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1 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado CURSO GESTÃO ESCOLAR PARA RESULTADOS CADERNO DE PRÁTICAS 2www.escoladegestao.pr.gov.br Sumário O Curso de Gestão Escolar para Resultados 4 Objetivo do Curso 4 Ementa 4 Público-alvo 4 Currículo do docente 5 Referências bibliográficas 5 Manual de Procedimentos 6 Semana 1 – Contexto da Educação 6 Desafios da Gestão da Educação no Brasil e na Escola 8 Gargalos da Gestão na Educação 11 Semana 2 – Modelo de Gestão Escolar para Resultados 15 Semana 3 – Agenda Estratégica Escolar 23 Análise de cenários 25 Análise das Partes Interessadas 27 Análise de Pontos Fortes, Fracos, Ameaças e Oportunidades 29 Construção da Agenda Estratégica 32 Identificação das iniciativas ou planos de ação 38 Semana 4 - Alinhamento da Gestão Escolar 40 Processos de Trabalho 40 Gestão Financeira 41 Estrutura Física e Condições de Trabalho 45 Semana 5 – Pessoas 46 Formação de Equipes 47 Administração de Conflitos 49 Semana 6 - Monitoramento e Avaliação 51 3www.escoladegestao.pr.gov.br Elementos de um modelo de Monitoramento e Avaliação (M&A) 52 Para que M&A? 53 Gestão da Comunicação 54 4 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado O Curso de Gestão Escolar para Resultados Este caderno refere-se ao detalhamento do curso de Gestão Escolar para Resultados, que faz parte da trilha Gestão Educacional e Escolar e contém objetivo, ementa, exercícios, manual de procedimentos e demais elementos necessários para a devida compreensão do seu alcance e da sua relevância para a implantação de uma cultura de governança orientada para resultados no Estado do Paraná. OBJETIVO DO CURSO Estabelecer a relação de causa e efeito entre o bom diretor e a boa escola, discutindo novos modelos de gestão e liderança e novas abordagens para alcançar resultados de desempenho escolar crescentes e sustentáveis. EMENTA • Modelos e métodos de gestão de resultados escolares • Direção escolar e o papel do diretor na gestão dos resultados da escola: liderança, pactuação, desempenho e responsabilização • Gerenciamento do desempenho escolar e da qualidade do ensino: monitoramento, avaliação, controle e aprendizado institucional • Planejamento e organização escolar: gestão de planos, equipes, estruturas e recursos materiais e financeiros PÚBLICO-ALVO Diretores escolares e seus substitutos. 5www.escoladegestao.pr.gov.br CURRÍCULO DO DOCENTE GILBERTO PORTO Mestre em administração pela Fundação Getulio Vargas com extensão pela University of South Carolina, MBA em Finanças e Controladoria, pós graduação em Inteligência Competitiva e graduação em administração pela Universidade de Brasília. É professor associado de cursos de pós-graduação na Fundação Getulio Vagas e na Fundação Dom Cabral e em escolas de governo. É certificado CBPP® em gestão de processos pela ABPMP-BR. É diretor do Instituto Publix.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FUNDAÇÃO ESTUDAR. Disponível em: < https://www.estudar.org. br/>. Acesso em: 15 de mar. 2017. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Disponível em: <http://www. inep.gov.br/>. Acesso em: 18 de mar. 2017. KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A Estratégia em Ação Balanced Scorecard. Ed. Campus, Rio de Janeiro, 1997. MARTINS, H. F. e MARINI, C. et al. Um guia de governança para resultados na administração pública. Publix Editora, 2010. MARTINS e MARINI. Governança em ação Vol. 1 ao 7. Brasília: Publix, 2010-2016. SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ. Disponível em: <http://www.educacao.pr.gov.br/>. Acesso em: 19 de mar. 2017. 6www.escoladegestao.pr.gov.br Manual de Procedimentos O Manual de Procedimentos consiste no passo a passo para a implementação das principais etapas afins ao conteúdo do curso de Gestão Escolar para Resultados. Semana 1 – Contexto da Educação Para tratar da gestão da educação é importante analisar o contexto em que ela está inserida no momento atual. A característica mais marcante do contexto contemporâneo é a velocidade das transformações em todos os campos de políticas públicas (educação, saúde, segurança, meio ambiente, tecnologia etc.) com impacto significativo sobre a vida dos cidadãos. Essas mudanças têm três pilares principais: • A democracia, que cada vez mais se consolida a partir da afirmação da cidadania, da ampliação do espaço de participação popular, do desenvolvimento da sociedade civil e da defesa de direitos; • A globalização, um processo histórico complexo, que se refere à crescente integração dos países e ao funcionamento de atividades vitais em tempo real. Esse “fenômeno” aboliu fronteiras econômicas, internacionalizou o capital, unificou mercados, hábitos e comportamentos, permitiu a redistribuição geográfica dos processos produtivos e aumentou a competição e, paradoxalmente, a integração entre os países. • A revolução tecnológica, principalmente nas áreas de comunicação e informação, quem vem eliminando as barreiras à comunicação e integração a partir da disponibilidade em tempo real de informações sobre todo e qualquer assunto. A adoção de novas tecnologias alterou de forma profunda a maneira como as pessoas interagem entre si e vem acarretando alterações significativas nas relações entre pessoas, empresas e o governo. Faz-se necessário reinventar a forma como as empresas e o poder público se relacionam com as pessoas com vistas ao alcance dos seus propósitos. Nesse sentido, a transformação do Estado, por sua vez, se faz necessária. Em uma sociedade marcada por democracia, fortalecimento da cidadania e demandas crescentes; pela globalização que aproxima países e os integra de forma inexorável, e pelas transformações tecnológicas que mudaram 7 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado e continuam mudando a forma como as pessoas interagem entre si, não faz sentido a figura do Estado controlador e que se coloca como máquina propulsora da economia. Seus papéis, suas funções são outras. Mais regulação, menos execução. Mais gestão, menos burocracia. Mais resultados, menos ingerência. O Estado precisa desenvolver sua capacidade de articulação, exercer sua função de regulação e, assim, criar as condições necessárias para que os demais setores (empresas e 3o setor) possam atuar em prol do desenvolvimento do país. É nesse contexto que a sociedade exige que o Estado se transforme e se modernize para fazer frente a essa nova realidade, a esses novos desafios. A figura 1 a seguir ilustra essas mudanças que norteiam um novo cenário de atuação do Estado. O mundo está mudando... Fortalecimento da democracia Globalização Revolução tecnológica A REINVENÇÃO DO ESTADO CONTEMPORÂNEO Figura 1 – Mudanças no mundo No que tange às mudanças na área da educação, destaca-se a abordagem dada pela constituição de 1988, que assegura a todos os cidadãos o direito à educação. Adicionalmente, a gestão democrática e em rede ganha relevância no contexto educacional (e nacional) e traz como princípios: • A descentralização da administração, das decisões e das ações; • A participação na gestão de todos os envolvidos no contexto da escola; • A transparência das políticas e das ações, permitindo que qualquer decisão ou ação realizada na escola seja de conhecimento de todos. A grande dificuldade na área da educação é materializar, na prática, o que agora está garantido em lei. Isto implica que o 8www.escoladegestao.pr.gov.br Estado atue, com vigor e foco, em temas importantes da política educacional, tais como acesso, permanência e aprendizagem, problemas ainda enfrentados pela educação brasileira, haja vista os resultados dos indicadores educacionais que ilustram a distância para a tão almejada educação de qualidade para todos. DESAFIOS DA GESTÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL E NA ESCOLA A qualidade da educação no Brasil é o ponto de maior atenção atualmente, uma vez que o acesso foi ampliado de forma significativa ao longo das últimas duas décadas. O monitoramentoe a avaliação de indicadores educacionais são fatores cruciais para este salto de qualidade que se pretende realizar na educação brasileira. Afinal, o que não pode ser monitorado, não pode ser melhorado. Não há como evoluir na qualidade da educação brasileira sem uma sistemática bem definida (e executada) de monitoramento e avaliação que permita direcionar a ação pública, fortalecendo o que tem dado certo e alterando o que não vem sendo bem realizado. Nesse sentido, os indicadores de desempenho são métricas que proporcionam informações relevantes para o desenvolvimento da educação, uma vez que permitem a avaliação dos resultados das escolas e da política educacional como um todo. E a partir disso, a adoção de todas as medidas necessárias para que os resultados pretendidos sejam alcançados. Abaixo apresenta-se os principais indicadores de resultados da área da educação comumente utilizados na avaliação da política educacional brasileira. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano de 2007. Ele reúne em um mesmo indicador as variáveis fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações, considerados dois conceitos importantes em termos de educação. Para cálculo do indicador são utilizados os dados sobre aprovação escolar, obtidos por meio do Censo Escolar e a partir das médias de desempenho nas avaliações do Inep, do Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb (para as unidades da federação e para o país) e, por fim, a Prova Brasil (para os municípios). É, portanto, a principal ferramenta utilizada para acompanhar as metas de qualidade da Educação no Brasil. O gráfico a seguir apresente o Ideb consolidado da rede pública, com os dados referentes aos anos 2005, 2007, 2009, 2011, 2013 e 2015. Cada uma das linhas apresenta uma etapa do desenvolvimento escolar (anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino fundamental e ensino médio). 