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Higiene Ocupacional - Agentes Físicos

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Aula 05
CNU (Bloco 4 - Trabalho e Saúde do
Trabalhador) Conhecimentos Específicos
- Eixo Temático 4 - Segurança e Saúde
do Trabalhor e da Trabalhadora - 2024
(Pós-Edital)
Autor:
André Rocha, Edimar Natali
Monteiro, Stefan Fantini, Felipe
Canella
18 de Janeiro de 2024
67813661222 - Felipe Souza Dias
1 
 
SUMÁRIO 
FUNDAMENTOS DE HIGIENE OCUPACIONAL – AGENTES FÍSICOS .................................................................... 3 
1 AGENTES FÍSICOS ....................................................................................................................................................... 4 
1.1 Ruído (acústica) ................................................................................................................................................................... 5 
1.2 Vibrações .......................................................................................................................................................................... 17 
1.3 Temperaturas extremas ................................................................................................................................................. 20 
1.3.1 Calor........................................................................................................................................................................... 20 
1.3.2 Frio .............................................................................................................................................................................. 28 
1.4 Radiações ionizantes ...................................................................................................................................................... 30 
1.5 Radiações não ionizantes ............................................................................................................................................. 33 
1.6 Princípios de proteção radiológica ............................................................................................................................ 36 
1.6.1 Objetivo e campo de aplicação da Norma CNEN ....................................................................................... 37 
1.6.2 Grandezas associadas a proteção radiológica ............................................................................................ 37 
1.6.3 Princípios básicos para proteção radiológica ................................................................................................ 39 
1.6.3.1 Princípio da justificação..................................................................................................................................... 40 
1.6.3.2 Princípio da limitação de dose individual .................................................................................................... 41 
1.6.3.3 Princípio da otimização ..................................................................................................................................... 42 
1.6.4 Responsabilidades em práticas e intervenções .............................................................................................. 42 
1.6.4.1 Responsabilidades dos titulares e empregadores ..................................................................................... 43 
1.6.4.2 Responsabilidades do supervisor de proteção radiológica .................................................................... 44 
1.6.5 Medidas de controle para proteção radiológica.......................................................................................... 44 
2 QUESTÕES ................................................................................................................................................................. 46 
2.1 Questões sobre agentes físicos ................................................................................................................................... 46 
André Rocha, Edimar Natali Monteiro, Stefan Fantini, Felipe Canella
Aula 05
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2 
 
2.1.1 Gabarito ........................................................................................................................................................................ 74 
3 QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................................... 75 
3.1 Questões comentadas sobre agentes físicos ........................................................................................................... 75 
 
 
André Rocha, Edimar Natali Monteiro, Stefan Fantini, Felipe Canella
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3 
 
FUNDAMENTOS DE HIGIENE OCUPACIONAL – 
AGENTES FÍSICOS 
Olá, amigo(a) estrategista!!! Sou o Prof. Edimar Natali Monteiro. 
Nessa aula, trataremos da primeira parte do estudo conceitual/doutrinário da Higiene Ocupacional. 
Para fins didáticos esse assunto foi subdividido em três aulas: 
• Parte I – Fundamentos de higiene ocupacional - Introdução; 
• Parte II – Fundamentos de Higiene Ocupacional - Agentes físicos; e 
• Parte III – Fundamentos de Higiene Ocupacional - Agentes químicos. 
 
Nesse tipo de conteúdo, que é mais conceitual, é primordial que resolva todas as 
questões no curso da aula, bem como as questões propostas, uma vez que muitos 
conceitos serão apresentados nos comentários das questões, de modo a otimizar o 
conteúdo da aula. 
Fica o contato para eventuais dúvidas: 
 
prof.edimarmonteiro 
 
 
 
 
 
 
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4 
 
1 AGENTES FÍSICOS 
A higiene ocupacional é um ramo da ciência que estuda a interação entre o homem e o ambiente, abordando 
aspectos da influência das condições ambientais sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores. 
Para você ter uma ideia, em um curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho a higiene 
ocupacional é a área de conhecimento com maior carga horária. Assim, o conteúdo é muito extenso. 
Nessa parte da aula, vou abordar apenas os fundamentos explorados pelas bancas ao longo dos anos. 
Ademais, uma abordagem mais aprofundada do assunto é dispensada no estudo das Normas de Higiene 
Ocupacional da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Fundacentro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.1 Ruído (acústica) 
As ondas sonoras são produzidas por deformações provocadas pela diferença de pressão em um meio 
elástico: sólido, líquido ou gasoso, sendo imprescindível a existência deste meio para sua propagação. Assim, 
frise-se que, por ser uma onda mecânica, o som não se propaga no vácuo. 
Denomina-se movimento periódico aquele que se repete em intervalos regulares ou iguais de tempo. Esse 
deslocamento periódico de um lado para o outro (relativamente a um ponto médio de equilíbrio) em uma 
mesma trajetória, caracteriza o movimento oscilatório ou vibratório. 
Oscilações de sistemas materiais que ocorrem no ar resultam em variações de pressão atmosférica. Quandotais oscilações estimulam o aparelho auditivo são denominadas vibrações sonoras. Em resumo, o som é uma 
sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas por uma fonte de vibração. Trata-se de um 
movimento ondulatório caracterizado por uma intensidade, uma frequência e uma velocidade de 
propagação. 
Adicionalmente, o som é considerado uma onda mecânica longitudinal tridimensional provocada por uma 
variação rápida da pressão, capaz de sensibilizar o aparelho auditivo. É uma onda mecânica pois está 
relacionada às vibrações (ondas mecânicas) que se propagam em um meio material elástico1 (sólido, líquido 
ou gasoso). Sempre que ouvimos um som, existe um corpo material que vibra, produzindo esse som! 
É uma onda longitudinal porque se propaga em uma direção paralela à direção da vibração2. Por exemplo, 
para produzirmos a "fala", a passagem do ar faz com que as cordas vocais vibrem para frente e para trás, 
produzindo regiões de compressão e refração do ar. Essas regiões deslocam-se na mesma direção da 
vibração das condas vocais. Por fim, é uma onda tridimensional porque se propaga em todas as dimensões, 
ou seja, consegue se propagar nas três direções do espaço, simultaneamente. 
Por sua vez, o ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do som. Na higiene ocupacional 
costuma-se denominar barulho ou ruído todo som que seja indesejável, errático. Para a OIT (Art. 3º da 
Convenção n.º 148), o termo "ruído" compreende qualquer som que possa provocar uma perda de audição 
ou ser nocivo à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo. 
 
 
 
1 Ou deformável, ao contrário das ondas eletromagnéticas (radiações) que não necessitam de meio 
material para se propagar, ou seja, podem se propagar no vácuo. 
2 Ao contrário, a luz, por exemplo, é uma onda transversal, pois se propaga na direção perpendicular a 
fonte, ou seja, os raios de luz se propagam em um ângulo de 90 em relação ao bulbo da lâmpada. 
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O som é uma sensação auditiva provocada por variações de pressão geradas por uma 
fonte de vibração, sendo classificado como uma onda mecânica longitudinal 
tridimensional. Por sua vez, o ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do 
som. 
O ruído é o agente físico que mais provoca problemas à saúde dos trabalhadores, uma vez que está presente, 
e em elevada intensidade em praticamente todos os processos produtivos de todos os ramos de atividade 
econômica. 
A principal forma de acometimento à saúde dos trabalhadores se dá através da Perda Auditiva Induzida por 
Ruído - PAIR3, entretanto, estudos veem mostrando evidências de que a exposição prolongada ao ruído 
também está associada a hipertensão em algumas classes de trabalhadores. Inclusive, atualmente o ruído é 
legalmente reconhecido como fator de risco (fator etiológico) para a hipertensão arterial, através do Decreto 
n.° 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social). 
De forma resumida, a PAIR é caracterizada pela diminuição da acuidade auditiva do trabalhador por 
exposição continuada a níveis elevados de pressão sonora (ruído), e tem como principal característica a 
progressão gradual da redução da acuidade auditiva e a irreversibilidade do quadro clínico. 
Colocando de outra forma, entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevados as 
alterações dos limiares auditivos, do tipo neurossensorial, decorrentes da exposição ocupacional 
sistemática a níveis de pressão sonora elevados, que tem como características principais a irreversibilidade 
e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. 
A PAIR não pode ser confundida com o trauma acústico, este último corresponde a perda auditiva súbita 
decorrente da exposição a uma pressão sonora intensa como, por exemplo, uma explosão que culmina na 
ruptura do tímpano. 
Além da PAIR e do trauma acústico, que são alterações graves e irreversíveis no aparelho auditivo, o ruído 
está associado a interferência na comunicação oral nas bandas de oitava4 representadas pelas frequências 
de 500, 1000 e 2000 Hz. Adicionalmente, destaque-se que são ainda reconhecidas como possíveis 
consequências da exposição ocupacional ao ruído consequências: 
• fisiológicas: distúrbios gastrointestinais e perturbações do sistema nervoso central. 
• Psicológicas: alteração do equilíbrio psicológico, irritabilidade em pessoas tensas e agravamento de 
estados de angústia em pessoas depressivas. 
 
