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Gestão em radiodiagnóstico

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DESCRIÇÃO
Gestão de recursos e manutenção em radiodiagnóstico e, identificação de seus impactos na
qualidade dos processos.
PROPÓSITO
Reconhecer os diferentes insumos para o funcionamento de um setor de radiologia e a
importância da implementação de um programa de manutenção por meio de diferentes
métodos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os principais insumos utilizados na radiologia
MÓDULO 2
Identificar os tipos de manutenção e suas respectivas vantagens
INTRODUÇÃO
Para que um serviço de radiodiagnóstico tenha um funcionamento pleno e no mais alto nível de
excelência, inúmeras ações de bastidores deverão ser executadas. Tais ações serão norteadas
pela gestão de serviços e processo.
O conceito de gestão de processos surgiu nos anos 2000, e sua aplicação abrange diversos
tipos de organização. Embora seus resultados sejam conhecidos e experimentados, as
unidades de saúde ainda caminham no desenvolvimento e na implementação dessas políticas
organizacionais.
Após avaliar a complexidade que envolve as dinâmicas existentes em um setor de
radiodiagnóstico, torna-se imprescindível a realização de ações relativas ao funcionamento
dessas atividades. Duas delas serão amplamente apresentadas nos módulos deste conteúdo –
gestão de insumos e gestão da manutenção.
Somente com a execução desses dois programas, conseguimos garantir que as práticas
radiológicas sejam executadas de maneira ininterrupta, com qualidade e segurança, para
usuários e equipe multidisciplinar.
MÓDULO 1
 Identificar os principais insumos utilizados na radiologia
INSUMOS EM RADIOLOGIA
Os insumos são definidos como elementos essenciais para a execução de determinada
atividade. No setor de radiodiagnóstico, existem inúmeros tipos de insumos, que irão variar
segundo o sistema de reprodução de imagens – analógica e digital –, a aplicação de
substância contrastante e os itens que auxiliam na biossegurança dos profissionais de saúde.
Para que tais insumos estejam disponibilizados na unidade de saúde, será necessário o
cumprimento de etapas prévias de grande relevância e complexidade:
Levantamento dos materiais necessários;
Dimensionamento dos materiais necessários;
Compra;
Estocagem;
Gestão estatística de suprimentos.
A execução dessas etapas garante o fornecimento ininterrupto e, com isso, a inocorrência de
impactos negativos no fluxo das atividades.
ETAPA DE COMPRAS
A execução da etapa de compras varia de acordo com a natureza do serviço – pública ou
privada. Em ambos os casos, objetiva-se a aquisição do melhor produto para o desempenho de
uma atividade específica. Essa escolha levará em consideração as questões financeiras e os
aspectos técnicos.
A forma como irá ocorrer a compra pode demandar poucas etapas, com menor nível de
complexidade, ou inúmeros procedimentos administrativos, compostos de atos sequenciais,
ordenados e interdependentes.
 Compra por tomada de preço
ETAPA DA COMPRA EM SERVIÇOS PRIVADOS
A aquisição em serviços privados pode variar em etapas e complexidade. Nesse caso, pode ser
composta por:
Seleção do fornecedor;
Negociação, inclusive de parceria;
Avaliação dos fornecedores, que pode ser baseada em experiências anteriores;
Comparação de parâmetros – custo, volume necessário para compra, tempo de entrega,
vida útil e especificação do produto.
ETAPA DA LICITAÇÃO EM SERVIÇOS PÚBLICOS
De acordo com a Constituição Federal, artigo 37, inciso XXI, os serviços públicos, no âmbito
dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, são obrigados à
execução de compra e serviços mediante a instauração de um processo licitatório.
O processo licitatório será composto pelas seguintes etapas:
ABERTURA DA LICITAÇÃO
HABILITAÇÃO
ABERTURA DAS PROPOSTAS
CONFERÊNCIA DO PRODUTO
CLASSIFICAÇÃO DAS PROPOSTAS APRESENTADAS
APROVAÇÃO DA LICITAÇÃO
ADJUDICAÇÃO
Divulgação do edital (instrumento convocatório), com data, local e hora das sessões.
Fase eliminatória, cujo objetivo é a verificação da documentação dos participantes. Essa etapa
levará em conta requisitos pessoais, habilitação jurídica, regularidade fiscal, qualificação
técnica e econômico-financeira.
Pode ser executada por meio de lances, com identificação da proposta mais adequada e
satisfatória para o órgão público.
Informações definidas como critérios no edital.
Condições de cada participante por ordem de vantagem para a administração pública.
Verificação e comprovação de que todo o processo licitatório foi realizado de acordo com as
leis, normas e regras vigentes e conforme as normas do edital.
Definida como a entrega do produto.
DEMAIS ETAPAS PRÉVIAS
As demais etapas prévias também são consideradas essenciais para o processo. Durante o
armazenamento do produto no setor de almoxarifado, as condições definidas pelo fabricante
devem ser respeitadas para que a qualidade do produto não seja prejudicada.
 COMENTÁRIO
Em relação à gestão estatística, essa ação irá determinar que todas as variações de produtos
estejam initerruptamente disponibilizadas para o processo. Por exemplo, filmes em dimensões
diferentes para os mais diversos exames, tipos de agentes contrastantes artificiais (Bário e
Iodo), jelcos para diferentes tipos de acessos venosos, entre outros.
IMAGEM DIAGNÓSTICA
Para que o setor de radiologia atenda às suas expectativas de produção de uma boa imagem
diagnóstica, é essencial a participação de alguns insumos, seja na produção das imagens, seja
nos processos de controle da qualidade.