9 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado Figura 2 – Desempenho do IDEB O próximo indicador é a Taxa de distorção idade-série, que representa a distorção entre essas duas variáveis no Brasil, em suas regiões, estados e municípios, ao longo dos anos. Dessa forma, o indicador apresenta a porcentagem de alunos que estão matriculados em uma determinada série, mas na verdade deveriam estar em séries mais avançadas. Para que um aluno seja considerado em situação de distorção neste indicador, a diferença entre sua idade e a idade prevista para a série/ano deverá ser de dois anos ou mais. 10www.escoladegestao.pr.gov.br Figura 3 – Taxa de distorção idade-série Figura 4 – Taxa de abandono 11 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado GARGALOS DA GESTÃO NA EDUCAÇÃO Os indicadores ilustrados anteriormente reforçam a tese de que um dos grandes desafios relacionados à garantia da qualidade da educação é o de promover a permanência e a aprendizagem dos alunos nas escolas. A proporção de estudantes que concluem o ensino fundamental ainda é muito baixa. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Pnad/IBGE (2014) demostram que, uma vez ingressando na escola, quase a totalidade dos alunos permanece estudando até os 14 anos de idade. A partir dos 15 anos, a proporção de evadidos aumenta significativamente até chegar a 19% aos 17 anos de idade (excluindo aqueles que completaram o Ensino Médio nessa idade). Quando se estratifica os dados, analisando a questão racial e de gênero, os números são ainda piores. É possível identificar que da população total (dentro ou fora da escola) de homens de 15 a 17 anos, por exemplo, 14% não estudavam e não haviam completado o Ensino Médio. Entre mulheres, a proporção é de 12%. Essas proporções são maiores entre negros (16%) do que entre brancos (10%). (PNAD, 2014) A figura a seguir baseada em estudo realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados de São Paulo - SEADE (2013) apresenta o perfil dos jovens que deixam o ensino médio. Entender esse perfil é importante para a escola se preparar e tentar combater a evasão de jovens. Figura 5 – Perfil do jovem que deixa o ensino médio 12www.escoladegestao.pr.gov.br Outro grave problema enfrentado na educação brasileira, fortemente vinculado à aprendizagem e à conclusão da Educação Básica, é a defasagem idade-série, medida pelo percentual de alunos que estão dois ou mais anos atrasados em relação à série em que deveriam estar cursando. O estudo realizado em 2010 por Reynaldo Fernandes, doutor em Economia e professor da USP, chegou à conclusão de que o atraso escolar advindo das altas taxas de reprovação no país, é a causa principal para o alto risco de abandono dos alunos. Quando se trata de alunos até os 8 anos de idade, essa taxa é de quase zero. Entretanto, a taxa vai aumentando a partir do avanço da faixa etária, em que chega a 27% aos 17 anos de idade. Em 2004 essa taxa era de 55%, pior do que é verificado atualmente, demonstrando que houve evolução durante o período, porém muito aquém do ideal. Ruben Klein e Leandro Marinho, pesquisadores da Fundação Cesgranrio, desenvolveram um estudo em que foi calculada a taxa de repetência de cada uma das séries do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, tomando como base o Censo Escolar do MEC. Um dos resultados aferidos foi o maior percentual de alunos repetentes nos 3º e 6º anos do Ensino Fundamental e no 1º ano do Ensino Médio. Quando nos referimos à evasão, obviamente a cada aumento de ano escolar a tendência é que este número aumente. Com base nos resultados, o pico verificado foi no 1º ano do Ensino Médio, em que existe a ruptura com o Ensino Fundamental. Dessa forma, essa transição de um Ensino para o outro necessita de atenção especial das escolas e diretores escolares. Um levantamento realizado pela Fundação Victor Civita apresenta os motivos da falta de interesse dos alunos pela escola. Os resultados ilustram que um em cada cinco alunos destacaram que vão à escola para obter um diploma. Os jovens acreditam que o certificado do ensino médio garante mais chances no mercado de trabalho. A motivação pelo aprendizado em si fica em segundo ou terceiro planos, ou seja, a escola não está conseguindo transmitir o valor do conhecimento, do aprendizado e da formação humana aos estudantes. Vale ressaltar que a principal função da escola é a formação de bons cidadãos aptos a contribuírem para uma sociedade mais justa, igualitária e desenvolvida. Um exemplo que denota a distância entre o que a escola oferta e o que os alunos desejam está no uso dos computadores pelos alunos. Em 2013 foi realizada uma pesquisa que demonstrou que 73,6% dos alunos entrevistados afirmaram que suas escolas possuem computadores, mas 37,2% disseram que nunca fizeram uso do equipamento. Ou seja, por meio da resposta dos alunos foi constatado que existe uma baixa utilização de novas tecnologias, contrastando diretamente com sua realidade, já que a grande maioria dos alunos possuem computador, telefone celular e acesso à internet. Assim sendo, a escola brasileira está falhando em oferecer aos alunos meios que façam com que a escola seja um ambiente mais motivador. A referida pesquisa não nos possibilita afirmar, mas existe grande probabilidade de os equipamentos existentes 13 Aprendizado para Resultados – Trilhas de Aprendizado nas escolas estarem defasados aos dispositivos e equipamentos utilizados pelos alunos. Outro fator que é considerado causa para a desmotivação (e consequente evasão) dos alunos pela escola é a constante ausência dos professores. Dos alunos entrevistados, 42% não tiveram pelo menos uma aula no dia anterior ao dia da pesquisa. Uma outra reclamação, amplamente conhecida, envolve os problemas de infraestrutura nas escolas brasileiras. 38% dos respondentes comentaram sobre o estado de conservação do espaço físico. Não é uma constante, em todas as escolas,a existência de equipamentos básicos, como computadores, bibliotecas e quadras de esporte. Em vários casos, quando existe, sua utilização é baixa, seja pelo fato de não haver professores, seja pela inclusão no plano pedagógico. A má conservação também é um fator que gera sensação de insegurança nas escolas — outro ponto crítico para afastar os jovens da escola. A violência e o bullying são fatores críticos que minam a confiança e tornam o ambiente inadequado para o aprendizado. Para os jovens, os adultos não têm controle da segurança e não estão engajados em acabar com o bullying no ambiente escolar. A figura abaixo (SEADE, 2013) apresenta as justificativas mais comuns apresentadas pelos alunos para a desistência da escola. Figura 6 – Justificativas para a desistência 14www.escoladegestao.pr.gov.br As informações apresentadas até o presente momento apontam para a existência de perfis comuns de jovens com maior risco de evasão da escola. Entretanto existem razões internas às próprias escolas que levam ao abandono e estão mais diretamente ligas ao ambiente escolar, como falta de infraestrutura, atividades extracurriculares, ausências de professores, dentre outros. Os diretores das escolas devem acompanhar esses perfis e realizar ações conjuntamente com os professores e demais atores envolvidos (autoridades, comunidade, academia etc.) para evitar que essa realidade se perpetue. Vale ressaltar que o foco deste Curso é a gestão escolar e não a gestão educacional em si, mesmo entendendo que a interrelação entre essas duas áreas é estreita e de extrema importância para o sucesso do desempenho das escolas. Quando nos referimos à gestão educacional, entendemos a construção, execução e controle das políticas e planos educacionais nos três níveis de governo, enquanto a gestão escolar diz respeitos às responsabilidades que as instituições de ensino devem realizar, envolvendo desde execução da proposta pedagógica, administração dos recursos financeiros e pessoal etc. 15www.escoladegestao.pr.gov.br Semana 2 – Modelo de Gestão Escolar para Resultados O Modelo de Gestão Escolar para Resultados diz respeito a como a escola realiza um conjunto de 11 relevantes atribuições que direcionam ao alcance de resultados estratégicos. Essas 11 atribuições são: i) planejamento escolar; ii) gestão de pessoas (profissionais da educação); iii) gestão democrática; iv) material didático; v) capacitação; vi) clima escolar; vii) infraestrutura; viii) tecnologia da informação; ix) equidade; x) programas/projetos específicos e em parceria; xi) monitoramento & avaliação. A verificação do grau de maturidade do modelo de gestão escolar por meio do atendimento a requisitos mínimos é condição importante para o planejamento educacional, ou seja, trata-se de insumo relevante para a elaboração da Agenda Estratégica Escolar que será abordada no decorrer deste material. Os quadros abaixo devem ser respondidos pelos diretores (e demais atores escolares) com vistas a identificar o grau de maturidade do modelo de gestão de cada uma das escolas públicas estaduais. Para tanto, eles devem responder os itens de verificação a seguir, observando se há o atendimento adequado ou não a cada uma das atribuições que compõem o modelo de gestão escolar proposto. As porcentagens apresentadas dizem respeito à intensidade/frequência com que cada um dos atributos é desenvolvido no ambiente escolar. Este instrumento busca entender como se dá cada um dos atributos no ambiente escolar, não possuindo como objetivo determinar qual o ator que é responsável por cada um dos itens. Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% 1) Planejamento Escolar Elabora, executa e monitora o Plano de Ação alinhado ao Plano de Desenvolvimento Escolar - PDE/MEC, conforme orientações do Ministério da Educação – MEC – e Secretaria de Estado da Educação - SEED; 16www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% Elabora o Projeto Político Pedagógico, que deverá ser validado pela NRE, e garantir a integralidade de sua aplicação; Cumpre o Planejamento Pedagógico, do Diretrizes de Referência Estadual e Nacional e das Matrizes Curriculares, orientados pela SEED; Cumpre o Calendário Escolar, aprovado pela SEED e Conselho Estadual de Educação – CEE, e as horas/aula estabelecidas por lei; 2) Gestão de Pessoas (Profissionais da Educação) Possui corpo docente composto por professores licenciados na área de atuação. Dispõe de vigilância suficiente e permanente da unidade escolar. 3) Gestão democrática Viabiliza e fomenta a participação da comunidade escolar na elaboração, divulgação do Projeto Político Pedagógico (PPP), do Regimento da unidade escolar, considerando orientações, recomendações e deliberações da legislação vigente; Permite a atuação dos Conselhos Escolares nas unidades educacionais, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e orientações do MEC e da SEED; 17www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% Garante a efetiva atuação do Conselho Escolar nas decisões administrativas, financeiras e pedagógicas de cada unidade escolar, na aplicação dos recursos oriundos do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE/MEC; Mantém a comunidade escolar bem informada quanto aos processos administrativos, pedagógicos e financeiros, por meio de fixação em mural acessível a todos na unidade escolar; Colabora com o processo de consulta a comunidade escolar do Diretor e diretor auxiliar, conforme legislação vigente. 4) Material didático Garante, gratuitamente, a totalidade do material didático-pedagógico (para docentes e discentes) necessário para efetivação do processo de ensino-aprendizagem. 5) Formação Continuada Elabora e executa momentos de estudo e reflexão durante as reuniões pedagógicas, conselhos de classe e planejamento, previstos em calendário escolar. Fomenta a participação de seus profissionais nas formações ofertadas pela SEED e NRE. Promove e mantém a rotina de formação continuada e capacitação a todos os profissionais da unidade escolar, conforme previsto na LDB Nº 9394/1996; 18www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% Garante a participação dos profissionais da educação nos encontros formativos oferecidos pela SEED. 6) Ambiente Escolar Promove e garante clima favorável à aprendizagem em sala de aula/turmas, contemplando: 1) Liderança Educacional: o dirigente como um líder que estimule o professor e os funcionários da escola, pais, alunos e comunidade, com o intuito de criar um ambiente escolar positivo; 2) Equipe pedagógica: articulação e interação entre o Diretor e os Professores acerca dos processos pedagógicos no interior da escola; 3) Ambiente favorável à aprendizagem em sala de aula/turmas: foco nas aprendizagens, variando as estratégias de ensino-aprendizagem e a avaliação; 4) Boas relações interpessoais (respeito nas relações escolares): desenvolvimento de sinergia coletiva e espírito de equipe; 5) Pertencimento à comunidade escolar: comportamento propositivo e estabelecimento de vínculos dos estudantes e professores com a unidade escolar; 6) Ambiente cooperativo e solidário: existência de práticas solidárias; 7) Diálogo permanente entre professor/estudante; 8) Diálogo permanente entre estudante/ estudante; 9) Disciplina: respeito e obediência às regras, as metas e aos regimentos acordados entre os estudantes, os professores e a unidade escolar, contribuindo para o ambiente propício às aprendizagens; 10) Respeito aos Direitos das Crianças e dos Adolescentes; 11) Práticas de prevenção e enfrentamento ao bullying; 19www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25%25-50% 50-75% 75-100% A direção e equipe pedagógica privilegiam a mediação dos conflitos que emergem entre os membros da comunidade escolar, em detrimento à simples aplicação de punição. Garante a representatividade de estudantes de todas as turmas existentes na unidade escolar, em cada turno de funcionamento, nos pré- conselhos e conselhos de classe; Desenvolve projetos de incentivo ao protagonismo juvenil; Estimula a associação de estudantes por meio da formação de grêmio estudantil. 7) Infraestrutura Proporciona aos estudantes instalações físicas adequadas, com conforto visual, térmico e de aeração, compatíveis com uma boa aprendizagem, nos diferentes espaços da unidade escolar; Realiza manutenção preventiva e corretiva nas instalações físicas da unidade escolar (salas de aula, salas dos setores, espaços culturais, sanitários, quadras de esporte, salas de leitura, laboratórios, cozinha, refeitório, dentre outros), com pintura, reposição de vidros, telhado, pisos, dentre outros, e projetos complementares elétrico, hidráulico para melhor atender a comunidade escolar, observando as regras de acessibilidade; Assegura a melhoria imediata e manutenção dos serviços de asseio, conservação e limpeza das unidades escolares; 20www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% Garante a melhoria imediata e manutenção da infraestrutura física, logística e funcional necessária ao desenvolvimento das atividades escolares; Cria e mantém a biblioteca escolar equipada e com acervo compatível com as séries oferecidas pela unidade escolar, estimulando a formação de leitores. A unidade escolar deve possuir biblioteca escolar implantada e acervo por série, equipamentos e mobiliários; Providencia a manutenção de sistemas administrativos, operacionais e recursos humanos em estrutura física própria, fora das unidades escolares, na macrorregião de atuação. 8) Tecnologia da Informação Garante aos professores e aos estudantes o contato com diferentes mídias e familiarização com a cultura digital (Wi-Fi, lousas interativas e outras tecnologias), ampliando esse contato a cada ano; Viabiliza o registro da frequência diária de todos os estudantes no Registro de Classe online, caso a escola tenha adotado o sistema. 9) Equidade Garante práticas voltadas à inclusão das diversidades religiosa, social, cultural, ideológica, étnica e das de gênero, de orientação sexual, de pessoas com deficiências; 21www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% Viabiliza a política de inclusão da SEED em todas as etapas e modalidades de educação básica, fornecendo o acesso ao aluno público da educação especial um conjunto de atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE) ou Sala de Recursos Multifuncionais, oferecidos de forma complementar ou suplementar à escolarização, conforme previsto na LDB Nº 9394/1998. 10) Programas/ Projetos específicos e em parceria Garante práticas de ensino inovadoras e criativas voltadas à investigação e à pesquisa; Incentiva e viabiliza a participação dos estudantes e docentes em concursos literários e de redação, feiras de ciências, olimpíadas de conhecimento (matemática, física, astronomia, história), dentre outros; Mantém ou cria projetos específicos para os estudantes que estimulem a participação em práticas esportivas, culturais e artísticas; Garante a execução de programas e/ou projetos educacionais implementados nas unidades escolares pela SEED e/ou em parceria com o Governo Federal e/ou outros parceiros; Implementa e executa programa de formação de leitores elaborado pela SEED, até atingir a totalidade dos estudantes; 22www.escoladegestao.pr.gov.br Itens de verificação 0-25% 25-50% 50-75% 75-100% Viabiliza a elaboração e execução de plano de trabalho específico e estratégias diferenciadas para os estudos de recuperação. 11) Monitoramento & Avaliação Viabiliza a disponibilização das informações sobre o desempenho da gestão da unidade escolar à SEED, nos prazos definidos pela sistemática de avaliação da gestão; Possibilita amplo acesso da comunidade escolar aos resultados e trabalhos desenvolvidos da unidade escolar, por meio de reuniões e fixação de comunicados em mural acessível a todos; Viabiliza a totalidade da reprodução dos instrumentos de avaliação, elaborados pelos docentes, sob orientação da SEED, durante cada bimestre do ano letivo. TOTAL Quadro 1 – Modelo de Gestão Escolar para Resultados Vale ressaltar que a resposta ideal de todas as perguntas deve ser entre “75%-100%”. Esse nível de resposta demonstra que a escola possui o atributo específico na intensidade e frequência esperados. Se algumas respostas forem abaixo desse patamar, o modelo deverá ser aprimorado na busca das condições adequadas para os itens de verificação que refletiram nas respostas de menor maturidade. 