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ATENDIMENTO INICIAL DO TRAUMA · Lesão em 2 ou mais sistemas de órgãos (tórax, abdome, TCE, fratura de ossos longos) · Etiologia: 1° homicídios e 2° acidentes com veículos de transporte PRIORIDADES Atendimento pré-hospitalar: 1° Avaliação da cena 2° Reconhecimento da existência de incidentes de múltiplas vítimas e desastres 3° Uma vez que uma avaliação sucinta seja realizada, deve-se voltar a atenção para a avaliação de cada doente Avaliação primária: X: tratamento de hemorragias graves A: via aérea com proteção da coluna cervical B: ventilação e respiração C: circulação com controle da hemorragia D: disfunção neurológica e estado neurológico E: exposição/controle do ambiente ETAPA A: · Sinais de obstrução da via aérea · Presença de corpos estranhos · Fraturas faciais, mandibulares ou traqueo-brônquicas · Aspiração e retirada de corpo estranho · Proteção de coluna cervical = colar cervical ou manual ETAPA B: · Apneia: doente não está ventilando · Lenta: FR < 12 · Normal: FR entre 12 e 20 · Rápida: FR entre 20 e 30 · Muito rápida: FR > 30 · Momento que decide se vai entubar ETAPA C: · Nível de consciência - pensando em choque por baixa PPC, podendo superestimar alterações neurológicas · Cor da pele · 3 P’s: pulso, perfusão e pele · Locais de hemorragia oculta grave: tórax, abdome, retroperitônio, bacia e ossos longos GRAU DE CHOQUE: Armadilhas: · Idosos: capacidade limitada de aumentar FC em resposta a perda sanguínea e uso de anticoagulantes orais para problemas como FA, doença coronariana e acidentes isquêmicos · Crianças: demonstram poucos sinais de perda sanguínea devido a reserva fisiológica exuberante, quando ocorre deterioração hemodinâmica, rápida e catastrófica · Atleta: mecanismos compensatórios que se assemelham aos das crianças · Gestantes · Medicações: principalmente BB ETAPA D: · Avalia parte neurológica após compensar as outras · Armadilha: mesmo com tto apropriado o doente com trauma pode sofrer deterioração neurológica rápida. Ex: intervalo lúcido, comumente associado ao hematoma epidural agudo · Reavaliação neurológica frequente com GCS, pupilas e sinais focais · Se necessário voltar a avaliação primária ETAPA E: · Exposição de todo o doente e de outras possíveis fraturas e escoriações HISTÓRIA AMPLA: A: alergias M: medicamentos de uso habitual P: passado médico L: líquidos e alimentos ingeridos recentemente A: ambiente e eventos relacionados ao trauma Avaliação secundária: · Testes dx especializados para identificar lesões específicas que são realizadas após o estado hemodinâmico do doente ter sido normalizado e o doente examinado cuidadosamente · Rx adicionais da coluna e das extremidades, quando indicadas · Avaliar TC da cabeça, tórax, abdome e coluna TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO INTRODUÇÃO · Muito frequente, com alta morbimortalidade (90% dos óbitos pré-hospitalar), podendo ter sequelas permanentes · Principal objetivo: evitar danos secundários e manter perfusão cerebral · 75% são leves, 15% moderados e 10% graves Fisiologia: Pressão intracraniana (PIC): normal < 12 mmHg · Maior que 20-22 mmHg: diminuição da perfusão cerebral, pelo aumento da pressão, podendo fazer isquemia do cérebro Fluxo sanguíneo cerebral (FSC): · Níveis baixos de FSC: inadequado para a demanda metabólica, levando a isquemia · PPC = PAM - PIC · PAM entre 50 e 150 é auto regulada para manter FSC constante · Vasodilatação ou vasoconstrição: alteração na PO2 e/ou PCO2 · Lesão secundária: hipotensão, hipóxia, hipercapnia ou hipocapnia iatrogênica · O cérebro para tentar compensar elimina primeiro o LCR e o volume venoso. Se deslocar a massa encefálica, é porque já usou todos os mecanismos compensatórios, fazendo descompensação, o que gera as herniações (não tem como estar em ECG 15) Classificação - feita para Escala de Coma Glasgow: LEVE: 13-15 MODERADA: 9-12 GRAVE: 3-8 *Saber fazer ECG GCS modificada: *escrever se uso modificada* Inclui reatividade pupilar: (-2) ambas as pupilar não reagentes ao estímulo de luz (-1) uma pupila não reage ao estímulo de luz (0) nenhuma pupila fica