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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO - CAC
SEMESTRE REMOTO 2020.3
CIÊNCIA POLÍTICA
VINÍCIUS MARIANO RIBEIRO
RESENHA CRÍTICA – JANGO
	O filme abordado nesta resenha crítica é “JANGO” do cineasta brasileiro Silvio Tendler. Lançando em 1984, a obra traz a trajetória do ex presidente João Goulart, mostrando desde a sua introdução na política como presidente e seus feitos, até o momento em que foi deposto por um golpe militar, em 1964.
	Narrando a trajetória de Jango, o documentário inicia com a ida do futuro presidente João Goulart à china, em agosto de 1961. A convite do governo Chinês, João decide ir a china a fim de criar relações com o país oriental, reestabelecendo as relações diplomáticas entre esses dois países. Entretanto, devido ao golpe sofrido em 1964, essa parceria não pode ir tão à frente, visto que o Brasil durante o período militar fortaleceu suas relações com os EUA.
	Desde o início é fácil perceber que a forma de Jango atuar na política era diferente dos demais, ele não era populista como Vargas e tinha como principal objetivo atender as demandas do povo. Essa forma de atuar pode ser vista quando propõe dobrar o salário mínimo dos trabalhadores, enquanto ainda era ministro do trabalho na era Vargas, haja vista que a qualidade de vida estava aumentando na época. Porém, esse ato não foi bem visto aos olhos da elite e dos militares, o que resultou no afastamento do cargo e uma certa crise dos militares, que realizaram manifesto assinado por mais de 40 militares.
	Antes de Jango assumir o maior cargo do Brasil, quem se encontrava no poder era o então presidente Jânio quadros que, após grande pressão da elite e militares, decide renunciar ao cargo de presidente. Em seguida, João assume, mas não era bem-visto porque, como vice de Jânio, sua imagem era muito associada a esquerda, a qual já era mal vista tanto pelos militares quanto pela elite brasileira. A esquerda era tão mal vista que quando houve a renuncia de Jânio Quadros os militares tentaram impedir que Jango voltasse da China e assume o cargo, ameaçando-o de ser preso; mas, devido a constituição da época e apoio da população, voltou e assumiu o cargo.
	Ao longo do filme há um levantamento sobre as reformas que Jango queria realizar durante o seu mando, sendo essas um dos principais fatores para a insatisfação da elite com a política dele. Diversas foram as reformas abordadas; agrária, urbana, de base, etc. Então, devido a essas reformas, a direita brasileira começa a realizar pretextos para enfrentar a esquerda brasileira, criando, de certa forma, uma desordem. Além disso, essas reformas também foram o estopim para que os militares, apoiados pela camada conservadora da população, arquitetassem o golpe contra Jango.
	Então, João Goulart acaba se firmando com a esquerda e prosseguir com as suas reformas, com o intuito de agilizar seu projeto. Isso veio com um comício, onde reforçou seu apoio à reforma agrária, o que provocou mais revolta nos militares. Mas também, a reação contrária dos grupos conservadores que marcharam em protesto contra o Jango. Por fim, acaba cedendo o cargo e não resistindo, para que assim não houvesse derramamento de sangue.
	Após a golpe se muda para o Uruguai. Ademais, o filme se encerra com o Velório de João Goulart, que morreu em 1976 na Argentina devido a um ataque cardíaco. 
Assim, narrando a história de João Goulart, o documentário traz diversos acontecimentos importantes para a política do país naquela época com vários registros feitos naquele período. Ademais, nos faz refletir a respeito dos costumes de governos autoritários que tentam se fazer presentes na atualidade, através de políticos que veneram tanto o período quanto seus ditadores.
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