23www.escoladegestao.pr.gov.br Semana 3 – Agenda Estratégica Escolar Inicialmente, antes de apresentar o conceito de Agenda Estratégica, convém apresentar o conceito de estratégia. Nesse sentido, Ackoff (1966) conceitua o termo como a “definição de um futuro desejado e dos meios eficazes para alcançá-lo”. A estratégia ou planejamento escolar tem como base o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola. É no PPP que as seguintes questões devem ser abordadas: • Que pessoas queremos formar? Que valores queremos transmitir? E quais capacidades desejamos desenvolver? • Faremos isso para atuar, transformar ou construir que tipo de sociedade? Esses grandes objetivos são concretizados no cotidiano da escola, por meio de conteúdos trabalhados, das metodologias utilizadas e das relações de convivência desenvolvidas. Assim, conforme pontua Motta (2013), dependendo da instituição, podemos encontrar diversos tipos de plano, mas dois deles, intimamente relacionados entre si, destacam-se no trabalho escolar e compõem a Agenda Estratégica Escolar: Proposta Pedagógica Curricular ou Plano de Curso e o Plano de Trabalho Docente. O Proposta Pedagógica Curricular pode receber diversos nomes, mas de forma geral contém: • A caracterização dos destinatários principais do trabalho desenvolvido pela escola: os alunos, em suas diferentes idades e as etapas da escolarização; • O conjunto dos conteúdos a serem trabalhados; • As metodologias e os modos de avaliar o trabalho pedagógico; • As correntes pedagógicas que justificam e fundamentam os itens anteriores. O Plano de Trabalho Docente sistematiza e organiza o trabalho a ser executado na sala de aula. Pode ser diário, semanal, quinzenal ou de acordo com as necessidades e orientações de cada instituição. Mas deve partir do Proposta Pedagógica Curricular (para realizar o que está previsto nela) e deve conter: • Objetivos, que traduzem a intencionalidade do trabalho docente: o que o professor busca atingir com aquele trabalho que está sendo planejado; • Conteúdos gerais, em seu sentido amplo (conhecimentos, conceitos ou práticas), normalmente associados aos objetivos gerais da disciplina ou área trabalhada; 24www.escoladegestao.pr.gov.br • Conteúdos específicos, geralmente associados aos objetivos específicos a serem atingidos nas aulas; • Justificativa, que liga os conteúdos específicos aos conteúdos gerais, estes à Proposta Pedagógica Curricular e ao Projeto Político-Pedagógico; • Metodologia e recursos didáticos: princípios e recursos para atingir o que está posto nos objetivos; • Critérios de avaliação: devem definir o que se espera que o aluno aprenda, como isso vai ser verificado e como poderão ser recuperadas as aprendizagens que os alunos não alcançarem; • Referências: além do livro didático,em que autores e fontes o professor apoia aquele trabalho que vai desenvolver. Para a construção da Proposta Pedagógica Curricular e do Plano de Trabalho Docente, que configuram a Agenda Estratégica Escolar, é preciso saber em que ponto do caminho ainda estamos, isto é, um conhecimento da realidade, um diagnóstico o mais exato possível. Saber o que os alunos já aprenderam e o que ainda não conseguiram alcançar é um ponto de partida importante para o professor planejar seu trabalho. De forma análoga, saber quais conhecimentos e capacidades os professores já desenvolveram e quais pontos ainda precisam ser aperfeiçoados é fundamental para a equipe gestora planejar a formação continuada, por exemplo. Ou seja, saber onde estamos e onde queremos chegar é fundamental para definir os caminhos a serem trilhados. A partir de um bom diagnóstico, é possível estabelecer os passos concretos a serem dados no que tange aos conteúdos a serem desenvolvidos, às metodologias a serem utilizadas, às capacitações a serem implementadas, entre outros pontos relevantes. Para a geração de subsídios com vistas à construção da Agenda Estratégica, algumas análises (diagnósticos) podem ser desenvolvidas. Entre elas, destacam-se três, a saber: análise de cenários; análise de stakeholders; e análise de Pontos Fortes, Fracos, Ameaças e Oportunidades (comumente chamada de SWOT). A figura 7 a seguir ilustra a Agenda Estratégica Educacional em que o diagnóstico permite a construção da Agenda Estratégica que tem como pilares a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente. 25www.escoladegestao.pr.gov.br Figura 7 – Agenda Estratégica Educacional ANÁLISE DE CENÁRIOS Os Cenários correspondem à primeira das três análises que subsidiam a elaboração da Agenda Estratégica Escolar e representam os caminhos possíveis que a escola pode tomar no futuro. Não se trata da realidade a ser alcançada, mas sim de representações cujo objetivo é nortear a ação presente à luz de futuros possíveis. Sendo assim, os cenários apresentam futuros alternativos e passíveis de ocorrência. Comumente, três cenários costumam ser desenvolvidos para uma análise mais ampla: pessimista, tendencial (mantendo-se a evolução das variáveis como hoje ocorrem) e otimista. Afinal, dificilmente haverá um único cenário possível para a atuação escolar. E, traçar cenários alternativos, é imprescindível para a adoção da ação mais adequada ao contexto. Para o desenvolvimento da análise de cenários, algumas perguntas devem ser realizadas: • Quais são as variáveis ou fatores do ambiente externo que mais impactam o desempenho da escola? Por exemplo: comunidade, governo, professores, diretores, pais de alunos, orçamento, tecnologia, crise financeira, valores da sociedade, pobreza, violência etc. Ademais, sobre essas variáveis deve-se pensar algum juízo de valor. Exemplo: maior envolvimento da comunidade sobre a vida escolar; greve de professores; maior qualificação dos professores; maior participação dos pais na discussão das questões escolares; dificuldade de utilização 26www.escoladegestao.pr.gov.br de novas tecnologias no ambiente escolar; crise nos valores sociais; maior violência contra alunos e professores; etc. Ou seja, sobre cada tema deve-se pensar um juízo de valor, que pode ser positivo ou negativo. • Quais são as possibilidades de comportamento dessas variáveis nos próximos anos? E que impactos produzem sobre o ambiente escolar? • O que faremos para mitigar/minimizar os seus impactos e aproveitar as oportunidades? É possível visualizar/elencar as questões acima utilizando-se uma matriz de impactos e probabilidades. Figura 8 – Matriz de Impacto e Probabilidade de cenários Assim, por exemplo, vamos pensar a questão do orçamento. A redução do orçamento para a área educacional tem grande ou pequeno impacto no desempenho das escolas? E a probabilidade desta redução é alta ou baixa? Na hipótese de consideramos um grande impacto sobre as escolas e de alta probabilidade, a redução do orçamento deveria ser registrada no campo superior direito da matriz. Em sentido contrário, ao se considerar de pequeno impacto e baixa probabilidade, este item deveria ser anotado no campo inferior esquerdo. Ou seja, os itens anotados nos campos marcados em rosa requerem grande atenção, pois impactam de forma significativa 27www.escoladegestao.pr.gov.br e tem alta probabilidade de ocorrência. Os itens anotados nos campos em azul devem ser acompanhados com vistas a evitar que seus impactos ou probabilidades cresçam. Por fim, os itens marcados em amarelo têm menos relevância e probabilidade de ocorrência e, portanto, não precisam de ação imediata e devem ser reavaliados de tempos em tempos para se checar se a situação permanece igual ou sofreu alguma alteração significativa. Obviamente, as ações que possuem maior probabilidade de ocorrência e que causam grande impacto no desempenho da escola devem ser priorizadas para execução. Por exemplo, as escolas têm um desafio relacionado à rotatividade e à qualidade técnica dos professores devido a questões salariais. Esse é um fator que gera um grande impacto para o desempenho das escolas, além de ser um fator com alta probabilidade de ocorrência nos próximos anos em razão da crise financeira por que passa o poder público em geral. Portanto, deve ser um ponto a ser observado e tratado com cuidado no âmbito do planejamento da gestão escolar. ANÁLISE DAS PARTES INTERESSADAS A Análise das Partes Interessadas corresponde à segunda das três análises que subsidiam a elaboração da Agenda Estratégica Escolar. As partes interessadas são organizações ou indivíduos portadores de interesses, demandas e expectativas sobre as escolas e que de alguma forma afetam (positiva ou negativamente) ou são afetados pelas ações que as escolas realizam. A figura 9 a seguir ilustra algumas possíveis partes interessadas relacionadas às escolas e que devem ser “ouvidas” quando da construção da Agenda Estratégica Escolar. 28www.escoladegestao.pr.gov.br Figura 9 – Stakeholders primários e secundários Por que realizar a análise das partes interessadas é importante para a elaboração da Agenda Estratégica Escolar? Porque ao fazer isso, as escolas deixam de olhar para dentro de si apenas e passam a ouvir a todos os atores que direta ou indiretamente possuem interesse pelos resultados das ações desenvolvidas no ambiente escolar. Trata-se, portanto, de ouvir os anseios e desejos das partes interessadas e que podem subsidiar as ações a serem desenvolvidas no âmbito dos planejamentos escolares (agenda estratégia escolar, Proposta Pedagógica Curricular e plano de aula). Não se trata de fazer exatamente o que cada uma das partes propõe, mas, sim, ouvir os seus anseios/desejos e utilizá-los como subsídios para o planejamento escolar a ser realizado. O quadro a seguir exemplifica algumas das partes interessadas. Há diversas outras. Trata-se apenas de um pequeno exemplo. Cada uma das partes interessadas possui desejos/anseios distintos. E a forma como a escola irá abordar estes desejos nos seus planejamentos escolares fará toda a diferença para o alcance dos resultados pretendidos. 29www.escoladegestao.pr.gov.br Quais são as Partes Interessadas? O que desejam? O que não desejam? Como a escola irá tratar essas questões em seu planejamento escolar? Alunos Professores Comunidade Governo Família Outros (preencher) Quadro 2 – Modelo para Análise das partes interessadas ANÁLISE DE PONTOS FORTES, FRACOS, AMEAÇAS E OPORTUNIDADES A Análise dos Pontos Fortes, Fracos, Ameaças e Oportunidades (também conhecida pelo termo análise SWOT) corresponde à terceira das três análises que subsidiam a elaboração da Agenda Estratégica Escolar. Os pontos fortes e fracos referem-se a situações internas a cada escola e que dependem diretamente das suas ações, e as ameaças e oportunidades referem-se a situações externas, que independem da vontadeou da ação de cada uma das escolas. Assim, por exemplo, uma determinada escola pode ter como ponto forte a capacidade técnica e didática dos seus professores e como ponto fraco a indisponibilidade de condições adequadas para o ensino, tais como ausência de biblioteca ou de computadores para os alunos. Observe que ambos os aspectos dizem respeito ao ambiente interno da escola. Como exemplo de oportunidades e ameaças, podemos citar o aumento dos investimentos em educação por parte do governo e a ausência da educação familiar com reflexos sobre a disciplina escolar, respectivamente. Notem que ambos os exemplos se referem a situações externas à escola, que independe da sua atuação direta, mas que tem efeito sobre os seus resultados. O quadro a seguir ilustra alguns exemplos de pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças afins ao ambiente escolar. 