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As guerras e a expansão da cultura

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As guerras e a expansão da cultura
Nesta aula, pretende-se apresentar um panorama histórico e cultural do período entre a primeira (1917-19) e a
segunda (1939-45) guerras mundiais. Na segunda parte, apresenta-se as principais características do Modernismo,
movimento artístico que se desenvolve neste período, e a expansão das tecnologias de comunicação e da cultura.
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1. As grandes guerras mundiais e o período
entreguerras.
O período entre 1914 e 1945 compreende um pedaço da história
da humanidade em que ocorreram os maiores conflitos da
história. Os resquícios da primeira guerra mundial levaram à
segunda guerra mundial; é, portanto, praticamente uma grande
guerra que teve um período de cessar-fogo entre os conflitos
propriamente ditos, com incertezas e inquietações que
percorreram essas décadas.
 
1.1. A Primeira Guerra Mundial (1914-1919)
 
Entre 1871 e 1914, a Europa não tinha tido nenhum grande
conflito entre suas nações. Apesar de conflitos terem acontecido
no século XIX na Ásia e África, decorrentes da expansão dos
impérios francês e inglês, e também da expansão dos Estados
Unidos na América do Norte, não havia ocorrido, ainda, uma
guerra propriamente dita “mundial”.
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E então, em 1914, quase todos os países e impérios europeus se
envolveram na Primeira Guerra Mundial, com exceção da Suíça,
dos países escandinavos, da Holanda e da Espanha. As grandes
potências internacionais à época eram a Grã-Bretanha, com seu
vasto império na África e na Ásia, a França, com colônias nesses
continentes também, a Rússia, o grande império do norte da
Eurásia, o império austro-húngaro, que dominava grande parte
do centro e leste europeus, a Prússia, após 1871 ampliada para
Alemanha, e a Itália, após sua unificação.
Nesta guerra, tropas de todo o mundo foram enviadas para
combater em solo europeu. Atravessando os oceanos e
combatendo nos mares, usando suas forças navais, com
submarinos e comboios.
A guerra se iniciou primeiramente como um conflito europeu,
entre a Tríplice Aliança de Grã-Bretanha, França e Rússia de um
lado, e do outro, as chamadas “Potências Centrais”, Áustria-
Hungria e Alemanha. Os estopins da guerra foram: o ataque do
império austro-húngaro à Sérvia e o ataque alemão à Bélgica. O
objetivo da Alemanha era primeiramente destruir a França, para
depois atacar a Rússia, que contavam com um poderoso e
numeroso exército humano. A Alemanha conseguiu chegar a
França atravessando a pequena Bélgica, e a França, com ajuda
inglesa, impediu a invasão ao seu país, criando diversas
trincheiras que iam desde o Canal Inglês, passava pelo Flandres e
seguia até a fronteira com a Suíça. Essa era a chamada “Frente
Ocidental”, que tornou o conflito conhecido como a “guerra de
trincheiras”. Se passaram três anos e meio, em que milhões de
soldados morriam nessas trincheiras, infestadas de piolhos e
ratos.
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Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/World_War_I#/media/File:Royal_Irish_Rifles_ration_party_Somme_July_1916.jpg
Na Frente Oriental, a Alemanha empurrava o exército russo para
fora da Europa Central. A Rússia apenas detinha a invasão alemã
em seu território e praticamente saiu da guerra quando, em 1917,
uma revolução se instaurou no seu império, devido à fome e à
tirania dos czares. Nos Balcãs, as Potências Centrais tinham o
total controle durante a primeira parte da guerra, mas em
outubro de 1918, diversas revoluções irromperam na região,
diminuindo a força de controle do império austro-húngaro.
Nas trincheiras, o impasse continuava. Mas a Grã-Bretanha tinha
sucesso na destruição de suplementos alemães, que acabaram
por afetar fortemente a economia alemã, enfraquecendo seu
poder. Os alemães tentaram de novo conquistar Paris, mas com a
ajuda dos EUA, a França e a Grã-Bretanha começaram a retomar
o poder na Frente Ocidental, e ao final de 1918, o final da guerra
era apenas uma questão de tempo, o que aconteceu em 1919.
