Prévia do material em texto
01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 1/18 Marcar tópico Formação da cultura inglesa - século V ao Vitoriano Construir um panorama histórico da formação da Inglaterra e da cultura britânica Como se trata de um período longo da História, apresentaremos as principais características por meio de divisões estabelecidas em grandes eras. São elas: 1. Inglês antigo e os anglo-saxões 2. Idade Média 3. Período dos Tudors até a Revolução Industrial 4. A Era Vitoriana 1. Inglês antigo (entre o século V e começo do século XI) Inglês antigo (ou Old English) foi uma língua germânica ocidental falada na região conhecida agora como a Inglaterra entre os séculos V e XI. Os falantes do inglês antigo chamavam NESTE TÓPICO Inglês antigo (entre o século V e começo do século XI) 2. Idade Média 3. Do período dos Tudors até a Revolução Industrial 4. A Era Vitoriana 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 2/18 sua língua de Englisc, e a eles próprios de Angle, Angelcynn ou Angelfolc, e sua terra de Angelcynn ou Englaland. O inglês antigo começou a aparecer escrito durante o começo do século VIII. A maioria dos textos foram escritos em Saxão Ocidental, um dos quatro principais dialetos. Os outros dialetos eram o Mercian, o Northumbrian e o Kentish. 1.1. Runas anglo-saxônicas (futhorc/fuþorc) O inglês antigo / anglo-saxão foi primeiramente escrito com uma versão do alfabeto rúnico conhecido como runas anglo-saxãs ou anglo-frísias, orfuthorc/fuþorc. Esse alfabeto era uma versão estendida do Elder Futhark (o sistema mais antigo de alfabeto rúnico conhecido) com entre 26 e 33 letras. As runas anglo- saxônicas foram usadas provavelmente entre o século V até o século X. Elas começaram a serem substituídas pelo alfabeto latino desde o século VII, com a presença dos católicos, e depois 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 3/18 do século IX as runas foram usadas principalmente em manuscritos e eram de interesse, principalmente, para antiquários. Seu uso acabou não muito tempo depois das conquistas normandas. Inscrições rúnicas são encontradas principalmente em jóias, armas, pedras e outros objetos, e apenas por volta de 200 dessas escrituras sobreviveram. A maioria foi encontrada no sul e no leste da Inglaterra. 1.2. Anglo-saxões Os Anglo-saxões (anglos, saxões e jutos) eram tribos germânicas que viviam na região norte do que atualmente chamamos de Alemanha e Dinamarca. Essas tribos já haviam contornado a costa sul da ilha britânica no século III, mas no século V eles conquistaram e se instalaram por toda a Inglaterra. Eles expulsaram a civilização romana da Grã-Bretanha e estabeleceram suas ocupações agrícolas. Durante o século VI, vários reinos instáveis apareceram. Quatro deles tiveram supremacia contra os outros: o de Kent, o de Northumbria, o de Mercia e, finalmente, o de Wessex. Os cristãos chegaram à Inglaterra vindos da Irlanda e de Roma desde o final do século VI. A Igreja teve um papel importante no estabelecimento da sociedade medieval e no desenvolvimento de 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 4/18 um estado na Inglaterra, ela serviu como um modelo para reinos feudais e deu à realeza um carácter sagrado. A Inglaterra foi finalmente unida pelo reis de Wessex no século X. Vikings dinamarqueses conquistaram uma grande parte do nordeste da Inglaterra e criaram um confederação de comunidade escandinavas chamado Danelaw (878-975) ali. Alfred, o Grande de Wessex (871-900), derrotou os danos e seus sucessores reconquistaram a região de Danelaw no século X. No entanto, uma nova invasão dinamarquesa se deu na Inglaterra em 978. Em 1016, Canute (1016-35), o rei da Dinamarca e Noruega, se tornou o primeiro rei de uma Inglaterra totalmente unida. Seu império escandinavo, no entanto, se quebrou sob o comando de seus incompetentes sucessores e o herdeiro saxônico, Eduardo, o Confessor (1042-66), foi restaurado como rei da Inglaterra. Eduardo, involuntariamente preparou o caminho para a conquista normanda. Ele introduziu nobres normandos nos altos postos oficiais e deixou uma sucessão que causou disputas. Mas que tipo de disputa? Depois de sua morte, Aroldo, filho