Buscar

SEÇÃO 19 - TÉCNICAS BÁSICAS DO DISCURSOS E COMUNICAÇÃO JURÍDICA-T2-V2-2CHV2-

Prévia do material em texto

LINGUAGEM E VIDA SOCIAL
Professora Maria Luzia 
MENSAGEM
“Se queres chegar ao termo da estrada, não 
espere que alguém caminhe por ti. Ponha os pés 
na estrada e ande.”
Ao final desta seção, esperamos que você tenha 
compreendido bem os seguintes itens:
1.1 A comunicação como relação;
1.2 A comunicação jurídica;
1.3 O que deseja o discurso jurídico?
1.1 A comunicação como relação:
Comunicar-se é “colocar-se em comum com outros”. É
convivência.
• Relação de grupo→ Sociedade
• “A comunicação só pode ser um ato político, uma prática 
social básica. Nessa prática social é que se assentam as raízes 
do Direito, conjunto de normas reguladoras da vida social.” 
(DAMIÃO & HENRIQUES, 2010, p. 3).
• Comunicação e Direito: há uma analogia
• Práticas sociais bilaterais com intencionalidade e finalidade
definidas.
✓Comunicação é processo; é 
movimento...
✓1. Do emissor em direção ao 
receptor; (para)
✓ 2. Transmissão de uma 
mensagem; (a fim de que) 
✓3. O receptor entenda o 
conteúdo e responda.
✓TEXTO: Conjunto de ideias 
de Expressão verbal e não 
verbal.
A importância da Boa Linguagem e A Linguagem e a vida Social.
• É pela posse e pelo uso da linguagem, falando oralmente ao próximo
ou mentalmente a nós mesmos, que conseguimos organizar o nosso
pensamento e torná-lo articulado, concatenado e nítido.
• Aperfeiçoar a capacidade de pensar. Isso não só decorre do
desenvolvimento do cérebro, mas também das circunstâncias de que
o indivíduo dispõe da língua a serviço de todo o seu trabalho de
atividade mental.
• É quase exclusivamente pela linguagem que nos comunicamos uns
com os outros na vida social. Funções primaciais e incontestáveis da
linguagem: possibilitar o pensamento em seu sentido lato e permitir a
comunicação ampla do pensamento elaborado.
Comunicação Jurídica
1.2 A comunicação jurídica: Processo comunicativo que visa à
promoção do Direito. Comunicação marcada pela linguagem jurídica.
Desafios: 1. Dominar recursos verbais e não verbais (para) 2.
Transformar ideias em texto (a fim de) 3. Apresentá-las de forma clara
(e) 4. Convencer e persuadir o receptor (debatedor/plateia/banca
examinadora).
REPERTÓRIO: Experiência de vida Informações assistemáticas
Formação: familiar, cultural, religiosa, acadêmica, profissional etc.
• VISÃO PARTICULAR DE MUNDO: é a forma como o sujeito interpreta os 
fatos a sua volta e age sobre o mundo.
• CONTEXTO: são as circunstâncias determinantes do sentido de um texto. 
Condições de produção do discurso.
• INTERTEXTO: é a relação entre textos; 
• Referências e citações; • Ideologia.
Conceito de boa linguagem em seu sentido lato: 
i. Adequação ao assunto pensado;
ii. Predicado estético que nos convida a encarar com boa vontade o
pensamento exposto;
iii. Uma adaptação inteligente e sutil ao ideal linguístico coletivo, o que
importa no problema da correção gramatical em seu sentido
estrito.
iv. Nitidez e o rigor da expressão do pensamento;
v. Precisão lógica da exposição linguística ;
vi. Qualidade que empolga ou seduz, predispondo a razão a se fixar no
que lhe é exposto e a se deixar convencer, ou seja, o efeito retórico.
vii. Finalmente a correção gramatical, pois evita que se afronte um
sentimento linguístico enraizado.
Exposição oral
O que deseja a comunicação jurídica?
• Intencionalidade: relatar, 
registrar, informar, tornar público, 
fundamentar etc. (no âmbito da 
legalidade).
• Finalidade: Convencer e persuadir 
– Convencimento: racionalidade. 
Persuasão: emoção.
A comunicação jurídica é uma construção lógica.
2.1 Lógica formal e raciocínio dedutivo;
2.2 Coesão e coerência:
I - Na expressão escrita; 
II - Na expressão oral.
Lógica formal e raciocínio dedutivo
