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MATERIAL PARA ESTUDO – Encarte com as alterações de lei 
 
Disciplina: Ética e Legislação – Trabalhista e Empresarial 
 
Professora: Leila Dutra Rodrigues 
 
Mestrado em Comunicação; especialização em Direito e Processo do Trabalho; 
História da Sociedade e Cultura; graduação em Ciências Jurídicas e Sociais; e 
Licenciatura Plena em História. Atua como advogada nas áreas Cível, de 
Família, Previdenciária e Trabalhista há mais de vinte anos. Na área acadêmica, 
é professora há mais de dez anos, ministrando as disciplinas: Ética e Legislação 
Empresarial e Trabalhista; Saúde e Segurança no Trabalho e Benefícios 
Previdenciários; Sistema de Operação de RH; Desenvolvimento Sustentável; 
Administração de Cargos e Salários; Planejamento Estratégico; Técnicas de 
Negociação e Economia e Mercado; Comércio Internacional, Direitos Humanos, 
Recuperação Judicial e Falência, Teoria Geral do Direito Civil, Direito das 
Obrigações, Instituições de Direito, na Universidade Paulista – UNIP, tendo 
atuação também como orientadora de Projeto Integrado Multidisciplinar – PIM, 
nos cursos presenciais e a distância e em Trabalho de Conclusão de Cursos 
(TCC) em cursos a distância. 
 
 
 
Olá, aluno, que prazer estar aqui com você! 
 
Estamos em um momento de muitas mudanças políticas que acarretam 
mudanças em várias legislações. Muitas leis já sofreram mudanças: legislação 
previdenciária, legislação penal e está no forno a legislação tributária. 
 
Em 11 de novembro de 2017 ocorreu uma grande Reforma Trabalhista (Lei 
13.467). 
 
Logo em seguida foi editada, em 14 de novembro de 2017, a medida provisória 
808, que alterou a reforma trabalhista em vigor. 
 
Em novembro de 2019 o Presidente da República editou a Medida Provisória n. 
905. 
 
Nossa, quantas mudanças! Como dar conta? 
 
Antes de começar a falar sobre as alterações, nas leis, vamos conversar sobre 
Medida Provisória? Tenho certeza de que você já conhece o assunto, mas não 
custa nada conversar a respeito e sanar alguma dúvida que eventualmente 
possa existir. 
 
A função de criar as leis é do Poder Legislativo, a nossa Constituição Federal 
seguiu a regras da divisão dos poderes criada por CharleS Montesquieu, vamos 
recordar? 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/mpv%20905-2019?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/mpv%20905-2019?OpenDocument
 
 
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Disponível em: https://www.storyboardthat.com/pt/storyboards/pt-examples/baron-de-montesquieu 
 
Montesquieu criou o modelo de Estado Democrático do Direito, conhecido como 
Estado Cidadão. Este modelo é chamado desta forma porque prevê a 
participação dos cidadãos por meio do voto. 
 
Através do voto os cidadãos de um Estado escolhem os seus representantes. 
 
A pensar no modelo de divisão em Três Poderes, Montesquieu, buscou limitar 
as ações de cada Poder, reduzindo a possibilidade de abusos e corrupção. Cada 
Poder terá suas funções específicas e delimitadas: 
 
1) O poder executivo – se encarrega de gerenciar o Estado e colocar em prática 
as leis aprovadas (funciona como um zelador do bem público). 
2) O poder legislativo – se encarrega de elaborar as leis. 
3) O poder judiciário – é incumbido de apreciar, julgar e fazer cumprir as leis. 
 
Desta forma, os poderes são autônomos, harmônicos e equilibrados. Nesse 
ponto é importante ressaltar que nenhum poder é superior ao outro, todos estão 
no mesmo nível dentro da hierarquia proposta pela nossa Constituição Federal. 
 
Ok, professora, e o que isso tem a ver com Medida Provisória? 
 
Tudo! Veja que a CF prevê que o Poder Legislativo possui a função legislativa, 
que no Brasil é organizada da seguinte forma: 
https://www.storyboardthat.com/pt/storyboards/pt-examples/baron-de-montesquieu
 
 
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Congresso Nacional: Câmara dos Deputados e Senado Federal (legislação 
federal). 
Assembleia Legislativa (legislação estadual). 
Câmara dos Vereadores (legislação municipal). 
 