Após a guerra, cuja causa se considera ter sido o conflito entre
impérios que almejavam a supremacia na Europa, no mar e nas
colônias na África e Ásia, as potências vitoriosas (EUA, Grã-
Bretanha, França, Itália) traçaram vários acordos de paz, sendo o
mais conhecido deles o com a Alemanha, o Tratado de Versalhes.
Os principais objetivos deste tratado eram de controlar a
Alemanha e redesenhar o mapa de parte do globo, para
enfraquecer a Alemanha e preencher os espaços deixados na
Europa e no Oriente Médio pela derrota e colapso simultâneo dos
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impérios russo, habsburgo (austro-húngaro) e otomano (Turquia,
parte dos Balcãs e do Oriente Médio). Essa reordenação de
“estados-nações” criados pelas potências globais é considerada
uma das principais causas dos conflitos e guerras travadas na
Europa e no Oriente Médio pelo resto do século XX.
1.2. O período entreguerras e a Grande Depressão de 1929.
 
Depois da Primeira Guerra Mundial, o mundo passou pela maior
crise econômica de sua história. A economia capitalista mundial
pareceu desmoronar no entreguerras. A Grande Depressão trouxe
uma incerteza de como o mundo poderia se recuperar, apesar de
se saber,   desde o século XIX, que o capitalismo vive de
movimentos de crise e recuperação, os quais fazem com que ele
continue se expandindo.
Nos países anglo-saxônicos, no Japão e nos países não afligidos
diretamente pelos conflitos da Primeira Guerra, houve um certo
boom econômico, mas que foi interrompido pela crise de 1929. A
principal causa dessa crise é considerada o crescente
protecionismo econômico que os países adotaram, por não
acreditarem na economia global, que estava em apuros.
Fonte: http://www.npr.org/2012/07/11/155991507/did-the-great-recession-bring-back-the-1930s
Assim, a partir de 1929, países europeus, os EUA, e
consequentemente o resto do globo, passaram por dificuldades
financeiras que trouxeram desemprego, falta de investimentos, e
a estagnação econômica global, diminuindo a troca de produtos e
o deslocamento populacional entre os países. A década de 1930
foi marcada pelo isolamento político e econômico dos países,
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contribuindo para a ascensão de partidos nacionalistas de
extrema-direita; os nazistas e os fascistas que trariam de volta,
como um ressentimento ao Tratado de Versalhes, os intentos de
expansão territorial por força militar pela Alemanha, sob o
comando de Adolf Hitler, e seus aliados, na Segunda Guerra
Mundial, que começa em 1939 e segue até 1945.
1.3. A Segunda Guerra Mundial (1939-45)
A Guerra começou com conflitos europeus e expansão do poderio
militar alemão. A Alemanha, quebrando o Tratado de Versalhes,
anexou a Áustria em 1938 e invadiu primeiro a Polônia em 1939
e, em 1940, conquistou com facilidade a Noruega, Dinamarca,
Bélgica, Holanda e França, dividindo esta última, sob controle e
administração direta dos alemães, com sede na cidade de Vichy.
A guerra então continuou entre Alemanha e Grã-Bretanha, que
recusou qualquer acordo e conseguiu deter o avanço alemão ao
seu território, porém não conseguia avançar no continente. Se
desenrolou uma guerra aérea entre as forças da Luftwaffe alemã
e a Real Força Aérea britânica, com severos bombardeios à
Londres. Neste momento, a Itália saiu da neutralidade e virou
aliada à Alemanha. Entre 1940-1, a Grã-Bretanha lutou
praticamente sozinha contra o chamado Eixo, enquanto na
Europa Oriental, a União das Repúblicas Soviéticas Socialistas
(URSS, a Rússia pós-revolução comunista bolchevique)
reconquistava seus domínios da era imperial czarista, com
exceção da Polônia, dividida com os alemães;e nos Balcãs, a
tentativa fracassada britânica de ampliar a guerra nessa região
levou à total conquista alemã, até às ilhas gregas. Hitler chegou
até a África, com sua aliada Itália, no entanto, forças britânicas
expulsaram alemães e italianos do Egito.
