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Mitos e Verdades sobre Métodos Contraceptivos Quando abordamos o tema de métodos contraceptivos, há diversos questionamentos com relação ao uso, contraindicações, benefícios e efeitos adversos, porém; muitas vezes a quantidade de informações divergentes acaba desencadeando mais incertezas nas pacientes. Dessa forma, o presente texto busca apresentar alguns dados e explicações a respeito de alguns anticoncepcionais e, por consequência, as implicações envolvidas na sua utilização. 1) Os métodos contraceptivos não apresentam benefícios? MITO, além de os métodos contraceptivos auxiliarem na organização do planejamento familiar, os anticoncepcionais orais, de forma especial, apresentam diversos benefícios, como diminuição no risco de cistos ovarianos, câncer ovariano e câncer endometrial e doença mamária benigna, apresentando, também, redução de doença inflamatória pélvica (DIP) e gravidez ectópica (tubária), podendo diminuir a intensidade dos sintomas pré-menstruais e da cólica menstrual, gerando, ainda, redução do fluxo menstrual. 2) O uso de um método contraceptivo durante muitos anos pode levar à infertilidade? MITO, conforme as orientações da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), nenhum método contraceptivo poderá conduzir à infertilidade, mesmo que seja utilizado durante um lapso temporal significativo, considerando que o seu propósito é coibir a concepção e, portanto, não há efeitos adversos nesse sentido. 3) A pílula é considerada um método superior em comparação aos demais? MITO, não existe um método contraceptivo superior aos demais, tendo em vista que o médico deverá procurar adequar cada um deles ao perfil e às necessidades de sua paciente. Dessa maneira, a escolha da usuária é essencial, haja vista que a adesão e o comprometimento com o uso são mais eficazes quando ela é feita ou consentida, caso não apresente nenhuma preferência, pela própria paciente. Porém, cabe ressaltar que o denominado Índice de Pearl pode auxiliar na decisão, considerando que ele calcula a eficácia de cada método. 4) A pílula combinada poderá reduzir a libido? VERDADE, apesar de a maioria dos métodos contraceptivos não alterar o desejo sexual, uma parte das usuárias (de 14 a 20%) refere piora. Nesse sentido, há algumas explicações para a diminuição da libido, como a redução do nível de testosterona livre e o bloqueio da ovulação e dos androgênios endógenos. Entretanto, os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs), como os DIUS e o implante, e as intervenções cirúrgicas apresentam uma interferência menor no desejo sexual em comparação aos demais. 5) A pílula do dia seguinte poderá ser ingerida em até 72 horas após a relação sexual desprotegida? VERDADE, a pílula do dia seguinte poderá ser ingerida em até 72 horas, porém sugere-se que seja utilizada logo após a relação sexual desprotegida, a fim de aumentar a sua eficácia. Além disso, é importante destacar que ela não deverá substituir o método contraceptivo de uso contínuo, já que, em virtude de sua elevada carga hormonal, apresenta vários efeitos adversos. 6) Todos os antibióticos reduzem a eficácia das pílulas anticoncepcionais? MITO, alguns antibióticos reduzem a eficácia das pílulas anticoncepcionais, como a Rifampicina e a Penicilina, que, em razão de sua interação medicamentosa, atuam no processo de metabolização do anticoncepcional e diminuem os seus efeitos, entretanto não é uma característica comum a todos. Portanto, nessa circunstância, as pacientes devem sempre procurar informar ao médico sobre o uso de seu método contraceptivo. 7) As mulheres que não tiveram filhos (nulíparas) não podem usar o Dispositivo Intrauterino (DIU)? MITO, o fato de a mulher não ter tido filhos não interfere no uso do DIU, mesmo não sendo o método de primeira escolha e havendo algumas restrições nesse caso, uma pesquisa realizada com ginecologistas norte- americanas, conforme Machado (2017), demonstrou que dois terços consideraram adequada a implantação de DIUs em mulheres que não tiveram filhos, e uma porcentagem significativa das usuárias (85%) apresentou satisfação com relação ao uso. Além disso, não foi verificado aumento no risco de perfuração, de doença inflamatória pélvica e de infertilidade. 