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INSUFICIÊNCIA CORONARIANA AGUDA · Crescimento da placa aterosclerótica. DCA é ruptura da placa → expõe lipídio → formação de trombo → oclusão total ou parcial ECG em 10 min Anamnese e exame físico direcionados Dor torácica: avaliação no serviço de emergência → com supra de ST ou sem supra de ST Dor retroesternal em queimação ou aperto, desencadeada por exercício ou estresse e que pode aliviar com nitrato são características que se enquadram na angina estável da insuficiência crônica Essa dor aguda: dor só no peito, podendo se irradiar para epigástrio, mandíbula, 2 braços. Não melhora por nada. Pode ser desencadeada mesmo no repouso → insuficiência coronariana aguda TRIAGEM ADEQUADA: Sinais de alerta: · Desencadeada por esforço mínimo ou repouso · Dura > 20 min · Forte intensidade · Padrão crescente · Paciente com angianestavel com piora nos últimos 30 dias Paciente chega com dor no peito: · ECG em até 10 minutos no máximo, pois muda conduta · Com o ECG em mãos: anamnese e exame físico direcionados para avaliar se não é uma dor torácica perigosa (insuficiência coronariana aguda, dissecção da aorta, ruptura de esôfago, TEP - que ameaçam a vida imediatamente) AVALIAÇÃO DO ECG: · Primeiro: ver se tem ou não supra · Supra: ponto J (onda termina QRS e começa o segmento ST) desviado para cima. Elevação ≥ a 1 mm em pelo menos 2 derivações contíguas, com exceção de V2 e V3 Obs: em V2 e V3 são valores diferentes Homem < 40 anos, supra se ST ≥ 2,5 mm Homem > 40 anos, supra se ST ≥ 2 mm Mulheres ≥ 1,5 mm ECG sem supra: ruptura da placa causou obstrução parcial ECG com supra: obstrução total, ocorrendo isquemia aguda com morte de fibras - emergência Diagnósticos diferenciais que podem gerar supra: · Bloqueio de ramo esquerdo: QRS alargado, com supra ou infra do ST, negativo em V1 → trata como IAM com supra Identificação do vaso obstruído: · Parede lateral: D1 e AVL → a. circunflexa · Parede inferior: D2, D3, AVF → coronária direita (posterior) · Região septal: V1 e V2 → descendente anterior · Parede anterior: V3 e V4 → descendente anterior · Parede lateral (ápice): V5 e V6 → descendente anterior e coronária direita Obs: A. coronária D → parede inferior, VD e posterior. Se houver infarto de parede inferior, ou seja, alterações em D2, D3 e AVF → fazer V4R no ECG, para verificar acometimento de VD Conduta: Paciente com supra: · Iniciar reperfusão rápida se < 12h de evolução da dor · Ou em > 12h se paciente está com dor refratária No centro de referência: · Dx em até 10 minutos com ECG · Abrir vaso (angioplastia) até 60 minutos (europa) ou 90 minutos (Brasil) · Esses horários reduzem mortalidade No centro sem hemodinâmica ou no SAMU: · ECG em 10 minutos · Trombólise (mais aumenta risco de sangramento) · Ou angioplastia atrasada Obs: angioplastia é melhor que trombólise, mas deve ser feita em até 120 minutos (todo o processo), pode gerar dano miocárdico e menor qualidade de vida → risco de demorar mais de 120 minutos e menor que o risco de sangramento com trombólise ***Paranaguá → trombólise (120 min não é o transporte, é o tempo para o vaso estar aberto)!!!!!!!!! Paciente indicado para TROMBÓLISE: · Se tiver sucesso o trombólise, paciente deve ser encaminhado para o cateterismo em 24hrs Obs: trombolítico apenas retira o trombo que se formou em cima da placa, mas a placa continua li · Se a trombólise não deu certo, ir para angioplastia imediatamente (até 90 minutos) TROMBOLÍTICO: rTPA (alteplase): · Infusão em 1h30 