3 Atualmente existem outras definições para esse grupo de doenças. 
4 A banda de oitava é composta pelas oito faixas de frequência: 31,5; 63; 125; 250; 500; 1000; 2000; 
4000; 8000 e 16000 Hz. 
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E como nosso organismo capta e decodifica o som? O pavilhão auditivo capta as vibrações, canalizando-as 
para o conduto auditivo e para o tímpano. Ao se chocarem com a membrana timpânica, a pressão e a 
descompressão alternadas do ar provocam o deslocamento do tímpano para dentro e para fora do ouvido 
médio, fazendo-o vibrar na mesma frequência da onda. 
 
Figura 1.15: Anatomia do ouvido humano 
Desse modo, a membrana timpânica transforma as vibrações sonoras em vibrações mecânicas, que são 
transmitidas aos ossículos (martelo, bigorna e estribo), que por sua vez as ampliam e intensificam, 
conduzindo-as ao ouvido interno, onde são convertidas em sinais elétricos. O nervo auditivo leva esses sinais 
até o encéfalo que os decodifica, resultando em sensação auditiva. E resumo, o ouvido humano é dividido 
em externo, médio e interno, com seus respectivos "componentes" anatômicos6: 
 
 
5 Disponível em: <Ouvido - Orelha - externo, média e interna - Audição - InfoEscola>. Acesso em 07, 
dez., 2021. 
6 Existem outros, só trouxe os mais comuns. 
Divisão do aparelho 
auditivo humano
ouvido externo pavilhão auditivo (orelha)
ouvido médio
membrana timpânica
martelo
bigorna
estribo
ouvido interno
nervos auditivos (vestibular e coclear)
cóclea
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Para que as ondas sonoras estimulem o aparelho auditivo do ser humano devem ser preenchidas as 
seguintes características: 
a) Frequência: número de vibrações por unidade de tempo, ou ainda o número de repetições das 
flutuações de pressão ou ciclos/segundo ou número de ciclo/segundo (1ciclo/segundo = 1HZ). É 
determinada pela contagem do número de frentes de onda que passam por um certo ponto em um 
determinado tempo. Deve situar-se entre 20 e 20.000 Hz. Frequências sonoras inferiores a 20 Hz são 
chamados de infrassom, ao passo que as frequências superiores a 20.000 Hz (20 kHz) de ultrassom. 
Em ambos os casos, não são captadas pelo aparelho auditivo. 
 
Figura 1.2: Faixa de frequência audível 
b) Nível de pressão sonora: é dado em Pascal (Pa) que equivale a um Newton por Metro Quadrado 
(N/m²) e deve atingir um valor mínimo denominado limiar de audibilidade, admitido pela comunidade 
científica como sendo 2 X 10-5 N/m², valor este convencionado como zero dB (zero Decibel). Níveis 
de pressão sonora entre 2 X 10-5 N/m² e 200 N/m² estão dentro da faixa audível. Valores de pressão 
abaixo de 2 X 10-5 N/m² estão abaixo do limiar auditivo, não podendoser "ouvidos", ao passo que 
valores acima de 200 N/m² são extremamente danosos ao ouvido humano, provocando dor imediata. 
Por isso, esse limite superior é chamado de limiar de dor. 
 
Figura 1.3: Faixa de pressão sonora audível 
O nível de pressão sonora que provoca dor (200 N/m², limiar da dor) corresponde a 107 vezes o nível de 
pressão sonora mínimo capaz de sensibilizar a membrana timpânica humana (2 X 10-5 N/m², limiar de 
audibilidade). Dessa forma, seria inviável projetar um sistema de mensuração capaz de operar em uma faixa 
tão ampla de valores. 
Como solução a esse problema, utiliza-se uma escala em Decibel (dB), que corresponde a décima parte de 
um Bel (0,1 Bel), que, frise-se, não é uma umidade de medida, mas uma relação adimensional que pode ser 
definida pela seguinte equação logarítmica: 
𝐿 = 20 log (
𝑃
𝑃0
) 
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Em que: 
𝐿 = nível de pressão sonora (dB); 
𝑃 = pressão sonora encontrada no ambiente (Pa); 
𝑃0 = pressão sonora de referência (2 X 10-5 Pa, limiar de audibilidade) 
É justamente com base na intensidade dos níveis de pressão sonora em dB que a NR 15 determina os Limites 
de Tolerância (LT) para o ruído. Não obstante a determinação do LT para o ruído pela NR 15, frise-se que 
considerando a qualidade dos dados estatísticos relativos à exposição ocupacional ao ruído em suas variadas 
frequências, não é possível definir com precisão a fronteira do ambiente salubre com o insalubre para o 
trabalhador. Sendo assim, os LT definidos pela NR 15 são apenas valores estimados, não garantindo a 
segurança de todos os trabalhadores. 
 
Os LT para exposição ocupacional ao ruído são determinados em função dos níveis de 
pressão sonora, com escala em dB, e do tempo máximo de exposição diária permissível 
em cada um desses níveis. Entretanto, considerando a qualidade dos dados estatísticos 
relativos à exposição ocupacional ao ruído em suas variadas frequências, NÃO é 
possível definir com precisão a fronteira entre o ambiente salubre e o insalubre para o 
trabalhador. 
Além da frequência e do nível de pressão sonora, duas outras variáveis são importantes na análise do ruído 
ocupacional, tais sejam: 
• amplitude: é o deslocamento máximo da onda sonora em relação a posição de equilíbrio; 
• comprimento de onda: é a distância entre dois picos sucessivos de ondas com amplitudes similares. 
 
Figura 1.4: Amplitude e comprimento de uma onda sonora 
Agora, entrando em um campo mais objetivo do estudo da acústica, destaque-se que o dB não é uma 
quantidade linear! Representa um valor de uma escala logarítmica de base 10. Isso implica que as operações 
matemáticas com o Decibel não são lineares. Por exemplo, a soma de 100 dB + 95 dB não é igual a 195 dB! 
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Para que você entenda como essa soma deve ser realizada, vamos utilizar, inicialmente, o método gráfico 
para adição de níveis de pressão sonora, tal como mostra a Figura 1.5. 
 
Figura 1.5: Gráfico para adição de níveis de pressão sonora 
 
Imagine que uma empresa adquira dois equipamentos para seu processo produtivo, uma politriz e uma 
lixadeira. Segundo os manuais dos respectivos fabricantes, a politriz emite 95 dB de ruído e a lixadeira 100 
dB. No caso de esses equipamentos serem ligados lado a lado, qual será o nível de pressão sonora próximo 
a eles? 
Primeiramente, devemos determinar a diferença linear entre os dois níveis de pressão sonora a serem 
somados, que é 100 - 95 = 5 dB. Essa diferença deve ser identificada no eixo horizontal do gráfico, traçando-
se uma linha vertical para cima até "tocar" a curva logarítmica (linha vermelha vertical). 
Em seguida, traça-se uma linha horizontal até o eixo vertical esquerdo (linha vermelha horizontal), que define 
o nível de pressão sonora, em dB(A), a ser adicionado ao maior valor entre os níveis somados. Assim, 
obtemos o seguinte nível resultante L = 100 + 1,2 = 101,2 dB(A). Simples, não é? 
Agora quero que perceba uma coisa no gráfico. As bancas cobram isso sem fornecê-lo, então... Decore isso! 
O máximo incremento possível na escala logarítmica de soma de nível de pressão 
sonora é de 3 dB(A), e ocorre quando os equipamentos emitem o mesmo nível de 
pressão sonora, ou seja, quando a diferença é zero. Assim, se temos duas máquinas que 
emitem 100 dB(A) cada uma, o nível resultante será L = 100 + 3 = 103 dB(A). 
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Não obstante a existência do método gráfico, mais simples, para a adição de níveis de pressão sonora, 
também é possível a soma logarítmica através da seguinte equação: 
𝐿𝑇 = 10 log(10𝐿1 10⁄ + 10𝐿2 10⁄ + ⋯ + 10𝐿𝑛 10⁄ ) 
Em que: 
𝐿𝑇 = nível de pressão a ser somado ao equipamento de maior nível 
𝐿1 = nível de pressão sonora da fonte 1; 
𝐿𝑛 = nível de pressão sonora da fonte 𝑛 (enésima fonte); 
Deixando para traz os conceitos relacionados ao nível de pressão sonora e passando agora a tratar dos 
aspectos relacionados à frequência, o ruído pode ser classificado em: (a) contínuo, (b) intermitente e (c) de 
impacto: 
O ruído é contínuo quando a variação do nível de pressão sonora atinge 3 dB durante um período superior 
a 15 minutos. É intermitente quando o nível de pressão sonora varia até 3 dB em períodos inferiores a 15 
minutos e superiores a 0,2 segundo. É de impacto quando não se enquadrar nas condições anteriores. 
 