do mais poderoso nobre inglês, foi escolhido para ser rei. Mas o duque da Normandia e o rei da Noruega reivindicaram o trono também, e ambos atacaram a Inglaterra quase simultaneamente em 1066. Aroldo derrotou os escandinavos, mas ele foi derrotado e morto na batalha de Hastings em outubro de 1066 por William da Normandia, que o sucedeu no trono inglês. A conquista normanda foi completada em 1069, trazendo grandes consequências para o desenvolvimento da Inglaterra: As relações entre a Inglaterra e a Escandinávia foram cortadas e o país teve influência cultural da França; três línguas eram usadas na Inglaterra: franco-normando, a língua da aristocracia no poder e dos tribunais; latim, a língua das pessoas educadas; e o inglês, falado pelas pessoas do povo; Se estabeleceu na Inglaterra uma classe de nobreza dominante franco-normanda; O país foi reorganizado como um forte estado feudal militar protegido pelo canal inglês e, como resultado, mais nenhuma ocupação ocorreu naquele país. 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 5/18 2. Idade Média 2.1. Idade Média Alta na Inglaterra: das conquistas normandas até a Guerra dos Cem Anos (século XI ao século XIII) Esse período foi marcado por: Um conflito entre o poder centralizador do rei e o crescente desafio das lideranças da baixa nobreza; Um considerável desenvolvimento do comércio e das cidades, o que ajudou a desintegrar o sistema feudal. O crescente caráter de conquista e do apoio da Igreja permitido por William, o Conquistador (1066-87) para estabelecer um estado forte e centralizado era um contraste brusco frente à anarquia do feudalismo político prevalecente no continente. O sistema anglo-saxônico de condados foi reativado, e um oficial real foi colocado como líder em cada um destes; além disso, William evitou a criação de grandes feudos independentes do poder real. Ele também estabeleceu a base fiscal do estado ordenando uma pesquisa detalhada sobre os valores das propriedades em cada condado (cujo resultado foi o livro Domesday, 1086-87). O processo de aumento do poder do estado foi continuado pelo filho de William, Henry I (1100-35) e 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 6/18 especialmente por Henry II (1154-89), que ascendeu ao trono depois de 30 anos de anarquia (A Guerra da Sucessão, 1135-54). Ele reinou sobre um vasto império que compreendia a Inglaterra, a Normandia, e uma grande parte da França antes controlada pelo rei da França. Ele reforçou os direitos reais, aumentou o controle sobre as autoridades e tentou colocar todos os tribunais sob tutela real, não conseguindo alcançar os tribunais eclesiásticos (devido ao seu conflito com Thomas Becket, arcebispo da Cantuária). Henry também começou a conquista inglesa sobre a Irlanda, que nunca foi totalmente completada. Os filhos de Henry foram reis fracos: Richard I (Coração de Leão, 1189-99), que passou a maior parte de seu reinado lutando na Palestina (na terceira Cruzada) e na França, e John (Lackland, 1199-1216), pois seu governo desregrado alienou seus barões. Em 1215, estes forçaram João a conceder-lhes a Carta Magna (Grande Carta das Liberdades), que limitava o poder real e lançava as bases para a monarquia parlamentar que seguiria. Edward I (1272-1307), habilitado à monarquia assim como Henry II, ascendeu ao trono depois de outra Guerra Civil (1264-66). Ele foi responsável pela convocação do Parlamento Modelo (1295), chamado assim já que continha representatividades das três camadas sociais: Baixa Nobreza,Clero e Comuns (todos os elementos de um futuro parlamento). Edward conquistou o norte do País de Gales (1285), mas não conseguiu conquistar a Escócia. O reino escocês continuou independente da Inglaterra até 1714. 