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Fonte:
file:///C:/Users/carlospo/Desktop/17.2/OBJETOS/Educa%C3%A7%C3%A3o/As%20guerras%20e%20a%20expans%C3%A3o%20da%20cultura/34297/ref%
No verão de 1941, começou a primeira tentativa de invasão da
Alemanha à URSS, que se mostraria mais tarde como o começo da
derrota alemã, pois se abriram duas frentes de guerra, à leste e à
oeste de Berlim e se prolongou a guerra. Mas para Hitler, a
conquista das terras russas ricas em recursos, e com uma
população numerosa para trabalho escravo, era o próximo passo
para sua conquista europeia. Com a mesma eficácia mostrada na
Europa Ocidental, em outubro desse ano as tropas alemãs já
cercavam Moscou. Mas com o patriotismo, porte físico,
dimensões territoriais e esforço de guerra dos russos, os alemães
foram derrotados. Em 1942, uma nova tentativa alemã de invasão
à URSS conquistou o sul do país, pelo vale do Rio Volga até os
Cáucasos, porém foram detidos e derrotados em Stalingrado.
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/World_War_II#/media/File:Second_world_war_europe_animation_small.gif
O conflito se tornou realmente global quando os japoneses,
aliados aos alemães, conquistaram a Indochina, no Sudeste
Asiático, território que era de domínio francês. Os EUA
consideraram essa invasão como intolerável e criaram barreiras
comerciais marítimas ao Japão, que reagiu atacando a   base
militar americana de Pearl Harbor, no Oceano Pacífico, no final
de 1941.
Hitler então, declara guerra aos EUA, que em três meses havia
deixado o Japão fora de combate. Mas ainda levaria mais três
anos e meio de guerra, para que os EUA, junto a Grã-Bretanha e a
URSS, derrotassem os alemães.   A URSS avançava à leste de
Berlim, enquanto as Forças Aliadas (EUA, Grã-Bretanha e outros)
avançam pelo sul da Itália e em junho de 1944, desembarcam na
Normandia, libertam a França e exaurem o exército alemão. Em
junho de 1945, os russos chegam a Berlim, que cai, Hitler se
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suicida e a guerra é dada por terminada no território europeu. No
Japão, os EUA lançam duas bombas atômicas, nas cidades de
Hiroshima e Nagasaki, levando à rendição japonesa.
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/World_War_II#/media/File:Approaching_Omaha.jpg
Com o fim da guerra, o mundo via incrédulo os horrores do
holocausto que iam sendo descobertos, o genocídio contra os
judeus, que aconteceu nos territórios conquistados pelos
alemães, em campos de concentração e de trabalho escravo.
Estimativas indicam 60 milhões de mortes devidas aos conflitos
da Segunda Guerra Mundial, sendo 20 milhões delas de militares,
e 40 milhões de civis. A maioria das mortes entre os civis
ocorreram devido a genocídio, massacres, bombardeios em
massa, doenças e fome.
A guerra em massa mostrou seu grande poder de destruição, e
mostrou também seu lado como propulsor econômico. Diversas
indústrias se beneficiaram com a produção de suplementos e
materiais de guerra, e também, na tentativa de encontrar de
novas tecnologias à frente do inimigo, principalmente na
aeronáutica, automobilística e nos computadores, que com o
tempo, teriam grande papel no mundo em paz, impulsionando a
aviação civil, os transportes e as tecnologias digitais e de
comunicação.
Após a guerra, a necessidade de reconstrução dos países
beneficiou principalmente a indústria e o sistema financeiro
americanos, que financiaram e reconstruíram a Europa e a Ásia
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Oriental nas décadas posteriores.
 
2. O Modernismo, as artes entre 1914-45 e a
expansão da cultura.
A primeira geração do modernismo já tinha produzido bastante e
obtido prestígio por volta de 1914. Tratava-se de pintores,
escultores, escritores e musicistas. Praticamente todas as artes
tinham seus expoentes no período, e estes normalmente
conviviam de forma harmoniosa ou não. Os nascidos em 1880
(como por exemplo, Matisse e Picasso, Schönberg e Stravinsky,
Proust, James Joyce, Thomas Mann e Franz Kafka e outros)
continuaram sendo ícones da modernidade quarenta anos depois.