min · Dose máxima 100 mg · Superior à estreptoquinase TNK TPA (tenecteplase): · Bolus único · Eficácia igual ao rTPA · Útil no pré-operatório Contraindicações: · AVC hemorrágico prévio · AVC isquêmico < 6 meses · Trauma na face ou crânio <1 mês · Sangramento ativo atual ou TGI <1 mês · Punção não compressível <1 dia (ex: subclávia) · PA > 180 x 110 (é controlável!!) · MAV ou neoplasia ou lesão em SNC · Suspeita de dissecção aguda de aorta Critérios de reperfusão (saber se deu certo a trombólise) 1. ECG: redução do supradesnível ST superior a 50% 2. Clínico: melhora da dor torácica 3. ECG: arritmias de reperfusão (pode ou não) 4. Laboratorial: pico precoce de marcadores de necrose (pode ou não Paciente sem supra: não é urgência A diferença entre IAM sem supra e angina instável: no IAM tem elevação dos marcadores de necrose miocárdica, ou seja, músculo morrendo, não só isquemia, como na angina instável Opções de tratamento: tratamento conservador ou intervenção coronariana (cateterismo) Estratificação de risco: Marcadores de necrose miocárdica: · Troponina: alta sensibilidade e especificidade → o tempo de meia vida é longo, demora para negativar, então não é recomendada para dx de reinfarto, pois pode ser do primeiro · CKMB: se não tiver troponina disponível ou dx de reinfarto · Troponina de alta sensibilidade (2 dosagens): positiva em 2h, mais rápido que a normal, que pode levar até 6 hrs; alto valor preditivo negativo e menor especificidade para IAM IAM alto risco: · Curva de troponina de pelo menos 20% entre 2 dosagens + sintomas · Primeira dosagem muito alta (> 10x o limite inferior da normalidade) + sintomas Se troponina não fizer aumento, usar o escore de risco: TIMI, GRACE e HEART HEART ótimo escore para descartar infarto: 0-3 baixo risco → alta da emergência para paciente 4-6 risco intermediário → internar + prova funcional (teste provocativo, para definir se é alto ou baixo risco) · Teste ergométrico não é o melhor · Cintilografia · Eco de estresse farmacológico (com dobutamina) · Ressonância cardíaca farmacológico · Angiotomo de coronária (não faz se estresse) 7-10 alto risco → cateterismo em até 24h ** Ecg ponto 1: ex presença de ondas T achatadas ** Fatores de risco: dislipidemia, DM, HAS, obesidade, tabagismo, HMF + de DAC ** Doença aterosclerotica: infarto antigo, doença em carótida, DAOP Ou seja: No paciente sem supra: Instável: cateterismo < 90 minutos Estável: ECG e troponina · Troponina alta: repete troponina → se subiu > 20%, interna e cateterismo · Troponina alta, sem variação (sem curva) → fazer HEART score. Se muito alto, fazer CAT · ECG e troponina normal, HEART < 3, exclui outras causas ameaçadoras à vida → reavaliação ambulatorial → alta Intervenção em menos de 24 horas no paciente sem supra, se paciente instável, com troponina alta/com curva, HEART alto ou HEART intermediário com prova provocativa positiva MEDICAÇÕES: ANTIAGREGANTES/ANTICOAGULANTES DUPLA NAS PRIMEIRAS 24HRS: AAS: inibidor da COX → bloqueia ativação da plaqueta · Dose: 160-325 mg (mastigado para absorver mais rápido) · Reduz 23% a mortalidade do paciente. Combinado com abrir o vaso, reduz > 40% Clopidogrel: inibidor irreversível do ADP → bloqueia ativação da plaqueta de outra forma · < mortalidade do infarto · Permitiu/ facilitou o uso do stent · AAS + clopidogrel 300 mg na hora do infarto · Reduz mortalidade em 20% sem aumento de sangramento em fase aguda · Dose: 300 ou 600 mg de ataque + 75 mg/dia de manutenção · Se sem supra (alto risco) e tiver necessidade de