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Arboviroses PATOLOGIAS - 1 Dengue DEFINIÇÃO doença infecciosa causada por qualquer um dos vírus dengue transmitidos a indivíduos suscetíveis Picada de fêmeas infectadas de mosquitos do gênero Aedes Para completar o ciclo de transmissão da doença fêmea do mosquito ingerir o vírus encontrado no sangue de um paciente durante a fase aguda vírus deve ser capaz de se replicar no organismo do mosquito migrar para as glândulas salivares então ser inoculado em indivíduo suscetível • Sobre o vírus: DENV Flaviviridae quatro sorotipos DEV1, 2, 3 e 4 Estrutura • Possuem envelope de membrana do hospedeiro. • A superfície da partícula viral é formada por duas proteínas: E e M • Internamente ao capsídeo proteico encontra-se a proteína core (C) que envolve o genoma viral → fita simples de RNA • Outras proteínas que compõem o vírus: NS1 forma o nucleocapsídeo e participa do processo de maturação viral É essa proteína que se procura no teste de antígeno teste rápido TRANSMISSÃO Aedes aegypti e Aedes albopictus Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de água ou alimento picada do Aedes aegypti, no ciclo homem → Aedes aegypti → homem Após se alimentar de sangue infectado mosquito fica apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação • Período de incubação De 3 a 15 dias. A transmissão homem → mosquito ocorre no período de viremia (vírus presente no sangue) Começa um dia antes da febre e vai até o 6º dia FISIOPATOLOGIA Inoculado entra nas células estimula lifócitos e monócitos a produzirem citocinas TNF-alfa IL-6 Essas citocinas Pró-ínflamatórias febre Outras citocinas estimulam a produção de anticorpos que se ligam aos antígenos virais imunocomplexos IGM anti-dengue começam a ser produzidos 5-6 dia capazes de neutralizar o vírus de forma que seu aparecimento marca o declínio da viremia teorias da fisiopatologia da FEBRE HEMORRÁGICA DA DENGUE (FHD) • Teoria da facilitação dependente de anticorpos • Teoria de Halstead: infecção num período de 3-5 anos. em pacientes que já foram previamente infectados por outros sorotipos infecção secundária Anticorpos de uma primeira exposição não seriam neutralizantes ou possuiriam títulos baixos para diferentes sorotipos (imunidade cruzada) Dessa forma os anticorpos se ligam aos vírus porém não neutralizam Quando esse complexo é reconhecimento pelos monócitos e macrófagos entrada do vírus na célula imune é facilitada resultando em maior carga viral e intensidade da resposta imune • Liberação de citocinas + mediadores inflamatórios → quadro grave • Teoria da virulência viral Relaciona o aparecimento de FHD à virulência da cepa infectante de modo que as formas mais graves sejam resultantes de cepas extremamente virulentas • Tempestade de citocinas • Resposta imune exacerbada induzida pela infecção do vírus da dengue. Formas mais brandas respostas predominantemente Th1 Formas graves respostas predominantemente Th2 níveis aumentados de IL4 IL3 IL10 níveis reduzidos de IFN-gama IL12 A supressão da resposta Th1 relacionada à imunoamplificação ou amplificação da infecção mediada por anticorpos isso a partir da infecção heterotípica e à supressão da produção de IFN-γ EVOLUÇÃO E QUADRO CLÍNICO Alguns casos são assintomáticos • Dengue clássica: • Sintomas Febre alta (39-40ºC) primeiro sintoma início abrupto Comumente seguido por: cefaléia mialgia prostração artralgia anorexia astenia dor retroorbital náuseas vômitos exantema prurido cutâneo Pode ocorrer hepatomegalia dolorosa • Manifestação pode varia com a idade: Crianças dor abdominal generalizada pode ocorrer Os adultos podem apresentar pequenas manifestações hemorrágicas petéquias epistaxe gengivorragia sangramento gastrointestinal hematúria metrorragia Duração em média de 5-7 dias Sintomas costumam melhorar após desaparecimento da febre Astenia pode permanecer • Três fases clínicas podem ocorrer: febril, crítica de recuperação Febril: Febre alta com os demais sintomas. 