Neste módulo, cada um dos materiais utilizados será descrito quanto às suas características e
aplicações no processo. No próximo tópico, veremos os insumos necessários à produção de
uma imagem radiológica analógica.
RADIOLOGIA ANALÓGICA
A participação dos insumos para a radiologia analógica estará principalmente relacionada à
formação das imagens diagnósticas. Para isso, é necessária a ação direta das soluções
químicas revelador e fixador, que atuam diretamente nas películas radiográficas.
Cada um desses itens apresenta necessidades específicas no armazenamento e
características de atuação distintas. Vejamos a seguir.
FILME RADIOGRÁFICO
As películas radiográficas são instrumentos para demonstração das imagens, cuja formação
ocorre por meio da ação de diferentes soluções químicas em sua superfície, podendo variar em
filmes de base azul e verde.
 Diferentes filmes radiográficos.
Diversas modalidades de exames podem utilizar filmes para registro de suas imagens.
Vejamos algumas aplicações nas quais a utilização de filmes pode estar presente:
Radiografias convencionais e mamografia;
Radiologia odontológica – intraoral, extraoral e panorâmica;
Radiologia industrial – ensaios de gamagrafia e radiografia industrial;
Tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética – tipos de filmes sensíveis
a infravermelho.
 ATENÇÃO
Devido aos diversos tamanhos de películas e seus preços diferenciados, é de extrema
importância que o profissional de radiologia domine completamente as técnicas de
posicionamento e sempre utilize o tamanho de filme de acordo com a região anatômica e o
porte do paciente. Problemas em posicionamentos errôneos terão impacto na dose, no fluxo de
atividades, nos gastos de energia e nas horas de trabalho, além de desperdícios de recursos
(filmes e químicos).
As principais dimensões de películas e marcas comercialmente observadas no mercado
nacional são: Fuji film, Kodak e IBF – na indústria brasileira de filmes.
Dimensão dos
filmes
Regiões normalmente utilizadas
13cm x 18cm Coluna cervical, dorsal
18cm x 24cm
Mão, punho, pé, tornozelo, calcâneo, face e exames pediátricos
de pequeno porte
24cm x 30cm
Mão e pé bilateral, cotovelo, joelho e crânio, ombro, quadril e
exames pediátricos de pequeno, médio e grande porte
30cm x 40cm
30cm x 40cm Coluna dorsal, lombar, bacia, abdome porte
pequeno
35cm x 35cm Tórax
35,6cm x
43,2cm
Tórax e abdome grande porte, escanometria de MMII
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize arolagem horizontal
 COMENTÁRIO
Existem caixas de filmes especiais, vendidas comercialmente, contendo 25 películas nas
dimensões 30cm x 90cm e 3,6cm x 91cm.
 Típico produto revelador radiográfico.
SOLUÇÃO QUÍMICA DE REVELAÇÃO
RADIOGRÁFICA
As soluções químicas são as principais integrantes do processo da revelação das imagens
analógicas. Caso seu funcionamento ocorra de acordo com o previsto, o filme imergirá em
diferentes compartimentos de uma processadora automática para que seus haletos de prata
sofram ações de cada agente químico que integra a solução.
Ao final desse processo, observaremos que a imagem latente se transformou em uma imagem
real.
GESTÃO DE INSUMOS NA RADIOLOGIA
CUIDADOS COM PELÍCULAS RADIOGRÁFICAS E
CHASSIS CARREGADOS
As caixas contendo as películas radiográficas e os chassis carregados com filmes devem ser
armazenadas em ambientes com temperatura e umidade controlados, podendo ou não ser no
interior da câmara escura.
 RECOMENDAÇÃO
É importante que esse local seja uma área livre da ação das radiações dispersas. Devem ser
mantidas na posição vertical, evitando a produção de eletricidade estática – eletricidade
produzida por atrito.
A temperatura ideal para o armazenamento das películas deve estar abaixo de 24oC, e a
umidade relativa do ar deve variar entre 50% e 55%. Já o filme deve ser estocado longe de
qualquer forma de energia – radiação e luz solar.
Após a caixa ser aberta, seu manuseio deve ocorrer somente sob condição de luminosidade
especial, com uma lâmpada de 15 watts com filtro âmbar especial, a uma distância maior do
que 1,2 metro. Além disso, a manipulação das películas deve durar o menor tempo possível,
para evitar aumento de densidade óptica – grau de enegrecimento – no véu de base –
densidade óptica do filme radiográfico não exposto.
 ATENÇÃO
Observação 1
Os filmes de base verde são mais sensíveis às condições de iluminação de segurança das
câmaras escuras, devido à proximidade do verde para o vermelho no espectro de cores.
Observação 2
Atenção especial deve ser dada para o prazo de validade, para que os filmes mais antigos
sejam utilizados primeiro.
A bancada e o armário de armazenamento das caixas contendo películas virgens devem ser
prioritariamente instalados, evitando paredes adjacentes às salas de exames. O objetivo é
minimizar a interação da radiação com as películas e, por consequência, manutenção da
densidade óptica na região de véu de base.
CUIDADOS COM AS SOLUÇÕES QUÍMICAS DE
REVELAÇÃO RADIOGRÁFICA
Durante as rotinas de trabalho, problemas podem ocorrer com ambas as soluções – revelador
e fixador – e comprometimentos podem ser constatados por problemas nas imagens.
Os principais problemas em soluções químicas são:
Solução reveladora contaminada – presença de solução fixadora misturada ao
revelador. O ácido acético, que é um agente neutralizador do fixador, tem a função de
suspender a revelação, fazendo com que a função química do revelador não seja
adequadamente cumprida.
Soluções oxidadas – O sulfito de sódio presente no revelador tem a função de retardar a
ação de oxidação da solução, contudo, químicos antigos apresentarão característica de
oxidação maior quando comparados a soluções recém-produzidas.