8) O Dispositivo Intrauterino (DIU) pode aumentar o risco de Câncer de Colo do Útero? MITO, consoante o estudo realizado pelo Dr Xavier Castellsagué e demais pesquisadores (2011), publicado no The Lancet Oncology, foi demonstrado que o DIU gera redução da incidência do Câncer de Colo de Útero, apresentando, assim, uma forte associação inversa, independentemente da idade da mulher, e atuando como cofator de proteção. 9) Todos os métodos contraceptivos provocam Trombose Venosa Profunda (TVP)? MITO, é importante analisar que os métodos combinados, que apresentam estrogênio associado a outro hormônio, como a pílula anticoncepcional, podem causar Trombose Venosa Profunda em mulheres que tenham fatores de risco, como, por exemplo, veias varicosas, gravidez, puerpério (período logo após o nascimento do bebê), obesidade, dentre outros, visto que eles apresentam uma dose de estrogênio elevada e este atua no desencadeamento da doença. Já os métodos de progestagênio, como adesivos, Dispositivo Intrauterino (DIU) e injeções, utilizados de forma isolada, não provocam TVP. Além disso, o risco é maior nos primeiros meses de uso da pílula combinada, havendo redução posterior, dessa forma, é fundamental não realizar interrupções temporárias durante o seu uso. 10) Se a mulher já teve Trombose Venosa Profunda, ela apresentará contraindicações para o uso de qualquer método? MITO, há contraindicação apenas com relação ao uso de métodos combinados (estrogênio associado à progesterona), como a pílula anticoncepcional, visto que as usuárias estão mais expostas aos fenômenos tromboembólicos. Dessa forma, em tal circunstância, é indicado que a paciente use métodos apenas de progestagênio, como, por exemplo, Dispositivo Intrauterino (DIU), injeções, implante e pílula com progesterona isolada. MITO: Alguns métodos anticoncepcionais provocam aborto. VERDADE: Os métodos anticoncepcionais não interrompem uma gravidez já estabelecida e, portanto, não provocam um aborto. A pílula, os injetáveis, os implantes e o DIU previnem a gravidez, principalmente, ao impedir a ovulação e também ao espessar o muco cervical para impedir a passagem dos espermatozoides. MITO: As adolescentes não podem usar o DIU nem a injeção trimestral. VERDADE: As adolescentes podem usar qualquer método anticoncepcional. Segundo os critérios médicos de elegibilidade da Organização Mundial da Saúde, não existe nenhum método que pela idade seja critério 3 ou 4, ou seja, que não possa ser utilizado por adolescentes. MITO: As adolescentes não deveriam usar métodos anticoncepcionais antes dos 16 anos. VERDADE: As adolescentes podem iniciar o uso de qualquer método anticoncepcional sem risco para sua saúde se elas já começaram a menstruar e se já iniciaram a sua vida sexual. MITO: Os anticoncepcionais hormonais provocam um grande aumento de peso e o corpo fica desfigurado. VERDADE: Os métodos hormonais podem causar leves alterações de peso, seja aumento ou diminuição. As injeções trimestrais provocam mudanças mais perceptíveis, as usuárias aumentam, em média, de 1 a 2 kg por ano. Nenhum método ocasiona desfiguração do corpo. MITO: Não pode haver gravidez se não há penetração. VERDADE: Embora seja pouco frequente, é possível ficar grávida mesmo sem ter tido penetração. E com certeza é possível se infectar com alguma IST através do contato genital, mesmo que não haja penetração do pênis na vagina ou no ânus. MITO: Os métodos anticoncepcionais são prejudiciais para a saúde. VERDADE: Para a maioria das mulheres, os benefícios obtidos para a saúde ao usar qualquer método anticoncepcional sob orientação médica são muitomaiores do que qualquer risco que possa ocorrer com seu uso. Alguns métodos podem causar alguns efeitos colaterais como enjoo, dor de cabeça, alterações do sangramento menstrual, mas isto ocorre em baixa frequência e as mulheres que apresentem algum efeito não tolerável podem trocar de método. MITO: Uma mulher precisa ter um “descanso” no uso das pílulas