30www.escoladegestao.pr.gov.br Análise interna Análise externa Pontos Fortes Pontos Fracos (oportunidades de melhoria) Oportunidades Ameaças Professores engajados e capacitados Professores mal qualificados e desestimulados Novos investimentos públicos em educação Redução dos gastos com educação Baixa rotatividade dos professores e funcionários Alta rotatividade dos professores e funcionários Parcerias para a melhoria da educação Isolamento / insulamento das instituições educacionais Infraestrutura adequada ao ensino (biblioteca, computadores, sala de aula etc.) Infraestrutura inadequada ao ensino (biblioteca, computadores, sala de aula etc.) Novo currículo escolar (foco, abrangência, qualidade) Novo currículo escolar (foco, abrangência, qualidade) Bom planejamento escolar Planejamento escolar deficiente Maior investimento em segurança nas escolas Menor investimento em segurança nas escolas Bom clima de trabalho e união entre direção e corpo docente Clima de trabalho ruim e desunião entre direção e corpo docente Maior investimento em saúde (e outros temas) nas escolas Menor investimento em saúde (e outros temas) nas escolas Alto grau de envolvimento/ interesse da comunidade escolar Baixo grau de envolvimento/ interesse da comunidades escolar Alunos disciplinados e engajados nas atividades escolares Alunos indisciplinados e não engajados nas atividades escolares Ensino de qualidade e alto grau de aprendizado Ensino sofrível e baixo grau de aprendizado Baixa repetência e desvio idade-série Alta repetência e desvio idade-série Alto índice de abandono escolar Baixo índice de abandono escolar Quadro 3 – Modelo para Análise SWOT 31www.escoladegestao.pr.gov.br CONSTRUÇÃO DA AGENDA ESTRATÉGICA Uma vez que os subsídios para a construção da Agenda Estratégica Escolar estão definidos (cenários, partes interessadas e SWOT), passa-se à etapa da construção da Agenda em si. Para tanto, o ponto de partida é a definição dos objetivos estratégicos, que podem (e costumam) ser apresentados na forma de um mapa estratégico conforme ilustra a figura a seguir: Figura 10 – Mapa Estratégico Escola Municipal Leonor Castellano. Observem que o Mapa Estratégico possui um conjunto de objetivos e cada um deles está agrupado em perspectivas: processos internos, beneficiário(s) e sociedade. Os objetivos relacionados a processos internos dizem respeito à forma como o trabalho será desenvolvido no âmbito de cada escola. Os objetivos relacionados aos beneficiários dizem respeito aos resultados que se pretendem alcançar tendo como foco o aluno, o beneficiário mais direto dos trabalhos desenvolvidos no ambiente escolar. E os objetivos afins à sociedade dizem respeito aos resultados mais abrangentes que visam à formação de uma 32www.escoladegestao.pr.gov.br sociedade mais justa e cidadã. Ou seja, ao fim e ao cabo, o que se pretende com a educação é a formação de bons cidadãos que contribuam para o desenvolvimento do Brasil enquanto nação justa, igualitária, tolerante e desenvolvida econômica e socialmente. O passo seguinte à elaboração dos objetivos sob a forma de um mapa estratégico é definir quais serão os indicadores e metas que permitirão acompanhar e mensurar o cumprimento de cada um dos objetivos. E, em seguida, que iniciativas (ações) deverão ser desenvolvidas para o alcance das metas pretendidas. A figura a seguir ilustra esse sequência lógica que culmina em um plano de iniciativas (ou ações). Figura 11 – Desdobramento do Mapa Estratégico Ainda sobre esses conceitos, vale ressaltar que: • Os objetivos estratégicos são declarações de resultados quantificáveis, dispostos no mapa estratégico em perspectivas e vinculados entre si por meio de relações de causa e efeito (ou seja, o cumprimento de um objetivo pode levar ao alcance do objetivo diretamente a ele relacionado e assim sucessivamente, conforme figura 11 apresentada anteriormente). • Os indicadores de desempenho possuem como objetivo medir o grau de alcance dos objetivos propostos e influenciam o comportamento das pessoas na busca desses objetivos. A cada indicador há uma métrica (fórmula de cálculo) associada. • As metas vão determinar justamente a intensidade do esforço das partes interessadas para alcançar os resultados. A meta é a quantificação do indicador. • Por fim, as iniciativas estratégicas determinam os esforços necessários para que os objetivos sejam cumpridos e os 33www.escoladegestao.pr.gov.br resultados dos indicadores sejam alcançados e/ou superados. Normalmente as iniciativas agrupam-se em um plano de iniciativas ou plano de ação. Vamos pensar em um exemplo completo desses conceitos na área de educação. Vejamos: • Objetivo: diminuir a distorção idade-série dos alunos do ensino médio. • Indicador: índice de distorção-idade série. • Métrica (ou fórmula de cálculo): número de alunos que apresentam idade superior à série que frequenta / total de alunos x 100. • Meta: Reduzir de 39% para 36% a distorção idade-série ao final de 2018, 30% ao final de 2019 e 22% ao final de 2020. Observe que a meta é a quantificação do indicador conforme já havíamos dito. A seguir vamos incluir um novo exemplo. Imaginemos que o diretor de uma escola gostaria de saber quantos alunos estão faltando 5 ou mais dias por mês. Para saber essa informação, foi definido o seguinte indicador: • Objetivo: diminuir o número médio de faltas dos alunos. • Indicador: porcentagem de alunos que faltam 5 dias ou mais no mês. • Métrica (ou fórmula de cálculo): (número de alunos que faltaram 5 dias ou mais no mês / total de alunos da escola em questão) x 100. • Meta: vamos supor que uma primeira aferição hipotética do indicador demonstrou que 12% dos alunos faltaram 5 dias ou mais no mês de março de 2017. Com isso, uma possível meta para o mês de abril e maio seria a redução desse percentual para 10%. Os indicadores e respectivas metas proporcionam informações sobre o desempenho escolar com vistas ao monitoramento, avaliação, comunicação e melhoria contínua. Nesse sentido, eles devem ser capazes de: • Mensurar os esforços e resultados e gerenciar o desempenho (garantindo que seja mantido ou ampliado); • Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e o processo de tomada decisão (o que tem dado certo e merece ser fortalecido e o que está dando errado e precisa ser repensado); • Contribuir para a melhoria contínua da escola; • Viabilizar a análise comparativa entre o desempenho de cada escola (municipal, estadual ou mesmo de outros países) com vistas à evolução do sistema educacional como um todo. Sabe-se que, no limite, pode-se medir qualquer aspecto da escola ou do ambiente escolar. Entretanto, os gestores e servidores da educação devem se perguntar o que é importante e viável medir e qual a capacidade aceitável da medida. Essas questões são relevantes pelo fato de a medição custar tempo e dinheiro. 34www.escoladegestao.pr.gov.br Nesse sentido, os indicadores devem seguir alguns critérios relevantes, tais como: • Seletividadeou importância: fornece informações sobre as principais variáveis estratégicas da educação; • Simplicidade, clareza e comunicabilidade: os indicadores devem ser simples e compreensíveis, levando a mensagem e o seu correto significado às partes interessadas (governo, professores, alunos, comunidade escolar etc.); • Representatividade, confiabilidade e sensibilidade: capacidade de acompanhar o que é relevante e a partir de dados confiáveis; • Investigativos: dados devem ser fáceis de analisar e permitir juízo de valor; • Comparabilidade: facilmente comparáveis com referências internas (a própria escola ou escolas da rede estadual) ou externas (outras escolas do Brasil e do mundo), bem como com séries históricas de acontecimentos; • Estabilidade: procedimentos para mensuração do indicador são gerados de forma sistemática e constante, sem alterações e complexidades; • Custo-efetividade: projetado para ser factível e economicamente viável. Abaixo seguem 5 indicadores passíveis de serem utilizados para a avaliação de desempenho educacional. Sugere-se que estes 5 indicadores constituam uma base mínima de verificação dos resultados a serem adotados no âmbito da gestão educacional do Paraná (e na devida proporção, pelos diretores escolares). • Índice de desenvolvimento da educação básica; • Taxa de aprovação; • Taxa de abandono; • Taxa de transferência; • Taxa de distorção idade-série. 1 - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB – esse índice é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil. Meta: Garantir crescimento do IDEB, conforme as metas projetadas pelo INEP. 2 – Taxa de aprovação – indica a porcentagem de alunos que, ao final do ano letivo, alcançaram os critérios mínimos para a conclusão satisfatória da etapa de ensino na qual se encontravam. 