Não obstante essa definição majoritariamente adotada pela doutrina, você verá no estudo da NR 15 (caso 
haja previsão no edital de sua prova) que ela estabelece definições diferentes. Na verdade, para fins de 
higiene ocupacional os ruídos contínuo e intermitente são avaliados em conjunto. 
Dando continuidade à interação humano-ruído, sabe-se que o ouvido humano responde mais sensivelmente 
nas faixas situadas entre 2.000 e 5.000 Hz e menos sensivelmente em frequências inferiores a 2.000 Hz e 
superiores a 5.000 Hz. Com esse conhecimento, estudiosos da acústica chegaram a um padrão de curvas 
isoaudíveis que correspondem à mesma intensidade de resposta da audição humana a determinados sons. 
Isso resultou na elaboração de curvas de compensação A, B, C e D (Figura 1.6) que servem de parâmetro para 
a construção dos medidores de níveis de pressão sonora. 
RUÍDO 
Contínuo Quando a variação do nível de pressão sonora atinge 3 dB 
durante um período superior a 15 minutos. 
Intermitente 
Quando a variação do nível de pressão sonora varia até 3 dB 
em períodos inferiores a 15 minutos e superiores a 0,2 
segundo. 
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Figura 1.6: Curvas de compensação de níveis de pressão sonora. 
A Curva "A" aproxima-se das curvas de igual audibilidade humana para baixos níveis de pressão sonora. Por 
isso, a Portaria MTE n.º 3.214/1978 (NRs) adotou a curva de compensação "A" para mensurar ruído contínuo 
e intermitente. A Curva "B", para níveis médios. A Curva "C",para níveis de pressão sonora mais elevados, 
e por isso é acurva utilizada para medir ruído de impacto (no caso de o medidor não possuir circuito linear). 
Por curiosidade, a Curva "D" foi ajustada especificamente para avaliação de níveis de pressão sonora em 
aeroportos! 
Com base no conhecimento dessas curvas de compensação e em outros parâmetros técnicos para a 
avaliação dos ruídos contínuos e intermitentes (casos mais comuns) a NHO 01 da Fundacentro recomenda 
que o audiodosímetro ou dosímetro de ruído7 atenda aos seguintes requisitos técnicos: (trataremos de 
muitos desses conceitos no estudo da NHO 01 e da NR 15!) 
a) às especificações constantes da Norma ANSI S1.25-1991 ou de suas futuras revisões; e 
b) ter classificação mínima do Tipo 2. 
Além disso, o equipamento deve atender a seguinte configuração, para medição de ruído contínuo ou 
intermitente: 
a) circuito de compensação (ou ponderação): "A"; 
b) circuito de resposta: lenta (slow); 
c) critério de referência: 85 dB(A), que corresponde a dose de 100% para uma exposição de 8 horas; 
 
7 Dosímetro de ruído: medidor integrador de uso pessoal que fornece a dose da exposição ocupacional 
ao ruído 
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d) nível limiar de integração8: 80 dB(A); 
e) Incremento de duplicação de dose9 = 3 (q = 3)10; 
f) Indicação de ocorrência de níveis superiores a 115 dB(A). 
Adicionalmente, é importante destacar que a medição também pode ser feita através de medidores 
instantâneos de nível de pressão sonora, denominados decibelímetros. Não obstante, medidores de nível 
de pressão sonora mais sofisticados11 que possuem analisadores de frequência acoplados permitem a 
obtenção de níveis de ruído para faixas definidas de frequência, realizando medições em bandas de oitava 
ou terças de oitavas. Essas faixas podem ser selecionadas pelo operador, a seu critério. 
Uma vez que o dosímetro de ruído tenha sido configurado corretamente, as medições devem ser feitas com 
o microfone (sensor de pressão sonora) posicionado dentro da zona auditiva12 do trabalhador. Geralmente 
o medidor de uso pessoal fica posicionado sobre o ombro do trabalhador, preso na vestimenta, dentro da 
zona auditiva. 
Quando forem identificadas diferenças significativas entre os níveis de pressão sonora que atingem os dois 
ouvidos, as medições devem ser realizadas no lado exposto ao maior nível. O direcionamento do microfone 
deve obedecer às orientações do fabricante, constantes do manual do equipamento, de forma a garantir a 
melhor resposta do medidor. 
O uso do protetor de vento sobre o microfone (geralmente uma espuma que o encobre) é sempre 
recomendável a fim de evitar possíveis interferência da velocidade do ar, além de protegê-lo contra poeira. 
Além disso, os medidores só podem ser utilizados dentro das condições de umidade e temperatura 
especificadas pelo fabricante. 
Se os medidores forem utilizados em ambientes com a presença de campos magnéticos significativos, devem 
ser considerados os cuidados e as limitações previstas pelo fabricante. Adicionalmente, destaque-se que o 
posicionamento e a conduta do avaliador não devem interferir no campo acústico ou nas condições de 
trabalho, para não falsear os resultados obtidos. 
 
8 Nível Limiar de Integração (NLI): nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados 
na integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição 
9 Incremento de Duplicação de Dose (q): Incremento em decibéis que, quando adicionado a um 
determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo 
máximo permitido. 
10 Como veremos, a NR 15 adota q = 5 e não q = 3 como a NHO 01! 
11 Isso é válido tanto para dosímetros quanto para decibelímetros. 
12 Zona auditiva: região do espaço delimitada por um raio de 150 mm ± 50 mm, medido a partir da 
entrada do canal auditivo. 
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14 
 
Para fechar o assunto, vamos tratar das medidas de controle do ruído. Como vimos, a higiene ocupacional 
estabelece a seguinte hierarquia das medidas de controle: (1) na fonte do fator de risco, (2) na transmissão 
(entre a fonte e o receptor) e (3) no receptor (trabalhador). São exemplos: 
Controle do 
risco na 
fonte 
• Eliminação da fonte; 
• Seleção de máquinas ou equipamentos menos ruidosos; 
• Manutenção: elaboração de planos de manutenção preventiva e corretiva como por 
exemplo, balanceamento periódico de máquinas rotativas e lubrificação de 
rolamentos; 
• Modificação das fontes geradoras: Instalação de silenciadores em sistemas de ar 
comprimido, compressores, bicos de saída de ar, válvulas pneumáticas, condutores 
de sistemas de ventilação etc.; utilização de bases rígidas na montagem de máquinas 
e equipamentos para redução da vibração (isolamento de máquina), ou de sistemas 
de amortecimento para reduzir a transmissão da vibração; 
Controle na 
trajetória 
• Não sendo possível o controle na fonte, o segundo passo é a verificação de possíveis 
medidas aplicadas no meio ou trajetória. Quando o som incide sobre uma superfície, 
uma parte é refletida, outra absorvida e uma transmitida. 
• Em resumo, as medidas de controle coletivo do ruído através da intervenção em sua 
trajetória baseiam-se em dois mecanismos: absorção (que reduz a energia refletida) 
e/ou isolamento (que evita a transmissão). 
• Exemplo clássico é o Isolamento acústico ou enclausuramento de máquinas e 
equipamentos ruidosos. Nesse tipo de solução técnica são utilizadas paredes 
Isolantes cobertas com absorventes acústicos (lãs de rocha ou vidro, espumas etc.), 
o que impede que o ruído se propague para o ambiente. 
Controle no 
receptor 
• Nesse caso, recorre-se a utilização de protetores auditivos, que podem ser de três 
tipos conforme definido pela NR 6: protetor circum-auricular (tipo concha), protetor 
de inserção (tipo plug, pré-moldado, geralmente de silicone) e o protetor semi-
auricular (tipo plug, moldável, geralmente de espuma). 
No caso dos protetores auriculares, os manuais dos fabricantes fornecem os valores do Nível de Redução de 
Ruído do Protetor - 𝑵𝑹𝑹𝒔𝒇𝒑𝒓𝒐𝒕𝒆𝒕𝒐𝒓
, do inglês Noise Reduction Rating. Esses valores garantem um nível de 
proteção estatístico de 84%. Vamos a um exemplo! 
Imagine que um trabalhador realiza suas atividades em um ambiente cujo Nível de Exposição Normalizado - 
NEN13 obtido pelo avaliador foi de 95 dB(A). Observou-se, durante a avaliação, que foi fornecido ao 
trabalhador um protetor auricular tipo plug de inserção pré-moldado, com o devido Certificado de 
Aprovação - CA, cuja capacidade de atenuação é de 𝑁𝑅𝑅𝑠𝑓𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑡𝑜𝑟
= 15 dB. Pergunta-se, qual o valor efetivo 
de nível de pressão sonora a que esse trabalhador está exposto? 
 