50% dos casos ocorre exantema máculo-papular face, tronco e membros inclusive na planta dos pés e palmas das mãos • Crítica: Os pacientes que não evoluem com melhora gradativa podem evoluir para formas graves Ocorre com a queda da febre (3-7 dia) somada a sinais de alarme • Recuperação: Ocorre com os pacientes que passaram pela fase crítica Ocorre a reabsorção gradual do conteúdo extravasado e melhora clínica • Febre hemorrágica Sintomas iniciais de dengue clássica → rápida evolução para manifestações hemorrágicas e/ou derrames cavitários e/ou instabilidade hemodinâmica e/ou choque O choque ocorre comumente entre o 3-º dia da doença. Sinais e sintomas típicos: febre alta fenômenos hemorrágicos hepatomegalia insuficiência circulatória Achado laboratorial importante trombocitopenia. Manifestações hemorrágicas: a principal é a Prova do Laço + Consiste em obter, através do esfigmomanômetro o ponto médio entre a pressão arterial máxima e mínima do paciente mantendo-se esta pressão por 5 minutos Quando positiva aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo se número de petéquias for de 20 ou mais em um quadrado desenhado na pele com 2,3 cm de lado essa prova é considerada fortemente positiva • Choque: É decorrente do aumento da permeabilidade vascular seguido de hemoconcentração e falência circulatória ATENDIMENTO AO PACIENTE Anamnese: Pesquisar a presença de febre, referida ou medida, incluindo o dia anterior à consulta Dados importantes: Data de início da febre e de outros sintomas Presença de sinais de alarme Alterações gastrointestinais náuseas, vômitos, diarreia, gastrite Alterações do estado da consciência: irritabilidade, sonolência, letargia, lipotimias, tontura, convulsão e vertigem Diurese frequência nas últimas 24 horas volume e hora da última micção Histórico de possível transmissão Se existem familiares com dengue ou dengue na comunidade história de viagem recente para áreas endêmicas de dengue 14 dias antes do início dos sintomas Condições preexistentes lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida) adultos maiores de 65 anos gestante obesidade asma diabetes mellitus hipertensão Exame físico: Atenção aos sinais vitais (temperatura, pulso, FC, FR, PA). Avaliar estado de consciência, hidratação, estado hemodinâmico, alterações respiratórias, dores abdominais, exantema, manifestações hemorrágicas. DIAGNÓSTICO • Clínico: Considerando a situação epidemiológica. Suspeita: Paciente com febre entre 2-7 dias de duração e + dois sintomas pelo menos náusea, vômitos, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retro-orbital, petéquias, prova do laço positiva, leucopenia • Laboratorial: Hemograma: Leucopenia é achado usual, embora possa ocorrer leucocitose. Pode estar presente linfocitose com atipia linfocitária. A trombocitopenia é observada ocasionalmente NA FDH Trombocitopenia (<100.000) aumento do hematócrito (crianças >38% e adultos >45%) Específicos: � Hemocultura durante os sintomas. � Sorologia após o sexto dia da doença. � Teste antígeno NS1 (teste rápido da dengue) pode ser feito até o quinto dia ideal é até o treceiro CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E MANEJO 1 - Suspeita de dengue • Paciente com febre (entre 2-7 dias de duração) e + duas, pelo menos (náusea, vômitos, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retro-orbital, petéquias, prova do laço positiva, leucopenia). Se criança: suspeito em caso febril agudo com duração de 2-7 dias, sem foco de infecção aparente 2 - Avaliar se existem sinais de alarme ou choquepara classificar o grupo de risco • Seguimento do grupo A: Definição: Caso suspeito de dengue + Ausência de sinais de alarme + Ausência de comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais. Acompanhamento ambulatorial Solicitar exames complementares (a critério médico) Conduta: Retorno: Imediato na presença de sinais e alarme ou no dia da melhora da febre (possível início da fase crítica) Caso não haja Diminuição da febre retornar no 5º dia de doença Entregar cartão de acompanhamento da dengue • Seguimento do grupo B: Definição: Caso suspeito de dengue + Ausência de sinais de alarme + petéquias ouprova do laço positiva e/ou Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades Manter o paciente em observação até o resultado dos exames para reavaliação clínica É obrigatória a solicitação de hemograma completo Conduta Retorno: Manter reavaliação clínica e laboratorial diária até 48 horas após a queda da febre Manter hidratação oral e sintomática conforme grupo A Preencher cartão de dengue e orientar sobre os sinais de alarme • Seguimento do grupo C Definição Caso suspeito + sinal de alarme Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua. Acompanhamento por internação até estabilização por no mínimo 48 horas Exames complementares: Obrigatórios: hemograma completo dosagem de albumina sérica transaminases Recomendados: rx de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) USG abdome Outros exames conforme necessidade glicemia ureia creatinina eletrólitos gasometria TPAE ecocardiograma Exames específicos para confirmação de dengue são obrigatórios mas não são essenciais para conduta clínica Conduta • Seguimento do grupo D - dengue grave Definição: Caso suspeito + sinais de choque, sangramento grave ou disfunção orgânica grave Sinais de choque: Acompanhar em leito de UTI até estabilização por, no mínimo, 48 horas Exames complementares Obrigatórios: hemograma completo, dosagem de albumina sérica e transaminases Recomendados: rx de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e USG abdome. Outros exames conforme necessidade: glicemia, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE e ecocardiograma.