Por outro lado, prevê que a função do Poder Executivo é administrar, gerenciar, 
ou seja, colocar em prática as leis elaboradas pelo Poder Legislativo. 
 
Ocorre que, em algumas situações, o Poder Executivo necessita que a lei seja 
criada imediatamente. Para assegurar isso, o artigo 62 da Constituição, concede 
ao Presidente da República o poder de editar a Medida Provisória: 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República 
poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-
las de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e 
direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira 
e a garantia de seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos 
adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular 
ou qualquer outro ativo financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional 
e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. 
 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art62 
 
 
A medida provisória é uma norma com força de lei, mas para que ela se 
transforme em lei, necessita que as duas Casas do Congresso Nacional (Câmara 
e Senado) votem. 
 
O prazo inicial de vigência é de 60 dias, que será prorrogado por igual período, 
caso não tenha sido votada. Mas há ainda um reforço, caso ela não seja votada 
em 45 dias após a publicação, entrará em regime de urgência. O que significa 
que nenhum projeto de lei será votado até a apreciação da medida provisória. 
 
O site do Congresso Nacional explica direitinho: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art62
 
 
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Disponível em: https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/entenda-a-tramitacao-da-medida-
provisoria 
 
Então, perceba que o nome escolhido pelo Constituinte faz todo sentido, é 
realmente uma medida provisória, ou seja, ela estará em vigor por um prazo 
determinado. Caso seja votada, será revertida em lei, caso contrário, será 
arquivada. 
 
Mas enquanto a Medida Provisória esteve em vigor, seus efeitos são validos. 
 
Ficou claro agora? 
 
Bom, após está introdução, vamos falar a respeito das medidas provisórias que 
foram editadas: 
 
 
Veja o que aconteceu com a Medida Provisória 808 de 14/11/2017: 
 
Ocorrência Data Prazo 
Publicação e início da vigência 14/11/2017 
Parlamento entrou em recesso 22/12/2017 39 dias 
Fim do recesso do parlamento 02/02/2018 
Prorrogação do prazo da MP 20/02/2018 
Término do prazo de 60 dias de vigência 22/02/2018 21 dias 
Término da vigência total 23/04/2018 60 dias 
Total 120 dias 
 
Portanto, a Medida Provisória 808 perdeu sua validade a partir de 23 de abril de 
2018. Mas, mesmo perdendo sua validade, ela produziu efeitos jurídicos durante 
o período em que esteve vigente, ou seja, entre 14/11/2017 a 22/04/2018. 
 
Neste período, todos os atos praticados pelas empresas, com base na MP 
808/2017, foram válidos e possuem amparo legal. 
https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/entenda-a-tramitacao-da-medida-provisoria
https://www.congressonacional.leg.br/materias/medidas-provisorias/entenda-a-tramitacao-da-medida-provisoria
 
 
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E agora entrou em vigor outra Medida Provisória 905 de 12/11/2019: 
 
Ocorrência Data Prazo 
Publicação da Medida Provisória 12/11/2019 
Deliberação da MP 12/11/2020 20/02/2020 
Recesso do Congresso 23/12/2019 01/02/2020 
Regime de Urgência 06/02/2020 
 
Ela pode ser tranformada em lei, sofrer algumas alterações no texto ou 
simplesmente ser revogada, como aconteceu com a sua antecessora, a medida 
provisória808. 
 
Sério isso, Professora? Por que nós a estamos estudando, então? 
Simples, porque se ela for aprovada vocês já a aprenderam. Se ela não for 
votada, ou for rejeitada, terá produzido efeitos enquanto esteve em vigor. 
 
Direito é vida, gente! 
 
Vamos relembrar as principais alterações que a CLT sofreu com a Lei n. 13.509 
de 22 de novembro de 2017: 
 
1. Horas extras 
Não será considerada hora extra quando o empregado permanecer na empresa 
por escolha própria para: 
I. práticas religiosas; 
II. descanso; 
III. lazer; 
IV. estudo; 
V. alimentação; 
VI. atividades de relacionamento social; 
VII. higiene pessoal; 
VIII. troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de 
realizar a troca na empresa. 
 
Art. 4º. Par. 2º. c/c art. 58, par. 2º. 
 