13 Nível de Exposição Normalizado (NEN): nível de exposição, convertido para uma jornada padrão 
de 8 horas diárias, para fins de comparação com o limite de exposição. 
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15 
 
A resposta é simples 95 - 15 = 80 dB(A)! Mas professor, o senhor não disse que as operações em dB não são 
lineares. Ocorre que aqui estamos subtraindo nível de atenuação, e não nívelde pressão sonora! 
O mesmo é válido para capacidade de atenuação de isolantes acústicos, chamada de Classe de Transmissão 
Acústica (STC - do inglês Sound Transmission Class). Assim, se existe uma máquina que emite 100 dB(A) do 
lado de uma parede com STC = 20 dB, o nível de ruído que irá ser transmitido ao outro lado será de 100 - 20 
= 80 dB(A). Nesse caso, as operações também são lineares! 
Outra medida de controle do ruído, relacionada à organização do layout do trabalho, é afastar os postos de 
trabalho, ou seja, afastar os trabalhadores o máximo possível da fonte geradora de ruído. Assim como as 
ondas eletromagnéticas (de radiofrequência, raios-x etc.), as ondas mecânicas, como no caso do ruído, 
também sofrem redução considerável com o aumento da distância entre a fonte e o receptor, ainda que 
nenhuma barreira seja interposta no caminho. 
Isso ocorre porque as ondas mecânicas obedecem a lei do inverso do quadrado da distância. Isso implica 
que a intensidade da pressão sonora decai em função do quadrado da distância entre a fonte e o receptor, 
de modo que a intensidade é inversamente proporcional ao quadrado da distância. 
 
Figura 1.714: Lei do inverso do quadrado da distância aplicada à redução do ruído ocupacional 
A equação para cálculos de atenuação (redução da intensidade) seguindo é lei do inverso do quadrado da 
distância é dada por: 
NPS [L(x)] = NPS a 1 m + 20 x log [1 / L(x)] 
Em que: 
NPS [L(x)] = é o nível de pressão sonora a uma distância a [L(x)] metros da fonte; 
NPS a 1 m = é o nível de pressão sonora a 1 metro de distância da fonte geradora; 
Para que você possa compreender como essa equação é aplicada, vamos a resolução de uma questão de 
prova. 
 
14 Disponível em: < https://protecao.com.br/blogs/a-lei-do-inverso-do-quadrado-da-distancia-aplicada-
a-uma-exposicao-ao-ruido-em-campo-livre/> 
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(CESGRANRIO / PETROBRÁS) Um trabalhador está a um metro de distância de um motor em 
funcionamento, que gera um ruído de 91 dB(A) em sua zona auditiva. Após mudanças no layout do local 
de trabalho, a distância entre o trabalhador e o motor passou a ser de quatro metros. Sem levar em conta 
outras fontes, paredes e reflexões sonoras, e considerando que o log 4 = 0,6 e o log 1/4 = −0,6, o novo nível 
de pressão sonora que chega à zona auditiva do trabalhador passou a ser, em dB(A), igual a 
(A) 61 (B) 67 (C) 73 (D) 79 (E) 103 
Comentários: inicialmente, veja que o nível de pressão sonora – NPS medido a 1 m de distância do 
trabalhador é de 91 dB(A). 
A questão quer que você determine o NPS que incidirá sobre a zona auditiva desse trabalhador quando a 
distância entre ele e a fonte de ruído for de 4 m. 
Montando a equação, temos: 
NPS [4m] = 91 + 20 x log [1/4] 
Veja que a banca já traz o valor para log [1/4] = - 0,6, assim, temos: 
NPS [4m] = 91 + 20 x (- 0,6) 
NPS [4m] = 91 – 12 
NPS [4m] = 79 dB(A) 
Moleza, não? Nesse caso, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão. 
Agora, veja como outros conhecimentos a respeito do ruído (acústica) já foram explorados pelas bancas: 
(IESES / IFC-SC) Assinale a alternativa correta: 
(A) A determinação dos efeitos dos Riscos Ambientais deve estar embasada na Natureza do Risco, na 
Concentração do Risco, na Intensidade do Risco e no Tempo de Exposição ao Risco. 
(B) O som é originado por uma vibração sonora (cordas de um violão). Quando essa vibração estimula o 
aparelho auditivo = vibração sonora. 
(C) O som se caracteriza por flutuações de pressão em um meio desconhecido. 
(D) São todas as flutuações de pressão que produzem a sensação de audição quando atingem o ouvido 
humano. 
Comentários: vamos analisar cada alternativa isoladamente. 
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Tratamos desse assunto na Seção 1 dessa aula. 
A alternativa B está incorreta. “O som é originado por uma vibração sonora (mecânica) (cordas de um 
violão). Quando essa vibração estimula o aparelho auditivo = vibração sonora.” 
A alternativa C está incorreta. “O som se caracteriza por flutuações de pressão em um meio desconhecido 
elástico”. São exemplos de meios elásticos os sólidos, os líquidos e os gases. 
A alternativa D está incorreta. Não são todas! Apenas aquelas situadas dentro dos limiares de audibilidade, 
ou seja, entre 20 Hz e 20 kHz, e acima de 0 dB. 
(CESPE-CEBARSPE / POLC-AL) Uma empresa de distribuição de produtos ocupa um galpão fechado, com 
leiaute físico dispondo de área para armazenamento dos estoques. Esse espaço tem vias estreitas para 
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trânsito de uma empilhadeira e faixas bem demarcadas para pedestres, todas muito próximas entre si. A 
empilhadeira, movida a óleo diesel, realiza operações de carga, descarga e transporte das caixas dentro 
da empresa, transitando pelas vias planejadas. Os operários responsáveis por etiquetagem e embalagem 
dos pacotes também trabalham nesse galpão, deslocando-se pelas faixas de pedestres. A fim de evitar 
acidentes de trabalho, a empresa encomendou o estudo de empresa especializada para revisar o leiaute. 
A partir dessa situação hipotética, julgue o próximo item. 
O ruído excessivo causado pela circulação da empilhadeira dentro do galpão pode resultar em problemas 
como ansiedade, fadiga nervosa e irritabilidade aos operários. 
Comentários: a proposição está CERTA. De fato, a exposição ocupacional ao ruído têm sido atribuída como 
causa desses agravos à saúde dos trabalhadores. 
1.2 Vibrações 
De acordo com o Manual de Aposentadoria Especial da Previdência Social, entende-se por vibração ou 
trepidação qualquer movimento que o corpo executa em torno de um ponto fixo, podendo ser um 
movimento regular ou irregular (quando não segue nenhum padrão determinado). Colocando de outra 
forma, trata-se de um movimento oscilatório de um corpo devido a forças desequilibradas de componentes 
rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equipamento. 
Por sua vez, a Convenção n.° 148 da Organização Internacional do Trabalho – OIT estabelece que o termo 
“vibrações” compreende toda vibração transmitida ao organismo humano por estruturas sólidas e que seja 
nociva à saúde ou contenha qualquer outro tipo de perigo. 
A vibração pode afetar o corpo inteiro, caso em que é denominada vibração de corpo inteiro – VCI. A VCI 
ocorre quando há uma vibração dos pés (posição em pé) ou do assento (posição sentada). A vibração pode 
ainda afetar apenas uma parte do corpo. Nesse caso, a higiene ocupacional tem especial interesse nas 
vibrações em mãos e braços – VMB. 
As VCI caracterizam-se pela ocorrência em baixa frequência e alta amplitude (faixa de 1 a 80 Hz, mais 
especificamente de 1 a 20 Hz) e são típicas das atividades de transporte, especialmente com veículos pesados 
(caminhões, tratores etc.). 
Por sua vez, as VMB ou de extremidades ocorrem na faixa de 6,3 a 1250 Hz e são típicas de trabalhos com 
ferramentas manuais como politrizes, lixadeiras, furadeiras, britadeiras etc. 
As metodologias e procedimentos de avaliação das VCI e VMB são especificadas, respectivamente, pelas 
NHOs 09 e 10 da Fundacentro. Em ambos os casos, existem três variáveis fundamentais que caracterizam 
ou estão envolvidas na avaliação das vibrações: 
a) direção medida em três eixos (direções): a natureza vetorial da vibração requer a avaliação em três 
direções ortogonais: x, y e z, seja no caso das VCI (Figura 1.8a), sejano caso das VMB (Figura 1.8b); 
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b) magnitude: expressa pela raiz média quadrática da resultante obtida (√𝑎𝑥
2 + 𝑎𝑦
2 + 𝑎𝑧
2), dada em 
m/s², em que 𝑎𝑥, 𝑎𝑦 e 𝑎𝑧 correspondem, respectivamente, as acelerações resultantes nas direções x, 
y e z; 
c) frequência: medida através de bandas de oitava, dada em Hz (Hertz). 
 