Problemas na concentração (maior ou menor) – a concentração de ambas as soluções
afeta diretamente as suas funções químicas no processo de revelação.
Temperatura inadequada da solução reveladora, quando esta estiver no seu
compartimento na processadora química.
Químico com resíduos (sujeira).
RADIOLOGIA DIGITAL
Devido às diferenças existentes nos receptores de imagens, ao realizar o processo de
digitalização do serviço de radiologia, a aplicação de todos os insumos descritos em radiologia
analógica é descontinuada. Isso impacta diretamente a segurança dos profissionais e do meio
ambiente.
Para efetivo controle da qualidade dos plates utilizados em sistemas CR, podemos utilizar
soluções estáticas para efetuar a limpeza física das placas. A presença de poeiras ou demais
resíduos podem interferir negativamente no processo, sendo definidos como artefatos de
imagem.
 ATENÇÃO
Observação 1
Plates de mamografia necessitam de um controle de qualidade mais intenso na limpeza, pelas
características das patologias e das estruturas mamárias.
Observação 2
O mesmo processo de limpeza pode ser aplicado para os écrans em radiologia analógica.
INSUMOS PARA REGISTROS FÍSICOS DE
IMAGENS DIGITAIS
Uma das grandes vantagens, quando falamos sobre digitalização e informatização do
serviço de radiologia, diz respeito à possibilidade de registro dos estudos em um servidor
com o formato digital. Além de organizar, facilitar o acesso de exames anteriores e diminuir a
produção de resíduos comuns, essa ação reduz custos operacionais, proporcionando uma
grande vantagem e justificando o alto investimento necessário nesses processos.
As imagens digitais possuem uma grande versatilidade de registros físicos, pois sua gravação
pode ocorrer em filmes, folhas de papel, mídias de gravação (CDs e DVDs). Há também a
possibilidade de download no site da instituição ou do envio para o cliente por e-mail.
A ação escolhida para o registro terá interferência nos custos operacionais com influência direta
no valor final.
Em serviços de radiologia digitais não informatizados, convencionalmente, as imagens serão
impressas em papel por meio de uma impressora. Essa ação resulta em perdas qualitativas na
análise das imagens e inserção de custos extras ao processo.
INSUMOS NECESSÁRIOS PARA
ADMINISTRAÇÃO DE AGENTE CONTRASTANTE
ARTIFICIAL
As execuções dos exames radiológicos podem variar sob diversos aspectos. Desse modo,
casos específicos podem requerer ações particulares para proporcionar melhorias de análise.
Um desses casos é a realização de exames com auxílio de agentes contrastantes artificiais.
A utilização de agentes contrastantes artificiais colabora no realce de estruturas anatômicas,
cujo contraste natural não seria suficiente para proporcionar visualização adequada.
 Frasco de agente contrastante artificial.
Exames de radiografia convencional, tomografia computadorizada, ressonância magnética e
mamografia podem ser realizados com a ajuda de diferentes tipos de meios de contraste. Tais
meios podem variar entre iodo – iônico e não iônico –, bário e gadolínio. Vejamos:
CONTRASTE IODADO
Utilizado em procedimentos que envolvem a transmissão de radiação ionizante. É
comercialmente disponibilizado em dois tipos: iônico (maior possibilidade de reações adversas,
devido à sua característica de osmolaridade) e não iônico (maior custo, porém mais seguro).
CONTRASTE DE BÁRIO
Utilizado em alguns procedimentos radiográficos. Atualmente, sua aplicação é extremamente
restrita e reduzida.
CONTRASTE DE GADOLÍNIO
Contraste típico da ressonância magnética.
Serão necessários cuidados para o condicionamento dos meios de contraste. Desse modo, a
equipe de enfermagem responsável pela gestão de insumos deve verificar, com o fabricante, as
seguintes informações:
Forma de armazenamento;
Temperatura;
Validade.
 ATENÇÃO
Observação 1
Devido aos riscos de reações adversas, são necessárias a realização de anamnese e a
assinatura de termo de consentimento do paciente.
Observação 2
O reenvase de contraste é definido como uma ação não segura e, por isso, não é permitido. Ao
final do plantão, todo contraste aberto deve ser desprezado. Pensando nisso, a gestão deve
considerar a agenda de exames para evitar desperdícios.
Alguns insumos necessários para administração de meios de contraste por acesso venoso em
exames radiológicos são:
Conector unidirecional e espiralado (manyfill vicel secufill 23);
Seringa (200ml e 20ml);
Jelco (18, 22 e 24);
Gaze;
Algodão;
Soro.
 Insumos necessários para administração de contraste.
INSUMOS DE BIOSSEGURANÇA
A Norma Regulamentadora (NR) 32 do Ministério do Trabalho, cujo foco é a segurança durante
as atividades executadas em ambientes de saúde, possui a finalidadede estabelecer as
diretrizes básicas, com o objetivo de implementar medidas protetivas de segurança dos
profissionais que executam atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
Quando uma unidade de saúde é avaliada, os possíveis riscos observados são os biológicos,
químicos, físicos e ergonômicos. No entanto, entre tais agentes de risco, o principal é o
biológico, que pode se manifestar por meio de microrganismos geneticamente modificados ou
não.
Para que os riscos sejam mitigados, será necessário o desenvolvimento de um programa de
prevenção de riscos ambientais, cuja função é identificar a presença e intensidade dos agentes
de risco em cada ambiente. Desse modo, procedimentos operacionais serão desenvolvidos
com a utilização de equipamentos de proteção individual necessários para promover a
biossegurança dos profissionais.