 
2. Banco de horas 
Agora poderá ocorrer a negociação, por acordo individual escrito, com o 
empregado, limitado ao prazo máximo de 6 meses. 
Negociação com sindicato deverá ocorrer quando o tempo de existencia do 
banco for maior, limitado ao prazo de 12 meses. 
As horas extras habituais não descaracterizam o banco de horas. Será devido o 
adicional apenas nos casos de compensação em desatendimento às exigências 
legais, desde que não ultrapassada a duração máxima semanal. 
Art. 59, par. 3º A 6º e art. 59-B 
 
 
 
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3. Horas in itinere (tempo de deslocamento do funcionário com transporte 
fretado pela empresa) 
Não são mais devidas horas in itinere. Art. 58, par. 2º 
 
4. Contrato de trabalho por tempo parcial (part-time job) 
Prevê a contratação por até 30 horas semanais, sendo proibido o trabalho 
extraordinário; ou 
Poderá ocorrer a contratação por até 26 horas semanais, com limite de até 6 
horas extras ou suplementares (pré-contratadas) semanais. 
Férias em iguais condições do trabalho em tempo integral, acrescidas do 1/3 
constitucional. O empregado poderá vender 1/3 dos dias das férias. 
Art. 58-A. 
 
5. Jornada 12 X 36 
Pode ser negociada diretamente com o empregado, em qualquer ramo de 
atividade. 
Art. 59-A. 
 
6. Redução do intervalo Intrajornada (horário de almoço) 
Intervalo intrajornada pode ser objeto de negociação com o Sindicato. E poderá 
ser firmada com o empregado diretamente, caso o empregado possua nível 
superior, salário maior ou igual a 2 vezes o teto da previdência (em 2017 = 
R$11.062,62), respeitado o intervalo mínimo de 30 minutos. 
Art. 611-A, inciso III. 
 
7. Férias 
O período de gozo das férias poderá ser fracionado em até três períodos. 
Sendo que: 
1 período de no mínimo 14 dias, nenhum período inferior a 5 dias. 
Menores de 18 anos e maiores de 50 também podem fracionar férias. 
Vedado o início das férias no período de dois dias que antecedem feriado ou dia 
de repouso semanal remunerado. 
Art. 134, par. 1º. 2º. (revogado) e 3º. 
 
8. Contrato de Trabalho Intermitente 
Esta modalidade de trabalho intercala períodos de prestação de serviços (horas, 
dias ou mesmo meses) e períodos de inatividade. 
O empregado poderá ser contratado por vários empregadores (empresas). 
O empregado deverá ser convocado 3 dias antes do início da prestação dos 
serviços e terá um prazo de 1 dia útil para aceitar ou não. 
No período trabalhado serão aplicáveis as mesmas regras trabalhistas de 
qualquer contrato de trabalho. 
Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o 
pagamento imediato das seguintes parcelas: remuneração, férias proporcionais 
com acréscimo de um terço, 13º salário proporcional repouso semanal 
remunerado, adicionais legais e o FGTS. 
 
Nenhum pagamento é devido no período de inatividade. 
 
 
 
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9. Terceirização 
Está autorizada a terceirização de todas as atividades, inclusive da atividade 
principal da empresa contratante. 
São assegurados aos terceirizados os mesmos direitos dos empregados da 
contratante quanto à alimentação (quando oferecida em refeitórios), serviços de 
transporte; atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da 
contratante ou local por ela designado; treinamento adequado, fornecido pela 
contratada, quando a atividade o exigir. Alterações aplicadas somente para 
contratos feitos após a aprovação da Reforma Trabalhista. Art. 4º.-C da Lei 
6.019. 
 
 
10. Empregados demitidos que venham a trabalhar como terceiros 
 
Os empregados demitidos não poderão ser sócios da contratada ou trabalhar 
como terceiros no prazo de 18 meses após a ruptura do contrato de trabalho. 
Art. 5º.-C da Lei 6.019 
 
11. Trabalho remoto (home office) 
É o trabalho predominantemente fora das dependências do empregador. Deverá 
ser por escrito. 
O empregador deverá reembolsar as despesas com o fornecimento e 
manutenção de equipamentos de TI, caso tenha cláusula definindo no contrato 
escrito. 
É possível a mudança de sistema presencial para home office e vice-versa por 
mútuo acordo. 
Ou, no caso de mudança do sistema de home office para presencial por 
imposição do empregador. 
O comparecimento às dependências do empregador não descaracteriza o 
regime de teletrabalho. 
Empregados em home office não têm direito a horas extras. 
 