A segunda geração foi notória no pós-primeira guerra, nascida
em 1890 e 1900, seguiu o modernismo pelas próximas décadas.
(Le Corbusier, Ernest Hemingway, Bertolt Brecht, Jean Paul-
Sartre, W. H. Auden e outros.)
Em 1914, praticamente tudo que se pode chamar pelo
amplo e meio indefinido termo de “modernismo” já se
achava a postos: cubismo; expressionismo;
abstracionismo puro na pintura; funcionalismo e ausência
de ornamentos na arquitetura; o abandono da tonalidade
na música; o rompimento com a tradição na literatura.
(HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos. O breve século XX: 1914-1991.
1995.)
2.1. Dadaísmo e Surrealismo.
Na vanguarda, dois movimentos surgiam em meados da década
de 1910,   o dadaísmo e o surrealismo. O dadaísmo se formou
entre os exilados em Zurique, na Suíça, país neutro à guerra, em
1916, num protesto niilista contra a guerra mundial e a
sociedade que a criara, e contra sua arte. Não tinha
características formais, pois não se classificava como arte, mas
tinha influências do cubismo e futurismo pré-guerra, como a
colagem, ou montagem de pedaços de imagens e fotos.
Basicamente, qualquer forma de arte que impactava de forma
surpreendente, ou até mesmo escandalosa, e contrária à arte
burguesa era aceita como arte dadaísta.
O surrealismo, embora também tenha sido formado como
rejeição a arte, não era apenas um movimento de protesto. Como
quase tudo que vem da França, ele tinha uma teoria que o
sustentava. Enquanto o dadaísmo começava a perder força na
década de 1920, o surrealismo era como um desenvolvimento
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daquele, baseado no Inconsciente revelado pela psicanálise, no
apelo ao ressurgimento da imaginação, dos símbolos e dos
sonhos. O movimento prezava a capacidade da imaginação
espontânea, não mediada por sistemas de controle racional, na
extração de coerção do incoerente, e de lógica do visivelmente
ilógico ou mesmo impossível. Seu principal expoente foi o
espanhol Salvador Dalí. 
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Surrealism#/media/File:MagrittePipe.jpg
A vanguarda se tornou parte da cultura estabelecida, foi pelo
menos em parte absorvida pela vida cotidiana e tornou-se
dramaticamente politizada. Porém, durante todo seu período,
não era popular entre a população em geral, ou pelo menos não
era admitida assim pelo público; não era o que as pessoas real e
conscientemente gostavam.
SUGESTÃO DE FILME
Em 2011, um filme franco-americano dirigido por Woody Allen
passeou pela Paris modernista dos anos 1920, onde um personagem
contemporâneo interpretado por Owen Wilson convivia com
artistas e intelectuais da época. Meia noite em Paris é uma boa
forma de se conectar à essa época.
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2.2. Artes de massa: o cinema.
Só havia, na verdade, duas artes de vanguarda que tinha maior
absorção pela população em geral, que vinham mais da América
que da Europa, eram o cinema e o jazz. O cinema foi habitado por
vanguardistas a partir da Primeira Guerra Mundial. Notadamente
por sua maior personalidade, tivemos Charlie Chaplin, que
criticava de maneira sublime a sociedade industrial da produção
em massa (Modern Times, 1936) ou a ascensão de regimes
totalitários e a Segunda Guerra Mundial (The Great Dictator,
1940). Na década de 1930, o cinema francês divulgava uma arte
mais refinada, nem sempre mais prazerosa de se assistir, que
contrastava com os luxuosos e cada vez mais gigantescosfilmes
da produção de Hollywood, na costa oeste americana. A Universal
Studios viu que a vanguarda podia ser lucrativa, e abastecia
Hollywood com as mais novas ideias, principalmente do
expressionismo alemão, produzindo filmes de terror, como
Frankenstein e Drácula, ambos em 1931.
Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/35/The_Great_Dictator_still_cropped.jpg
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A presença da vanguarda no cinema comercial tornava cada vez
mais o “modernismo” intrínseco à vida cotidiana e ecoou em
outros setores comerciais, como a publicidade, a arte gráfica e o
design de móveis e no desenho industrial. Por volta da década de
1940, o mundo ocidental, e até mesmo em países mais
resistentes na década de 1920, como os EUA e a Grã-Bretanha,
estava imerso no modernismo, desde o estilo art decó, que
domesticou a abstração modernista, até a revolução moderna do
livros em brochura, abrindo caminho para a tipografia de
vanguarda. E após a Segunda Guerra Mundial, a arquitetura
também se influenciaria pelo modernismo, com nomes como Le
Corbusier e Frank Lloyd Wright, visando a funcionalidade dos
prédios, com poucos ou quase nenhum ornamento, a não ser as
próprias linhas e curvas geométricas.
Fonte:
https://en.wikipedia.org/wiki/Art_Deco#/media/File:Chrysler_Building_spire,_Manhattan,_by_Carol_Highsmith_(LOC_highsm.04444).jpg
ENGAJAMENTO POLÍTICO
A arte de vanguarda e o modernismo não significavam exatamente
engajamento político de esquerda, como na Bauhaus alemã.
Principalmente na literatura, opinões profundamente reacionárias,
e às vezes cooptadas pelo fascismo, eram bastante comum na
Europa Ocidental. Autores britânicos como D. H. Lawrence, T. S.
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Eliot, Ezra Pound e o irlandês William Butler Yeats, eram exemplo
disso. Mas pode-se dizer que era a posição política de esquerda, e
muitas vezes esquerda revolucionária, que majoritariamente se
interessava a vanguarda.
2.3. Veículos de comunicação em massa
As artes em massa, como o cinema e a fotografia, estabeleceram
uma hegemonia cultural americana no globo, com algumas
restrições no resto do mundo, principalmente nos países em
desenvolvimento, onde uma “elite cultural” supervisionava o que
chegava nas suas searas. Os veículos de comunicação também
passaram por um grande crescimento no mundo ocidental: nos
EUA a circulação de jornais, por exemplo, dobrou entre 1920 e
1950. A imprensa atraía os alfabetizados, e em países menos
escolarizados, apesar de esforços como uso de ilustrações e
caricaturas, ela caminhava bastante lentamente. Já o cinema não
apresentava essa barreira à população que falava a língua
inglesa. O inglês, através dos filmes, começou a se tornar parte
do cotidiano em todo o mundo, o que ajudou a estabelecê-lo
como língua global no final do século.
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Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/Radio#/media/File:Girl_listening_to_radio.gif
Outro veículo de comunicação que teve crescimento no período
foi o rádio. Por necessitar de maquinário sofisticado, ele era mais
presente nos países então chamados de "desenvolvidos”. Eram
transmitidas notícias, radionovelas, músicas e histórias contadas
que povoavam o imaginário de cada vez mais pessoas. Havia por
volta de 40 milhões de aparelhos de rádio pelo mundo no final de
1950 e eles se tornaram parte da vida diária das pessoas,
influenciando seus horários, do trabalho e do lazer. Foi a
primeira vez, antes da televisão, que se criou uma esfera pública,
ou seja, todos sabiam o que o outro, ou a maioria das pessoas,
tinha ouvido na noite passada: partidas de futebol, programas
humorísticos famosos, discursos e pronunciamentos políticos, os
acontecimentos do mundo por intermédio do noticiário. A arte
que foi mais impactada pelo rádio foi a música. Apesar de já
existirem o gramofone e os discos, que duravam pouco e
dependiam das vendas, foi o rádio que permitiu a emissão de
música que podia ser recebida em diversos lares, a longa
distâncias, e ao mesmo tempo. A música seria ainda mais
divulgada no teatro e no cinema, mas o rádio, e como ele
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promovia e aumentava a venda de discos, foi de grande
importância em cada vez mais tornar a música parte da vida
cotidiana.
As forças que expandiram a arte popular eram tecnológicas e
industriais: a imprensa, o disco, a fotografia, o cinema e o rádio.
Porém, o alcance se mantinha mais local, mais modesto - com
exceção do cinema -, do que ocorreria na segunda metade do
século, com o rock’n’roll se tornando o porta-voz da cultura
americana e o responsável pelo espalhamento e consolidação da
língua pelo mundo.  
 
Referências
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos. O breve século XX: 1914-1991. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
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