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Anamnese Ginecologica 1. Identificação Nome: Idade: Escolaridade: Estado civil: Raça: Religião: Profissão: Naturalidade: 2. Queixa principal: Motivo da consulta deve ser anotado com a linguagem do paciente. É necessário perguntar ao paciente: “Qual o motivo consulta?”, “O que trouxe a paciente a procurar o médico”. Em ginecologia, as pacientes procuram atendimento médico, muitas vezes, apenas para realização de preventivo ginecológico ou orientação sobre anticoncepcionais. Nesse caso, a paciente não apresenta nenhuma queixa e é escrito no prontuário da seguinte forma: “Paciente assintomática procura serviço para buscar orientação para anticoncepcional/para realizar preventivo ginecológico”. 3. História da moléstia atual Detalhamento da queixa principal - Localização, irradiação, tempo. - Se a QP for um corrimento: odor, aspecto, quantidade, prurido. Semiologia ginecológica Caroline Pires – Medicina Anamnese Ginecologica Motivo da consulta deve ser anotado com a linguagem do paciente. É necessário perguntar ao paciente: “Qual o motivo da consulta?”, “O que trouxe a paciente a Em ginecologia, as pacientes procuram atendimento médico, muitas vezes, apenas para realização de preventivo ginecológico ou orientação sobre Nesse caso, a paciente nta nenhuma queixa e é escrito no prontuário da seguinte forma: “Paciente assintomática procura serviço para buscar orientação para anticoncepcional/para : odor, aspecto, Sintomas associados Fatores de melhora e piora Será permitido nessa fase que a paciente apresente amplamente todas as s e que discuta sobre exames anteriormente realizados ou medicamentos utilizados. 4. Interrogatório sistemático Respiratório Cardiovascular Gastrointestinal Urinário 5. Antecedentes familiares Valorizar a ocorrência de neoplasias como as das mamas, intestinais e dos ovários e que tenham ocorrido principalmente na parentela de primeiro grau. Torna conveniente avaliar a idade do surgimento das neoplasias, principalmente das mamas, pois isso exigirá um rastreio mais precoce das pacientes que futuramente possam ser envolvidas. Os antecedentes de outras doenças endócrinas como diabetes mellitus, hipertensão e hipotireoidismo necessitam de conveniente análise sobre a sua ocorrência familiar. Doenças cardiovasculares Doenças endócrino/metabólicas Diabetes Câncer (principalmente mama) Tuberculose Infecções Outras Semiologia ginecológica Medicina UNIFTC 2021.1 Fatores de melhora e piora Será permitido nessa fase que a paciente apresente amplamente todas as suas queixas e que discuta sobre exames anteriormente realizados ou medicamentos utilizados. Interrogatório sistemático Antecedentes familiares alorizar a ocorrência de neoplasias como mamas, intestinais e dos ovários e que tenham ocorrido principalmente na parentela de primeiro grau. Torna-se conveniente avaliar a idade do surgimento das neoplasias, principalmente das mamas, pois isso exigirá um rastreio mais precoce das uturamente possam ser envolvidas. Os antecedentes de outras doenças endócrinas como diabetes mellitus, hipertensão e hipotireoidismo necessitam de conveniente análise sobre a sua ocorrência Doenças cardiovasculares Doenças endócrino/metabólicas – Câncer (principalmente mama) Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 6. Antecedentes patológicos Internamentos Cirurgias (incluindo cesárea e curetagens) Uso de medicações Doenças 7. Hábitos de vida Etilismo (frequência, quantidade, tipo de bebida) Tabagismo Atividade física Alimentação 8. Antecedentes menstruais As informações sobre a idade da menarca, do desenvolvimento cronológico, do surgimento dos caracteres sexuais secundários e da regularidade ou irregularidade dos ciclos menstruais subsequentes são imperativas. É necessário anotar as datas das últimas menstruações e observar a regularidade ou irregularidade dos ciclos e os sintomas associados, como os pré-menstruais ou mesmo a sintomatologia sistêmica associada à tensão pré-menstrual (TPM). Menarca (qual idade a paciente menstruou pela primeira vez) Ciclos menstruais (contendo intervalos e duração, fluxo – medido geralmente pelo numero de absorventes trocados e caracterizado em +/++++) DUM (Data da última menstruação) TPM (sintomas pré-menstruais – mastalgia, irritabilidade, retenção de líquido) Dismenorréia (cólica no período menstrual – relatar caráter da dor) Menopausa (natural – ausência de produção hormonal ou cirúrgica – retirada de ovários) Conceituar as irregularidades menstruais como: Hipomenorreia: diminuição do número de dias e da quantidade do fluxo menstrual; Hipermenorreia/menorragia: aumento do número de dias e da quantidade do fluxo menstrual; Polimenorreia: diminuição do intervalo do fluxo menstrual menor de 21 até 25 dias; Oligomenorreia: aumento do intervalo do fluxo menstrual superior a 35 dias; Metrorragia: sangramento irregular e totalmente desperiodizado, sangramento irregular e acíclico. 9. Antecedentes sexuais É necessário inquirir e esclarecer sobre seu início e as possíveis falhas e efeitos colaterais dos métodos contracepticos. A história sexual dependerá da situação individual de cada paciente e das circunstâncias do momento da consulta, idade da sexarca, mas torna-se essencial conhecer o número prévio de parceiros e a ocorrência de doenças sexuais prévias. As disfunções sexuais, como diminuição da libido e redução no grau de resposta sexual ou impossibilidade no relacionamento, merecem sempre cuidadosa e progressiva análise, principalmente nas consultas posteriores. Sexarca (1 Coito – idade em que iniciou a vida sexual) Número de parceiros Libido Orgasmos Método contraceptivo 10. Antecedentes ginecológicos Corrimentos Cirurgias (cesáreas, retirada de pólipos, cauterização) 11. Antecedentes obstétricos Anotar o número de gestações, o número e os tipos de partos, se normais ou cesáreos; a ocorrência de abortamentos espontâneos ou induzidos e de traumas genitais que possam ter ocorrido, bem como de possíveis complicações infecciosas. Referir também o período puerperal e das lactações, com duração ou complicações. G (gravidez) P (parto) A (aborto – espontâneo ou provocado) Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 PNL (parto natural longitudinal), PC (parto cesáreo) ou PF (parto com fórceps) 1 parto (idade que teve o primeiro filho), último parto. Peso RN (maior) Amamentação (se amamentou, por quanto tempo) Puerpério (complicações no pós parto, febre, sangramento) Parto prematuro Paciente teve hipertensão ou diabetes durante a gravidez Principais queixas ginecologicas Alteração do ciclo ou fluxo menstrual (intervalo de ciclo normal 25 a 35 dias) Dor pélvica (investigar localização, irradiação) Corrimento vaginal (corrimento incolor, sem odor, e sem prurido: normal) Ardor, prurido genital Modificações ou perturbações mamárias Dificuldades sexuais (dispareunia – dor durante o ato sexual, redução da libido, ausência de orgasmo). Perturbações miccionais e/ou perda involuntária de urina Dificuldade para engravidar (Fatores tubários, uterinos e hormonais, causados por obstrutivas decorrentes de DST, endometriose, miomas, pólipos, pacientes com dificuldade de ovular) Exame fisico ginecologico Desde o início, deve-se ter atenção ao estado geral da paciente, com o seu aspecto físico, muscular e do tecido adiposo, e ao seu trofismo geral; 1. Observar a pressão arterial (PA), o peso, a estatura e a frequência cardíaca (pulso) e, se necessário, a temperatura corporal; calcular o IMC (índice de massa corpórea): Peso Altura IMC Pressão arterial 2. Na cabeça e no pescoço, avaliar a fáscies, as mucosas oculares e da boca, a tireoide e a presença ou não de linfonodos cervicais; Pele: Acne, hirsutismo (caracterizar se a paciente tiver uma grande quantidade de hormônios androgênicos – comum em pacientes com síndrome do ovário policístico) 3. Realizar ausculta cardíaca e pulmonar de modo objetivo; Exame da mama A inspeção estática e dinâmica deverá sempre ser procedida com a paciente sentada e o examinador postado à sua frente, permitindo, assim, uma análise das mamas Quando se examina a axila, é importante que a paciente relaxe, para que os músculos peitorais fiquem relaxados e seja feito um exame completo da axila. Músculos