• Logos – Conhecimento racional → Operação do pensamento
• LÓGICA: Filosofia aristotélica: “a ciência que ensina o modo correto de usar 
a razão, o raciocínio para alcançar a verdade (...) a ciência das leis do 
pensamento correto” (PETRI, 2013, 80).
• Lógica formal: Apresenta regras para a realização adequada das operações 
mentais (raciocínio correto).
• Modelo filosófico: 
Ideia – noção – conceito (verbalização); 
Proposição (relação entre ideias); 
Raciocínio (relação entre proposições).
Princípios da Lógica Formal
1. De identidade: “Uma 
coisa é uma coisa, outra 
coisa é outra coisa.” 
2. Da contradição: “Uma 
coisa não pode , ao 
mesmo tempo, ser e não 
ser.” 
3. Do terceiro excluído: 
“Tudo deve ser ou não 
ser”.
Raciocínio dedutivo: SILOGISMO
• Deduzir é ser capaz de pensar abstratamente. É assumir proposições
como premissas (ideias prévias). Busca-se uma conclusão para o
pensamento.
• Modelo clássico aristotélico:
Todo homem é mortal.
Ora, Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
A terceira proposição é a conclusão por dedução.
Coesão e Coerência
•Coesão: fator de
conectividade entre as ideias
do texto. É perceptível na
superfície textual.
• Coerência: fator de 
interpretabilidade do texto. 
Diz respeito ao sentido 
pretendido no texto.
Na comunicação jurídica:
• A COESÃO: • organiza as ideias em favor do sentido pretendido pelo emissor;
• facilita o entendimento progressivo da mensagem pelo receptor.
• TERMOS COESIVOS: Além de artigos, pronomes e numerais, advérbios e
expressões adverbiais: lá, aí, aqui, acima, abaixo, assim, desse modo, dessa
forma etc.
• TERMOS COESIVOS: Enfatizam a sequência nas ideias: isto é, ou seja, quer
dizer, ou melhor, em outras palavras, em síntese, bem como, também,
quando etc.
• COESÃO NA SUSTENTAÇÃO ORAL:
Mantém a atenção do público;
Motiva a reflexão em conjunto;
Cria empatia;
Facilita a persuasão.
Marcas de oralidade desejáveis:
• Mudanças de
entonação e ritmo
da fala.
• Repetição de
palavras a favor de
uma ideia.
• Recorrência a
vocabulário e
formas verbais mais
simples.
• Presença de pausas
retóricas.
Na comunicação jurídica:
A coerência:
• Apresenta objetivamente as ideias;
• Constrói o sentido pretendido pelo emissor
porque as ideias cumprem percurso lógico dentro
do texto e dialogam com o mundo fora do texto
(o contexto).
Na comunicação jurídica:
• A COERÊNCIA: 
• apresenta objetivamente as ideias; 
• constrói o sentido pretendido pelo emissor porque as ideias 
cumprem percurso lógico dentro do texto e dialogam com o mundo 
fora do texto (o contexto). 
• COERÊNCIA: 
Lógica do conteúdo. 
Fundamentos da lógica formal. 
Argumentação.
“O erro está, a rigor, numa confusão de ideias.”
Mattoso Câmara Jr.
➢A precisão lógica da exposição linguística importa, antes de tudo, no
problema da composição, que consiste em bem ajustar e concatenar os
pensamentos. O próprio raciocínio ainda não exteriorizado depende
disso para desenvolver-se.
➢Além de nos fazermos entender pelos outros, temos de nos entender a
nós mesmos, e é neste sentido que tem cabida a frase do velho poeta
francês: - “O que é bem concebido se enuncia claramente.”
(Boileau, Art Poétique, I, 153)
Referência
• CÂMARA JÚNIOR, Joaquim Matoso. Manual de expressão oral e 
escrita. 9ª ed. Petrópolis: Vozes, 1986.
• AQUINO, Renato & DOUGLAS, William. Manual de Português e 
Redação Jurídica. 5. ed. Niterói/ RJ: Impetus, 2014; cap. 2 e 3. 
• CHALITA, Gabriel. A Sedução no Discurso. São Paulo: Planeta, 2012. 
• DAMIÃO, Regina Toledo & HENRIQUES, Antônio. Curso de Português 
Jurídico. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010; cap. 3. e 4. 
• PETRI, Maria José Constantino. Manual de Linguagem Jurídica. 2. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2013; cap. 6 e 7.
ATÉ A
PRÓXIMA!

Mais conteúdos dessa disciplina