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Conceito de Consumidor no CDC

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Conceito de Consumidor
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
CONCEITO DE CONSUMIDOR
Relação Jurídica de Consumo
O CDC (Lei n. 8078/1990) é uma lei que foi criada por uma ordem constitucional. No 
artigo 49 do ACDT, foi determinado que fosse confeccionado um código de proteção ao con-
sumidor. A ideia de proteger o consumidor, um ente hipossuficiente nessas relações de con-
sumo já vinha sido discutida mundialmente, e na CF de 88, art.5º XXXII, foi disposto a defesa 
do consumidor, a proteção do consumidor como direito e garantia fundamental.
O artigo primeiro do CDC dispõe que a Lei n. 8.078 é uma norma de ordem pública. 
Vários preceitos do direito do consumidor são inegociáveis. Sendo assim, o consumidor não 
pode renunciar a determinados direitos; algumas cláusulas vão ser consideradas nulas de 
pleno direito, caso estejam em um contrato de consumo.
O CDC é uma norma moderna, bem escrita e estruturada, além de tratar de temas de 
vários ramos do direito, como, por exemplo, civil, processual, tutela coletiva, infrações crimi-
nais (direito penal), infrações administrativas (direito administrativo). 
O Código Civil não seria suficiente para regular essa relação fornecedor x consumidor, 
porque há um desequilíbrio, ou seja, todo consumidor é vulnerável. Diante disso, foi neces-
sário o surgimento do Código do Consumidor, com o intuito de proteger o ente vulnerável e 
assim ser possível equilibrar essa relação do consumidor com o fornecedor.
O CDC incidirá em toda relação jurídica que puder ser caracterizada como de consumo;
CONSUMIDOR → PRODUTO OU SERVIÇO → FORNECEDOR
Quem é o consumidor:
• Clássico: Art. 2º, caput.
Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. (standart)
Obs.: produto ou serviço é o objeto da relação de consumo. Destonatário final
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indeterminá-
veis, que haja intervindo nas relações de consumo.
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Interpretação finalista: Restringe a figura do consumidor – não profissional – destina-
tário final. Essa é a interpretação adotada. Basta ser o destinatário final econômico, ou seja, 
quando quem está comprando ou utilizando o produto não vai utilizá-lo para retornar à cadeia 
produtiva. O STJ adota essa teoria. 
Ex.: fulano compra um computador para uso pessoal. É um destinatário final.
Por outro lado, se a pessoa compra um computador para prestar serviço, ele voltará para 
a cadeia de consumo. Nesse caso, não é mais o destinatário final.
Interpretação maximalista – sociedade de consumo, basta que não haja revenda. Foi 
considerada muito abrangente.
Interpretação finalista aprofundada – consumidor final imediato – vulnerabilidade – 
artigo 4º, inciso I, do CDC.
Obs.: o STJ aplica a teoria finalista, mas admite uma mitigação do rigor da teoria finalista, 
se no caso concreto houver vulnerabilidade.
Resumo:
Teoria (destinatário final):
– Maximalista: basta que não haja revenda. Não prevaleceu.
– Finalista: consumidor não profissional. Teoria admitida. 
• STJ admite essa teoria de forma aprofundada, em que, excepcionalmente, pode-se 
considerar como consumidor o profissional, caso seja verificada a existência de vul-
nerabilidade. Por exemplo, a costureira que adquiri a máquina de costura para fazer e 
vender roupas continua sendo vulnerável perante o fabricante.
• VULNERABILIDADE: na medida em que não só tem acesso ao sistema produtivo 
como não tem condições de conhecer seu funcionamento.
SITUAÇÃO NA QUAL UM DOS SUJEITOS DE DETERMINADA RELAÇÃO FIGURA EM 
UM POLO MAIS FRÁGIL.
• A vulnerabilidade exclui a premissa de igualdade.