BIOSSEGURANÇA
A biossegurança é definida como aspectos de proteção deliberados para que haja o
desenvolvimento de um conjunto de ações. O objetivo de tais ações é a prevenção, o controle,
a redução ou eliminação dos riscos para a saúde humana, animal e para o meio ambiente.
Para que esse objetivo seja alcançado, é imprescindível que todos os profissionais que atuam
em unidades de saúde tenham disponíveis recursos em quantidade, tamanho e especificidade,
de acordo com a necessidade presente em cada possível cenário.
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 Profissional de saúde paramentado.
Os principais insumos utilizados para promoção da biossegurança são: luvas, máscaras,
avental, touca e propé. A utilização de todos esses EPIs, juntamente com o domínio dos
procedimentos operacionais, na sequência de paramentação e desparamentação, evita a
ocorrência de contaminação dos profissionais, além do risco de contaminações cruzadas entre
diferentes pacientes.
 COMENTÁRIO
EPIs como óculos de proteção e field shield podem ser considerados assessórios e não
insumos.
O especialista Wellington Guimarães fala sobre as características relevantes que estão nas
normas brasileiras para licitação em serviços públicos:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Identificar os tipos de manutenção e suas respectivas vantagens
MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS
Em um típico serviço de radiodiagnóstico, podemos observar uma grande variedade de
equipamentos e acessórios que participam, de maneira direta e indireta, no desenvolvimento
dos estudos diagnósticos. Um dos maiores anseios durante a formação das imagens é que
haja funcionamento pleno de todos os itens, de modo a proporcionar melhor qualidade e
segurança para pacientes, membros da equipe e público de modo geral.
Com foco em alcançar esse propósito, será indispensável a criação de um Programa de
Gestão em Manutenção. Por meio do PGM, serão aplicadas todas as ações necessárias para
que um equipamento seja conservado ou restaurado, e o equipamento permanecerá sob
condição especificada.
Vale ressaltar que o PGM funciona de maneira conjunta com o Programa de Garantia de
Qualidade. Por sua vez, o PGQ atua diretamente no Plano de Proteção Radiológica.
 Esquema demostrando abrangência e correlação entre PGM, PGQ e PPR.
GESTÃO E ANÁLISE DE FALHAS DE UM
PROCESSO
Durante realização de um processo, mesmo que se tenha implementado um excelente
programa de manutenção, a ocorrência de falhas e defeitos pode ser inevitável. Desse modo,
será necessário realizar a total gestão da operação, com análise do funcionamento e das falhas
ocorridas.
Para melhor entendimento desse processo, precisamos conhecer algumas importantes
ferramentas de análise que conferem a verificação da confiabilidade de um equipamento,
componente ou sistema. Com isso, pode-se executar, sem falhas, certa missão, sob
determinadas condições, durante determinado período.
Vejamos as ferramentas a seguir:
Taxa de falha 
Confiabilidade
Custos de manutenção
Tempo médio para reparo (MTTR, de mean time to repair)
Tempo médio para falha (MTTF, de mean time to failure)
Tempo médio entre falhas (MTBF, de mean time between failure)
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
TAXA DE FALHA 
É definida como o número de falhas (n) de um equipamento, dispositivo, componente ou
sistema, em determinado intervalo (Δt). Esse valor será considerado por meio da equação:
(λ)
(λ)
λ = n
Δt
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CONFIABILIDADE
Calculada a partir da taxa de falha (λ) e o tempo de projeção dessa falha (t), por meio da
equação:
CUSTOS DE MANUTENÇÃO
São determinados pelos recursos financeiros alocados, a fim de manter ou colocar em
condições de funcionamento determinado sistema.
TEMPO MÉDIO PARA REPARO (MTTR, DE MEAN
TIME TO REPAIR)
Tempo médio em horas para finalizar um reparo.
TEMPO MÉDIO PARA FALHA (MTTF, DE MEAN
TIME TO FAILURE)
Considera a análise para produtos não reparáveis ou a ocorrência da primeira falha em
produtos reparáveis. Durante sua determinação, não é apontado o MTTR.
R (t)=  e
−λt
TEMPO MÉDIO ENTRE FALHAS (MTBF, DE MEAN
TIME BETWEEN FAILURE)
Para indicar esse valor, leva-se em consideração também o MTTR, ou seja, MTBF = MTTF +
MTTR.
TIPOS DE FALHAS QUANTO À SUA NATUREZA
Há uma grande variedade de equipamentos e acessórios no setor de radiodiagnóstico, que
são, por sua vez, compostos por inúmeros itens com características e funcionalidades distintas.
Desse modo, iremos classificar as possíveis falhas de acordo com as seguintes naturezas:
eletrônicos, eletroeletrônicos, mecânicos, eletromecânicos, hidráulicos, pneumáticos,
computacionais e humanos.
ELETRÔNICOS
São os principais sistemas em equipamentos radiológicos. Possuem diversidades de itens e
apresentam grande sensibilidade para variações de energia elétrica e das condições
ambientais, como temperatura, umidade e presença de poeira.
 EXEMPLO
Fios e cabos elétricos, relés e contactores, sensores, componentes elétricos de motores e
compressores, resistores, semicondutores, fusíveis, capacitores e indutores, transformadores,
válvulas eletrônicas, entre outros.
As principais falhas em componentes eletrônicos são:
Queima e mau contato em fusíveis;
Queima do enrolamento e danos do tipo desgaste e oxidação em relés e contactores;
Danos aos contatos em disjuntores;
Rompimento, queima, perda de isolamento, oxidação e desprendimento de fios e cabos
elétricos.
ELETROELETRÔNICOS
Trata-se dos itens com funcionamento simultaneamente elétrico e eletrônico.