35www.escoladegestao.pr.gov.br TAP – Taxa de Aprovação APR – Número de matrículas aprovadas REP - Número de matrículas reprovadas ABA – Número de matrículas que deixaram de frequentar 3 - Taxa de Abandono - indica a porcentagem de alunos que deixaram de frequentar a unidade escolar após a data de referência do Censo, excetuando os afastamentos por transferências, licenças médicas e outros justificados. TAB – Taxa de Abandono ABA – Número de matrículas que deixaram de frequentar APR – Número de matrículas aprovadas REP - Número de matrículas reprovadas 4 - Taxa de Transferência – indica a porcentagem de alunos transferidos sem justificativa. TAT – Taxa de Alunos Transferidos TRA – Número de alunos transferidos NAM – Número de alunos matriculados NTJ - Número de transferências justificadas 5 - Taxa de Distorção Idade-série - Permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade superior à recomendada. 36www.escoladegestao.pr.gov.br TD = Taxa de Distorção Idade-série B = Total de estudantes com idade superior ao ano respectivo A= Matrícula Atual Importante destacar que a mensuração não pode se tornar um fim em si mesma. O processo de monitoramento e avaliação das escolas, que envolve a mensuração dos indicadores, irá consumir recursos financeiros, pessoas e tempo. Se as informações geradas por esse processo não forem utilizadas para a rediscussão da agenda estratégica escolar, tudo será em vão. Ou seja, é preciso que os resultados das avaliações sejam, efetivamente, utilizado no planejamento escolar e educacional como um todo. Definidos os indicadores, o passo seguinte é o estabelecimento das metas de desempenho. A figura 12 a seguir ilustra o cuidado no momento de se calcular as metas dos indicadores. Figura 12 – Cálculo da Meta Elas não podem se situar numa zona de conforto em que serão facilmente alcançáveis com pouco esforço e ao mesmo tempo não podem ultrapassar a zona de utopia, pois assim seriam inalcançáveis. Tanto as metas subestimadas quanto as metas superestimadas são desmobilizadoras e desestimulam as equipes de trabalho (professores, agentes educacionais, governo etc.). É preciso encontrar um bom termo que propicie desafios, porém a partir de metas passíveis de serem alcançadas. Por exemplo: faz sentido pensar no Brasil como o melhor país do mundo em indicadores educacionais nos próximos 8 ou 10 anos? Claro que não. Apesar de desejável, sabemos que a distância que nos separa deste objetivo é muito grande no atual momento. Uma meta dessa envergadura não seria mobilizadora, pois todos saberiam, de partida, que ela é inviável de ser alcançada 37www.escoladegestao.pr.gov.br nesse prazo. Mas seria possível pensar no Brasil como o país da América do Sul (ou mesmo da América Latina) com os melhores índices educacionais nesse mesmo prazo? Nesse caso, a meta se torna mais factível e, portanto, mobilizadora de esforços para que seja efetivamente alcançada. IDENTIFICAÇÃO DAS INICIATIVAS OU PLANOS DE AÇÃO Por fim, a etapa seguinte à definição das metas é a identificação das iniciativas a serem desenvolvidas que podem ou não estar estruturadas sob a forma de um plano de iniciativas ou plano de ação. De acordo com Kaplan e Norton (2004), “as ações estratégicas são as responsáveis pelo alcance dos resultados, e assim a execução da estratégia é gerenciada por meio do acompanhamento das ações estratégicas”. A figura a seguir ilustra as duas perguntas-base para a definição das iniciativas: onde estou e onde quero chegar? Figura 13 – Onde estou/Onde quero chegar Vale ressaltar que, dificilmente, as escolas (e o governo e todos aqueles por trás dos indicadores educacionais) alcançarão resultados diferentes se continuarem a executar as mesmas iniciativas. Para alcançar resultados significativos é necessário executar iniciativas diferentes. É necessário tentar novas formas de trabalho, identificar novas soluções, realizar novas parcerias, intensificar o monitoramento e avaliação. Ou seja, para alcançar algo diferente, é preciso agir de forma diferente. A figura 14 a seguir ilustra um objetivo estratégico (que faz parte da Agenda Estratégica Escolar) sendo desdobrado em 38www.escoladegestao.pr.gov.br iniciativas com vistas ao seu cumprimento. E, nesse momento, três perguntas são fundamentais: o que eu faço e devo parar de fazer? Ou seja, o que eu faço e pouco ou nada agrega para o desenvolvimento escolar. O que eu faço e devo continuar fazendo de forma diferente? Ou seja, o que agrega valor mas requer ajustes para o alcance de melhores resultados. E o que eu não faço e devo começar a fazer? Ou seja, o que é relevante para o alcance de resultados e que até o presente momento, eu não realizava, mas que agora começarei a fazer. A resposta a essas três perguntas é o ponto de partida para o desenvolvimento das ações necessárias para o salto de qualidade que se pretende alcançar na educação pública brasileira. Figura 14 – Definição de iniciativas estratégicas Como forma de exemplificar a figura acima, imagine que um dos objetivos estratégicos de uma escola do Paraná é aumentar a nota média dos alunos nas disciplinas exatas, como Matemática, Física e Química. Para isso, foi criada uma iniciativa que consiste em aulas de reforço/aprofundamento ofertadas no turno contrário ao que os alunos já estão na escola. Entretanto, essa iniciativa não aumentou a média das notas dos alunos nas matérias citadas, pelo fato de a adesão às aulas complementares ter sido muito baixa. Nesse momento, o diretor e os professores poderiam refletir se essa é uma iniciativa que deve ser eliminada ou modificada (por exemplo, criando algum tipo de incentivo para que a adesão às aulas complementares seja maior), com vistas à melhoria da nota dos alunos. 39www.escoladegestao.pr.gov.br Semana 4 - Alinhamento da Gestão Escolar O alcance de bons resultados no âmbitoescolar depende de uma boa agenda estratégica escolar, mas não se restringe a ela. É fundamental que a Agenda seja suportada por bons processo de trabalho, por uma gestão financeira profissional e por uma estrutura física (salas, biblioteca, laboratório, refeitório, quadras esportivas) compatível com os objetivos a serem alcançados. PROCESSOS DE TRABALHO Os processos de trabalho da escola dizem respeito a como a escola se organiza para prestar adequadamente os seus serviços. Eles são importantes pelo fato de a organização (e a escola pode ser vista como uma organização) ser constituída por um conjunto de processos, fluxos de informação e trabalho e, muitas vezes, envolvem estruturas externas, tais como a Secretaria de Educação, por exemplo. Basicamente, pode-se dizer que um processo é composto por uma série de atividades ou ações inter-relacionadas e que são realizadas para alcançar determinados objetivos. Alguns exemplos de processos de trabalho de uma escola são: • Planejamento pedagógico; • Execução do planejamento pedagógico (dar aulas propriamente dito); • Compra de bens (merenda, materiais didáticos etc.) ou serviços (manutenção predial, informática, limpeza, segurança etc.); • Aplicação e correção de provas; • Avaliação escolar (desempenho dos alunos e dos professores); • Relacionamento com a comunidade (pais de alunos, por exemplo). Percebe-se que os processos dizem respeito a tudo que se realiza na escola. E isso é verdade. Toda ação inter-relacionada que leva ao desenvolvimento de um produto ou serviço escolar diz respeito a algum processo de trabalho. E bons processos de trabalho tendem a levar a bons resultados. Assim sendo, acompanhar o desempenho dos processos de trabalho é fundamental. Identificar quais são os gargalos/lacunas (o que limita o desempenho do processo) e atuar sobre eles é ação decisiva para o alcance dos resultados pretendidos. 40www.escoladegestao.pr.gov.br O quadro a seguir pode ser utilizado pelo Diretor da escola para identificar pontos relevantes afins aos processos: Quais são os processos mais relevantes da escola? Qual é o desempenho do processo? (Ótimo, bom, regular ou péssimo) Quais são os gargalos dos processos (problemas e suas causas)? O que pode ser feito para melhorar o processo de trabalho? Problemas do processo Causas do problema Planejamento pedagógico Execução do planejamento pedagógico Compra de bens e serviços Avaliar escolar Outros (especificar tantos quantos forem necessários) Quadro 4 – Modelo para identificação de pontos relevantes aos processos GESTÃO FINANCEIRA A gestão financeira da escola a partir dos movimentos de descentralização da gestão e construção da autonomia da escola, entre outros, ganhou uma expressão especial, favorecendo à escola a resolução de muitos de seus próprios problemas de consumo, manutenção e reparos, mediante repasse de recursos diretamente às próprias escolas. A partir desse enfoque, os sistemas de ensino têm se esforçado para destinar recursos para as escolas levando em consideração o número de alunos nelas matriculados, a fim de que possam realizar despesas diversas conforme suas necessidades. 