- Exames específicos para confirmação de dengue são obrigatórios mas não são essenciais para conduta clínica Conduta ORIENTAÇÕES IMPORTANTES Não utilizar AINES e salicilatos Orientar sinais de alerta NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Os exames específicos para confirmação não são necessários para condução clínica → realização deve ser orientada de acordo com a situação epidemiológica PATOLOGIAS - 2 FEBRE AMAR ELA DEFINIÇÃO Doença infecciosa aguda, causada pelo vírus amarílico e considerada a doença prototípica das febres hemorrágicas virais. Características virais: O vírus amarílico é o vírus RNA de fita única, sentido positivo pertencente à família Flaviviridae gênero Flavivirus vírus prototípico do gênero. Existem 7 genótipos dois deles são encontrados nas américas TRANSMISSÃO E CICLO Possui dois ciclos de transmissão: silvestre que ocorre entre primatas não humanos, onde o vírus é transmitido por mosquitos silvestres urbano Período de incubação: 3 a 6 dias Período de transmissão: 24h até 3-5 dias do início dos sintomas → viremia FISIOPATOLOGIA inoculação pelo vetor partículas virais são fagocitadas pelas células dendríticas da pele transportadas pelo sistema linfático até o linfonodo adjacente se multiplica inicialmente ganha acesso à corrente sanguínea A viremia aumenta rapidamente até 96 h declinando também rapidamente a seguir sendo praticamente indetectável após 120 h da infecção Ocorre resposta imune exacerbada Viscerotrópico fígado é o órgão primariamente afetado na febre amarela O vírus chega às células de Kupffer em menos de 24h lá se multiplicando e voltando à corrente sanguínea infecta e afeta também o baço, o coração e os rins, principalmente • Fígado e rins: causa necrose eosinofílica • Causa dano intenso à microcirculação → lesão tecidual por hipóxia alteração hemodinâmica extravasamento do plasma ATENDIMENTO AO PACIENTE • Anamnese: Queixa atual e duração, para identificar caso suspeito. Identificar sinais de gravidade questionar especificamente sobre presença de hemorragias características da diurese (volume e cor) presença e frequência de vômitos História pregressa histórico vacinal para febre amarela dados epidemiológicos que possam indicar a necessidade de investigar diagnósticos diferenciais • Exame físico: Exame físico completo especial atenção para presença de icterícia grau de hidratação perfusão periférica características da pulsação sinais de hemorragias avaliação do nível de consciência Exame complementar: Realização de exames laboratoriais inespecíficos: hemograma transaminases (TGO e TGP) bilirrubinas uréia creatinina provas de coagulação proteína urinária Coleta de amostras para exames específicos e envio para laboratórios de referência QUADRO CLÍNICO • Quadro clássico, que varia de leve a moderado Surgimento súbito de febre, cefaléia intensa e duradoura, inapetência, náusea e mialgia Sinal de Faget: bradicardia + febre alta Duração de 2-4 dias Responde aos sintomáticos • Quadro grave ou maligno: Cefaleia e mialgia de alta intensidade náusea e vômitos frequentes icterícia oligúria diminuição de produção de urina, abaixo de 400 mL por cada 24 horas manifestações hemorrágicas (epistaxe, hematêmese e metrorragia, por ex) DIAGNÓSTICO Clínico Suspeito: Indivíduo com exposição em área afetada recentemente (em surto) ou em ambientes rurais e/ou silvestres destes indivíduos com até sete dias de quadro febril agudo ( febre aferida ou relatada) acompanhado de 2/+ dos seguintes sinais e sintomas: cefaleia (principalmente de localização supra orbital) mialgia lombalgia mal-estar calafrios náuseas icterícia e/ou manifestações hemorrágicas que não tenha comprovante de vacinação de febre amarela ou que tenha recebido a primeira dose há menos de 30 dias Exames complementares: O diagnóstico específico de febre amarela forma direta pela detecção do vírus em amostras clínicas (sangue e/ou tecidos) forma indireta pela detecção de anticorpos