contraídos podem obscurecer discretamente linfonodos aumentados de tamanho. Para examinar os linfonodos axilares direitos, o examinador deve suspender o braço direito da paciente utilizando seu braço direito, fazendo, então, uma concha com os dedos da mão esquerda, penetrando o mais alto possível em direção ao ápice da axila. Inspeção estática: Quanto a sua simetria, volume, mamilos, mobilidade e retrações, abaulamentos, presença de nódulos Movimentos para inspeção Inspeção dinâmica: Com a paciente deitada em decúbito dorsal, procede-se Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 à palpação pressionando o tecido mamário com a ponta dos dedos contra o gradeado costal e observando a existência ou não de nódulos. Se presentes deverão ser descritos sua localização, características, tamanho e mobilidade, presença de nódulos. A sua realização poderá ser feita tanto no sentido horário ou anti-horário, mas o essencial é examinar as mamas na sua totalidade. Divide a mama em quadrantes inferiores e superiores, pois ao encontrar alguma alteração é preciso especificar onde foi encontrado. Dividido em 8 quadrantes: Quadrante superior externo (QSE) Quadrante superior interno (QSI) Quadrante inferior externo (QIE) Quadrante inferior interno (QII) Expressão: Expressão na região dos mamilos para evidenciar se há ou não a presença de secreções serosas, lácteas ou sanguinolentas intraductais. Se for positiva a presença de descarga papilar, torna-se imperativa a coleta desse material para análise laboratorial. Exame do abdome O exame do abdome deve ser realizado com a paciente em decúbito dorsal, com as pernas esticadas e a cabeça apoiada confortavelmente, para que não haja contração da musculatura abdominal. O abdome deve estar completamente exposto, e o examinador deve se posicionar ao lado direito da paciente. Inspeção: sobre a presença de anormalidades, como abaulamentos, distensões, retrações ou cicatrizes cirúrgicas. Palpação: Superficial e profunda Poderá determinar a existência de anormalidades, percebendo-se, assim, a mobilidade ou não de massas abdominais ou pélvicas e a sua consistência, se sólidas ou sólido-císticas, ou mesmo a presença de ascite. Nessa ocasião, observar-se-á também a existência de sensibilidade álgica em diversos graus, e o simples ato de tocar na parede abdominal poderá desencadear dores intensas. Dividido em 9 quadrantes: HID: Hipocôndrio direito EPI: Epigástrio HIE: Hipocôndrio esquerdo FD: Flanco direito FE: Flanco esquerdo FID: Fossa ilíaca direita HIP: Hipogástrio FIE: Fossa ilíaca esquerda Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Genitalia externa É conveniente cuidadosa observação de todas as partes anatômicas dos genitais externos femininos, começando pelos grandes e pequenos lábios, afastando os grandes lábios para melhor visualização, clitóris, uretra, verificando se há ou não procidência das paredes vaginais anterior e posterior. Na inspeção e palpação das diversas partes da vulva, impõe-se avaliar o monte de Vênus e a cadeia ganglionar inguinal bilateral para determinar se há existência de linfonodomegalias. Observar também, em posição suburetral bilateral, o possível aumento de volume das glândulas de Skene e, próximo à rima vulvar, bilateralmente, as glândulas de Bartholin, que, pela presença de infecções, cistos ou tumorações, poderão estar com volume aumentado e com grande sensibilidade dolorosa. Avaliar no exame: Pilificação (pelos) Grandes e pequenos lábios Clitóris Glândula de Bartholin Hímen (membrana que se rompe no primeiro ato sexual) Uretra Períneo Procedência PVA/PVP Perda de urina Glândula de Bartholin Em uma paciente sem alterações, torna-se difícil perceber as glândulas. Glândula com algum tipo de infecção, em muitos casos sendo necessário drenar a infecção por ser uma inflamação desconfortável para a paciente ou iniciar terapia antibiótica em casos menos graves. Períneo Nesse momento, solicitar a realização de manobra de esforço-tipo Valsava, que acentuará e mostrará tais procidências e/ou Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 a presença de graus diversos de ruptura perineal (primeiro a terceiro grau) ou de graus diversos de prolapso uterino, detectando-se aí se há ou não lesão do esfíncter anal. Na próxima imagem, no primeiro quadrado observamos um útero com anatomia normal, na segunda imagem parte da parede vaginal anterior junto com a bexiga pode descer e se exteriorizar e é denominado prolapso de parede vaginal anterior. Na terceira imagem, ocorre um prolapso de parede vaginal posterior. E na quarta um prolapso uterino. Genitalia interna Exame especular Espéculo O espéculo é introduzido fechado. Apoia-se ele sobre a fúrcula, ligeiramente oblíquo (para evitar lesão uretral), e faz-se sua introdução lentamente; antes de ser completamente colocado na vagina, quando estiver no meio do caminho, deve ser rodado, ficando as valvas paralelas às paredes anterior e posterior, posição que ocupará no exame. A extremidade do aparelho será orientada para baixo e para trás, na direção do cóccix, enquanto é aberto. Na abertura do espéculo, a mão esquerda segura e firma a valva anterior dele, para que a mão direita possa, girando a borboleta para o sentido horário, abrir o espéculo e expor o colo uterino. Utilização de uma espátula (espátula de Ayre) e uma escovinha para coleta do material endocervical encontrado, colocado em uma lâmina. É necessário uma limpeza com solução fisiológica, após a limpeza do colo uterino faz uso de uma solução de ácido acético a 3 a 5%, faz-se o pincelamento de todo o colo uterino com solução saturada de lugol (iodo). Essa solução propiciará a impregnação das células da exocérvice com uma coloração marrom-escura, pois os vacúolos de glicogênio presentes no citoplasma dessas células normais serão assim corados. Em outras células, como as endocervicais ou neoplásicas, que não contêm tais vacúolos, serão consideradas iodo-claro ou iodo negativas e o teste de Schiller positivo. Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 Colo com ácido acético Colo com iodo – todo corado Colo com iodo – com alguma alteração (não foi corado por completo) Com a exposição do colo uterino, tem-se a visualização da junção cervicovaginal, sendo essa a oportunidade para a coleta da citologia cervicovaginal, conhecida como teste de G. Papanicolaou. A coleta deverá ser feita com escova apropriada; com a introdução dessa escova, a coleta será feita ao nível da junção dos dois epitélios cervicais. Também é essencial a observação de nódulos, eversões da endocérvice ou irregularidades como lesões. Adolescente: espéculo pequeno Mulheres que já engravidaram: especulo médio Mulheres obesas: espéculo grande Avalia com o especulo as paredes vaginais e o colo do útero Epitélio de revestimento do colo do útero: escamoso (ectocérvix) Com o especulo só temos a visualização do orifício uterino externo (aentrada do colo do útero). Dentro do colo do útero, apresenta um epitélio granular, que em alguns momentos da vida da mulher, esse epitélio pode se exteriorizar, um evento chamado de ectopia, sendo fisiológico. Após isso ocorre uma metaplasia ou modificação, para que ele volte a ser escamoso, quando isso acontece muitas vezes, se torna um ambiente favorável para infecções, como por exemplo: HPV. Toque vaginal Permitirá avaliar a amplitude e as características das paredes vaginais, do colo e do corpo uterino. Poderá ser unidigital, quando somente o dedo indicador é introduzido na vagina, ou bidigital, quando o procedimento é com dois dedos: indicador e médio. Com o(s) dedo(s) introduzido(s) na cavidade vaginal e a outra mão na pelve para fazer a pressão uterina, observarão as paredes vaginais, com sua elasticidade e rugosidade, bem como o colo uterino, com sua consistência, posição e direcionamento. A consistência do colo é cartilaginosa, e Caroline Pires – Medicina UNIFTC 2021.1 quando se evidencia a possibilidade de gestação, ele se torna amolecido pela impregnação hormonal gravídica. Posição uterina: Anterovertido: Mais comum. O colo fica mais atrás e o corpo do útero continua e se inclina até a bexiga. Retrovertido: O colo fica mais pra frente e o corpo fica em oposição a bexiga.
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