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 7/18 2.2. Idade Média Baixa na Inglaterra. Do irrompimento da Guerra dos Cem anos até o fim das Guerras das Rosas: o declínio do feudalismo. Os séculos XIV e XV formam o período de transição do feudalismo para a era pré-industrial. A longa guerra com a França ajudou a formar um senso de identidade nacional: uma cultura inglesa nativa tinha nascido e o inglês se tornou a língua oficial do país. 2.2.1. A Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Esta longa guerra teve início após Edward III (1327-77) reivindicar o trono da França, mas seu objetivo verdadeiro era tornar os Flandres (o principal mercado de comércio de lã com a Inglaterra) e a Gascona (o principal fornecedor de vinho e sal) aréas de controle inglês. A longa guerra é tradicionalmente dividida em três estágios, com períodos de calmaria entre eles: O primeiro estágio (1337-60) foi de sucesso para a Inglaterra, porque o exército inglês era composto por soldados profissionais bem organizados, enquanto o exército francês era uma região feudal indisciplinada. Os franceses sofreram duas grandes derrotas em Crécy (1346) e em Poitiers (1356), e a Inglaterra ganhou grandes territórios da França. O segundo estágio (1369-75) foi de sucesso para a França. Os franceses adotaram a estratégia de guerra de guerrilha, e gradualmente reconquistaram o território perdido, exceto dois portos. No terceiro estágio (1415-53), a guerra foi recomeçada por Henry V (1413-22), o segundo rei de Lancaster: ele ofereceu aos franceses outra grande derrota em Agincourt (1415) e gradualmente aumentou seu território. Em 1420, ele foi considerado o herdeiro do trono francês. Porém morreu em 1422, a guerra continuou e, em 1428, os franceses estavam defendendo sua última fortaleza em Orleans. O aparecimento de Joana D’Arc em 1429, no entanto, levou a uma reviravolta francesa. A guerra se arrastou por mais 20 anos, até a batalha de Chatillon, acabando finalmente em 1453. 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 8/18 A guerra exauriu os recursos da Inglaterra e ocasionando rupturas políticas, as quais levaram à eclosão das Guerras das Rosas. 2.2.2. A Peste Negra (Black Death) (1348-51) e a revolta camponesa de 1381. Em meados do século XIV, uma epidemia de praga bubônica chamada “Peste Negra” se espalhou pela Europa. Ela reduziu a população inglesa à quase sua metade, o que causou uma severa escassez de mão de obra. Como resultado, trabalhadores livres puderam obter maiores salários e aumentou-se a compensação exigida por servos para serviços laborais. No final dos anos 1370, no entanto, a população cresceu e camponeses não podiam mais exigir maiores salários ou libertação da servidão. Altos impostos foram exigidos para pagar a guerra contra a França: em 1379, o então chamado Poll Tax foi exigido a todos os homens com idade acima dos 16 anos. Esta situação resultou no disparate de uma revolta em 1381: os rebeldes marcharam em Londres e o governo ficou a sua mercê. O rei Richard II (1377-99), que era uma criança de 14 anos à época, prometeu concordar com todas as exigências, mas tão rápido 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 9/18 quanto se dispersara, a revolta foi brutalmente combatida. Mesmo assim, não houve retorno ao sistema anterior, desaparecendo a servidão pelo final do século XV. 2.2.3. As Guerras das Rosas (1455-85) Está série de guerras foi um conflito de dinastias entre duas famílias poderosas, os Lancastrians e os Yorkists, ambas descendentes de Edward III: eles lutaram pela coroa. As guerras foram marcadas por vitórias não-decisivas e derrotas nos dois lados. Durante os 30 anos de batalhas intermitentes, a nobreza feudal foi empobrecida e quase extinta, enquanto a Coroa se tornou rica, por causa de confiscos de terras para o benefício da Coroa após cada batalha. Isso abriu caminho para o estabelecimento do absolutismo dos Tudors. 3. Do período dos Tudors até a Revolução Industrial O período Tudor pode ser lembrado como o começo dos tempos modernos: uma monarquia absolutista e a Igreja Nacional controlada pelo estado foi estabelecida, e a Inglaterra consolidou a base para sua supremacia marítima. Mas o equilíbrio temporário de poder que marcou o período entrou em colapso na era Stuart, e o conflito entre a Coroa e o Parlamento se intensificou entre 1688-89. No século XVIII, a Grã-Bretanha se tornou um poder marítimo, comercial e econômico, como resultado de guerras bem sucedidas contra a França e a Revolução Industrial. 