 EXEMPLO
Tubo de raios X, placa de circuitos, gerador e mesa de comando.
As principais falhas em componentes eletroeletrônicos são:
Rompimento de filamentos;
Dano no anodo;
Fuga de alta tensão;
Metalização;
Gaseificação em tubo de raios X.
MECÂNICOS
São formados por peças com ou sem movimentos. No entanto, os itens que possuírem
movimentos estarão sujeitos a maior desgaste.
 EXEMPLO
Rolamentos e rodízios, motores, trilhos, engrenagens e polias, correias e correntes, batentes,
freios mecânicos, cabos, braços e hastes, molas, parafusos e porcas.
As principais falhas em componentes mecânicos são:
Travamento total ou parcial, empenos e folgas em rolamentos e rodízios;
Desgaste, empenos e desprendimento no trilho de equipamentos radiográficos;
Desgastes, alongamento, dentes quebrados, arrebentamento, folgas e empenos em
engrenagens, polias, rolos, correias e correntes que podem ser encontrados em
processadoras químicas;
Desgaste, quebra ou desprendimento em batentes encontrados em trilhos e estativas de
equipamentos radiográficos;
Desgaste de freios mecânicos observados em estativas e coluna de equipamentos;
Desgaste, arrebentamento, folgas, desajustes de cabos de aço em equipamentos
radiográficos;
Empenos, desgaste, quebraou desprendimento de braços e hastes de equipamentos;
Perda de pressão, quebra, desprendimento de molas em processadoras e botões de
acionamento;
Desprendimento, folgas, quebras de travas, porcas e parafusos.
ELETROMECÂNICOS
São dispositivos mecânicos de comando elétrico. Por exemplo, motores que estão presentes
em movimentos de equipamentos e seus componentes, com a mesa e o gantry, nas mais
variadas modalidades, como TC, RM, mamógrafos, entre outros.
 EXEMPLO
Também são dispositivos eletromecânicos os motores presentes em processadoras químicas
de imagens e leitoras de cassete, e alguns tipos de freio.
As principais falhas em componentes eletromecânicos são:
Travamentos totais ou parciais, folgas, empenos no eixo motriz;
Desgaste e desprendimento de freios.
HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS
São definidos como sistemas que funcionam na execução de atividades mecânicas, por meio
de fluidos, como, por exemplo, água, óleo e gases.
 EXEMPLO
Bombas de circulação e válvulas que podem ser observadas em processadoras químicas,
compressores, mangueiras, tubulações e o próprio líquido ou gás.
As principais falhas em componentes hidráulicos e pneumáticos são:
Travamentos totais ou parciais, folgas, empenos, vazamentos, quebra do eixo,
fechamento ineficiente de válvulas;
Furos, dilatação, desencaixe, degradação, entupimento em mangueiras de
processadoras;
Perda de função total ou parcial em compressores e bombas;
Tanques de processadoras com vazamentos.
COMPUTACIONAIS
São os itens presentes em computadores de estações de trabalho e pós-processamento de
imagens de equipamentos, como TC, RM, ultrassom, densitometria óssea e equipamentos com
tecnologias digitais de radiografia convencional e mamografia.
 EXEMPLO
Software, discos rígidos, óticos e magnéticos, placas de processamento de imagem e cor,
memória e CPU.
As principais falhas em componentes computacionais são:
Software apresentando inoperância total ou parcial;
Erros de escrita e leitura em discos rígidos, óticos e magnéticos;
Reconstruções de imagens inadequadas, cores alteradas, devido a problemas em
processamento de imagem;
Erros de processamento gerados por falhas em CPUs e memória.
MANUTENÇÃO EM EQUIPAMENTOS
MÉDICOS RADIOLÓGICOS
Durante a montagem de uma unidade de saúde com um setor de imaginologia, os custos
estimados para aquisição de equipamentos médico-hospitalares podem atingir, em média,
75% do valor da construção civil do hospital. Por esse motivo, o mercado de dispositivos
médicos está em grande alta.
Podemos comprovar esse fato ao observar uma pesquisa realizada pela Aliança Brasileira da
Indústria Inovadora em Saúde, divulgada pelo portal Saúde Business, em 2019. A pesquisa
informa que, no ano de 2018, o mercado nacional movimentou R$10,5 bilhões com aquisição
de equipamentos hospitalares. Isso se deve à ampliação de redes hospitalares, diversidade
tecnológica disponível e busca por mais precisão e eficácia em diagnósticos e tratamentos. A
cifra representou uma alta de 13,5%.
Devido aos altos valores praticados e à franca expansão dos serviços de imagem, estima-se
que 40% de todo valor gasto em equipamentos hospitalares sejam destinados à compra das
mais diversas modalidades que integram o radiodiagnóstico – tomógrafos, mamógrafos,
angiógrafos, equipamentos radiográficos (fixos e transportáveis), ressonância magnética,
densitometria óssea e ultrassonografia.
 Manutenção de um equipamento de tomografia computadorizada.
Com tantos equipamentos e a necessidade de manutenção, outros gastos com reparo, trocas e
reposições de peças serão imprescindíveis. No entanto, levantamentos apontam que 40% dos
equipamentos registrados no Ministério da Saúde estejam sendo subutilizados ou inoperantes.
Os principais motivos para isso são:
Dificuldades de peças de reposição;
Falta de mão de obra qualificada para o conserto;
Inadimplência por parte do setor de saúde.
Por reconhecer a importância e os custos necessários à implementação de um serviço de
imagem, podemos concluir que tão importante quanto ter equipamentos é mantê-los.
É exatamente nesse ponto que vamos compreender a relevância de um programa de
manutenção eficiente.