anticoncepcionais depois de tomá-las por muito tempo. VERDADE: Não há evidências científicas de que o “descanso” tenha efeito benéfico. Esta prática pode levar a uma gravidez não planejada. As pílulas anticoncepcionais podem ser tomadas com segurança por muitos anos sem que seja preciso interromper o seu uso periodicamente. MITO: A pílula pode tornar a mulher estéril. VERDADE: As pílulas anticoncepcionais não afetam a fertilidade da mulher. A mulher que toma pílula, (mesmo que seja durante muitos anos), tem a mesma chance de engravidar que tinha antes de tomar a pílula. MITO: Quando a mulher usa a pílula por muito tempo, ela terá proteção contra gravidez quando parar de tomá-la. VERDADE: Uma mulher está protegida contra a gravidez somente no ciclo em que está usando as pílulas corretamente. Se deixar de tomar a pílula, ela imediatamente está em risco de engravidar. MITO: O DIU torna a mulher estéril. VERDADE: Uma mulher pode engravidar logo após a retirada do DIU da mesma forma que uma mulher que nunca utilizou um DIU. Estudos seguros não constataram aumento do risco de infertilidade entre mulheres que utilizavam DIU, inclusive entre mulheres jovens e mulheres sem filhos. MITO: O uso da camisinha oferece alguma proteção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) apenas algumas vezes. VERDADE: A camisinha é um método altamente eficaz para prevenir as IST/HIV-aids. Para obter essa alta proteção deve-se utilizar a camisinha em todas as relações sexuais. Além disso, a camisinha é o único método que oferece dupla proteção, protege das IST/HIV-aids e da gravidez. MITO: A camisinha pode fazer com que um homem não tenha mais ereção (torne-se impotente). VERDADE:A camisinha não causa impotência. A impotência tem muitas causas, sendo algumas físicas e outras psíquicas, por isso é importante buscar orientação médica. Vale a pena lembrar que fazer seu uso correto em todas as relações sexuais (anal, vaginal e oral), antes de qualquer contato entre pênis, vagina e ânus, previne as IST e o HIV-aids. MITO: A anticoncepção de emergência é ilegal no país, porque ela é abortiva. VERDADE:O uso da anticoncepção de emergência está aprovado no Brasil, as pílulas de emergência estão disponíveis nas unidades de saúde no SUS. Elas impedem ou retardam a liberação do óvulo pelo ovário. Portanto, a pílula de emergência não é abortiva, porque ela não tem efeito caso a mulher já esteja grávida. MITO: Usar uma camisinha masculina e uma feminina ao mesmo tempo aumenta sua efetividade e a proteção contra uma gravidez e as IST/HIV-aids. VERDADE: A camisinha masculina e a feminina não devem ser usadas juntas. Isto poderia provocar fricção fazendo com que os preservativos escorreguem ou se rompam, diminuindo sua efetividade e proteção. Os métodos contraceptivos não apresentam benefícios? O uso de um método contraceptivo durante muitos anos pode levar à infertilidade? A pílula é considerada um método superior em comparação aos demais? A pílula combinada poderá reduzir a libido? A pílula do dia seguinte poderá ser ingerida em até 72 horas após a relação sexual desprotegida? Todos os antibióticos reduzem a eficácia das pílulas anticoncepcionais? As mulheres que não tiveram filhos (nulíparas) não podem usar o Dispositivo Intrauterino (DIU)? O Dispositivo Intrauterino (DIU) pode aumentar o risco de Câncer de Colo do Útero? Todos os métodos contraceptivos provocam Trombose Venosa Profunda (TVP)? Se a mulher já teve Trombose Venosa Profunda, ela apresentará contraindicações para o uso de qualquer método? Alguns métodos anticoncepcionais provocam aborto. Os métodos anticoncepcionais não interrompem uma gravidez já estabelecida e, portanto, não provocam um aborto. A pílula, os injetáveis, os implantes e o DIU previnem a gravidez, principalmente, ao impedir a ovulação e também ao espessar o muco cervical para impedir a passagem dos espermatozoides. As adolescentes não podem usar o DIU nem a injeção trimestral. As adolescentes podem usar qualquer método anticoncepcional. Segundo os critérios médicos de elegibilidade da Organização Mundial da Saúde, não existe nenhum método que pela idade seja