3.1. O período dos Tudors (1485-1603) Henry VII (1485-1509) fez uso da situação depois das Guerras das Rosas para estabelecer uma monarquia absoluta. Ele criou uma nova nobreza proveniente da classe média alta: os novos nobres eram intitulados como oficiais de estado, especialmente no Conselho Privado, o antecessor do moderno Gabinete, e Henry lançou mão de uma série de prerrogativas legais. Ele evitou conflitos militares, mas protegeu o comércio e indústria, 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 10/18 encorajando expedições marítimas. Este foi o porquê do absolutismo dos Tudors ter sido apoiado por praticamente toda a nação. Sob o reinado de Henry VIII (1509-47), a Igreja foi sujeitada ao poder estatal, como resultado da discussão entre o rei e o Papa sobre o divórcio com sua primeira esposa (chamada de Reforma Inglesa, na década de 1530). Este ato removeu o último poder do período feudal que tinha prejudicado o desenvolvimento do governo parlamentar. Apesar de Henry ser considerado o líder da Igreja da Inglaterra, ele continuou católico. O protestantismo penetrou a Inglaterra após sua morte. Mary Tudor (1553-58) tentou sem sucesso recatolizar o país, mas essas tentativas religiosas foram neutralizadas por Elizabeth I (1558-1603): a Igreja Inglesa se tornou a Igreja oficial da Inglaterra e sua doutrina foi mais claramente formulada. Em 1588, a Inglaterra derrotou seu maior rival, a Espanha: uma grande frota chamada Armada foi destruída pela marinha inglesa e pelo clima ruim. Isso significou o fim da supremacia marítima espanhola. O País de Gales foi incorporado completamente a Inglaterra em 1535. A Irlanda, foi, no entanto, tratada como uma colônia: revoltas contra as tentativas inglesa de impor o protestantismo na Irlanda foram destruídas e seguidas de “clearence and plantation”, ou seja, tirou a população irlandesa de suas terras e reassentando-a com os ingleses. A economia Tudor foi afligida por: 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 11/18 Inflação galopante agravada pelo aumento populacional; Nomadismo e desocupação resultante da intensificação do processo chamado de cercamentos (enclosures). Por outro lado, o comércio interno e externo se desenvolveu. O site IMDB fez uma lista de filmes que se passam ou são sobre as épocas citadas, e que valem a pena ser vistos para entender um pouco melhor os períodos: http://www.imdb.com/list/ls031040247/ 3.2. A era Stuart (1603-1714) 3.2.1. Os primeiros Stuarts, a Guerra Civil e o período republicano (1603-60) James VI da Escócia sucedeu Elizabeth no trono inglês como James I (1603-25). Seus problemas financeiros, combinado com seu credo no “poder divino dos reis” e más políticas externas e religiosas, deixou o Parlamento enfurecido. Uma oposição organizada contra a Coroa surgiu, então, sob o reinado de seu filho Charles I (1625-49) devido ao seu desejo pelo poder absoluto, assim como seus métodos não- parlamentares de obter dinheiro. O crescente conflito levouao rompimento da Guerra Civil (1642-49) entre os apoiadores do rei (Royalists ou “Cavaliers”) e o Parlamento (partido parlamentar ou “Roundheads”). A vitória da ala radical do partido parlamentar, liderado por Oliver Cromwell (1599-1658) na Segunda Guerra Civil, resultou na execução do rei e o estabelecimento de um regime republicano, o Commonwealth (1649-54). Este foi, no entanto, brevemente seguido pelo Protetorado de Cromwell (1654-59), uma ditadura militar puritana. 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 12/18 O novo estado se tornou reconhecido e respeitado por outros países, a Irlanda foi cruelmente “pacificada” e Ulster reassentada por colonos britânicos; A Escócia e a Irlanda foram anexadas à Inglaterra. Mas a tirania intelectual e religiosa dos puritanos e altos impostos não refletiam as expectativas dos ingleses e, logo após a morte de Cromwell, o regime republicano entrou em colapso e a monarquia foi restaurada. 