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ARBOVIROSES · Vírus transmitidos por artrópodes · Família Flavivirus - flaviviridae: · Dengue · Febre amarela · Zika · Rocio · Encefalite do Nilo Ocidental · Encefalite japonesa · Encefalite de St. Louis · Família Alphavirus - togaviridae · Chikungunya · Mayaro · Encefalite Equina Venezuelana · Geralmente são as fêmeas que transmitem · Larva: fotofóbica · Mosquito adulto: vive por 30 dias, autonomia de vôo de 200 metros e a fêmea grávida pode voar mais até achar local para colocar ovos · Todos os filhos da grávida infectada já nasce contaminado Potencial de gravidade: Zika < chikungunya < dengue < febre amarela (maior letalidade) DENGUE · Quadro clínico: infecção com 30% assintomáticos (nem todos os contaminados manifestam sintomas e febres) · Fase febril (sintomáticos): grupos A e B · Sintomas típicos: cefaleia, mialgia, dor retro orbitária, rash, artralgia, petéquias, náuseas/vômitos e leucopenia · Sinais de alarme: PROVA!!! · Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua · Vômitos persistentes · Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico) · Hipotensão postural e/ou lipotimia · Hepatomegalia > 2 cm abaixo do rebordo costal · Sangramento de mucosa · Letargia e/ou irritabilidade · Aumento progressivo do hematócrito · Fisiopatologia: ao longo do tempo, aumenta permeabilidade capilaridade, ficando porosos e a vazar líquidos, o que aumenta o risco da dengue e mais chances de chegar às formas graves (hemorrágica) Grupo A (mandar para casa): · Sem comorbidades · Sem sinais de alerta · Prova do laço negativa e sem petéquias · Exames laboratoriais sem muitas alterações · Dipirona e paracetamol **não dar AINEs** para sintomáticos · Hidratação: 60 mL/kg/dia → ⅓ nas primeiras 4/6 horas e ⅔ no resto do dia · Informar sobre sinais de alerta Grupo B (observação - ficar mais atento): · População de risco, com comorbidades · Sem sinais de alerta · Prova do laço positiva e/ou petéquias · Hemograma, função renal e eletrólitos · Dipirona e paracetamol. Não dar AINE · Hidratação com 20 ml/kg em 4 horas Após resultado de exames: · Hematócrito NORMAL - grupo A · Hidratação · Sintomáticos · Orientações sobre sinais de alerta · Buscar criadouros no domicílio e arredores *Todos os pacientes com dengue evoluem para cura, ou seja, não existe forma crônica *Pode chegar a morte, mas não há quadro arrastado Grupo C - sinais de alerta · Hidratação EV - 20 ml/kg nas primeiras 2 horas · Hidratação · Sintomáticos · Hemograma, albumina, gasometria, TAP · Rx de tórax, US abdômen · Reavaliação clínica a cada 1 hora · Manutenção 25 ml/kg nas próximas 14 horas → o que salva é hidratação Grupo D - dengue grave Sinais de choque: · Taquicardia · Extremidades distais frias · Pulso fraco e filiforme · Enchimento capilar lento (> 2 seg) · PA convergente (< 20 mmHg) · Taquipneia · Oligúria (< 1,5 ml/kg/h) · Hipotensão arterial (fase tardia do choque) · Cianose (fase tardia do choque) · Hidratação EV - 20 ml/kg em 20 min · Repetir até 3 x · Sintomáticos · Hemograma, função renal, eletrólitos, transaminases, albumina, gasometria, TAP · Rx tórax, US abdômen · Internamento em UTI Diagnóstico: · Primeira semana: RT-PCR e antígeno · Tabela**** FEBRE AMARELA · Há dois ciclos: urbano e silvestre · No Brasil, há apenas o silvestre · Contexto histórico: vacinação obrigatória · Teste em macaco para ver vírus circulante Sinais e sintomas: · Início súbito de febre · Calafrios · Cefaleia intensa · Mialgia em geral · Náuseas e vômitos · Fadiga e fraqueza · Febre alta · Icterícia · Hemorragia Obs: em ordem crescente de fase da doença Evolução da doença: *imagem* Diagnóstico: · Hemograma - plaquetopenia · Função renal · Bioquímica hepática: TGO, TGP, fosfatase alcalina, gama GT, bilirrubinas · Função hepática: TAP, albumina *imagem* Tratamento: · Suportivo · Hemodiálise Vacinação: · Indicação para todos os brasileiros · Vírus vivo: grávidas e imunossuprimidos · Efeitos adversos: encefalite e doença viscerotrópica aguda são os mais comuns · Apenas uma dose Prevenção: repelente ZIKA Ciclo de transmissão: · Possui o ciclo em humanos e em macacos (urbano e silvestre), tendo o mosquito Aedes como o transmissor para humanos, bastante consequência