 Imagem ilustrativa para manutenção.
DEFINIÇÃO DE MANUTENÇÃO
Podemos definir manutenção como a combinação de ações que permitem a conservação e o
restabelecimento de um bem, focado em questões técnicas e financeiras, com objetivo de que
as condições operacionais estejam de acordo com parâmetros especificados pelos fabricantes.
A manutenção é a medicina das máquinas. Nesse sentido, com sua implementação, é possível
otimizar o ciclo de vida útil de todos os ativos de uma empresa, com redução de custos com
reparos, além de garantir o cumprimento de suas funções de maneira ininterrupta de acordo
com condições determinadas.
Por considerar o risco físico que pode existir nesses processos, a execução de um elaborado
programa de gestão da manutenção irá garantir maior confiabilidade, segurança e preservação
do meio ambiente.
VANTAGENS DA MANUTENÇÃO
A execução da manutenção contribui de maneira direta para três distintas frentes –
humanística, técnica e econômica. Tal contribuição se dá por meio da melhoria de condições de
trabalho e segurança do meio ambiente, disponibilidade, durabilidade, elevação dos
parâmetros qualitativos e redução dos gastos para a unidade de saúde. Dessa forma, podemos
considerar os seguintes resultados após o desenvolvimento e a efetuação de um PGM:
Aumento da confiabilidade
Melhoria na qualidade das imagens
Redução de custos
Prolongamento da vida útil
Aumento da segurança
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
AUMENTO DA CONFIABILIDADE
Menos paradas inesperadas na operação.
MELHORIA NA QUALIDADE DAS IMAGENS
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javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Ajustes no desempenho dos parâmetros técnicos durante ações de calibração evitam erros ou
baixo desempenho que podem gerar problemas de qualidade.
REDUÇÃO DE CUSTOS
Intervenções programadas geram menores gastos quando comparadas a reparos pós-falhas.
PROLONGAMENTO DA VIDA ÚTIL
Cuidados simples, como limpeza e pequenos ajustes, asseguram aumento na durabilidade dos
equipamentos devido à mitigação de desgastes e deterioração de componentes.
AUMENTO DA SEGURANÇA
Execução da manutenção reduz a ocorrência de padrões inesperados, reduzindo possíveis
riscos ao operador.
CONCEITOS DE MANUTENÇÃO
Vejamos alguns conceitos que estão diretamente relacionados à manutenção:
Intervenção
É a ação que resulta, necessariamente, em interrupção do
funcionamento de um equipamento.
Defeito
Sua ocorrência não impede o funcionamento de um equipamento, mas
a sua indisponibilidade pode ocorrer em curto ou longo prazo.
Falha Sua ocorrência impede o funcionamento de um equipamento.
Calibração
É determinada por execução de leituras de uma grandeza física,
obtidas experimentalmente por instrumentos de medida por meio de
técnicas de análise direta ou indireta.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Câmara de ionização, instrumento devidamente calibrado necessário
para realização de testes.
TIPOS DE ORGANIZAÇÃO DE MANUTENÇÃO
Para que haja potencialização dos resultados obtidos em PGM, as unidades de saúde deverão
coordenar suas ações, de modo que as tomadas de decisão sejam deliberadas com fluxos e
hierarquia definidos e sistematizados.
Vejamos os tipos de tomadas de decisão relacionados a esse contexto:
Decisões centralizadas – Departamento único hierarquicamente nivelado com os setores
operacionais prestando atendimento às necessidades de intervenção em passivos do setor.
Decisões descentralizadas – Cada setor possuirá equipe específica de manutenção para os
seus respectivos processos. A aplicação dessa modalidade pode dificultar a análise
comparativa de desempenho entre distintos departamentos.
Decisões mistas – Apesar de autonomianas ações de manutenção de cada departamento, os
métodos e parâmetros de controle serão padronizados por um único órgão.
TIPOS DE MANUTENÇÃO
A realização de um programa de manutenção envolve a aplicação de diversas técnicas e
abordagens. Nesse contexto, as escolhas das técnicas são determinadas pela necessidade
apresentada no momento.
As escolhas podem variar desde uma simples inspeção – método de observação que não
impede o funcionamento de um equipamento –, até as modalidades de manutenção – previstas
ou inesperadas – que exigem, necessariamente, inoperância momentânea do processo. Dessa
forma, temos:
INSPEÇÃO
Ato de examinar o funcionamento de um equipamento com objetivo de observar variações de
padrões. Não requer parada e, por isso, não influencia o fluxo do serviço.
MANUTENÇÃO CORRETIVA
É definida como qualquer tipo de intervenção em um equipamento inoperante, mediante
ocorrência de falha ou defeito. Pode ser planejada ou não planejada.
Trata-se do método mais predominante em unidades de saúde brasileiras e, muitas vezes,
pode ser o único método aplicado. Possui relação direta com redução de vida útil de
equipamentos e componentes, aumento do custo em reparos e tempo de inoperância. Além
disso, impacta a qualidade do processo e possibilita impactos na segurança.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Consiste na intervenção realizada em um equipamento que não apresenta nenhum tipo de
falha impedindo seu funcionamento. As manutenções preventivas podem ser diferenciadas
pelos seguintes métodos:
Manutenção preventiva sistemática – Sua ocorrência é planejada em intervalos regulares de
tempo. É, por isso, um método observado em calendários anuais de manutenção.
Manutenção preventiva por condição – Sua ocorrência é determinada pela observação de
desvio de algum parâmetro que está sendo monitorado, visando evitar a ocorrência de falhas
que resultariam em manutenções inesperadas e interrupção no processo. A variação desses
parâmetros não determina a existência de falhas e defeitos naquele instante.