Os exames são realizados em laboratórios de referência em diversos estados brasileiros secretaria de saúde de cada estado e município pode informar sobre como encaminhar o material biológico e como receber o resultado CONDUTA • Ambulatorial: Indicação: Formas leves e moderadas Pacientes REG hidratado ou levemente desidratado sem vômito sem sinais de hemorragia consciência normal Pessoas com rápido acesso à UBS, caso necessário. Prescrição: Sintomáticos Hidratação oral Retorno: Piora dos sintomas existentes persistência de febre alta (>39ºC) por mais de quatro dias e/ou qualquer dos seguintes sinais aparecimento de icterícia, hemorragias, vômitos, diminuição de diurese 7 dias para reavaliação • Internação em enfermaria: Pacientes graves ou moderados com fatores de risco. RuimEG ou MauEG, desidratado, vômito intenso, sem hemorragia ativa e com consciência normal. Alterações laboratoriais discretas ou moderadas. Leucopenia, plaquetopenia, hemoconcentração <20% do valor de referência. Prescrição Sintomáticos Hidratação oral ou parenteral Controle diurese Exames laboratoriais diários, inclusive proteinúria • Internação em UTI: Indicação: Alteração clínica ou laboratorial grave ou maligna Cuidados devem ser implementados o mais brevemente possível Ventilação mecânica protetora, hemodiálise e suporte hematológico Manutenção da nutrição e prevenção de hipoglicemia Sondagem nasogástrica para evitar distensãogástrica e aspiração Uso de omeprazol e cimetidina para prevenção de hemorragia gástrica Ressuscitação hídrica e uso de drogas vasoativas Administração de oxigênio Correção de acidose metabólica Plasma fresco congelado no caso de hemorragias • Em caso de coagulopatia: decorre da diminuição de produção de fatores de coagulação por comprometimento hepático podendo estar associada a coagulação intravascular disseminada (CIVD). Provas de coagulação gravidade de tempo de coagulação >20 min e INR acima de 1,5 da referência Relação entre o tempo de protrombina do doente e um valor padrão do tempo de protrombina Conduta: Evitar procedimentos invasivos Aplicação de vitamina K (10 ml/kg/dia) por três dia Proteção gástrica (ex.: omeprazol, cimetidina, ranitidina) Transfusão de concentrado de hemácias e/ ou plasma fresco congelado. Heparina não é indicada Transfusão de hemácias: Indicações: Queda acentuada do hematócrito Choque hipovolêmico refratário Hemorragia intensa CRITÉRIOS DE ALTA Após dez dias de doença, para pacientes sem febre nas últimas 24 horas aspectos clínicos melhorados exames laboratoriais com índices decrescentes das transaminases e estabilização das plaquetas OU Após três dias sem febre independente do tempo de doença índices decrescentes das transaminases e estabilização das plaquetas Orientar, caso os sintomas voltem, retornar ao posto de atendimento. VACINAÇÃO • Vírus vivo atenuado. • 1ª dose aos 9 meses + 2ª dose aos 24 meses. • Doses de reforço podem ser recomendadas conforme epidemiologia da região e necessidade de visitar regiões ou países endêmicos Zika DEFINIÇÃO agente etiológico: O vírus zika é da família Flaviviridae relacionada com os vírus da dengue e febre amarela. É um RNA de fita única, sentido positivo EPIDEMIOLOGIA Em 2015 foi identificado pela primeira vez no Brasil, na região do nordeste. Casos de zika já foram encontrados em todos os estados do Brasil TRANSMISSÃO É transmitido primariamente pela picada de mosquitos do gênero Aedes Aedes aegypti e o Aedes albopictus O RNA do vírus da zika já foi detectado no sangue, urina, sêmen, saliva, líquor, líquido amniótico e leite materno não há confirmação de transmissão Viremia: do início dos sintomas até o 5º dia Incubação de 2-14 dias FISIOPATOLOGIA O primeiro o vírion se liga à célula hospedeira através da glicoproteína E endocitose da partícula viral. A membrana viral se funde com a membrana do endossoma RNA do genoma viral é liberado no citoplasma da célula Inicia-se a translação da poliproteína viral subsequentemente quebrada nas proteínas estruturais e não estruturais A replicação inicia-se resultando em um genoma dsRNA O genoma é então transcrito em novas cópias do genoma ssRNA A organização e montagem do vírion e os novos vírions são então transportados para o complexo de Golgi de onde são excretados para o meio intracelular podem infectar novas células QUADRO CLÍNICO Cerca de 80% dos casos são assintomáticos Quadro típico: Exantema maculopapular com prurido febre baixa 37,8-38,5ºC artralgia especialmente nos pés e mãos conjuntivite não purulenta Pode ocorrer mialgia cefaléia dor retro