3.2.2. Da restauração da monarquia até o fim da era Stuart (1660-1714) Juntamente com a monarquia, representada por Charles (1660- 85), a Casa dos Lordes e a Igreja Anglicana foram restauradas em 1660. Duas linhas se desenvolveram no Parlamento, os Tories (defensores do direito monárquico divino e do Anglicanismo) e os Whigs (apoiadores da monarquia parlamentar e da tolerância religiosa), elas gradualmente formaram dois partidos políticos distintos. A tentativa do irmão de Charles, James II (1685-88), de usurpar o poder absoluto levou a então chamada “Revolução Gloriosa” (1688-89): James foi pacificamente substituído por William III (de Orange, 1689-1702) e a irmã protestante de James, Mary. Então, os princípios básicos da monarquia constitucional foram estabelecidos. William e a rainha Anne (1702-1714) mantiveram o poder executivo, mas sua política era controlada pelo parlamento. 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 13/18 3.2.3. As guerras com a França, a construção do império colonial e a Revolução Industrial (1714-1815) I. Políticas internas e externas O Reino Unido da Grã-Bretanha foi formado em 1707, pela União da Escócia e Inglaterra. A Irlanda era tratada como uma colônia cruelmente explorada depois de William ter derrotado James II na Batalha de Boyne em 1690; em 1800, o país foi incorporado ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. O sistema moderno de governo foi estabelecido depois da ascensão da dinastia Hanoveriana do trono britânico em 1714: o Primeiro-Ministro e seu Gabinete substituíram o Soberano como o líder executivo. As guerras com a França começaram sob o reinado de William III, cujo principal objetivo era proteger seu país natal, a Holanda, dos ataques franceses àquele país. Conflitos bélicos continuaram durante o século XVIII entre a Grã-Bretanha e a França, na disputa pela supremacia naval e o poder colonial. Os maiores conflitos foram a Guerra dos Sete Anos (1756-63, frequentemente descrita como a primeira guerra mundial) e as Guerras Revolucionárias e Napoleônicas (1793-1815, que aconteceram após a Revolução Francesa de 1789). Como resultado dessas guerras, a Grã-Bretanha construiu seu império colonial, apesar das colônias americanas terem sido perdidas após a Guerra de Independência Americana (1775-83), a Grã- Bretanha conquistou a supremacia marítima e se tornou uma superpotência mundial. 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 14/18 3.3. A Revolução Industrial Este processo gradual de transformação da Grã-Bretanha de um país predominantemente rural para uma potência industrial foi sendo preparado pelos desenvolvimentos econômicos da segunda metade do século XVII. O termo “Revolução Industrial” é bastante enganoso, pois este processo foi uma lenta evolução ao invés de uma “revolução”, e ele não só aconteceu na indústria. Ele incluiu desenvolvimentos: Na esfera financeira: capital suficiente teve que ser acumulado; No transporte: uma rede de canais, estradas e posteriores linhas de trem tiveram que ser construídas para acelerar o transporte de materiais e produtos; Na agricultura: pequenas porções de terra foram anexadas e transformadas em grandes campos para permitir o uso de máquinas agrícolas; novos métodos de cultura foram introduzidos também; Na manufatura, o sistema fabril substituiu a antiga indústria de oficinas, primeiramente na indústria têxtil e mineração de carvão e depois também nas indústrias de aço e ferro; a invenção de diversas máquinas tornou essas mudanças possíveis, a mais importante delas sendo a máquina à vapor de James Watt (1765-66). Como resultado da Revolução Industrial: A Grã-Bretanha se tornou a superpotência econômica, financeira e comercial; não teve grandes rivais até a segunda metade do século XIX; O centro da economia mudou do Sul e Leste agrícolas para o centro (o “Black Country”) e para o norte; essas regiões se tornaram também as partes com maior densidade demográfica do país; Duas novas classes sociais emergiram: operários e industriais. 