em saúde pública · Presente em diversos continentes → doença emergente disseminada globalmente Sintomas: · Rash maculopapular (90%) · Febre (65%) · Artrite ou artralgia · Conjuntivite não purulenta · Outros sintomas comuns: cefaleia, mialgia, dor retro orbital, edema e vômito · É a que possui menor potencial de gravidade Relação com Guillain Barré: polineuropatia desmielinizante que pode estar associada a infecção com o Zika Transmissão materno fetal: detecção de Zika no sêmen e no sangue de doadores assintomáticos Hx natural da infecção: · Modos de infecção: picada do mosquito Aedes, sexual, transfusão sanguínea e gravidez · Paciente com infecção: · Assintomáticos (50-80%) · Sintomáticos (20-50%) → quadro leve, com artralgia, febre baixa, rash, conjuntivite, mialgia · Complicações < 1% → quadro grave Complicações severas: · Neurológicas: Guillain-Barré (+ comum), meningoencefalites, mielite aguda, polineurite transitória aguda · Oculares: maculopatias aguda unilateral, uveíte posterior bilateral · Púrpuras trombocitopênicas · Miocardite · Taxa de letalidade < 0,01% → mais comum em pacientes imunossuprimidos ou com comorbidades graves Zika e gestação: · 70-80% não transmitem a infecção → maioria não transmitem para criança, não impactando na sua formação · 4-7% causa abortamento · 5-15% síndrome de Zika congênita (com microcefalia) · Outros: transmitiu, mas foi assintomática · A infecção tem maior potencial de gravidade no primeiro trimestre (momento mais importante na formação fetal) → maior chance de complicações significativas e síndrome de Zika congênita Diagnóstico: · Detectar RNA viral nos primeiros 5 dias de manifestações clínicas. PCR e pesquisa de material genético do vírus · Após 7 dias de sintomas, a viremia cai e é difícil achar o vírus, então procurar anticorpos específicos IgM e IgG (principalmente) Tratamento: · Sintomáticos: paracetamol e dipirona. Evitar AINEs e corticosteróides, pois pode prejudicar a resposta imune contra o vírus · Orientações: evitar relação sexual desprotegida CHIKUNGUNYA · Pode ser transmitido pelo Aedes aegypti e albopictus · Regiões tropicais de vários continentes → maior risco de infecção · Brasil: circulação do vírus desde 2014 · Dores articulares, “aquela que se curva”, por conta da dor das inflamações articulares que o vírus causa Apresentação clínica: · Maioria dos pacientes (90%) · Febre (mais do que a Zika) · Mialgia · Muita artralgia (!!), que pode cronificar e se tornar incapacitante · Quadro agudo com fase virêmica → detecção dos anticorpos da classe IgM Fases da doença: · Fase aguda: até duas semanas · Subaguda: até 3 meses · Crônica: > 3 meses → 40-60% dos casos cronificam · Maior risco de cronificar: > 50 anos, problema articular, quadro clínico exuberante e falta de repouso; pacientes idosos com hx prévio de problemas articulares, quadro mais exuberante na fase aguda e na fase inicial da doença não fez o repouso indicado Diagnóstico: · 1a semana: maior viremia → PCR · A partir da 2a semana → exames sorológicos (IgM detectável após 7-8 dias do início dos sintomas, persistindo por 1-3 meses · Após a recuperação, paciente fica imune ao vírus Tratamento: · Fase aguda: sintomático → hidratação, paracetamol/dipirona, repouso e evitar AINE corticosteróides RESUMO DE ARBOVIROSES · Epidemiologia das arboviroses: doenças que circulam no ciclo urbano → primeiro a dengue, seguida de Chikungunya e depois Zika. Febre amarela circula em meio silvestre · Arboviroses são doenças de notificação compulsória · Quadro clínico e nuances que sugerem cada uma: · Zika: conjuntivite e rash com quadro sistêmico mais leve · Chikungunya: poliartralgia, artrite, quadro sistêmico mais exuberante · Febre amarela: icterícia e hepatite · Reconhecer o paciente potencialmente grave e/oucom maior risco de complicações → especialmente da dengue · Iniciar abordagem terapêutica sindrômica na suspeita de arboviroses, especialmente dengue · Saber quais exames e momento para solicitar para definição diagnóstica · Orientar formas de prevenção: · Prevenção individual: repelente, uso de roupa e mangas compridas · Eliminação de criadouros do mosquito próximo a casa · Vacina da dengue (para pacientes que já foram infectados) e de febere amarela