MANUTENÇÃO PREDITIVA
Sua aplicação consiste no acompanhamento global do equipamento por monitoramento com
frequência padronizada pelo fabricante. Por meio de avaliações estatísticas, resultados são
interpretados, tentando prever ou predizer a ocorrência de uma falha.
MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
É o ato de manutenção em que todos os colaboradores possuem atribuições predefinidas para
objetivar o controle completo dos equipamentos.
Equipe de manutenção Equipe de operação
Atribuições
Execução de ações
planejadas e inesperadas
nos equipamentos.
Domínio e zelo com o
equipamento.
Responsabilidades
Planejar, avaliar, solucionar
problemas e treinar equipe
de operação.
Operar, executar ações
preventivas e preditivas e
detectar variações.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
MANUTENÇÃO CENTRADA EM CONFIABILIDADE
Originária da engenharia aeronáutica, procura alcançar o mais alto nível de assertividade, por
meio da avaliação de cada componente, intervindo antes do fim da vida útil e surgimento de
falhas. Determina métodos estratégicos com foco na disponibilização de uma máquina por
intervalo de tempo integral.
ETAPAS DA MANUTENÇÃO
A implementação de um método de manutenção transcorre pela execução de diferentes
etapas, que serão realizadas cronologicamente na seguinte ordem:
Planejamento da execução da manutenção;
Programação de intervenção da manutenção;
Realização da manutenção;
Gestão das falhas do equipamento;
Análise dos resultados de falhas em equipamento;
Desenvolvimento de melhorias operacionais com foco na mitigação de falhas.
RESULTADOS OBTIDOS POR APLICAÇÃO DE CADA
MÉTODO DE MANUTENÇÃO
A resposta obtida por cada tipo de manutenção refletirá em distintos resultados. Nesse caso, a
manutenção corretiva corresponde aos piores desempenhos, enquanto os métodos preventivos
e preditivos conferem melhores desempenhos.
O ápice de desempenho é alcançado por meio da implementação de um PGM executado por
setor especializado com função de gestão de todas as etapas da manutenção.
 Gráfico - Resultados versus métodos de manutenção.
EXIGÊNCIAS LEGAIS PARA
EQUIPAMENTOS RADIOLÓGICOS
A RDC 330 do Ministério da Saúde, de 20 de dezembro de 2019, determina que todo serviço
médico e odontológico realize avaliação de aceitação e desempenho das ampolas de raios X,
em todos os equipamentos emissores de radiação, por meio de detector de radiação
devidamente calibrado e certificado por laboratório credenciado pela CNEN.
 DICA
A não execução desses testes de controle da qualidade constitui uma não conformidade grave,
passiva de punição. O entendimento é de que a ausência dessas avaliações pode resultar em
exposição desnecessária de pacientes e funcionários, além de contribuir para imprecisões em
diagnósticos, impactando o resultado do tratamento.
Vejamos, a seguir, os testes radiográficos exigidos pela Instrução Normativa n. 52, de 20 de
dezembro de 2019, que demandam a utilização de um detector de radiação devidamente
calibrado:
Teste Periodicidade Tolerância
Nível de
restrição
Exatidão do
indicador de tensão
do tubo
Aceitação, anual
e após reparo
10% 20%
Reprodutibilidade da
tensão do tubo
Aceitação, anual
e após reparo
5% 10%
Exatidão do tempo
de exposição
Aceitação, anual
e após reparo
10% 30%
Reprodutibilidade do
tempo de exposição
Aceitação, anual
e após reparo
10% 20%
Reprodutibilidade da
taxa de kerma no ar
Aceitação, anual
e após reparo
10% 20%
Reprodutibilidade do
CAE
Aceitação, anual
e após reparo
10% >20%
Compensação do
controle automático
do CAE
Aceitação, anual
e após reparo
20% >40%
Rendimento do tubo
Aceitação, anual
e após reparo
30 R (mGy/mAs)
65 a 1 m para 80
kV e filtração
total de 2,5 mmAl
R < 20
mGy/mAs
R > 80
mGy/mAs
Exatidão do
indicador de dose
Aceitação, anual
e após reparo
20% > 40%
Levantamento
radiométrico
Aceitação,
quadrienal ou
após
modificações
Área livre: 0,5
mSv/a e
controlada: 5,0
mSv/a
Livre: 1,0
mSv/a e
controlada:
10,0 mSv/a
Radiação de fuga do
cabeçote
Aceitação,
quadrienal ou
após
modificações
10 mGy/h a 1 m
20 mGy/h a 1
m
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
FERRAMENTAS METODOLÓGICAS DE
GESTÃO
Ao longo do desenvolvimento das ciências da gestão, inúmeras ferramentas e metodologias
foram e estão sendo desenvolvidas com o objetivo de aprimorar estratégias na implementação
e análise de resultados. Algumas das mais importantes ferramentas da gestão são
apresentadas a seguir.
TROUBLESHOOTING
Sua aplicação se baseia no diagnóstico de uma falha em um equipamento, sendo análoga ao
processo de avaliação de sintomas clínicos realizados por um médico ao executar questionário
clínico com um paciente.
Quando se percebe a ocorrência de determinado defeito em um equipamento, deve-se
observar atentamente as possíveis pistas deixadas para determinar qual ou quais componentes
estão apresentando falhas naquele instante. Dessa forma, podemos considerar que a técnica
de troubleshooting é um método de raciocínio lógico aplicado no diagnóstico da causa de uma
falha.
Para que esse método seja realizado, devemos seguir sequências interrogativas, de questões
mais superficiais às mais aprofundadas, com respostas binárias do tipo sim ou não. De acordo
com a resposta, haverá determinada ação resultante.