12. Livre estipulação das regras do contrato de trabalho 
Os empregados com nível superior e salário maior ou igual a 2 vezes o teto da 
previdência (R$11.062,62- 2017) poderão estipular livremente condições 
contratuais, em especial às do artigo 611-A da CLT. Art. 444 par. único. 
 
13. Remuneração 
Não integram a remuneração do empregado, ainda que habituais: 
Ajuda de custo (já havia previsão nesse sentido), 
Auxílio-alimentação (vedado pagamento em dinheiro), 
Diárias de viagem (independentemente do valor), 
Prêmios (bens, serviços ou dinheiro dado por liberalidade, por desempenho 
superior ao esperado) e Abono. 
 
14. Equiparação salarial sobre o Legislado 
Em lugar de “localidade”, a reforma altera o texto para “no mesmo 
estabelecimento empresarial”; 
Plano de Cargos e Salários válido independentemente de homologação e sem 
 
 
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alternância de promoção por antiguidade e merecimento. 
Reclamante e paradigma devem ser contemporâneos (em caso de comparação). 
Art. 461. 
 
15. Gratificação de função 
A gratificação não será mais incorporada em caso de reversão da função, 
independentemente do tempo de exercício . Art. 468, §2º. 
 
16. Demissão por acordo mútuo 
O acordo mútuo para rescisão do contrato de trabalho, com direito a: 
50% do aviso prévio 
20% de multa sobre o saldo do FGTS 
80% do saldo do FGTS. Demais verbas trabalhistas (13º, férias, etc.) Não dá 
acesso ao seguro-desemprego. Art. 484-A 
 
17. Justa causa por perda da habilitação ou outras condições para o 
exercício da profissão 
Os motoristas que perderem a habilitação ou empregados que não preencherem 
requisitos profissionais para o exercício da atividade de trabalho (por exemplo: 
OAB, CREA, CRQ etc.) poderão ser desligados por justa causa se tal perda 
ocorrer em decorrência de conduta dolosa do empregado. Art. 482-M. 
 
Vamos agora à Medida Provisória 905 de 12/11/2019: 
 
O artigo 1º criou o “contrato verde amarelo”, que prevê: 
Criação de postos de trabalho para pessoas entre 18 e 29 anos em seu primeiro 
emprego. 
Empregados que irão receber até um salário e meio por mês (em 2019 equivalia 
a R$ 1.497,00). 
Este contrato não poderá ser aplicado aos trabalhores que estejam contratados 
nas seguintes modalidades: 
Aprendiz; 
Contrato de experiência; 
Trabalho intermitente; 
Trabalho avulso; 
Trabalhadores enquadrados em legislação especial, como no caso do 
doméstico, rural; 
 
Período de quarentena: é o prazo de 180 dias no qual o trabalhador que era 
contratado em outra modalidade e que foi demitidido, terá que aguardar para ser 
contratado na modalidade verde amarela. 
 
Esta modalidade de contrato permanecerá em vigência pelo período de 
01/01/2020 até 31/12/2022. 
 
É um contrato por prazo determinado, com o período máximo de 24 meses, caso 
o prazo seja ultrapassado, será convertido em contrato indeterminado. O mesmo 
irá ocorrer se for prorrogado mais de uma vez. 
 
 
 
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Masveja, caso o contrato tenha sido firmado antes de 31/12/2022, ele 
permanecerá sendo válido, desde que, dentro do prazo limite de 24 meses. 
 
Foram impostos limites na contratação pela nova modalidade, empresas com até 
10 empregados poderão contratar até 2 empregados. 
 
Empresas com mais de 10 empregados poderão contratar até 20% na 
modalidade verde amarela. 
 
O empregado contratado nesta modalide poderá laborar como: permanente, 
transitório, substituição de trabalhadores. 
 
Para as empresas, os beneficios na contratação desta modalidade são: 
Isenção da contribuição previdenciária; 
Isenção do salário educação; 
Isenção das contribuições sociais do sistema S. 
 