(a) (b) 
Figura 1.8: (a) eixos ortogonais para caracterização das VCI, (b) eixos ortogonais para caracterização das 
VMB. 
No caso das VCI, seja na posição em pé, deitado ou sentado, o eixo "z" refere-se às vibrações no sentido 
longitudinal à coluna vertebral, e os eixos "x" e "y" as vibrações nas direções transversais (frontal-traseira e 
laterais, respectivamente). Nossa estrutura óssea tem maior resistência aos esforços no sentido longitudinal 
da coluna vertebral (eixo "z") e menor resistência nas direções perpendiculares a esses eixos, ou seja, nas 
direções dos eixos "x" e "y". Por isso, as vibrações nos sentidos transversais ("x" e "y") têm maior "peso" no 
resultado final, ou seja, na determinação da vibração resultante. 
Por sua vez, na determinada da vibração resultante para os casos de exposição a VMB, não há maior "peso" 
em nenhuma direção ("x", "y" ou "z"). 
 
Em face da natureza vetorial da vibração, a mensuração de sua magnitude, seja no uso 
de ferramentas portáteis, resultando em VMB, seja no uso de veículos, resultando em 
VCI, deverá ser realizada em três direções ortogonais ao plano de contato com a mão 
do operador ou com o assento, sendo o resultado da exposição expresso pela raiz média 
quadrática da resultante obtida nas três direções. 
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Trataremos dos limites de tolerância (LT) e níveis de ação (NA) para as VCI e VMB no estudo das NHOs 09 e 
10, respectivamente, além da NR 15. Por ora, atente-se ao mapa mental que segue, que traz esses valores 
de forma resumida. Observe os parâmetros utilizados para a caracterização das VCI e VMB. 
 
No tocante a implicância da exposição às vibrações a saúde dos trabalhadores, frise-se que os principais 
efeitos ao organismo do trabalhador podem ser de ordem vascular, neurológica, osteoarticular e muscular. 
Os principais problemas são artroses nos cotovelos e problemas motores (formigamento e 
adormecimento). Os primeiros sintomas experimentados por trabalhadores expostos a vibrações são 
formigamento ou adormecimento leve. 
Vamos fechar o estudo do agente vibração com as medidas de proteção, como de praxe. 
As medidas preventivas devem contemplar, entre outras: 
a) avaliação periódica da exposição; 
b) orientação dos trabalhadores quanto aos riscos decorrentes da exposição à vibração e à utilização 
adequada dos equipamentos de trabalho, bem como quanto ao direito de comunicar aos seus 
superiores sobre níveis anormais de vibração observados durante suas atividades; 
Critérios de
Avaliação
Vibrações de 
Mãos e Braços 
(VMB):
Parâmetro:
Arecelação resultante de exposição normalizada 
(aren)
corresposnde à aceleração resultante de 
exposição (are) convertida para uma jornada 
diária padrão de 8 horas 
Critérios e 
valores de 
Referência:
NA = 2,5 m/s²
LT = 5,0 m/s²
Vibrações de 
Corpos Inteiro
(VCI):
Parâmetros:
Arecelação resultante de exposição normalizada 
(aren)
corresposnde à aceleração resultante de 
exposição (are) convertida para uma jornada 
diária padrão de 8 horas 
Valor da dose de exposição resultante (VDVR)
corresponde ao valor da dose de vibração 
representativo da exposição ocupacional diária, 
considerando a resultante dos três eixos de 
medição
Critérios e 
valores de 
referência:
NA
aren = 0,5 m/s²
VDVR = 9,1 m/s1,75
LT
aren = 1,1 m/s²
VDVR = 21 m/s1,75
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c) vigilância da saúde dos trabalhadores focada nos efeitos da exposição à vibração; e 
d) adoção de procedimentos e métodos de trabalho alternativos que permitam reduzir a exposição a 
vibrações mecânicas. 
As medidas corretivas devem contemplar, entre outras: 
a) no caso de exposição às VMB, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo 
envolver: a substituição de ferramentas e acessórios; a reformulação ou a reorganização de bancadas 
e postos de trabalho; a alteração das rotinas ou dos procedimentos de trabalho; a adequação do tipo 
de ferramenta, do acessório utilizado e das velocidades operacionais; 
b) no controle da exposição às vibrações localizadas no uso de ferramentas portáteis, deve-se utilizar 
práticas adequadas de trabalho, incluindo instruções aos trabalhadores para que empreguem força 
mínima de pega, utilizando luvas antivibratórias, quando possível, que são mais eficientes no 
amortecimento de vibrações de alta frequência; 
c) no caso de exposição às VCI, modificação do processo ou da operação de trabalho, podendo envolver: 
o reprojeto de plataformas de trabalho; a reformulação, a reorganização ou a alteração das rotinas 
ou dos procedimentos e organização do trabalho; a adequação de veículos utilizados, especialmente 
pela adoção de assentos antivibratórios; a melhoria das condições e das características dos pisos e 
pavimentos utilizados para circulação das máquinas e dos veículos; 
d) redução do tempo e da intensidade de exposição diária à vibração; e 
e) alternância de atividades ou operações que gerem exposições a níveis mais elevados de vibração com 
outras que não apresentem exposições ou impliquem exposições a menores níveis. 
1.3 Temperaturas extremas 
1.3.1 Calor 
O calor é uma condição de risco de natureza física presente em muitos ambientes de trabalho. Quando um 
trabalhador labora próximo a uma fonte artificial de calor, ou mesmo exposto a luz solar (fonte natural), seu 
organismo passa a ter dificuldade em manter o equilíbrio homeotérimco15, experimentando um aumento na 
sua temperatura16 corporal. 
 
15 Equilíbrio homeotérmico: é a capacidade do organismo de manter a temperatura central do corpo 
constante. 
16 Temperatura: é o estado de agitação das partículas de um corpo, caracterizando seu estado térmico. 
Quanto mais agitadas estiverem essas moléculas, maior será sua temperatura. Quando menos agitadas 
essas moléculas, menor será sua temperatura. 
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Se ele permanece por um longo período exposto a essa condição, poderá experimentar uma sobrecarga 
térmica17, que ocorre quando a taxa de ganho de calor (calor gerado pelo metabolismo + calor transmitido 
pelo meio ambiente de trabalho para o organismo) é maior do que a taxa de dissipação de calor (para o 
meio). Quanto mais pesada a atividade realizada e mais elevada a temperatura ambiente, maior será a 
tendência de elevação da temperatura corporal. 
Para manter a temperatura interna constante, o organismo se utiliza de certos mecanismos, tais como a 
inibição da termogênese, vasodilatação periférica e sudorese,que consistem em processos fisiológicos que 
acelerem a perda de calor para o ambiente. 
Mecanismos de redução do calor pelo organismo, frente à temperatura corporal excessiva 
(mecanismos de termorregulação) 
Inibição da termogênese: Diminuição da produção de calor pela desaceleração do metabolismo. 
Vasodilatação periférica: Intensa dilatação dos vasos sanguíneos cutâneos (pode aumentar a 
transferência de calor para a pele em até 8 vezes). 
Sudorese: Ocorre acentuada elevação na velocidade de perda de calor através da 
evaporação, quando a temperatura corporal ultrapassa do nível crítico de 
37 ℃. 
Esses mecanismos são acionados pelo organismo para evitar que o calor possa produzir reações que vão 
desde a desidratação progressiva, câimbras, exaustão, até o choque térmico. 
E como é avaliada a sobrecarga térmica durante a exposição ocupacional dos trabalhadores em ambientes 
quentes? Essa avaliação envolve tanto variáveis ambientais (externas) como internas (metabolismo). 
O metabolismo, que é variável interna ou variável fisiológica, é determinada com base em estimativas da 
taxa metabólica para diferentes tipos de atividades realizadas em uma combinação de condições (sentado, 
em pé, em movimento, trabalho leve, pesado etc.). Conheceremos essas taxas no estudo da NR 15 e NHO 
06. 
Por hora, destaque-se que a taxa metabólica está associada a produção interna de calor, ao passo que as 
variáveis externas vão determinar a perda de calor para o ambiente ou o ganho de calor pelo organismo. 
Obviamente que, para atividades pesadas, em que a taxa de produção de calor interno (taxa metabólica) é 
elevada, é desejável que as variáveis externas sejam propícias a facilitar a troca de calor do corpo com o 
ambiente, de forma a facilitar a perda de calor para a manutenção da temperatura corporal dentro da 
normalidade. 
 
