação quanto ao regime de constituição e dissolução: 1. Sociedade contratuais; 2. Sociedades institucionais. Classificação quanto às condições de alienação e participação societária: 1. Sociedade de pessoas; 2. Sociedade de capital. Sociedade Irregular. • Sociedade sem registro. • Artigo 986/990, Cód. Civil. Instrumento para coibir o mau uso da pessoa jurídica. • Art. 50, Cód. Civil. • Art. 28, CDC. • Art. 18 da Lei Antitruste. • Art. 4º da Lei n. 9605/98. Desconsideração da pessoa jurídica. CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES CONTRATUAIS 3.2 - Natureza do ato constitutivo Contrato social – espécie de contrato (plurilateral). Objeto: “exploração, em conjunto, de determinada atividade comercial, unindo esforços e cabedais para a obtenção de lucro” (Coelho). CONSTITUIÇÃO DAS SOCIEDADES CONTRATUAIS Requisitos de validade do contrato social. Diferenças: Validade – Invalidação – Dissolução. Requisitos de validade: 1. Genéricos (artigo 104, Cód. Civil); 2. Específicos. Cláusulas contratuais Art. 997, Cód. Civil: I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade; III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atribuições; VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. • Arts. 35 e 67, LRE. • Art. 997, parágrafo único, Cód. Civil. • Art. 1º, parágrafo segundo, EOAB. • Art. 36, Dec. 1800/96. • Forma: Escrita (art. 987, Cód. Civil). Alteração do contrato social. • Modificação do ato constitutivo da empresa. • Modos de deliberação. O sócio (I). • Natureza jurídica sui generis. • Sócio remisso. • Direitos dos sócios: 1. Participação nos resultados sociais. 2. Administração da sociedade. 3. Fiscalização da administração. 4. Direito de retirada. O sócio (II). • Exclusão do sócio: 1. Mora na integralização. 2. Justa causa. • Consequências da exclusão. 3.3. Tipos societários Sociedade em nome coletivo. • Tipo societário em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. • Artigos 1039 a 1044, Cód. Civil. Sociedades em nome coletivo • São reguladas pelos artigos 1.039 a 1.044 e, subsidiariamente, pelas disposições relativas à sociedade simples; • Somente podem ser formadas por pessoas físicas com responsabilidade solidária e ilimitada, podendo os sócios, entre si, limitar a responsabilidade de cada um. • O contrato social destas sociedades deverá prever todas as matérias enumeradas no artigo 997, além da firma social, competindo exclusivamente aos sócios sua administração. • A dissolução da sociedade em nome coletivo dá-se, de pleno direito, por qualquer das causas do artigo 1.033, ou seja, da mesma forma que se dissolve a sociedade simples e, caso seja ela empresária, também pela falência. • A morte de sócio, por si só, não autoriza o ingresso de seus sucessoresna sociedade, o que será permitido somente se o contrato social trouxer previsão expressa neste sentido, caso contrário operar-se-á a liquidação de suas quotas. Sociedade em comandita simples. Tipo societário em que um ou alguns dos sócios (comanditados) têm responsabilidade ilimitada, enquanto outros (comanditários) respondem limitadamente. • Artigos 1045 a 1051, Cód. Civil. Artigos 1.045 a 1.051 NCC, com aplicação, no que for compatível, das normas da sociedade em nome coletivo. Trata-se de sociedade de organização mista, com dois tipos de sócios: ▪ sócios comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. A eles incumbe a administração da sociedade; ▪ sócios comanditários, pessoas físicas ou jurídicas, obrigados somente pelo valor da sua quota e, não obstante poderem deliberar nos assuntos da sociedade e de fiscalizar as operações, encontram-se proibidos de praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social (sob pena de ficarem sujeitos às responsabilidades que cabem aos sócios comanditados); A única exceção à impossibilidade de prática de atos de gestão pelos comanditários encontra-se elencada no artigo 1.047, no caso de ser constituído procurador da sociedade para negócio determinado e com poderes especiais. Sociedade em comandita por ações Prevista no artigos 1.090 ao 1.092, do NCC e regem-se pelas normas relativas às sociedades anônimas. • Seu capital social é dividido em ações. Podendo, seu nome empresarial, ser firma ou denominação. • Podem ser administradores da sociedade somente os acionistas, os quais respondem com seus bens de maneira subsidiária e ilimitada pelas obrigações da sociedade. Seus diretores são nomeados no ato constitutivo, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem, no mínimo, dois terços do capital social da empresa. • Mesmo destituído ou exonerado, o diretor continuará responsável pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração pelo prazo de dois anos, visando-se evitar administrações irresponsáveis. Sociedade em comandita simples A dissolução da sociedade é