Os empregados contratados na modalidade verde amarela terão os seguintes 
direitos: 
Todos os previstos no artigo 7º da Constituição Federal. 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de 
outros que visem à melhoria de sua condição social: 
 I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária 
ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá 
indenização compensatória, entre outros direitos; 
 II - seguro-desemprego, em caso de desemprego 
involuntário; 
 III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
 IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, 
capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua 
família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, 
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes 
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua 
vinculação para qualquer fim; 
 V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do 
trabalho; 
 VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção 
ou acordo coletivo; 
 VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo para os que 
percebem remuneração variável; 
 VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração 
integral ou no valor da aposentadoria; 
 IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua 
retenção dolosa; 
 XI - participação nos lucros ou resultados, desvinculada da 
remuneração e, excepcionalmente, participação na gestão da 
empresa, conforme definido em lei; 
 
 
10 
 
 XII - salário-família pago em razão do dependente do 
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
 XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas 
diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de 
horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho; 
 XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em 
turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
 XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos 
domingos; 
 XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no 
mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
 XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 
um terço a mais do que o salário normal; 
 XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de cento e vinte dias; 
 XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei; 
 XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo 
no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; 
 XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança; 
 XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, 
insalubres ou perigosas, na forma da lei; 
 XXIV - aposentadoria; 
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o 
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 
 XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos 
de trabalho; 
 XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
 XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 
empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, 
quando incorrer em dolo ou culpa; 
 XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de 
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os 
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a 
extinção do contrato de trabalho; 
 a) (Revogada). 
 b) (Revogada). 
 XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de 
funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou 
estado civil; 
 XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a 
salário e critérios de admissão do trabalhador portador de 
deficiência; 
 XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico 
e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 
 
 
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 XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre 
a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze 
anos; 
 XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo 
empregatício permanente e o trabalhador avulso. 
 Parágrafo único. São assegurados à categoria dos 
trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, 
VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, 
XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei 
e observada a simplificação do cumprimento das obrigações 
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de 
trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, 
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. 
 
Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/art_7_.asp 
 
 
Os demais direitos, previstos na CLT ou nas normas coletivas (acordo, 
convenção ou dissídio coletivo), permanecerão valendo, desde que não haja 
conflito com a MP 905/19. 
 
Caso haja interesse entre as partes, as férias, o 13º salário e a 
indenização sobre o FGTS poderão ser pagos mensalmente, junto com o salário. 
 
A indenização do FGTS terá alíquota de 20%. 
 
A alíquota mensal do FGTS será de 2%. 
 
Os empregados terão o direito ao Progama de Habilitação e Reabilitação 
Física e Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho. 
 
 
Caso a empresa empregadora contrate seguro privado de acidentes 
pessoais, com cobertura para morte acidental, danos fisicos, morais e estéticos, 
irá pagar somente 5% de adicional de periculosidade, calculado sobre o salário 
base (caso haja a exposição permanente ao agente periculoso). 
 
Vamos ao quadro resumo? 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_15.12.2016/art_7_.asp
 
 
12 
 
 
 
Tem mais... 
 
COMPARAÇÃO 
CLT/MP CONTRATO COMUM 
CONTRATO VERDE 
AMARELO 
13º SALÁRIO Pago em duas parcelas 
 
1ª de fevereiro até 
novembro 
Poderá ser pago 
proporcionalmente, junto com o 
salário mensal 
 2ª até 20 de dezembro 
FÉRIAS 
É paga até dois dias 
antes do gozo 
Poderá ser pago 
proporcionalmente junto com o 
salário mensal 
 
 
INDENIZAÇÃO 
SOBRE FGTS 40% 20% poderá ser pago 
 
Proporcionalmente junto com o 
salário mensal 
 
EXTINÇÃO 
O empregado tem direito 
a receber a metade da 
remuneração do período 
restante Receber o aviso prévio 
ANTECIPADA 
 
 
SEGURO 
DESEMPREGO O empregado tem direito 
 
No caso dos contratos 
por prazo determinado, 
o empregado não tem 
direito 
 
PERICULOSIDADE 
INTERMITENTE 
PERCENTUAL 
 
Adicional devido 
 
30% do salário Será devido caso a exposição 
 
seja equivalente a 50% da 
jornada 
 
 
5% do salário 
 
 
 