41www.escoladegestao.pr.gov.br Os recursos repassados diretamente às escolas podem ser utilizados para as seguintes finalidades: • Aquisição de material permanente; • Manutenção, conservação e pequenos reparos da unidade escolar; • Aquisição de material de consumo necessário ao funcionamento da escola; • Capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação; • Avaliação de aprendizagem; • Implementação de projeto pedagógico e desenvolvimento de atividades educacionais. O valor transferido a cada escola é determinado com base no número de alunos matriculados no ensino fundamental ou na educação especial estabelecido no Censo Escolar do ano anterior ao do atendimento. Além dos valores recebidos do governo federal, as escolas públicas podem receber recursos advindos do sistema de ensino ou rede à qual pertencem e que por ventura mantenham programa com tal objetivo. Esses recursos variam de acordo com os programas. Portanto, todo diretor de escola assume responsabilidade pela gestão de recursos financeiros de montante variável, de acordo com o número de seus alunos e as fontes de recursos disponíveis. Diante de tal responsabilidade dos diretores algumas questões devem ser consideradas: • Definição de prioridades: sem uma definição de prioridades, o diretor utiliza o dinheiro apenas para “apagar incêndio”. A definição de prioridades é obtida com a reunião de representantes de professores, funcionários, equipe gestora, estudantes, pais e comunidade, com a participação ativa da APM (Associação de Pais e Mestres) e do Conselho Escolar. Uma lista de prioridades surge ao analisar as necessidades para garantir a aprendizagem considerando materiais, obras de reparo, formação de professores, entre outros. • Cálculo correto dos gastos: quanto mais detalhado for o planejamento, melhores serão os resultados. Uma boa maneira de adquirir parâmetros é levantar nos documentos da instituição o histórico de gastos de três ou quatro meses do ano anterior e fazer uma média de quanto cada área demandou (informática, recursos humanos, material etc.). • Elaboração de orçamento geral: o orçamento é o detalhamento do plano de gastos. Nesse planejamento devem constar os valores definidos para cada uma das prioridades, assim separados: estimativa de entrada de recursos e de arrecadação (receitas) e previsão de despesas. As saídas devem ser classificadas em "correntes", que se referem aos gastos diários com a manutenção da escola, como compra de material e contratação de serviços. E em "de capital", que são as despesas com equipamentos, materiais permanentes e execução de obras. Para que o planejamento não desande 42www.escoladegestao.pr.gov.br é preciso estar sempre atento ao fluxo de caixa, ou seja, ao dinheiro que entra e sai diariamente. Como os imprevistos sempre acontecem, como margem de segurança é recomendável prever uma reserva. • Prestação de contas transparente: a escola tem de prestar contas de seus gastos à Secretaria de Educação à qual é vinculada, aos executores dos programas de financiamento com os quais estabelece parceria e à comunidade. • Comprovação de gastos: todos os originais de documentos fiscais precisam ser encaminhados ao órgão responsável pela contabilidade. Lá ficam disponíveis para a fiscalização do Tribunal de Contas. Para garantir o controle interno, porém, é recomendável manter cópias de tudo. A organização de todos os comprovantes é primordial para justificar as despesas. A partir desses pontos principais é possível definir o ciclo da gestão financeira escolar em três grandes etapas, conforme a figura a seguir. Figura 15 – Etapas da gestão financeira escolar. A primeira etapa, Planejamento, se refere à identificação dos recursos financeiros disponíveis e especialmente às mencionadas prioridades da escola. Ou seja, adequar a despesa à capacidade de gasto, evitando que o primeiro seja maior que o último. O quadro 5 a seguir pode ser útil para o planejamento da gestão financeira escolar. Quais são as prioridades da escola? Quais são os gastos afins a cada prioridade? Gastos Totais (DC + DCPT) Como prestar contas dos gastos? Quais cuidados são importantes para a comprovação dos gastos? Despesas correntes (DC) Despesas de capital (DCPT) 1- 2- 3 - 43www.escoladegestao.pr.gov.br 4 - 5 - n- Quadro 5 – Modelo para planejamento da gestão financeira escolar O quadro permite ao gestor escolar uma visão objetiva daquilo que deve e pode ser gasto dentro dos limites da escola. Vale ressaltar que a definição de prioridades da escola deve se alinhar às orientações de todo o sistema do MEC. A escola faz parte de um sistema e deve obedecer não apenas à legislação e aos normativos, mas também às diretrizes e objetivosdefinidos. Por exemplo: um gestor escolar deve priorizar a restauração de quadros negros, haja vista a diretriz de implementação de estrutura escolar adequada; em detrimento à compra de novo mobiliário para a sala dos professores. A responsabilidade da definição das prioridades, contudo, não se limita ao gestor. Todos os envolvidos direta e indiretamente são convidados a se responsabilizar pelo bom uso dos recursos financeiros da sua escola. Nesse sentido, pais, alunos, professores, agentes educacionais, grupos comunitários etc. têm o direito e o dever de participar das discussões e decisões referentes à definição das prioridades para a escola. A segunda etapa, Execução, aborda a utilização dos recursos financeiros disponíveis e o controle desta utilização. Não basta o planejamento correto, a devida execução desse planejamento é ainda mais importante. Assim, sugere-se a implementação de procedimentos de acompanhamento e supervisão do cronograma de desembolso e a implementação de mecanismos de contratação, pagamento e comprovação das despesas. Manter atual o arquivo e a documentação das despesas conforme elas são realizadas simplifica e otimiza a etapa seguinte de Prestação de Contas. Nesta etapa, a escola deve justificar e comprovar as despesas realizadas aos órgãos de controle e também à comunidade. A transparência ofertará credibilidade e possibilitará a continuidade e, em alguns casos, a ampliação dos recursos recebidos. Finalmente, é possível afirmar que cabe ao gestor escolar uma atitude consciente, sustentável e comprometida para com a realidade da escola em que atua. O importante é manter sempre a organização e o compromisso ao longo das três etapas da gestão financeira. 44www.escoladegestao.pr.gov.br ESTRUTURA FÍSICA E CONDIÇÕES DE TRABALHO O espaço físico da escola influi diretamente na motivação e desempenho dos alunos. A escola deve ser um local que apresente condições materiais que favoreçam aos alunos e professores a vivência de um espaço que transmita paz, harmonia e favoreça o aprendizado. Escolas que não contribuem nesse sentido são sujas, malconservadas, sem condições de higiene e salubridade, uma merenda inadequada e, em muitos casos, sem as condições nutricionais que deveriam acompanhar o desenvolvimento de crianças e jovens. A sala de aula, articulada à biblioteca, ao laboratório de ciências e de informática, à quadra esportiva, é o núcleo do ambiente de aprendizagem que o prédio da escola e seu entorno abrigam. São os locais onde os professores ajudam os alunos a ampliar sua percepção da realidade, a solucionar problemas e a desenvolver projetos por meio dos quais aplicam os conhecimentos adquiridos nas diferentes áreas em situações reais e desafiadoras. O quadro 6 abaixo pode ser útil no planejamento da gestão da estrutura física das escolas. Item da Estrutura Física Situação do item da estrutura física Tempo em que o item se encontra nessa situação O que pode ser realizado? Quem deve ser acionado para resolver o problema? 1 - Quadra esportiva Grades de proteção enferrujadas, tabelas de basquete quebradas 4 meses Reparo e manutenção Secretaria de Educação 2 - Biblioteca Algumas prateleiras estão quebradas. Há ausência de livros em várias disciplinas Prateleiras quebradas há 6 meses. Os livros nunca foram adquiridos Reparo e manutenção das prateleiras. Compra de livros relevantes para o acervo Secretaria de Educação 3 - 4 - n - Quadro 6 – Modelo para planejamento da gestão da estrutura física das escolas 45www.escoladegestao.pr.gov.br Semana 5 – Pessoas Um dos aspectos mais relevantes para o bom desempenho de uma escola é a gestão de pessoas que atuam de forma coordenada para atingir determinados resultados. Alinhar pessoas significa orientá-las para o alcance dos objetivos estratégicos. Para esse alinhamento, é preciso haver o compartilhamento de percepções (valores) que justifiquem o alcance desses objetivos e é necessário também um conjunto de pessoas (diretores, professores, agentes educacionais, gestores escolares) com conhecimentos, habilidades e atitudes necessários para alcançar esse fim. Otimizar a gestão de pessoas no ambiente escolar significa construir um sistema de gestão, com políticas, ferramentas e instrumentos, que apoie e incentive o desenvolvimento de competências e a capacidade de gerar e avaliar resultados educacionais. Nesse sentido, o papel do diretor escolar é fundamental. Afinal, este profissional estará em contato direto com um conjunto de partes interessadas, entre as quais podemos citar os professores, os pais de alunos, a Secretaria de Educação e a comunidade. Dentre as habilidades necessárias que um diretor escolar precisa desenvolver estão: • Saber lidar com a diversidade (professores, servidores, pais de alunos etc.) e tirar o melhor de cada um; • Oferecer apoio sob medida (para cada um dos professores e servidores), de acordo com suas necessidades e estágios de desenvolvimento profissional; • Avaliar as necessidades de aprendizagem do grupo escolar (professores, servidores); • Saber lidar com a resistência à mudança, muito arraigada no sistema educacional; • Oferecer feedbacks frequentes; • Refletir sobre seu próprio comportamento profissional e sobre a sua capacidade de adaptação a novas necessidades. E, a partir disso, tomar as ações necessárias para a melhoria do desempenho da escola. É interessante observar que essas habilidades são as mesmas que um professor precisa desenvolver se quiser facilitar a aprendizagem de seus alunos. Os diretores das escolas devem liderar e gerir as pessoas com base em uma visão estratégica, que exige um novo enfoque. Em contrapartida à visão tradicional que dava às pessoas um caráter de insumo (recursos humanos), enfatizava o controle (das mãos, ou seja, o que está sendo feito e como) e reduzia a 46www.escoladegestao.pr.gov.br sua administração apenas à sua dimensão operacional, a Nova Gestão de Pessoas destaca o conhecimento como diferencial competitivo, enfatiza o comprometimento (das mentes) e, como consequência, eleva