O fluxograma a seguir exemplifica a aplicação da técnica, em situação de falhas em sistemas
radiológicos, para o caso lâmpada do colimador não acende:
 Figura – Fluxograma da análise de troubleshooting na análise de campo luminoso sem
funcionamento.
MATRIZ GUT
Também conhecida como matriz da prioridade, trata-se de uma ferramenta que presta auxílio
na priorização de resolução dos problemas. Sua aplicação se destina a situações em que é
preciso uma orientação para tomadas de decisões complexas e que exigem a análise de
diversas condições de contorno.
A matriz GUT é uma metodologiaque atua na priorização da resolução de problemas. Por
meio dela, será classificado cada problema de acordo com a gravidade, urgência e tendência,
características que formam exatamente a palavra GUT. Vejamos:
GRAVIDADE (G)
URGÊNCIA (U)
TENDÊNCIA (T)
É relativa ao impacto que será gerado em médio e longo prazo, caso não haja resolução e o
impacto esteja instaurado.
É definida como o tempo disponível para que o problema seja solucionado. A urgência será
definida de maneira inversamente proporcional ao tempo que podemos aguardar para deliberar
uma solução. Desse modo, quanto menor o tempo demandado, mais urgente será o problema.
Para essa análise, vale realizar o seguinte questionamento: esse problema pode esperar?
É referente à probabilidade ou ao potencial de agravamento do problema ao longo do tempo.
Para determinar essa condição, será necessário um exercício de previsão por meio do seguinte
questionamento: se eu não resolver isso em breve, o problema sofrerá piora em curto prazo ou
de maneira brusca?
Matriz GUT
G x U X T Problema x Problema y Problema Z
Gravidade Valor Valor Valor
Urgência Valor Valor Valor
Tendência Valor Valor Valor
Prioridade Total Total Total
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
CICLO PDCA
Surge da necessidade de gerar melhoria de projetos que eram realizados por grandes
indústrias. Devido à inexistência de sistema para planejamento dos processos, todos os
detalhamentos operacionais somente eram identificados durante a etapa de execução,
tornando-os profundamente imprevisíveis e passiveis à ocorrência de falhas.
O objetivo do ciclo PDCA é oferecer melhorias continuadas em qualquer tipo de prática a que
ele seja aplicado, a fim de manter o controle e gerar aprimoramentos em produtos e processos,
por meio do conhecimento dos pontos fortes e fracos, para que haja aplicação a favor da
organização.
O conceito do ciclo é dividido em quatro distintas etapas:
Plan – momento no qual as ações serão planejadas;
Do – fase do ciclo em que as ações planejadas serão executadas;
Check – Estágio no qual, durante a execução das práticas, será checado todo processo,
a fim de observar possíveis pontos frágeis;
Act – Etapa da ação, por meio da qual as melhorias do processo serão deliberadas.
A principal característica dessa ferramenta é a repetitividade do ciclo, baseada em aplicações
sucessivas nos processos em busca de aprimoramento. Dessa forma, após a etapa da ação,
retornaremos novamente à fase do planejamento. O sucesso da ferramenta se baseia na
padronização das atividades, da documentação e das medições.
 Ciclo PDCA.
RESULTADOS
Podemos, com isso, concluir sobre as vantagens adquiridas pelo desenvolvimento de um
efetivo programa de gestão da manutenção, com foco na melhoria ou conservação de
desempenho, na segurança dos envolvidos e no aumento da vida útil, reduzindo impactos
financeiros.
 COMENTÁRIO
A RDC 330 obriga que todos os serviços de radiodiagnóstico possuam todos os equipamentos
atrelados a contratos de manutenção vigente.
O especialista Giovane Teixeira fala sobre a regularização de um serviço de radiodiagnóstico,
relacionando a radioproteção e a manutenção de equipamentos por meio de exemplos:
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que um serviço de radiodiagnóstico funcione initerruptamente e integralmente, é
necessária a implantação de ações de gestão com foco na excelência do processo. Isso
demanda a oferta contínua de todos os insumos essenciais ao desenvolvimento das práticas
radiológicas, por meio da criação de etapas, como: levantamento e dimensionamento dos
materiais necessários, compra, estocagem e gestão estatística de suprimentos.
Outro ponto de grande importância é a atenção que deve ser dada para os equipamentos e
acessórios das diversas modalidades radiológicas. Todos os equipamentos devem ser
constantemente analisados por suas condições, a fim de determinar funcionamento pleno ou
restrições operacionais. Como resposta dessa ação, um programa de gestão da manutenção
deve ser elaborado, para proporcionar uma atividade com os maiores índices de qualidade e
segurança para todos.
 PODCAST
Agora, o especialista Wellington Guimarães encerra o tema falando sobre a observação de
defeitos no equipamento de radiologia convencional, no dia a dia, por meio das práticas em
exames, como, por exemplo, luz azul saindo do tubo, imagem com alta/baixa D.O. etc.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BONTRANGER, K. L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 8. ed. Rio de
Janeiro: [S.n.], 2015.
BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
BIASOLI JR. A. Técnicas Radiográficas. Rio de Janeiro: Rubio, 2006.
KARDEC, A.; NASCIF, J. A. Manutenção função estratégica. Petrópolis: Qualitymark, 2001.
PORTAL SAÚDE BUSINESS. Crescimento do setor de dispositivos médicos foi de 13,5 %
em 2018. Publicado em: 19 mar. 2019. Consultado na internet em: 20 mar. 2020.
EXPLORE+
Assista aos vídeos Como começar nas licitações e Ferramentas de uma gestão da
manutenção moderna, disponíveis no YouTube.
CONTEUDISTA
Wellington Almeida
 CURRÍCULO LATTES
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