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SISTEMA DE FÔRMAS E ESCORAMENTOS Disciplina: Construção Civil I Professora: Everlânia Silva INTRODUÇÃO Antes da concretagem deve-se verificar um conjunto de medidas a serem tomadas, objetivando a qualidade da peça a ser concretada, que são: a) Fôrma e Escoramento Conferir a montagem baseada no projeto; Capacidade de suporte da fôrma relativo a deformações provocadas pelo peso próprio ou devido às operações de lançamento; Estanqueidade; Limpeza e aplicação de desmoldante; Tratamento da superfície de contato. b) Armadura Bitolas, quantidades e dimensões das barras; Posicionamento; Fixação; Cobrimento das armaduras (pastilhas, espaçadores) Limpeza INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO c) Lançamento Programar antecipadamente o volume de concreto, início e intervalos das cargas; Programar o tempo previsto para o lançamento; Especificar a forma de lançamento (convencional, bomba estacionária, autobomba com lança, esteira, caçamba); Providenciar equipamentos e dispositivos (carrinhos, jericas, guincho, guindaste, caçamba) e ferramentas diversas (enxada, pás, desempenadeiras, ponteiros, etc..); Durante o lançamento deve-se evitar o acúmulo de concreto em determinados pontos da fôrma, lançar o mais próximo da sua posição final, evitar a segregação e o acúmulo de água na superfície do concreto, lançar em camadas horizontais de 15 a 30cm, a partir da extremidade para o centro das fôrmas, lançar nova camada antes do início de pega da camada inferior, a altura de lançamento não deve ultrapassar a 2,0m; No caso de lançamento convencional verificar: o intervalo compatível de entrega do concreto, limitar o transporte a 60m, preparar rampas e caminhos de acesso, iniciar a concretagem pela parte mais distante do local de recebimento do concreto; No caso de lançamento por bombas verificar: altura de lançamento, prever local de acesso e de posicionamento para os caminhões e bomba. d) Adensamento Providenciar, vibradores de imersão (agulha), vibradores de superfície (réguas vibratórias), vibradores externos (vibradores de fôrma); O vibrador de imersão deve penetrar cerca de 5,0cm da camada inferior; Iniciar o adensamento logo após o lançamento; Evitar o adensamento a menos de 10cm da parede da fôrma devido a formação de bolhas de ar e perda de argamassa; e) Cura Iniciar a cura tão logo a superfície concretada tenha resistência à ação da água; A cura deve ser contínua. INTRODUÇÃO FÔRMAS Moldes através dos quais o concreto fresco toma a forma, posição e alinhamento adequados. É também uma estrutura que, temporariamente, suporta o seu próprio peso, a carga de concreto fresco e outras cargas móveis e acidentais. Sua utilização engloba quatro diretrizes básicas: Qualidade: dimensões, geometria, alinhamentos; Segurança: falhas na confecção das fôrmas, cimbramentos, escoramentos etc; Economia: detalhes construtivos, reutilização, tipo de acabamento; Técnica: adoção de contra-flechas, nivelamento das lajes e das vigas, superposição nos pilares. FÔRMAS A garantia de que uma estrutura ou qualquer peça de concreto armado seja executado fielmente ao projeto e tenha a forma correta, depende da exatidão e rigidez das fôrmas e de seus escoramentos. Considerando os custos diretos, as fôrmas podem variar cerca de 40% do custo total das estruturas de concreto armado. Considerando que a estrutura representa em média 20% do custo total de um edifício, concluímos que racionalizar ou otimizar a forma corresponde a 8% do custo de construção. A fôrma é responsável por 60% das horas-homem gastas para execução da estrutura os outros 40% para atividade de armação e concretagem. FÔRMAS Devem-se satisfazer alguns requisitos para a sua perfeita execução, que são: a) Devem ser executadas rigorosamente de acordo com as dimensões indicadas no projeto, e ter a resistência necessária. b) Devem ser praticamente estanques. a) Devem ser projetadas para serem utilizadas o maior número possível de vezes. FÔRMAS Na concretagem devem-se tomar algumas precauções, em relação as fôrmas, para que a estrutura não seja prejudicada: a) Antes de concretar, as fôrmas devem ser limpas. b) Antes de concretar, as fôrmas devem ser molhadas até a saturação. c) Não colocar a agulha do vibrador entre a fôrma e as