Prévia do material em texto
HÉRNIAS ABDOMINAIS DEFINIÇÃO: · Hérnia: protusão de uma estrutura infra-abdominal através de um orifício na parede da cavidade, respeitando a integridade da pele · Incidência geral: 5-10% da população geral vão ter algum tipo de hérnia CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA: · Quanto à localização do defeito: *Epigástricas não costumam complicar *Incisionais: apêndice, corte mediano (secciona linhas de força) · Quanto ao conteúdo do saco herniário · Quanto às complicações · Quanto à etiologia congênito ou adquirida Estruturas anatômicas envolvidas: Classificação de Nyhus: (prova) Obs: tipo I < que 2 cm e tipo II > que 2 cm Classificação de Campanelli: · Desenvolvido para hérnias inguinais recidivadas que permite orientar a estratégia cirúrgica · R1 (9,4%): primeira recorrência, redutível, defeito com < 2 cm próximo ao anel inguinal profundo (lateral) · R2 (60,6%): primeira recorrência, redutível, defeito com < 2 cm acima do tubérculo púbico (medial) · R3 (30%): multi-recorrência ou irredutível ou defeito > 2 cm ou recorrência femoral CANAL INGUINAL · Uma entrada interna chamado de ângula interno ou profundo · O ângulo superficial é o que sai o canal espermático · Limites do canal inguinal: teto do canal é formado por mm (fibras arqueadas dos músculos oblíquo interno e transverso do abdome). Parede anterior formada por aponeuroses (mm oblíquos externo e interno). Assoalho é formado por ligamentos (inguinal e lacunar). Parede posterior formada por fáscia transversal e tendão conjunto · Diretas são do assoalho, por dentro dos vasos epigástricos · Indiretas são junto com os elementos do cordão, por fora dos vasos epigástricos · Femoral: por baixo do cordão DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: adenites, linfomas, TU partes moles (lipoma, neoplasia metastática), testículo ectópico, aneurisma, hidrocele, epididimite, torção de cordão espermático *Diferencial em crianças = criptorquidia - prescreve hormônio e, se não descer, operar para evitar neoplasia QUADRO CLÍNICO Sintomatologia: · Abaulamento abdominal · Dor e desconforto · Vigência de complicações: dor intensa, náuseas, vômitos, obstrução intestinal e sinais flogísticos locais, como peritonite Exame físico: · TU palpável · Manobras: Landivar, Smith-bates (melhor para hérnias incisionais) e Valsalva · Na mulher é mais difícil de fazer o exame, mas apresenta dor aos esforços, devendo fazer os exames de imagem Diagnóstico: · Dx clínico · Exames: US, TC e RNM HÉRNIAS INGUINAIS EPIDEMIOLOGIA · Prevalência entre as herniações 75% inguinais e ⅔ são indiretas · Quanto ao sexo: > homens (25x mais) · Quanto ao lado: 2x mais comum em direito DIRETAS OU INDIRETAS · Mais frequente são as hérnias inguinais indiretas · Indireta: lateral aos vasos epigástricos. São as que mais complicam (encarceram). Jovem, que faz força · Direta: medial aos vasos epigástricos. Fraqueza parede e relacionam aos esforços CLASSIFICAÇÃO HÉRNIA FEMORAL · 4x mais comum em mulheres do que homens · Complicam menos que as inguinais Obs: mas a inguinal continua sendo a mais frequente em mulheres HÉRNIA UMBILICAL · Cirurgia em crianças acima de 5 anos HÉRNIA INCISIONAL · Quando tem uma incisão HÉRNIA EPIGÁSTRICA · Os dois retos abdominais se unem na linha média formando a linha Alba · A hérnia epigástrica se forma na linha Alba, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical · Duas hérnias são sempre medianas: umbilical e epigástrica · Geralmente operam por estética, não trazendo muitos incômodos e complicações OUTRAS: Hérnia de Littré: rara Hérnia de Amyand: conteúdo da hérnia é o apêndice. Pode estar relacionada com apendicite Diástase dos mm retro-abdominais: geralmente poucos sintomas, pode sentir um abaulamento na região epigástrica e pode ser identificado em exames de imagem Hérnia de Richter: · Hérnia em qualquer local em que a borda antimesentérica faz parte da hérnia, mas a mesentérica não é comprometida · Quando complica, pode continuar com trânsito intestinal, “engana” Hérnia de Spiegel: abaixo da linha semilunar Hérnia de Grynfeltt (subcostal) e de Petit (acima do ilíaco): são lombares. Não frequentes TRATAMENTO · Técnicas convencionais · Técnicas laparoscópicas · Cirurgia robótica: tto de hérnias complexas · Técnicas laparoscópicas · Livre de tensão · Complicações < 10% e recidivas < 3% · Hérnias bilaterais e recidivadas · Correção transabdominal pré-peritoneal (TAPP) · Herniorrafia inguinal totalmente extraperitoneal (TEP): espaço pré-peritoneal ou espaço de Bogros (entre o peritônio e a fáscia transversal) e contém tecido adiposo, linfáticos, vasos e nervos. Existem diferentes técnicas por esta via (exemplo: Gilbert, Kugel, Stoppa) e colocam uma prótese neste espaço para reforçar a parede posterior do canal inguinal Na hora da escolha, levar em consideração: · Taxa de recidiva e segurança (risco de complicações) · Recuperação pós-op e qualidade de vida (retorno ao trabalho) · Grau de dificuldade (curva de aprendizagem do cirurgião) · Custos (hospitalares e sociais) COMPLICAÇÕES: Pré-op: encarceramento e estrangulamento Pós-op: · Infecções pós-op · Orquite isquêmica · Neuralgias (dor crônica) · Lesão de ducto deferente, lesão vascular do cordão, lesão de alça ou do conteúdo do saco herniário · Seromas e hematomas · Complicações respiratórias · Recidivas e recorrências ORIENTAÇÕES: Pré-op: obesidade, sintomas respiratórios (tabagismo) e prostatismo Convalescência: esforço físico (retorno à rotina, trabalho e esportes), trânsito intestinal image1.png image2.png image3.png