4. A Era Vitoriana 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 15/18 O reinado da rainha Vitória (1837-1901) sucedeu o período de Regência (1811-37) que ocorreu devido às incapacidade físicas e mentais do herdeiro do trono à época, George III, que passou o trono ao seu filho como Príncipe Regente. Com a morte de George III em 1820, o Príncipe Regente se tornou rei George IV. Seu reinado foi altamente impopular entre a população em geral e sua morte foi recebida com indiferença e alívio. O antecessor de Vitória, William IV (1830-37), foi um rei carismático e consciente, e começou o trabalho de restauração da confiança pública na monarquia. A filha de George IV, a princesa Charlotte, era a única herdeira do trono, mas morreu em 1817, deixando o futuro do reinado em dúvida. George IV se recusou a ter mais filhos e então o Parlamento teve que pedir aos seus irmãos para terem filhos. Apenas o duque de Kent teve sucesso, e sua filha, Vitória, nasceu em 1819. Com a morte de William IV, a rainha Vitória tomou posse em 1837, quando tinha apenas 18 anos. Era considerada a “Esperança da Nação” e suscitou um grande interesse público desde sua infância. Casou-se com o príncipe Albert de Saxe-Coburg-Gotha em 1840, que durante 21 anos, até sua morte, teve grande influência sobre a rainha e era praticamente considerado o líder do país. Após a morte do príncipe Albert em 1861, a rainha Vitória passou por um período de isolamento, até 1887, no qual, no entanto, não deixou de exercer suas atividades reais. Seu marido a ensinou a ser uma servidora pública consciente, e ela deu grande atenção à rotina diária de negócios e administração, em uma época em que grandes reformas políticas e sociais estavam transformando a Inglaterra: O “Mines Act” (1842), que proibia o trabalho ilegal de crianças e mulheres; Várias leis trabalhistas que estabeleceram uma jornada de trabalho de 10 horas; A lei da educação de 1870; A lei sobre saúde pública de 1875; As leis sindicais de 1871 e 1876; E os “Reform Acts” de 1867 e 1884 que expandiram os negócios e o comércio 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 16/18 Durante seu reinado, o império britânico dobrou de tamanho. A Nova Zelândia se tornou parte do império em 1840, o Canadá um domínio imperial em 1867 e a Austrália um membro do Commonwealth em 1900. O império se consolidou e se expandiu, no entanto, com maior dificuldade em Mianmar, na região do Pacífico, no Egito, na África do Sul e na Índia. Guerras foram travadas no Egito (1881) e na África do Sul (1899-1902), e uma revolta contida na Índia (1857), antes do reinado britânico ser finalmente estabelecido nesses países. O primeiro-ministro Benjamin Disraeli obteve o controle sobre o Canal de Suez, no Egito, em 1875. A rainha se tornouImperatriz da Índia em 1876. Apesar da participação na Guerra da Crimeia (1853-1856), a Inglaterra não se envolveu em conflitos na Europa durante quase cem anos, entre 1815 e 1914. A rainha Vitória morreu em 1901, aos 81 anos, após 64 anos de reinado, finalizando uma era de prosperidade e grande desenvolvimento econômico e social na Inglaterra. O trono foi passado para seu filho mais velho, Edward VII (1901-1910). 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 17/18 VÍDEO: PRIMEIROS VERSOS DO MANUSCRITO BEOWULF, EM INGLÊS ANTIGO. Clique no link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=zizPb_ty48c (https://www.youtube.com/watch?v=zizPb_ty48c) https://www.youtube.com/watch?v=zizPb_ty48c 01/05/2023 13:59 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/topico.php 18/18 Referências DELDERFIELD, Eric R. Kings and Queens of England and Great Britain. David & Charles. 1995. NANGONOVÁ, Stella. British History and Culture. E-learning material "The UK 2006". Disponível em: http://www1.osu.cz/~valoskova/stud_opora_Stella.pdf (http://www1.osu.cz/~valoskova/stud_opora_Stella.pdf). Acessado 10/04/17. PATERSON, Michael. A Brief History of Life in Victorian Britain. Running Press. 2008. The Online Encyclopedia of Writing Systems and Languages. Old English / Anglo-Saxon (Ænglisc). Disponível em: http://www.omniglot.com/writing/oldenglish.htm (http://www.omniglot.com/writing/oldenglish.htm). Acessado 10/04/17. Avalie este tópico PRÓXIMO O manual de bons costumes e a virtude burguesa Índice Biblioteca (https://www.uninove.br/conheca- a- uninove/biblioteca/sobre- a- biblioteca/apresentacao/) Portal Uninove (http://www.uninove.br) Mapa do Site ® Todos os direitos reservados Ajuda? (https://ava.un idCurso=) http://www1.osu.cz/~valoskova/stud_opora_Stella.pdf http://www.omniglot.com/writing/oldenglish.htm https://www.uninove.br/conheca-a-uninove/biblioteca/sobre-a-biblioteca/apresentacao/ http://www.uninove.br/ https://ava.uninove.br/seu/AVA/help/help.php?idCurso=