regrada pelo artigo 1.044, ou ainda, quando por mais de 180 dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição em contrário, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente, uma vez que a sociedade em face dos comanditários tem caráter de sociedade de capital. Quanto ao sócio comanditado, havendo sua morte, os comanditários nomearão administrador provisório para a prática dos atos de administração, por no máximo 180 dias. O administrador, nesse caso, não assume a condição de sócio. SCP - Sociedade em conta de Participação Tipo societário em que um ou mais sócios ficam em posição ostensiva e outro ou outros em posição oculta (participantes). Artigos 991 e 996, Cód. Civil. Sociedades em conta de participação Estão arroladas nos artigos 991 a 996 e reguladas subsidiariamente pelas disposições da sociedade simples; Têm sua atividade exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual, o qual obriga-se perante terceiros, exclusivamente. Já os sócios ocultos (ou participantes, como são chamados no NCC) obrigam-se perante o sócio ostensivo. Com relação à constituição da sociedade, esta independe de qualquer formalidade e pode provar- se por todos os meios admitidos em direito. O contrato social produz efeitos tão somente entre os sócios, e o seu eventual registro não confere personalidade jurídica à sociedade. O sócio participante não tem poderes de gerência, sob pena de se tornar solidariamente responsável com o sócio ostensivo pelas obrigações em que intervier. No tocante às participações dos sócios, estas representam patrimônio especial, produzindo efeitos somente em relação a estes. Causa a dissolução da sociedade a falência do sócio ostensivo. Salvo estipulação em contrário, é vedado ao sócio ostensivo a admissão de novos sócios sem o consentimento expresso dos demais. Com relação à sua liquidação, deverão ser observadas as normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Cooperativas Serão sempre consideradas sociedades simples, independente de seu objeto; Estão previstas no NCC – arts 1093 a 1094; • Lei 5764/1971 Responsabilidade dos sócios. • Capital subscrito. • Capital integralizado. • Responsabilidade solidária pela integralização do capital social. • Exceções à regra da responsabilidade limitada: 1. Sócios que adotarem deliberação contrária à lei ou ao contrato. 2. Sociedade marital. 3. Direitos trabalhistas. 4. Fraude contra credores. 5. Débitos previdenciários. Módulo - D Conceito: • Sociedade em que o seu capital se divide em ações, limitando-se a responsabilidade de cada acionista ao valor de emissão de ações que ele detêm. Classificação: • Capital aberto: Ações em bolsa. Fiscalizado pela CVM: Comissão de Valores Mobiliários. • Capital fechado: Não tem ações em bolsa. 4.1 - Conceito e Classificação da S.A 4.2 - Características da S.A Tipo societário mais comum e usual. • Regulamentação nos artigos 1052 a 1087, Código Civil. Na omissão, aplicam-se as regras das sociedade simples. Porém, o diploma legal de regência supletiva pode ser a Lei das Sociedades Anônimas. • Tipo societário formado por sócios que respondem, de maneira solidária e subsidiária, até o limite do capital social. 4.3 - Deliberações dos sócios, administração, Conselho fiscal, dissolução e liquidação e apuração de haveres • Designação e destituição de administradores • Remuneração dos administradores. • Votação das contas anuais dos administradores. • Modificação do contrato social. • Operações societárias • Expulsão de minoritário. Deliberações dos sócios • Assembleia. • Regras da assembleia. • Periodicidade da assembleia. • Ata da assembleia. Administração • O administrador. • Prazo do mandato. • Prestação de contas. • Responsabilidades. • Administrador não-sócio. Conselho Fiscal. • Órgão facultativo. • Composição. • Escolha dos membros. • Obrigações e funções. Órgão sociais da S/A Assembleia Geral Conselho de Administração Diretoria Conselho Fiscal Órgãos sociais da S/A • Assembleia Geral. Reunião de acionistas com poderes para deliberar sobre a sociedade. Deve ser realizada pelo menos uma vez por ano e quando se fizer necessário. Deve ser convocada por anúncio público. As deliberações são decididas pela maioria do capital. • Conselho de Administração. Órgão de deliberação colegiada, que fixa a orientação geral dos negócios da sociedade. Os conselheiros devem ser acionistas. Órgãos sociais da S/A • Diretoria. Órgão que executa as deliberações do Conselho. Os diretores não precisam ser sócios e são escolhidos pelo Conselho. • Conselho Fiscal. Fiscaliza os negócios da S/A e o estatuto da sociedade dispõe sobre seu funcionamento. Administração da S/A Deveres dos administradores (arts. 145/160): • Dever de diligência. • Dever de lealdade. • Dever de informar. O acionista Dever principal: art. 106. • Outros direitos-deveres (art. 109): • Participação nos resultados sociais. • Fiscalização da gestão dos negócios sociais. • Direito de preferência. • Direito de retirada. Demonstrações financeiras. Obrigação legal. • Art. 175. • Instrumentos contábeis (financeiras): oBalanço patrimonial. oLucros ou prejuízos acumulados. oResultado do exercício. • Origens e aplicações dos recursos. oRelatório dos administradores (art. 132, I). Lucros, reservas e dividendos. • Destinação do lucro líquido. • Hipóteses de reservas de lucro. • Distribuição de dividendos. Dissolução e liquidação. • Arts. 206/219. oDissolução de pleno direito. oDissolução por decisão judicial. oDissolução por decisão de autoridade administrativa. • Dissolução parcial. Poder de controle. • Acionistascontroladores. • Art. 116. Dissolução Dissolução: 1. Sentido amplo. 2. Sentido estrito. Dissolução: 1. Parcial (resolução da sociedade em relação a um sócio). 2. Total. Dissolução: 1. Judicial. 2. Extrajudicial. Causas da dissolução total. • Vontade dos sócios • Decurso do prazo determinado de duração. • Falência. • Exaurimento do objeto social • Inexequibilidade do objeto social. • Unipessoal idade por mais de 180 dias. • Causas contratuais. Causas de dissolução parcial. • Vontade dos sócios. • Morte de sócio. • Retirada de sócio. • Exclusão de sócio. • Falência de sócio. • Liquidação da quota a pedido de credor de sócio. Liquidação e apuração de haveres. • Dissolução total – liquidação e partilha. • Dissolução parcial – apuração dos haveres e reembolso. • Liquidação: realização do ativo e o pagamento do passivo. Módulo - E 5.1 - Transformação, incorporação e fusão. Nesse importante tema da seara societária, tais estaremos demonstrando as principais diferenças entre transformação, incorporação e fusão bem como seu conceito perante a doutrina brasileira. • Importante ressaltarmos o processo de restruturação societária dentro da estrutura ou na composição acionária dos grupos econômicos. • Nesse passo, no que se refere a transformação vejamos: • Conceito: Conforme depreendemos do artigo 220 da Lei nº 6.404 de 1976 – lei das Sãs. Conceito da base legal • Conforme ensinamentos de Almeida (2004,p.200), na transformação a personalidade jurídica da sociedade subsiste, muito embora sob uma nova espécie societária, com a consequente alteração de toda a sua estrutura, com sensíveis reflexos nas responsabilidades dos respectivos sócios. Conceito da doutrina Ademais, conforme dispõe o Prof. Giaquinto: “Conforme depreendemos da legislação vigente e da doutrina, a espécie de reorganização societária da transformação é aquela em que a sociedade muda o tipo societário, independentemente de dissolução e ou liquidação, obedecendo, portanto, aos preceitos reguladores da nova sociedade empresarial que se tornou, respeitando também o consentimento unânime dos sócios e acionistas”.(2019,p.91). Conceito da doutrina No que se refere a fusão, conforme depreendemos do artigo 223 da Lei das Sãs, que dispõe que além da cisão e incorporação pode ser operada entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e deverá ser deliberada na forma prevista para a alteração do respectivo estatuto ou contrato social (BRASIL, 1976). 5.2 - Conceito de fusão Conforme disposto pelo Prof. Giaquinto: “Conforme depreendemos da legislação atual e da doutrina, a operação de restruturação societária fusão é a operação pela qual duas ou mais sociedades se unem para formar uma nova sociedade, reservados seus direitos e obrigações”. Conceito da Doutrina Ademais, conforme os ensinamentos de Bertoldi e Ribeiro (2006,p.232): “Fusão é uma operação de concentração de empresas, na qual duas ou mais sociedades se unem, resultando dessa união uma nova sociedade que, diante da extinção de todas as sociedades envolvidas, as sucederá em direitos e obrigações” 5.3 - Conceito de cisão Conceito de Cisão: • Segundo o artigo 229 da Lei das SAs., cisão é o ato pela qual a companhia transfere parcela de seu patrimônio para outra empresa, constituída para esse fim ou já existente, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de seu patrimônio, ou dividindo-se seu capital, se parcial a versão (BRASIL, 1976) Destacamos ainda que a cisão pode ser: • Total: que importará na extinção da sociedade cindida e que resultará em duas ou mais sociedades • Parcial: em que a empresa será preservada, contudo, dividida e reduzida pela parcela que houver sido cindida( artigo 229) Segundo a doutrina: Segundo o Prof. Giaquinto (2019,p.93-94) interpretando a legislação aqui destacada, no que se refere à reestruturação societária cisão, vemos que esta se trata de um processo societário em que o patrimônio de uma empresa é dividido em duas ou mais partes para a constituição de uma nova sociedade, podendo ainda ocorrer a integralização do capital na sociedade já existente.