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ANAFILAXIA NA SALA DE EMERGÊNCIA · Reação alérgica ou de hipersensibilidade de acometimento rápido e potencialmente fatal · Pode ser mediada por IgE ou outros → que leva a degradação de mastócitos → liberação de histamina · Histamina faz vasodilatação periférica: diminuição de RVS, que pode levar a hipotensão e hipoperfusão → choque anafilático · A vasodilatação é sistêmica, podendo fazer edema de vias aéreas por extravasamento e obstrução fazendo insuficiência respiratória DEFINIÇÃO DIAGNÓSTICA: · Agudo · Reação de hipersensibilidade sistêmica · Liberação de mediadores de mastócitos · Geralmente mediada por IgE: comida, medicação e insetos · Qualquer agente capaz de causar uma súbita degranulação sistêmica de mastócitos · Acometimento rápido, afetando as vias aéreas, respiração ou sistema cardiovascular 1. Condição aguda: minutos a horas + pelo menos um dos seguintes: · Respiratório comprometido · Redução da pressão sistólica, com queda de 30% da basal ou sintomas de síncope · Sintomas GI: dor abdominal, náusea/vômitos 2. Hipotensão, broncoespasmos ou envolvimento laríngeo após exposição a alérgenos CAUSAS: · Alimentos (frutos do mar, oleaginosas) · Medicações · Insetos ou veneno MECANISMOS: · Imunológicos dependente de IgE: alérgenos · Imunológicos independente de IgE: alguns medicamentos que fazer o processo acontecer · Não imunológicos: até exercícios físicos PADRÃO TEMPORAL: · Unifásica: mais comum, atinge picos após horas · Bifásica: recorrência em até 24 horas · Persistente · Refratária · Tardia SINAIS E SINTOMAS: · Cutâneos: 90% dos casos. Prurido, rubor, edema, angioedema, edema periorbital e conjuntival. Pode ter melhorado (perguntar ao paciente) · Respiratório: 85% dos casos. Rinorreia, congestão nasal, espirros, prurido na garganta ou canal auditivo, estridor (mais preocupante, pois indica uma obstrução de via aérea alta), dispneia, sibilos, tosse *Edema vai aumentando porque o alérgeno não foi retirado → via aérea obstrui cada vez mais, sendo mais difícil de intubar, podendo gerar PCR → não atrasar na adrenalina e, se necessário, intubar · GI: 45% dos casos. Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal · Cardiovasculares: 45% dos casos. Lipotímia, síncope, vertigem, hipotensão, taquicardia *Importante também, pois pode gerar baixa perfusão periférica e choque anafilático · Pensar nos diagnósticos diferenciais que pode estar acometendo o paciente LABORATÓRIO · Dx é clínico · Tto não pode aguardar avaliação laboratorial · Se há dúvidas sobre a causa dos sintomas observados, pode-se pedir, mas não atrasar tto · Dosagem de triptase de mastócitos: · Ideal: dosagem com 2h e não mais que 4h do início dos sintomas · Dosagem: 1-2h do início dos sintomas e 24h após resolução do quadro TRATAMENTO NA EMERGÊNCIA · Foco no ABCDE inicial e MOV · Oxigênio em alto fluxo. Cateter não é opção · Dois acessos calibrosos (14 ou 16) · IOT se estridor ou desconforto respiratório devido acometimento de vias aéreas superiores · Preparar a intubação precoce se envolvimento de via aérea ou significante edema de língua, orofaringe ou alteração de voz, principalmente se acometimento rápido → não deixar o edema aumentar, pois pode apenas passar um cateter muito pequeno, gerando um fluxo muito baixo · Minoria dos casos: cricotireoidostomia · Ressucitação volêmica: · Imediatamente se hipotensão ortostática, hipotensão ou resposta incompleta a epinefrina → não necessariamente choque · Deixa o paciente em decúbito com pernas elevadas · Soro fisiológico 0,9% ou ringer lactato 1-2L · Volumes maiores se necessário · Epinefrina!!: PRIORIDADE · Primeiro e mais importante tratamento · Diminui liberação de mediadores dos mastócitos, previne ou reverte obstrução de via aérea e colapso cardiovascular · Preferência IM, ampola de 1mg/1mL, com dose de 0,3-0,5mg, no vasto lateral da coxa · Repetir a cada 5-15min · Pode fazer até 3 vezes · EV com bolus lento para colapso CV · EV contínua se refratária a IM · Glucagon: · Para pacientes que usam BB com ou sem IECA · Anafilaxia mais severa ou refratária · Efeito inotrópico e cronotrópico não mediados por receptores beta · Terapia adjunta: baixa evidência, são para sintomas, como anti-histamínico (mais cutâneo-mucosas), broncodilatadores e glicocorticóides · Refratária: outros vasopressores, azul de metileno e ECMO (muito graves e não responsivos) Erros: · Atrasar epinefrina · Antihistamínico são úteis para prurido/urticária · Broncodilatadores não substituem a epinefrina, podem ser para broncoespasmos severos e associado à epinefrina Adrenalina muscular possui efeito rápido e bom, mas alguns vão fazer reação bifásica PACIENTES QUE VÃO FICAR EM OBSERVAÇÃO: · Depende da evolução, número de doses de adrenalina 2 HORAS · Pacientes completamente sem sintomas · Uma dose de adrenalina · Paciente tem caneta de adrenalina disponível e sabe usar 6 HORAS: · Duas doses de adrenalina · Histórico prévio de reação bifásica 12 HORAS: · Reação severa com mais de 2 doses de adrenalina OU · Paciente com asma grave ou reação severa com envolvimento do sistema respiratório OU · Paciente apresentou tarde da noite ou incapaz de responder a qualquer deterioração OU · Paciente vive em um local com acesso à emergência difícil