sem reação ao estímulo de luz Fratura de base de crânio: · Sinal do Guaxinim mostra gravidade · Sinal Battle: hematoma postauricular HEMATOMA EPIDURAL · Está acima da dura máter · Relativamente raros: 0,5% de todos os TCE e 9% dos em coma · Forma biconvexa ou lenticular · Região temporal ou temporoparietal · Ruptura da a. meníngea média causada por uma fratura · Intervalo lúcido HEMATOMA SUBDURAL · Mais comum · 30% dos TCE graves · Dilaceração de vasos superficiais pequenos ou vasos ponte do córtex cerebral · Assumem a forma do contorno do cérebro · Comprometimento cerebral subjacente mais grave → lesão parenquimatosa concomitante · Não é tão grande quando o epidural, mas está abaixo da dura máter, em contato com o cérebro CONTUSÕES E HEMATOMAS INTRACEREBRAIS · Mais comuns que as outras · Lobo frontal e temporal · Doentes com contusão cerebral devem ser submetidos a TC repetidas para avaliar as mudanças nos padrões da contusão Tratamento: TCE leve (ECG 13-15): · Hx de desorientação, amnésia ou perda da consciência · Cuidado com intervalo lúcido ou elitizados · Boa evolução na maioria dos casos e sem sequelas · 3% apresentam piora inesperada, com disfunção neurológica grave · Avaliação secundária detalhada · Duração da amnésia: tanto anterógrada, como retrógrada · Exame seriado e documentação do GCS TCE moderado (ECG 9-12): · Todos ficam internados na UTI · 10-20% apresentam piora clínica · ABCDE · Repetir TC em 12-24h ou se piora neurológica TCE grave (ECG 3-8): · 10% dos TCEs · Maior risco de morbidade e mortalidade · Não retardar transferência para um hospital com neurocirurgia Avaliação secundária: · Exames seriados: escore de GCS, lateralização e resposta pupilar · Sinal precoce de herniação do lobo temporal (uncus) → dilatação da pupila e perda de sua resposta à luz · TC nova e qualquer piora neurológica nova · Avaliação da neurocirurgia precoce Tratamento clínico do TCE: · Prevenir a lesão secundária · Líquido EV, hiperventilação temporária, manitol, solução salina hipertônica Fluídos intravenosos: · Conforme a necessidade para manter a normovolemia · Não usar líquidos hipotônicos · Hipovolemia x hipervolemia · Solução salina isotônica ou ringer lactato · Soluções com glicose podem fazer hiperglicemia! · Níveis séricos de sódio → hiponatremia → edema cerebral Hiperventilação: · Manter normocapnia · Diminuição da PCO2 pode fazer vasoconstrição · Evitar < 30: principalmente por tempo prolongado · PCO2 > 45: vasodilatação, aumentando sangramento · Utilizar por tempo curto e com moderação · Diminuição da PIC em lesões em expansão → cirurgia Manitol: · Diminuição da PIC · Solução a 20% · Cuidado em pacientes hipotenso → diuréticos osmóticos potente → aumento da hipotensão → isquemia cerebral · Déficit neurológico agudo em paciente normovolêmico: pupila dilatada, hemiparesia e perda da consciência · 1g/kg e correr por 5 min Solução salina hipertônica: · Diminuição da PIC · Concentração entre 3% a 23,4% · Preferir para pacientes hipotensos → não diurético · Manitol é diferente de salina hipertônica → diminui PIC e faz hipovolemia Anticonvulsivantes: · Não é feito para todos os pacientes · Fatores ligados à alta incidência de epilepsia: convulsão na primeira semana, hematoma intracraniano, fratura com afundamento de crânio, pacientes que têm convulsões · Usar somente quando necessário: inibem a recuperação do cérebro · Dose: SUS fenitoína MORTE ENCEFÁLICA: · ECG = 3 · Pupilas não reativas · Reflexos de tronco cerebral ausentes (ex: óculo-cefálico, córneo palpebral, olhos de boneca e ausência de reflexo faríngeo) · Ausência de esforço ventilatório espontâneo no teste formal de apneia · Estudos complementares, que podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico de morte cerebral, são: · Eletroencefalografia: ausência de atividade em EEG com ondas de grande amplitude · Estudos de FSC: ausência de FSC (por exemplo, estudos com isótopos, estudoscom Doppler, estudos de FSC com xenônio), angiografia cerebral image12.png image5.png image2.png image8.png image1.png image6.png image9.png image3.png image4.png image10.png image7.png image11.png