armaduras, isso pode danificar os painéis. FÔRMAS TIPOS DE FORMA Materiais: MADEIRA. ALUMÍNIO. FIBRA DE VIDRO. AÇO. PLÁSTICO. EPS. TIPOS DE FORMA As fôrmas de madeira podem ser de: 1. Tábuas de madeira serrada: As tábuas mais utilizadas são o pinho, cedrilho, timburi e similares; Sendo as bitolas comerciais mais comuns de: 2,5 x 30,0 cm (1" x 12 "), 2,5 x 25,0 cm ( 1"x 10 "), 2,5 x 20,0 cm ( 1" x 8" ). As tábuas podem ser reduzidas a qualquer largura, desdobradas em sarrafos, dos quais os mais comuns são os de 2,5 x 15,0 cm; 2,5 x 10,0 cm; 2,5 x 7,0 cm; 2,5 x 5,00 cm. TIPOS DE FORMA 2. Chapas de madeira compensada: As chapas de madeira compensada, mais usadas para fôrma, tem dimensões de 2,20 x 1,10 m e espessura que variam de 6,0; 10,0; 12,0mm. As chapas tem acabamento resinado, para utilização em estruturas de concreto armado revestida, e acabamento plastificado, para utilização em estruturas de concreto armado aparente. As chapas compensadas são compostas por diversas lâminas coladas ou por cola "branca" PVA, ou cola fenólica. As chapas coladas com cola fenólica são mais resistentes ao descolamento das lâminas quando submetidas a umidade. ELEMENTOS DA FORMA Caixão da fôrma – É o que fica em total contato com o concreto, não há outro material que fique separando o caixão do concreto. É feito com chapas de madeira compensada. Estruturação da fôrma – É o material que faz com que o seu peso seja suportável evitando assim deformações e selamento das vigas É feito com madeira bruta ou serrada chamadas de sarrafas ou escoras e peças de andaimes metálicos. ELEMENTOS DA FORMA Os nomes mais comuns para as peças que compõem as fôrmas e seus escoramentos são: 1. PAINÉIS: Superfícies planas, formadas por tábuas ou chapas, etc. Os painéis formam os pisos das lajes e as faces das vigas, pilares, paredes. 2. TRAVESSAS: Peças de ligações das tábuas ou chapas, dos painéis de vigas, pilares, paredes, geralmente feitas de sarrafos ou caibros. 3. TRAVESSÕES: Peças de suporte empregados somente nos escoramentos dos painéis de lajes, geralmente feitas de sarrafos ou caibros. 4. GUIAS: Peças de suporte dos travessões. Geralmente feitas de caibros ou tábuas trabalhando a cutelo ( espelho ), no caso de utilizar tábuas, os travessões são suprimidos. 5. FACES: Painéis que formam os lados das fôrmas das vigas. 6. FUNDO DASVIGAS: Painéis que forma a parte inferior das vigas. ELEMENTOS DA FORMA 7. TRAVESSAS DE APOIO: Peças fixadas sobre as travessas verticais das faces da viga, destinadas ao apoio dos painéis de lajes e das peças de suporte dos painéis de laje (travessões e guias). 8. CANTONEIRAS: Peças triangulares pregadas nos ângulos internos das fôrmas. 9. GRAVATAS: Peças que ligam os painéis das formas dos pilares, colunas e vigas. 10. MONTANTES: Peças destinadas a reforçar as gravatas dos pilares. 11. PÉS-DIREITOS: Suportes das fôrmas das lajes. Geralmente feitos a de caibros ou varas de eucaliptos. 12. PONTALETES: Suportes das fôrmas das vigas. Geralmente feitos de caibros ou varas de eucaliptos. 13. ESCORAS (mãos-francesas): Peças inclinadas, trabalhando a compressão. ELEMENTOS DA FORMA 14. CHAPUZES: Pequenas peças feitas de sarrafos, geralmente empregadas como suporte e reforço de pregação das peças de escoramento, ou como apoio extremo das escoras. 15. TALAS: Peças idênticas aos chapuzez, destinadas à ligação e a emenda das peças de escoramento. 16. CUNHAS: Peças prismáticas, geralmente usadas aos pares. 17. CALÇOS: Peças de madeira os quais se apoiam os pontaletes e pés direitos por intermédio decunhas. 18. ESPAÇADORES: Peças destinadas a manter a distância interna entre os painéis das formas de paredes, fundações e vigas. 19. JANELAS: Aberturas localizadas na base das fôrmas, destinadas a limpeza. 20. TRAVAMENTO: Ligação transversal das peças de escoramento que trabalham a flambagem. 