critério 3 ou 4, ou seja, que não possa ser utilizado por adolescentes. As adolescentes não deveriam usar métodos anticoncepcionais antes dos 16 anos. As adolescentes podem iniciar o uso de qualquer método anticoncepcional sem risco para sua saúde se elas já começaram a menstruar e se já iniciaram a sua vida sexual. Os anticoncepcionais hormonais provocam um grande aumento de peso e o corpo fica desfigurado. Os métodos hormonais podem causar leves alterações de peso, seja aumento ou diminuição. As injeções trimestrais provocam mudanças mais perceptíveis, as usuárias aumentam, em média, de 1 a 2 kg por ano. Nenhum método ocasiona desfiguração do corpo. Não pode haver gravidez se não há penetração. Embora seja pouco frequente, é possível ficar grávida mesmo sem ter tido penetração. E com certeza é possível se infectar com alguma IST através do contato genital, mesmo que não haja penetração do pênis na vagina ou no ânus. Os métodos anticoncepcionais são prejudiciais para a saúde. Para a maioria das mulheres, os benefícios obtidos para a saúde ao usar qualquer método anticoncepcional sob orientação médica são muito maiores do que qualquer risco que possa ocorrer com seu uso. Alguns métodos podem causar alguns efeitos colaterais como enjoo, dor de cabeça, alterações do sangramento menstrual, mas isto ocorre em baixa frequência e as mulheres que apresentem algum efeito não tolerável podem trocar de método. Uma mulher precisa ter um “descanso” no uso das pílulas anticoncepcionais depois de tomá- las por muito tempo. Não há evidências científicas de que o “descanso” tenha efeito benéfico. Esta prática pode levar a uma gravidez não planejada. As pílulas anticoncepcionais podem ser tomadas com segurança por muitos anos sem que seja preciso interromper o seu uso periodicamente. A pílula pode tornar a mulher estéril. As pílulas anticoncepcionais não afetam a fertilidade da mulher. A mulher que toma pílula, (mesmo que seja durante muitos anos), tem a mesma chance de engravidar que tinha antes de tomar a pílula. Quando a mulher usa a pílula por muito tempo, ela terá proteção contra gravidez quando parar de tomá-la. Uma mulher está protegida contra a gravidez somente no ciclo em que está usando as pílulas corretamente. Se deixar de tomar a pílula, ela imediatamente está em risco de engravidar. O DIU torna a mulher estéril. Uma mulher pode engravidar logo após a retirada do DIU da mesma forma que uma mulher que nunca utilizou um DIU. Estudos seguros não constataram aumento do risco de infertilidade entre mulheres que utilizavam DIU, inclusive entre mulheres jovens e mulheres sem filhos. O uso da camisinha oferece alguma proteção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) apenas algumas vezes. A camisinha é um método altamente eficaz para prevenir as IST/HIV-aids. Para obter essa alta proteção deve-se utilizar a camisinha em todas as relações sexuais. Além disso, a camisinha é o único método que oferece dupla proteção, protege das IST/HIV-aids e da gravidez. A camisinha pode fazer com que um homem não tenha mais ereção (torne-se impotente). A camisinha não causa impotência. A impotência tem muitas causas, sendo algumas físicas e outras psíquicas, por isso é importante buscar orientação médica. Vale a pena lembrar que fazer seu uso corretoem todas as relações sexuais (anal, vaginal e oral), antes de qualquer contato entre pênis, vagina e ânus, previne as IST e o HIV-aids. A anticoncepção de emergência é ilegal no país, porque ela é abortiva. O uso da anticoncepção de emergência está aprovado no Brasil, as pílulas de emergência estão disponíveis nas unidades de saúde no SUS. Elas impedem ou retardam a liberação do óvulo pelo ovário. Portanto, a pílula de emergência não é abortiva, porque ela não tem efeito caso a mulher já esteja grávida. Usar uma camisinha masculina e uma feminina ao mesmo tempo aumenta sua efetividade e a proteção contra uma gravidez e as IST/HIV-aids. A camisinha masculina e a feminina não devem ser usadas juntas. Isto poderia provocar fricção fazendo com que os preservativos escorreguem ou se rompam, diminuindo sua efetividade e proteção.