a gestão de pessoas no ambiente escolar a um nível mais estratégico, com foco em resultados. Na era do conhecimento, em que o capital humano é reconhecido como o principal ativo das organizações, o processo de gestão de pessoas também se reinventa, adaptando seus sistemas de gestão a essa nova realidade. Tradicionalmente orientados para o operacional (atividades de natureza cartorial), os sistemas precisam evoluir para uma gestão estratégica de pessoas, por meio da adequação das ferramentas de gestão de pessoas e do desenvolvimento de uma política de remuneração baseada em competências e desempenho. No ambiente escolar, essa necessidade de reinvenção, de estabelecimento de novo padrão de gestão de pessoas, é ainda mais potencializada. Afinal, é nas escolas que se formam cidadãos e os novos líderes que conduzirão o desenvolvimento da sociedade brasileira nos próximos anos. FORMAÇÃO DE EQUIPES A equipe é um pequeno grupo de pessoas com habilidades complementares e que trabalham em conjunto para alcançar um propósito comum pelo qual são coletivamente responsáveis. Uma equipe gera sinergia positiva por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais são integrados para resultar em um nível de desempenho que é maior do que a soma de suas partes individuais. Garantir que o trabalho em equipe (e não apenas em grupo) seja potencializado no ambiente escolar é um dos papéis mais relevantes dos diretores escolares. Assim, o que diferencia uma equipe de um grupo de trabalho, segundo Chiavenato, são fundamentalmente quatro aspectos básicos. • Objetivo – o grupo objetiva o compartilhamento de informações, enquanto a equipe busca o desempenho coletivo e integrado. • Sinergia – o grupo se caracteriza por possuir sinergia neutra (e, inclusive, comumente negativa), sendo a equipe capaz de possuir sinergia positiva. •Responsabilidade – no grupo, essa característica é individual e isolada, enquanto na equipe existe tanto a responsabilidade individual quanto mútua, coletiva e solidária. • Habilidades – o grupo se utiliza de habilidades aleatórias e variadas dos integrantes, enquanto na equipe existe um aspecto de complementariedade das habilidades dos integrantes, com o objetivo de serem utilizadas para realizar uma atividade comum. 47www.escoladegestao.pr.gov.br O processo de formação de equipes é complexo, em que somente a vontade e ação de promove-la não é suficiente. Para que seja formada uma equipe é necessário conhecimentos, habilidades e atitudes e a compreensão, por parte do gestor, de que esse processo é sua responsabilidade. Não basta que diversos profissionais estejam em um mesmo ambiente para que eles comecem a trabalhar de forma colaborativa, até mesmo pelo fato de que esses profissionais podem atuar com base em critérios e interesses individuais. Objetivando que os profissionais que atuam na escola sejam efetivamente uma equipe, lista-se abaixo algumas condições que se fazem necessárias. a) O desenvolvimento de um mesmo ideal educacional; b) O respeito pela legislação, normas e regulamentos educacionais; c) A compreensão dos objetivos educacionais que orientam as ações dos setores e áreas de atuação; d) O alinhamento dos interesses pessoais aos sociais e educacionais; e) A existência de ações de comunicação e relacionamento entre os membros de forma aberta, constante e sistemática; f) Desenvolvimento de redes de interação educacional; g) Transformação de progressos e desenvolvimentos individuais em progressos e desenvolvimentos coletivos; h) Ação interativa com objetivos compartilhados. Ao exercer o papel de líder, o diretor escolar deve buscar constantemente o desenvolvimento individual da equipe, fazendo com que ela seja um estoque de coletividade, gerando benefícios para todos os seus integrantes. A seguir são apresentados alguns exemplos de ações que demonstram essa atuação do diretor escolar: • Desenvolver um ambiente de diálogo para propiciar a aproximação das diversas visões das pessoas e construir experiência e conhecimento conjuntos. • Dialogar constantemente com professores acerca do seu entendimento sobre a missão e os valores da escola, de como eles entendem o papel da educação e quais são os esforços que eles entendem necessário empreender no dia a dia do seu trabalho. • Criar um ambiente de responsabilidade e tomada de decisão conjunta. • Fazer com que os desafios e responsabilidades enfrentados para formar os alunos sejam coletivizados. • Guiar a liderança enquanto diretor, de maneira dinâmica para os processos de comunicação e relacionamento interpessoal, elucidando nos mesmos a dimensão profissional e o empenho pela melhoria do desempenho e de seus resultados. 48www.escoladegestao.pr.gov.br O desenvolvimento de equipe é promovido a partir da atenção aos aspectos necessários para a motivação, porém com o cuidado de orientá-los de maneira organizada aos participantes da comunidade escolar, a partir da comunicação e relacionamento interpessoal distribuídos (Idáñez, 2004). Nesse sentido, o diretor: • Promove a reflexão acerca do planejamento escolar e sua implementação com sua equipe. • Monitora o clima organizacional da equipe e atua sobre ele, procurando aprimorá-lo. • Orienta suas atividades e atuação na escola com base nos resultados explicitamente pactuados. • Promove os meios para a tomada de decisão compartilhada sobre os rumos da escola, seus projetos e procedimentos de monitoramento e avaliação. ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS O conflito é um aspecto que está presente na vida de todos, sendo algo inerente à natureza humana. Portanto, o conflito se configura o oposto da cooperação. O conflito é gerado a partir da diferença existente entre os interesses de duas ou mais partes, em que uma delas deliberadamente realiza algum tipo de interferência. Problemas entre pais e professores, entre professores e alunos, entre dois ou mais professores, entre a coordenação e um professor específico são apenas alguns exemplos de possíveis conflitos no ambiente escolar. Saber lidar com os conflitos, gerenciá-los adequadamente e mesmo tirar proveito deles para o aprendizado é fundamental para um ambiente escolar saudável. A sequência de passos a seguir, simbolizado na figura 16, ajuda a gerenciar possíveis conflitos e a criar um ambiente de trabalho mais harmonioso. Figura 16 – Passos para gerenciamento de conflitos 49www.escoladegestao.pr.gov.br • Enxergar: a primeira alternativa – e também a mais importante – é, uma vez ciente do problema, não o negar. Pelo contrário, é preciso demonstrar que o gestor tem consciência da situação. • Ouvir: evite pré-julgamentos. Chame os atores do conflito separadamente e ouça-os com empatia. Neste momento o gestor não deve tomar partido de nenhuma das partes envolvidas. Também é relevante entrar em contato com outras pessoas de dentro da escola para compreender o que elas sabem a respeito da situação. Este é um momento em que o gestor/diretor precisa ser bastante discreto nas suas ações. • Resolver: o gestor deve entrar em contato com os participantes do conflito, conversar com ambos conjuntamente, procurar solucionar a questão de forma pacífica e pragmática e expor pontos positivos daquele conflito, ou seja, o que cada um aprendeu com a situação. • Aceitar: às vezes, por mais assertivo que você seja, pode ser que a (s) parte (s) envolvida (s) tenha (m) outra visão e dela não queira (m) abrir mão. Assim, por exemplo, um pai de aluno pode seguir firme na decisão de tirá-lo da escola em razão de determinado conflito. E ele tem o direito de fazer isso. Portanto, o diretor deve colocar sua opinião e dar-lhe opções para continuar dentro da escola, mas não impedir a mudança, caso seja a decisão do pai. Aceitar também faz parte do rol de opções para a solução de um conflito. 50www.escoladegestao.pr.gov.br Semana 6 - Monitoramento e Avaliação Monitorar e avaliar significa gerar informações (relevantes e orientadas a públicos de interesse) de maneira qualificada e sistemática sobre o desempenho de algo (organização, política, programa, projeto, pessoa etc.), para explicá-lo (identificação de fatores inibidores e promotores de resultados), e fazer uso de tais informações incorporando-as ao processo decisório do objeto monitorado ou avaliado, a fim de buscar aprendizado, transparência e responsabilização. Embora sejam conceitos afins, é comum o monitoramento se referir à geração de informações de forma contínua e sistemática sobre o esforço (acompanhamento de iniciativas), tomando medidas corretivas e de remoção de obstáculos. Por sua vez, é frequente a avaliação se referir à geração de informações de forma não contínua (em determinado momento) sobre o alcance de resultados, com a intenção explicativa (identificar relações de causalidades), podendo ensejar juízos de mérito e relevância. Do ponto de vista de um modelo de gestão para resultados, seja no ambiente escolar ou em qualquer outro ambiente, monitoramento e avaliação são mecanismos de controle e correção que permitem verificar a extensão na qual o planejamento estratégico (Agenda Estratégica Escolar no caso em questão) é pertinente e está sendo realizado, além de averiguar se os esforços empreendidos estão direcionados para ele. Em outras palavras, o modelo de M&A busca estabelecer uma sistemática que permite acompanhar os esforços (coisas que estão sendo realizadas) e os resultados (impactos gerados) constantemente e compará-las com o planejado, sinalizando problemas a serem solucionados ao longo do caminho e sugerindo correções de rumo. Adicionalmente, busca-se um modelo que seja capaz de explicar o porquê de um problema ocorrer ou o porquê do alcance ou não de um resultado. O ponto crítico em relação a sistemas de monitoramento e avaliação