13 
 
ALTERAÇÃO NA 
CLT MP 905/2019 
Artigo 12-A Autoriza o armazenamento de documentos relativos 
 
às obrigações trabalhistas por meio eletrônico, óptico 
ou similar. 
Artigo 29, § 3º O auditor-fiscaldo trabalho será responsável pelo lançamento 
 das anotações no sistema eletrônico competente, caso o 
 empregador não efetue o registro do empregado. 
Artigo 39, § 1º e Caso o empregador não efetue o registro corretamente na 
§ 3º CTPS, o Juiz da Vara do Trabalho será obrigado a comunicar 
 a autoridade competente para que efetue a anotação e autue. 
Artigos 47, 47-A, A multa administrativa deverá acatar o previsto no artigo 634 A 
51, 52 e 55 
Art. 634-A. A aplicação das multas administrativas por infrações à 
legislação de proteção ao trabalho observará os seguintes 
critérios: 
 
I - para as infrações sujeitas a multa de natureza variável, 
observado o porte econômico do infrator, serão aplicados os 
seguintes valores: 
 
a) de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), para 
as infrações de natureza leve; 
 
b) de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), 
para as infrações de natureza média; 
 
c) de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 50.000,00 (cinquenta mil 
reais), para as infrações de natureza grave; e 
 
d) de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), 
para as infrações de natureza gravíssima; e 
 
II - para as infrações sujeitas a multa de natureza per capita, 
observados o porte econômico do infrator e o número de 
empregados em situação irregular, serão aplicados os seguintes 
valores: 
 
a) de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais), para 
as infrações de natureza leve; 
 
b) de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 4.000,00 (quatro mil reais), 
para as infrações de natureza média; 
 
c) de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 8.000,00 (oito mil reais), 
para as infrações de natureza grave; e 
 
d) de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais), 
para as infrações de natureza gravíssima. 
 
§ 1º Para as empresas individuais, as microempresas, as 
empresas de pequeno porte, as empresas com até vinte 
trabalhadores e os empregadores domésticos, os valores das 
multas aplicadas serão reduzidos pela metade. 
 
§ 2º A classificação das multas e o enquadramento por porte 
econômico do infrator e a natureza da infração serão definidos em 
ato do Poder Executivo federal. 
 
§ 3º Os valores serão atualizados anualmente em 1º de fevereiro 
de cada ano pela variação do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo Especial – IPCA-E, ou por índice que venha 
substituí-lo, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística – IBGE. 
 
 
14 
 
 
§ 4º Permanecerão inalterados os valores das multas até que seja 
publicado o regulamento de que trata o § 2º. (NR). 
Artigo 47 - B 
Caso o auditor-fiscal do trabalho localize algum empregado 
trabalhando sem registro, será presumido o período de trabalho 
por no mínimo 03 meses, exceto se a empresa não possua este 
tempo de atividade. 
 
 
 
Artigos 67, 68, 70 
Está autorizado o trabalho aos domingos e feriados, com direito 
ao descanso semanal remunerado. O repouso deverá coincidir 
com o domingo: 
e 156 
 
 a cada 04 semanas para o setor de comércio e serviços; 
 a cada 07 semanas para o setor industrial. 
Artigo 156 
A fiscalização relativa à segurança e medicina do trabalho está a 
cargo da autoridade regional. 
 
 
Artigo 167 
Os equipamentos de proteção individual deverão ter certificado 
emitido pelo SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial) e pelo INMETRO (Instituto 
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). 
 
 
 
Caput do artigo 
224 
Jornada de trabalho de 06 horas somente para os caixas, podendo 
ocorrer contrato entre as partes, aumentando a jornada, os demais 
empregados bancários (sem cargo de confiança) terão jornada de 
08 horas. 
§ 3º 
 
§2º Gerentes: 08 horas + gratificação de 1/3. 
62, II 
Gerente geral e superiores não possuem controle de horário e 
recebem gratificação de 40%. 
 
 Está autorizado o trabalho aos sábados. 
§ 4º, artigo 224 
O valor relativo ao pagamento das horas extras e reflexos será 
compensado integralmente do adicional de gratificação de função, 
caso a instituição financeira venha a ser condenada em uma ação 
trabalhista pela descaracterização de cargo de confiança. 
 