17 Sobrecarga térmica: é a quantidade de energia que o organismo deve dissipar para atingir o 
equilíbrio térmico. Esta energia interna é a combinação do calor gerado pelo metabolismo e da atividade 
física. 
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E qual é essa "normalidade" professor? Em regra, a temperatura central normal média de um adulto situa-
se entre 𝟑𝟔, 𝟕 ℃ e 𝟑𝟕, 𝟐 ℃. A temperatura dos tecidos internos (temperatura corporal central) tende a 
permanecer praticamente constante, com variações fisiologias de ±𝟎, 𝟔 ℃. 
Obviamente que na avaliação da exposição ocupacional ao calor deve-se levar em consideração as 
suscetibilidades individuais, uma vez que que a sobrecarga fisiológica pode variar consideravelmente de 
pessoa para pessoa em condições idênticas de sobrecarga térmica. 
Isso ocorre principalmente quando o trabalhador é não aclimatizado. Por aclimatização, entenda a 
adaptação fisiológica decorrente de exposições sucessivas e graduais ao calor que visa reduzir a sobrecarga 
fisiológica causada pelo estresse térmico. 
A aclimatização – que deverá ser precedida de um plano de aclimatização elaborado por médico, em função 
das condições ambientais, individuais e da taxa de metabolismo relativo à rotina de trabalho – requer a 
realização de atividades físicas e exposições sucessivas e graduais ao calor, para que de forma progressiva o 
trabalhador atinja as condições de sobrecarga térmica similares àquelas previstas para a sua rotina normal 
de trabalho. 
Uma vez aclimatizado, o trabalhador torna-se menos suscetível aos efeitos da sobrecarga fisiológica ao 
calor, uma vez que a temperatura do núcleo do corpo (núcleo termorregulador) pode aumentar em até 1 
°C. 
Como vimos, a sobrecarga térmica é resultante de duas parcelas: uma externa (ambiental), oriunda das 
trocas térmicas com o ambiente, e outra interna (metabólica), resultante da atividade física que o indivíduo 
exerce. As trocas térmicas podem ser divididas em secas e úmidas: 
1) Trocas secas: 
a) condução: a troca térmica que ocorre entre dois corpos de temperaturas diferentes quando 
em contato, ou que ocorre dentro de um corpo cujas extremidades encontram-se a diferentes 
temperaturas. No caso do trabalhador, essas trocas são geralmente pequenas, ocorrendo por 
contato do corpo com ferramentas e superfícies; 
b) convecção: é a troca térmica que ocorre entre um corpo e um fluido, ocorrendo 
movimentação do último por diferença de densidade provocada pelo aumento da 
temperatura. No caso do trabalhador, essa troca ocorre com o ar à sua volta; e 
c) radiação: é a troca térmica entre dois corpos através da natureza eletromagnética que 
caracteriza a onda de calor. Corresponde a maior parcela de ganho de calor no caso de 
exposição ao calor ocupacional. As trocas por radiação entre o trabalhador e seu entorno, 
quando há fontes radiantes severas (fornos, por exemplo), são as mais importantes no 
balanço térmico e podem corresponder a 60% ou mais das trocas. 
 
2) Trocas úmidas: 
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23 
 
a) condensação: é proveniente da mudança do estado gasoso de vapor de água contido no ar 
para o estado líquido; e 
b) evaporação: é a proveniente da mudança do estado líquido da água para o estado gasoso 
(vapor). É o principal mecanismo de perda de calor pelo trabalhador e ocorre quando o suor 
evapora de seu corpo. Caso não haja evaporação do suor, devido a vestimentas inadequadas, 
por exemplo, esse principal mecanismo fica comprometido. Apesar de se ser o principal 
mecanismo de troca térmica, não é capaz, isoladamente, de liberar todo calor recebido pelo 
trabalhador por meio de condução, convecção e radiação de modo a evitar a sobrecarga 
térmica. 
A avaliação da exposição ocupacional ao calor pode ser realizada com base em parâmetros ambientais e 
fisiológicos. Esses critérios são estabelecidos através de índices, medidos ou calculados, que geram um único 
valor ou número que integra os efeitos dos parâmetros básicos de um ambiente quente no ser humano. Os 
índices de avaliação da exposição ocupacional ao calor podem ser classificados em índices de conforto e 
sobrecarga térmica, sendo, os principais: 
 
No Brasil, por força do Anexo n.° 3 da NR 15, adota-se o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo - 
IBUTG para a avaliação da exposição ocupacional ao calor, a fim de identificar e/ou prevenir possíveis 
ocorrências de sobrecarga térmica. 
A ideia por traz da criação desse índice, bem como a dos demais, é de que para avaliar a sobrecarga térmica 
que pode estar ocorrendo numa exposição ocupacional tem-se que conhecer as trocas térmicas envolvidas. 
Entretanto, a medição direta dessas taxas de troca é difícil ou pouco prática na maioria dos casos. Portanto, 
na prática, avaliam-se alguns parâmetros existentes no ambiente de trabalho, em seguida, calcula-se, através 
de uma equação, um determinado índice. 
O IBUTG é composto pelos seguintes parâmetros: temperatura do ar, velocidade do ar, 
carga radiante do ambiente e umidade relativa do ar, entretanto, não leva em 
consideração integralmente todas as interações de uma pessoa com o ambiente e 
tampouco consegue levar em conta condições especiais, como o aquecimento por 
fontes de micro-ondas e radiofrequência. 
Índices
De conforto térmico
(NR-17, Ergonomia)
Temperatura efetiva
Temperatura efetiva corrigida
De sobrecarga térmica
(NR-15, Insalubridade)
Índice de sobrecarga térmica (IST)
Índice de Termômetro de Globo e Úmido (ITGU)
Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG)
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Para se chegar ao valor do índice de sobrecarga térmica (IBUTG, no caso) utilizam-se sensores que 
mensuram, de forma direta ou indireta, as variáveis acima citadas. são eles, de acordo com a NHO 06 da 
Fundacentro: 
a) termômetro de mercúrio comum, ou um metálico, no caso de equipamento eletrônico: destinado 
a medição da temperatura de bulbo seco (tbs), por isso também é conhecido como termômetro de 
bulbo seco. Mede, simplesmente, a temperatura do ar; 
b) termômetro de globo: destinado a medição da temperatura de globo (tg). Mede a carga radiante 
(calor radiante) presente no ambiente; e 
c) termômetro de bulbo úmido natural: destinado a medição da temperatura de bulbo úmido natural 
(tbn). Mede a influência da umidade relativa e da velocidade do ar nas taxas de transferência de calor. 
Apesar de pequena, as radiações infravermelha e ultravioleta exercem influência na leitura indicada pelos 
termômetros de bulbo seco ou bulbo úmido, por isso, inclusive, os medidores mais modernos vêm com uma 
barreira de proteção contra radiação, com mostrado na Figura 1.9, que mostra um medidor eletrônico, mais 
utilizado atualmente: 
 
Figura 1.9: Conjunto eletrônico para medição de IBUTG 
No tocante a montagem do equipamento para a condução das avaliações, deve-se observar que a altura de 
montagem dos equipamentos deve coincidir com a região mais atingida do corpo. Quando esta não for 
definida, o conjunto deve ser montado à altura do tórax do trabalhador exposto. 
Vale destacar que os valores obtidos pelos três termômetros que compõem o equipamento não são usados 
em todos os casos, isso, pois, a determinação do IBUTG é diferente a depender da existência ou não de carga 
solar no ambiente de trabalho. Estudaremos a aplicação dessas equações nas aulas de NR 15 e NHO 06, por 
hora, apenas as conheça: 
a) para ambientes internos (cobertos, sem exposição à carga solar) ou para ambientes externos sem 
carga solar direta: 
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𝑰𝑩𝑼𝑻𝑮 = 𝟎, 𝟕 𝒕𝒃𝒏 + 𝟎, 𝟑 𝒕𝒈 
b) para ambientes externos com carga solar direta: 
𝑰𝑩𝑼𝑻𝑮 = 𝟎, 𝟕 𝒕𝒃𝒏 + 𝟎, 𝟐 𝒕𝒈 + 𝟎, 𝟏 𝒕𝒃𝒔 
Nessas Equações: 
𝑡𝑏𝑛 = temperatura de bulbo úmido natural em ℃; 
𝑡𝑔 = temperatura de globo em ℃. 
𝑡𝑏𝑠 = temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em ℃. 
Dessas equações é importante notar que: 
a) para ambientes internos (cobertos, sem exposição à carga solar) ou para ambientes externos sem 
carga solar direta: leva em consideração a temperatura de bulbo úmido natural (tbn) com 70% de 
peso no resultado e a temperatura de globo (tg) com 30% de peso no resultado e, não leva em 
consideração a temperatura de bulbo seco (tbs), ou seja, a tbs não influencia no cálculo do IBUTG em 
ambientes cobertos, sem incidência de carga solar (Guarde isso!); 
b) para ambientes externos com carga solar direta: leva em consideração a temperatura de bulbo 
úmido natural (tbn) com 70% de peso no resultado, a temperatura de globo (tg) com 20% de peso no 
resultado e a temperatura de bulbo seco (tbs), com 10% de peso no resultado. 
Agora, veja esse mapa metal com um resumo das principais informações: 
 