orbitária astenia edema periarticular linfonodomegalia úlceras orais dor abdominal náuseas diarreia • Comumente são sintomas leves que se resolvem entre 2-7 dias • A artralgia pode persistir por 1 mês DIAGNÓSTICO Caso suspeito: Pacientes que apresentam exantema maculopapular pruriginoso acompanhado de dois ou mais dos seguintes sinais e sintomas: Febre Hiperemia conjuntival sem secreção e prurido Poliartralgia Edema periarticular Caso confirmado: Caso suspeito com um dos seguintes testes positivos/reagentes específicos para diagnóstico de zika: Isolamento viral Detecção de RNA viral por reação da transcriptase reversa (RT-PCR) Sorologia IgM em populações onde existe a co circulação do vírus da dengue há uma alta chance de ocorrer reações falso positivas CONDUTA Não existe tratamento antiviral específico para ZIKAV ou outros flavivírus, à exceção do vírus da hepatite C Assim, o tratamento é sintomático e de suporte geral dependendo da gravidade do quadro clínico e disfunções ou insuficiências orgânicas presentes Definição Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela. A classificação "arbovírus" engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Chikungunya DEFINIÇÃO arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV) família Togaviridae do gênero alphavirus Transmissão Picada da fêmea do Aedes aegypti e A. albopictus infectados pelo vírus. Transmissão vertical: Intraparto de gestantes virêmicas; Transfusional EPIDEMIOLOGIA No Brasil a transmissão autóctone foi confirmada no segundo semestre de 2014 estados do Amapá e da Bahia FISIOPATOLOGIA QUADRO CLÍNICO Incubação: 3-7 dias Viremia: 10 dias, iniciando dois dias antes dos sintomas. 70% dos casos são sintomáticos. Manifestações típicas: Febre de início agudo; Poliartralgia e mialgia Normalmente é bilateral e simétrica pode haver assimetria Mais frequente nas distais Cefaléia, náuseas, fadiga. Dor retro-ocular calafrios conjuntivite sem secreção faringite diarreia dor abdominal neurite Exantema (>50% dos casos) Maculo-papular Atinge principalmente o tronco e as extremidades (incluindo palmas e plantas) podendo atingir a face Clinicamente semelhante à dengue Principal diferença: artralgia intensa comumente acompanhada por edema Evolução: A fase febril ou aguda dura até 14 dias. Fase subaguda: persistência da artralgia após 14 dias, durante até 3 meses. Crônica: artralgia por mais de 3 meses. Exantema, vômitos, sangramento e úlceras orais parecem estar mais associados ao sexo feminino. Dor articular, edema e maior duração da febre são mais prevalentes quanto maior a idade do paciente. Manifestações atípicas • Gestantes A infecção pelo CHIKV, no período gestacional não está relacionada a efeitos teratogênicos há raros relatos de abortamento espontâneo Mães que adquirem chikungunya no período intraparto podem transmitir o vírus a recém-nascidos por via transplacentária DIAGNÓSTICO Laboratorial inespecífico: Leucopenia com linfopenia menor que 1.000 cels/mm3 é a observação mais frequente A trombocitopenia inferior a 100.000 cels/mm3 é rara A velocidade de hemossedimentação e a Proteína C-Reativa geralmente elevadas podendo permanecer assim por algumas semanas Laboratorial específico: Pode ser de forma direta: isolamento viral e pesquisa de RNA viral em diferentes amostras Indireta: intermédio de anticorpos específicos CLASSIFICAÇÃO e CONDUTA Casos sem gravidade Retornar: Persistência da febre por mais de 5 dias Aparecimento de sinais de gravidade Persistência dos danos articulares Pacientes do grupo de risco: Maior chance de complicação, portanto devem ser observados ambulatorialmente quanto aos sinais de gravidade Pacientes com sinais de gravidade ( internação) Para pacientes com instabilidade hemodinâmica é necessário avaliar funções renal hepática cardíaca sinais e sintomas neurológicos hemoconcentração e a trombocitopenia se necessário iniciar de imediato terapia de reposição de volume e tratar as complicações conforme o quadro clínico Para alta desses pacientes melhora do estado geral aceitação de hidratação oral ausência de sinais de gravidade melhora dos parâmetros laboratoriais • Observações: Até o momento, não há tratamento antiviral específico para chikungunya. A terapia utilizada é de suporte sintomático, hidrataçãoe repouso. AINES não devem ser receitados na fase aguda pelo risco de sangramento. Não utilizar corticóide na fase de aguda da viremia, devido ao risco de complicações DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
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