 
 
 
Artigo 304 
Os jornalistas profissionais não precisam mais de 
regulamentação, caso seja necessário extrapolar a jornada 
prevista (05 horas diárias, com o limite de 07 horas), não é mais 
necessário comunicar os órgãos fiscalizadores. 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Artigo 457, § 5º e 
O auxílio alimentação possui caráter indenizatório e não salarial, 
portanto, não gera reflexos. 
artigo 458 
 
Artigo 457 - A 
Regulamenta as gorjetas, prevendo os percentuais de retenção 
pelo empregador e a incorporação ao salário após 12 meses de 
remuneração. 
 
 
Artigo 879, § 7º 
A correção monetária dos débitos trabalhistas será feita pela 
variação do IPCA-E. 
 
 
Artigo 39 
Os juros das ações trabalhistas serão corrigidos conforme a 
poupança. 
 
Pensou que era só isso? Tem mais. 
 
DEMAIS NORMAS ALTERAÇÕES 
SEGURO 
DESEMPREGO 
Será descontada a contribuição previdenciária (7,5%) 
das parcelas relativas ao seguro desemprego e o período 
de pagamento será computado para efeito de concessão 
dos benefícios. 
Artigo 4º B da Lei 
7.998/1990 
§ 16 artigo 12 e, 
alínea a, § 9º 
do artigo 28, Lei 
8.212/1991 
PLR 
O valor do PLR é resultado das negociações realizadas 
entre os empregadores e o sindicato dos trabalhadores, 
anteriormente, era criada uma comissão paritária, 
escolhida entre as partes. Agora não há mais a previsão 
de que haverá um representante indicado pelo sindicato. 
Artigo 2º, I, Lei 
10.101/2000 
 
 
 
§ 5º a 10 
É possível estabelecer vários programas de PLR: coletivo 
ou individual. 
 
A negociação também poderá ocorrer no caso de 
empregados hipersuficientes: 
 
ser empregado + com diploma de nível superior + 
salário mensal igual ou superior 
 a duas vezes o teto do INSS (em 2019 R$ 11.600,00). 
Artigo 5º A 
Os pagamentos de antecipações do prêmios será 
limitado a 4 vezes no mesmo ano, ou seja, 1 vez por 
trimestre: 
 
 
 
16 
 
 
I - sejam pagos, exclusivamente, a empregados, de 
forma individual ou coletiva; 
 
II - decorram de desempenho superior ao ordinariamente 
esperado, avaliado discricionariamente pelo empregador, 
desde que o desempenho ordinário tenha sido 
previamente definido; 
 
III - o pagamento de qualquer antecipação ou 
distribuição de valores seja limitado a quatro vezes no 
mesmo ano civil e, no máximo, de um no mesmo 
trimestre civil; 
 
 
IV - as regras para a percepção do prêmio devem ser 
estabelecidas previamente ao pagamento; e 
 
 
V - as regras que disciplinam o pagamento do prêmio 
devem permanecer arquivadas por qualquer meio, pelo 
prazo de seis anos contados da data de pagamento. 
 
 
Auxílio-acidente 
A base de cálculo será o valor correspondente ao 
benefício de aposentadoria por invalidez que o segurado 
teria direito (se fosse o caso), ou seja, metade do valor 
que corresponde ao pagamento da aposentadoria. 
artigo 86 da Lei 
8.213/1991 
 
Inspeção prévia 
O artigo 160 e o § 3º do artigo 188 da CLT foram 
revogados, não há mais previsão de inspeção prévia 
das situações anteriormente previstas nos artigos. 
 
Acidente de trajeto 
Não existe mais a previsão desta modalidade de 
acidente de trabalho, que antes era considerado, 
quando ocorrido entre o percurso de casa/trabalho e 
vice versa. 
Artigo 21, IV, d, da 
Lei 8.213/91 
Disponível em: https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=384681 
 
 
Estas informações foram retiradas do site do Congresso Nacional, vamos 
acompanhar a votação, lembrando que, tanto os Deputados Federais como os 
Senadores, poderão fazer algumas mudanças, assim como o próprio Presidente 
da República, no momento de sancionar a lei. 
 
Bons estudos, e iremos conversando no fórum. 
 
Abraços, 
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=38468117 
 
 
Professora Leila 

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