TEORIA FINALISTA MITIGADA, ABRANDADA OU APROFUNDADA
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• A TERIA APLICADA É A FINALISTA MITIGADA na qual a pessoa que adquire bens de 
produção não será considerada consumidora. Mas, se verificado no caso concreto, 
que há vulnerabilidade da pessoa que adquiriu ou utilizou o produto ou serviço diante 
da que forneceu, excepcionalmente poderá ter a aplicação do CDC.
VULNERABILIDADE
Existem quatro tipos de vulnerabilidade, bastando que uma delas seja aplicada ao caso 
concreto. Veja abaixo:
a) técnica: a pessoa não conhece o funcionamento do produto, então ela acredita nas 
informações que lhe estão sendo passadas. 
b) jurídica: o consumidor não vai renegociar o contrato de igual para igual, porque o con-
trato já vem pronto. Na maior parte das vezes, serão trabalhadas as relações de consumo 
que são estruturadas e realizadas por meio de um contrato adesivo, ou seja, ele só adere.
c) fática: acontece quando o desnível é claro.
d) informacional: o consumidor não detém todas as informações suficientes.
Obs.: a pessoa natural tem presunção de vulnerabilidade. A pessoa jurídica deverá de-
monstrar a vulnerabilidade no caso concreto. 
Resumo do julgado:
• Embora consagre o critério finalista para interpretação do conceito de consumidor, a 
jurisprudência do STJ também reconhece a necessidade de, em situações específi-
cas, abrandar o rigor desse critério para admitir a aplicabilidade do CDC nas relações 
entre os adquirentes e os fornecedores em que, mesmo o adquirente utilizando os 
bens ou serviços para suas atividades econômicas, fique evidenciado que ele apre-
senta vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que isso é a teoria finalista mitigada, 
abrandada ou aprofundada.
Em suma, a teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada consiste na possibili-
dade de se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa, mesmo sem ter adquirido o 
produto ou serviço como destinatária final, possa ser equiparada à condição de consumidora, 
por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade.
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Existem quatro espécies de vulnerabilidade: a) técnica; b) jurídica; c) fática; d) informacio-
nal. STJ. 3ª Turma. REsp 1195642/RJ, Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012.
VULNERABILIDADE TÉCNICA
• Significa a ausência de conhecimento específico acerca do produto ou serviço por 
parte do adquirente.
• A vulnerabilidade técnica é presumida no caso do consumidor não profissional (ex: 
uma família que adquire uma geladeira).
• O consumidor profissional pode excepcionalmente ser considerado tecnicamente vul-
nerável, nas hipóteses em que o produto ou serviço adquirido não tiver relação com a 
sua formação, competência ou área de atuação. Ex: uma escola de idiomas que con-
trata uma empresa para o desenvolvimento e instalação de um sistema de informática.
VULNERABILIDADE JURÍDICA (OU CIENTÍFICA)
• A vulnerabilidade jurídica ou científica pressupõe falta de conhecimento jurídico, con-
tábil ou econômico.
• A vulnerabilidade jurídica é presumida no caso do consumidor não profissional.
• Por outro lado, se a pessoa que adquiriu o produto ou serviço for profissional ou uma 
pessoa jurídica, a presunção é de que não é vulnerável juridicamente, uma vez que 
pratica os atos de consumo ciente da respectiva repercussão jurídica, contábil e eco-
nômica, seja por sua própria formação (no caso dos profissionais), seja pelo fato de, na 
consecução de suas atividades, contar com a assistência de advogados, contadores 
e/ou economistas (no caso das pessoas jurídicas). Obviamente, essa pessoa poderá 
provar que, no caso concreto, era vulnerável juridicamente.
VULNERABILIDADE INFORMACIONAL
•Trata-se de uma nova categoria, antes enquadrada como vulnerabilidade técnica. A 
vulnerabilidade informacional ocorre quando o consumidor não detém as informa-
ções suficientes para realizar o processo decisório de aquisição ou não do produto 
ou serviço.
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Teoria finalista mitigada, abrandada ou aprofundada 
a. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
 
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Fernanda Da Rocha. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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