21. CONTRAVENTAMENTO: Ligação destinada a evitar qualquer deslocamento das fôrmas. Consiste na ligação das fôrmas entre si. ELEMENTOS DA FORMA ELEMENTOS DA FORMA ELEMENTOS DA FORMA ELEMENTOS DA FORMA ELEMENTOS DA FORMA Tipos de gravatas quanto ao número de sarrafos (1), (2), (3). ELEMENTOS DA FORMA Tensores ELEMENTOS DA FORMA Espaguetes Formas durante armação e concretagem ETAPAS DE MONTAGEM - FORMA DE LAJE Verificar a posição dos sarrafos guias para apoio das longarinas; Checar o posicionamento das longarinas e das escoras, bem como o seu travamento; Verificar o nivelamento das fôrmas de laje com um aparelho de nível a laser, pela parte superior da forma, ou medindo a distância entre os painéis e um linha de náilon (nylon) posicionada horizontalmente acima ou abaixo do assoalho, admitindo uma tolerância de 2mm. Atentar para as lajes com previsão de contraflechas; Observar se o assoalho está todo pregado nas longarinas e com desmoldante aplicado. EXECUÇÃO DE FÔRMAS DE MADEIRAS PARA ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Fôrma montada com o assoalho da laje apoiado sobre longarinas e longarinas apoiadas sobre sarrafo-guia e escoras Esquema geral da fôrma montada FORMA DE PILARES FORMA DE PILARES FÔRMAS METÁLICAS PARA PILARES Moscas CONTRAVENTAMENTO ETAPAS DE MONTAGEM DE FORMA DE UM PILAR Verificar se o desmoldante foi aplicado na forma. Observar se o posicionamento dos espaçadores e o espaçamento entre os tensores ou agulhas atendem ao projeto. Conferir o prumo das fôrmas de pilares, utilizando um prumo de face, a altura do topo de cada painel. Conferir a imobilidade do conjunto mão-francesa gastalho e o esquadro do encontro dos painéis no topo do pilar. Verificar todos os encaixes das fôrmas para evitar que não haja folgas. Acertar eventuais diferenças encontradas em qualquer dos itens averiguados. FÔRMA DE VIGAS FORMA DE VIGAS FÔRMA DE VIGAS EXECUÇÃO DE VIGAS E LAJES Verificar sempre se as formas têm amarrações, escoramentos e contraventamentos (escoras laterais inclinadas) suficientes, para não sofrerem deslocamentos ou deformações, durante o lançamento do concreto. É necessário cuidado especial nos apoios dos pontaletes sobre o terreno para evitar o recalque e, em consequência, a flexão das vigas ou das lajes. Quanto mais fraco for o terreno, maior deve ser a tábua a empregar para apoio do pontalete, para que a carga seja distribuída em uma área maior. Colocar cunhas duplas nos pés de todos os pontaletes para permitir uma desforma mais fácil e mais suave. Cada pontalete pode ter somente uma emenda, que não deve ser feita no terço médio de seu comprimento. Somente um terço de todos os pontaletes pode ter emenda. Atualmente recomenda-se o uso de pontaletes e/ou escoras metálicos. EXECUÇÃO DE VIGAS E LAJES ETAPAS DE MONTAGEM DE FÔRMA DE UMA VIGA Verificar a locação dos topos das fôrmas dos pilares, com uma tolerância de 2mm, bem como as dimensões internas das formas. Checar se o desmoldante foi aplicado na face da forma da viga. Certificar-se do perfeito encaixe das formas na cabeça dos pilares admitindo-se uma tolerância de 2mm. O alinhamento dos painéis laterais deve ser conferido por intermédio de linhas de náilon (nylon) unindo as cabeças dos pilares. Observar o nivelamento dos fundos de viga, medindo com um metro a altura da fôrma até uma linha de náilon posicionada horizontalmente, abaixo dos fundos da viga. Avaliar a perfeita imobilidade de todo o conjunto, assim como o espaçamento dos garfos definido em projeto. ETAPAS DE MONTAGEM DE FÔRMA DE UMA VIGA RETIRADA DAS FÔRMAS E ESCORAMENTOS A desforma deve ser realizada de forma criteriosa. Em estruturas com vãos grandes ou com balanços, deve-se pedir ao calculista um programa de desforma progressiva, para evitar tensões internas não previstas no concreto, que podem provocar fissuras e até trincas. A retirada do escoramento e das fôrmas deverá ser efetuada sem choques e obedecer a um programa elaborado de acordo com o tipo da estrutura. Não se tendo usado cimento de alta resistência inicial ou processo que acelere o endurecimento, a retirada das formas e do escoramento não deverá dar-se antes dos seguintes prazos (NBR 6118/2008): A faces laterais (vigas e pilares): 3 dias; Faces inferiores, deixando-se pontaletes bem encunhados e convenientemente espaçados: 14 dias; Faces inferiores, sem pontaletes: 21 dias. Vigas e arcos com vão maior do que 10 m: 28 dias A desforma de estruturas mais esbeltas deve ser feita com muito cuidado, evitando-se desformas ou retiradas de escoras bruscas ou choques fortes. RETIRADA DAS FÔRMAS E ESCORAMENTOS Desforma de laje colméia. Desforma de laje colméia. REESCORAMENTO SISTEMA DE FÔRMAS E ESCORAMENTOS Disciplina: Construção Civil I Professora: Everlânia Silva