IBUTG
É composto pelos 
seguintes 
parâmetros 
ambinetais:
temperatura do ar
velocidade do ar
carga radiante do ambiente
umidade relativa do ar
É calculado através 
das seguintes 
variáveis:
Temperatura de 
bulbo seco - tbs
medida por um termômetro de mercúrio comum, 
ou um termômetro metálico, no caso de 
equipamento eletrônico
mede a temperatura do ar
Temperatura de 
bulbo úmido 
natual - tbn
medida por um termômetro comum, coberto por 
um pavio hidrófilo que tem uma de suas 
extermidades imersa em água
mede a influência da umidade relativa e da 
velocidade do ar nas taxas de troca térmica
Temperatura de 
globo - tg
consiste em uma esfera de cobre com 6 polegas 
pintada externamente de preto fosco, contendo 
internamente um termômetro comum 
mede a carga radiante presente no ambiente
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Importante notar que a umidade relativa do ar e a sua velocidade, apesar de exercerem influência na 
determinação do IBUTG não são grandezas medidas diretamente, mas de forma indireta através do 
termômetro de bulbo úmido (tbn). 
Entretanto, para fins de proposição de medidas de controle pode ser interessante que o higienista 
ocupacional determine o valor dessas grandezas. Sendo assim, pode obter o valor da umidade relativa do ar 
de forma indireta, para isso pode obter a temperatura de bulbo seco e temperatura de bulbo úmido e se 
valer do auxílio de tabelas ou gráficos psicrométricos (cartas psicométricas, Figura 1.10a), através do 
cruzamento dessas informações nos referidos gráficos. Pode, ainda, de forma mais prática valer-se se 
medidores eletrônicos que permitem a obtenção de forma direta da umidade relativa do ar como é o caso 
dos psicrômetros digitais. 
Adicionalmente, pode ser necessário determinar a velocidade do ar, para isso, pode se valer de 
equipamentos denominados anemômetros, que podem ser de paletas (Figura 1.10b) ou de elementos 
termosenssíveis. 
 
(a) (b) 
Figura 1.10: (a) carta psicométrica para obtenção da umidade relativa do ar de forma indireta; (b) 
anemômetro de paletas. 
No tocante às medidas de controle a serem adotadas para esse agente físico, a NHO 06 as divide em 
preventivas e corretivas: 
 
 
 
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Medidas de controle do calor 
Preventivas Corretivas 
Monitoramento periódico da exposição, que 
consiste em uma avaliação sistemática e repetitiva 
da exposição dos trabalhadores, visando a um 
acompanhamento dos níveis de exposição e das 
medidas de controle para identificar a necessidade 
de introdução de novas medidas ou modificação das 
já existentes; 
Modificação do processo ou da operação de 
trabalho, tais como, redução da temperatura ou da 
emissividade das fontes de calor, mecanização ou 
automatização do processo; 
Disponibilização de água e sais minerais para 
reposição adequada da perda pelo suor, segundo 
orientação médica; 
Utilização de barreiras refletoras ou absorventes. 
Treinamento e informação aos trabalhadores; 
Adequação da ventilação. Modificar a velocidade do 
ar pode alterar as trocas de calor tanto na condução 
e na convecção como na evaporação. 
Entretanto, deve ficar claro que aumento da 
velocidade do ar pode favorecer ou desfavorecer o 
ganho de calor pelo organismo humano, a depender 
da temperatura do ar que circulará pelo ambiente. 
Controle médico, envolvendo exames médicos 
admissionais e periódicos, com foco na exposição 
ao calor, visando à determinação e ao 
monitoramento da aptidão física e à manutenção de 
um histórico ocupacional; 
Redução da umidade relativa do ar; 
Permissão para interromper o trabalho quandoo 
trabalhador sentir extremo desconforto ao calor ou 
identificar sinais de alerta ou condições de risco à 
sua saúde. 
Alternância de operações que geram exposições a 
níveis mais elevados de calor com outras que não 
apresentem exposições ou impliquem exposições a 
menores níveis, resultando na redução da 
exposição horária; 
 
Reorganização de bancadas e postos de trabalho; 
Alteração das rotinas ou dos procedimentos de 
trabalho; 
Introdução de pausas; 
Disponibilização de locais climatizados ou 
termicamente mais amenos para recuperação 
térmica. 
Apesar de existir uma série de EPIs previstos na NR 06 para a proteção contra o calor, a NHO 06 não elenca 
as vestimentas como medidas de controle eficazes18. Isso ocorre porque, conforme a Norma, as vestimentas 
 
18 Na verdade, muitas vestimentas protegem o trabalhador contra queimaduras por contato direto com 
partes aquecidas e da incidência direta do calor radiante. Entretanto, dificultam a evaporação do suor, 
reduzindo a capacidade de dissipação de calor por evaporação, além de reduzir a circulação do ar na 
pele, o que reduz a perda de calor por convecção. 
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podem influenciar nas trocas de calor entre o organismo e o meio, dificultando, em alguns casos, a taxa 
de troca e contribuindo para o aumento da sobrecarga térmica. 
Agora, veja como esses conhecimentos já foram explorados pelas bancas. 
(CESPE-CEBRASPE / TJ-AM) Julgue os itens a seguir, que tratam de equipamentos de medição no contexto 
de higiene e medicina do trabalho. 
O psicrômetro é o instrumento indicado para se determinar a quantidade de vapor na atmosfera. 
Comentários: a proposição está CERTA. 
(FGV / FUNSAÚDE-CE) A aclimatação é uma medida de controle para atenuar os efeitos da exposição do 
trabalhador à/ao 
(A) radiação. (B) calor. (C) ruído. (D) fumo. (E) vibração. 
Comentários: a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Veremos a seguir que a aclimatação 
também é aplicada como medida de controle ao frio. 
1.3.2 Frio 
De acordo com a OIT, um ambiente frio é definido por condições que causam perdas de calor corporal 
maiores que o normal, entendendo-se por normal as condições termoneutras. Alguns estudiosos do tema19 
arriscam maior grau de objetividade, definindo ambiente frio como aquele no qual a temperatura ambiente 
esteja abaixo de 𝟏𝟖 a 𝟐𝟎 ℃. 
O desconforto térmico pelo frio surge quando o balanço corporal de calor não pode ser mantido como 
consequência de um inadequado ajuste entre a atividade (produção de calor metabólico), vestimentas e 
demais condições ambientais como umidade e velocidade do vento. 
Uma vez inseridos nesses ambientes, os trabalhadores devem estar protegidos da exposição ao frio de forma 
a evitar que a temperatura interna do corpo caia abaixo de 36 °C (trinta e seis graus centígrados), uma vez 
que isso poderá resultar em redução da atividade mental, redução da capacidade de tomar decisões 
racionais, ou perda da consciência, com risco de morte. 
No tocante às variáveis que influenciam na exposição ocupacional ao frio, a umidade e a velocidade do vento 
são aspectos que devem ser levados em consideração, juntamente com a temperatura, pois tais condições 
físicas podem agravar os efeitos do frio. A água aumenta de 25 a 30 vezes a condutibilidade de calor, o que 
significa que o trabalhador, em tempo úmido, pode perder de 25 a 30 vezes mais calor do corpo do que se 
estivesse em condições normais. O vento aumenta a suscetibilidade do indivíduo à hipotermia devido à sua 
 
19 HOLMÉR, I; GRANBERG, P. O; DAHLSTROM, G. Cold enviroments and cold work. In: Stelman JM 
(ed.), Encyclopedia of occupational health and safety geneva: ILO. 1988. pp. 4229 – 4248. 
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capacidade de causar perda de calor por convecção e evaporação. Este efeito é denominado de “fator de 
resfriamento pelo vento”. 
E como o organismo responde a exposição ocupacional ao frio? Pois bem, na tentativa de manter o corpo 
aquecido durante uma exposição prolongada ao frio, o organismo, através do centro regulador, ativa dois 
mecanismos principais: 
a) vasoconstrição periférica: é o processo de contração das fibras musculares dos vasos sanguíneos 
periféricos. Ocorre para evitar a perda excessiva de calor e manter a temperatura do sangue que 
chega ao cérebro. Entretanto, pode comprometer o fluxo circulatório para algumas regiões como 
nariz, orelha e dedos, com risco de necrose; e 
b) tremores: tremores por frio são caracterizados por contrações involuntárias das fibras superficiais de 
modo a aumentar a produção interna de calor. 
Obviamente que a exposição continuada ao frio, sem compensação, dá origem ao estresse térmico pelo frio, 
cujas reações avançam com o tempo de exposição e a intensidade. O estresse é um conjunto de reações 
orgânicas a fatores de ordens diversas (físicos, químicos, emocional, infeccioso, etc.) capazes de perturbar o 
equilíbrio do organismo (homeostase). O frio é um dos agentes físicos capazes de causar o estresse do 
organismo humano. 
Além do estresse térmico e da hipotermia, o frio pode causar doenças reumáticas e respiratórias. Além disso, 
pode acarretar o enregelamento de membros – especialmente membros periféricos como dedos, nariz e 
orelhas – podendo levar a gangrena e à amputação. 
A ACGIH define algumas apresentações clínicas progressivas da hipotermia, como mostrado no quadro a 
seguir – com algumas situações em destaque (negrito). 
Temperatura 
interna °C 
Sinais clínicos 
37,6 °C Temperatura retal normal 
37 °C Temperatura oral normal 
36 °C Aumento da taxa metabólica para compensar a perda de calor 
35 °C Tremor máximo 
34 °C Vítima consciente e respondendo com pressão sanguínea normal 
33 °C Severa hipotermia abaixo desta temperatura 
32 °C a 31 °C 
Consciência nublada, dificuldade de obter pressão, pupilas dilatadas mas reagindo à luz, 
cessação dos tremores 
30 °C a 29 °C 
Progressiva perda de consciência, aumento da rigidez muscular, pulso e pressão difíceis 
de obter, decréscimo da taxa respiratória 
28 °C Possível fibrilação ventricular com irritabilidade miocardial 
27 °C 
Cessam movimentos voluntários, pupilas não reativa à luz, reflexos de tendões e 
superficiais ausentes 
26 °C Vítima raramente consciente 
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30 
 
25 °C Fibrilação ventricular pode ocorrer espontaneamente 
24 °C Edema pulmonar 
22 a 21 °C Risco máximo de fibrilação ventricular 
20 °C Parada cardíaca 
18 °C Vítima de hipotermia acidental mais baixa 
17 °C Eletroencefalograma isoelétrico 
9 °C Paciente de hipotermia induzida artificialmente mais baixa 
Na contramão do que é preconizado pela ACGHI, que estabelece padrões objetivos para avaliação da 
exposição ocupacional ao frio, no Brasil, a avaliação desse agente é apenas qualitativa, ou seja, baseada em 
parâmetros subjetivos, uma vez que a NR 15, em seu Anexo n.° 09 estabelece apenas que “as atividades ou 
operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições 
similares, que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada,serão consideradas 
insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho". 
1.4 Radiações ionizantes 
Por radiação, entenda qualquer dos processos físicos de emissão e propagação de energia, seja por 
intermédio de fenômenos ondulatórios, seja por meio de partículas dotadas de energia cinética. Pode ser 
definida, ainda, como a energia que se propaga de um ponto a outro no espaço ou em um meio material. 
A depender da quantidade de energia, a radiação pode ser descrita como ionizante e não ionizante, segundo 
o resultado de sua interação com a matéria. Quando a energia é superior à energia de ligação dos elétrons 
de um átomo com o seu núcleo, suficiente para remover elétrons de seus orbitais, é chamada de ionizante, 
quando não, é denominada não ionizante. Veja outras definições acerca do que vem a ser radiação ionizante: 
Conselho 
Nacional de 
Energia Nuclear - 
CNEN 
As radiações ionizantes incluem energia na forma de radiação corpuscular (ex: 
partículas alfa e partículas beta emitidas por materiais radioativos, e nêutrons de 
aceleradores e reatores nucleares) e radiação eletromagnética (ex: raios gama 
emitidos por materiais radioativos e raios X de aceleradores de elétrons e máxima de 
raios X) com energia superior a 12,4 eV (elétrons-volt), correspondendo a um 
comprimento de onda inferior a, aproximadamente, 100 nm (cem nanômetros). 
ACGIH 
Radiação ionizante é qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao 
interagir com a matéria, ioniza seus átomos ou moléculas. 
A interação das radiações ionizantes com a matéria consiste na transferência de energia da radiação para o 
meio irradiado, levando a alterações físicas, químicas e, em caso de matéria viva, alterações bioquímicas e 
fisiológicas. Isso implica que ao interagir com a matéria sobre a qual incide, ela é capaz retirar elétrons de 
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seus átomos (processo de ionização) e modificar as moléculas (inclusive geneticamente20), sendo uma fonte 
importante de neoplasias (câncer) relacionadas ao trabalho. 
Além da quantidade de energia, a radiação ionizante se diferencia da não ionizante pelo seu comprimento 
de onda. As radiações ionizantes caracterizam-se por apresentar comprimentos de onda inferiores a 100 
nm (cem nanômetros), ou seja, inferiores a 100 x 10-9 m. Quanto menor o comprimento de onda maior a 
capacidade de penetração na matéria (no tecido humano) sobre a qual incide, provocando maior dano. Veja 
a divisão do espectro eletromagnético, através da Figura 1.11, proposto pela ACGIH, para classificar as 
radiações em ionizantes e não ionizantes. 
 
Figura 1.11: Divisão do espectro eletromagnético 
Desse quadro, tiramos, dentre outras, uma conclusão importante: 
A frequência é uma grandeza inversamente proporcional ao comprimento de onda, 
assim, como as radiações ionizantes apresentam comprimentos de onda menores, suas 
frequências são maiores quando comparadas as radiações não ionizantes. 
Em função da quantidade de massa, carga elétrica e do comprimento de onda com que se propagam, as 
radiações ionizantes podem ser classificadas em partículas (possuem massa) ou em eletromagnéticas (não 
possuem massa): 
a) partículas alfa (𝜶): possuem valores de massa e carga elétrica relativamente grandes e podem ser 
facilmente detidas por uma folha de papel ou poucos centímetros de ar. Em geral, não conseguem 
ultrapassar as camadas externas de células mortas da pele de uma pessoa, sendo assim, basicamente 
inofensivas. Podem, ocasionalmente, provocar lesões graves quando penetram no organismo através 
de um ferimento ou aspiração; 
b) partículas beta (𝜷): resultam de desintegrações nucleares e possuem um poder de penetração maior 
que a das partículas alfa, podendo penetrar cerca de um centímetro nos tecidos, ocasionando danos 
à pele, mas não aos órgãos internos, a não ser que sejam ingeridas ou aspiradas; e 
 
20 A modificação genética da molécula é a fase inicial do surgimento de cânceres de diversos tipos. 
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c) radiações gama (𝜸) e raios-X: são ondas eletromagnéticas, não possuem massa, nem carga elétrica. 
A diferença entre elas é a origem - a radiação gama (𝛾) é emitida a partir do núcleo dos átomos 
ionizados ou excitados (originam-se no interior dos núcleos dos átomos); enquanto os raios-X são 
produzidos na acomodação dos elétrons de átomos ionizados ou excitados, ou seja, originam-se no 
decaimento de elétrons (da energia liberada pela mudança no nível de camadas eletrônicas). O poder 
de penetração dessas radiações, especialmente das radiações gama (𝛾), é muito maior que os das 
partículas alfa (𝛼) e beta (𝛽), podendo atravessar vários centímetros de uma parede de chumbo. 
Especialmente, os raiso-X podem agir sobre as células sexuais, podendo ser repassadas aos 
descendentes. 
 
 
Alguns fatores são determinantes para a exposição ocupacional às radiações ionizantes, que podem levar 
a uma menor ou maior absorção de dose pelos tecidos expostos (organismo), são eles: quantidade de 
proteção contra a fonte de radiação, tempo de exposição, distância da fonte de radiação, potência do 
equipamento irradiante, entre outros. 
Em relação a distância da fonte, inclusive, destaque-se que a intensidade da radiação (ou dose recebida, D) 
decai seguindo o princípio do inverso do quadrado da distância, assim como ocorre com qualquer outra 
energia que se propaga na forma de onda, a exemplo do ruído. 
𝐷 =
1
𝑑2
 
Em que 𝐷 é a dose recebida e 𝑑 é a distância, em metros, que o trabalhador fica da fonte de radiação. Assim, 
por exemplo, a cada 2 m que o indivíduo de afasta da fonte, a dose experimentada decai a ¼. 
Radiações 
Ionizantes
Características
podem ser qualquer partícula ou radiação eletromagnética que, ao 
interagir com a matéria, ioniza seus átomos ou moléculas.
Apresentam comprimentos de onda inferiores a 100 nm (cem 
nanômetros), ou seja, inferiores a 100 x 10-9 m. Quanto menor o 
comprimento de onda maior a capacidade de penetração na matéria 
(no tecido humano) sobre a qual incide, provocando maior dano. 
Exemplos
Partículas
possuem massa e carga elétrica e 
apresem menor capacidade de 
penetração
alfa (𝛼)
beta (𝛽)
Ondas eletromagnéticas
Não posseum massa nem carga elétrica 
e possuem maior capacidade de 
penetração
raios gama (𝜸)
raios-X
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Especificamente no caso das radiações ionizantes, vou deixar para abordar as questões relacionadas às 
medidas de proteção em um tópico específico, denominado "Princípios de proteção radiológica", uma vez 
que esse assunto é bastante explorado pelas bancas, antes disso, porém, vamos ao estudo das radiações não 
ionizantes. 
Veja como esses conhecimentos já foram explorados pelas bancas: 
(CESPE-CEBRASPE / SEDF) Tendo em vista que as radiações eletromagnéticas, suas propriedades e suas 
interações com a matéria estão na origem de uma série de processos físicos fundamentais para a 
compreensão da natureza, julgue o item seguinte. 
O espectro de comprimento de onda das radiações eletromagnéticas pode variar desde ondas com 
comprimento de