cateterismo em até 24h → fazer na sala de hemodinâmica (pois o paciente sem supra pode necessitar de cirurgia aberta, em vez de balão, e se for para fazer cirurgia aberta → clopidogrel da muito sangramento = muito risco) ** É pró droga (precisa ser ativada pela enzima CYP2C19 hepática → algumas pessoas (25% da população; 50% em asiáticos) fazem resistência intrínseca a esse medicamento, pois não tem a enzima. Além disso tem menor efeito em obesos e diabéticos · Dobrando a dose do clopidogrel de ataque → não mudou prognóstico. Exceto se paciente for encaminhado para angioplastia em seguida → nesses casos fazer 600 mg de ataque!! Ou seja: - Paciente que vai trombolisar → 300 mg de ataque + 75 mg de manutenção - Paciente que vai para angioplastia (com supra) → 600 mg de ataque + 75mg da manutenção Obs: trombolisado e mais de 75 anos → só 75 mg de clopidogrel NOVOS ANTIAGREGANTES: - Prasugrel: dose 60mg de ataque + 10mg/dia. Melhor que clopidogrel, mas é contraindicado empacientes > 75 anos, AVE i prévio, < 60kg - Ticagrelor: dose 180 mg de ataque + 90 mg 12/12h. Superior ao clopidogrel, mas provoca dispneia em alguns pacientes Tratamento de manutenção: dupla antiagregação (AAS + clopidogrel ou semelhantes) por 1 ano. Depois de um ano, manter com apenas 1 - Heparina: para permitir que o vaso abra e não trombose OU na síndrome sem supra, impedir que o trombo cresça e termine de fechar o vaso Enoxaparina: melhor que a heparina não fracionada 1mg/kg 12/12h SC. 75% da dose se > 75 anos (0,75 mg/kg 12/12h). 30mg EV no infarto com supra se for trombolisar Obs: se paciente for pro CAT AGORA dar heparina não fracionada na hemodinâmica OUTROS MEDICAMENTOS NAS PRIMEIRAS 24H: Betabloqueador: qualquer um · Redução do consumo de O2 do miocárdio → coração bate menos e mais devagar e mais fraco · Iniciar nas primeiras 24h (prof indica fazer depois do cateterismo, para evitar risco de choque cardiogênico) · Contraindicações: sinais de baixo DC, Killip ≥2, bloqueio AV (arritmias), bradicardia, hipotensão (PAS<90), broncoespasmo · Mais estudados (usar qualquer um): metoprolol, atenolol e carvedilol ** evitar metoprolol IV → maiores taxas de choque cardiogênico IECA: para melhorar a qualidade de vida. Benefício é tardio (diminui desenvolvimento de ICC) → indicado para após a alta do paciente · Redução (pequena) de mortalidade na fase aguda → administrar nas primeiras 24 · Na doença coronariana IECA > BRA Estatina: - Atorvastatina 80mg reduz mortalidade na fase aguda - Estatina de alta potência (atorvastatina 80mg) > de média potência (pravastatina 40mg) - Indicação: iniciar estatina de alta potência em alta dose o mais breve possível (primeiras 24h) - Tem efeito na diminuição LDL e efeito agudo na conformação da placa, pode estabilizar a placa instável/rompida - Quanto maior a dose melhor!! Outros medicamentos SEM MELHORA PROGNÓSTICA/ MORTALIDADE: monabiche Nitrato: melhora dor · Dinitrato de isossorbida 5 mg a cada 5 minutos (max 15mg) ou nitroglicerina com bomba infusora 10mcg/min · Efeito: dilatador coronariano → não adianta, pois o vaso está fechado · Venodilatador: principal efeito na ICoA. Reduz retorno venoso → bombeia menos sangue (diminui pré carga) → diminui gasto de O2 → diminui dor · Contraindicações: infarto de VD (supra de parede inferior, faz V4R; pois redução de retorno venoso, o que diminui elasticidade de VD que já está com baixa contratilidade e pode evoluir para choque cardiogênico), uso de inibidores da fosfodiesterase 5 (medicações para disfunção erétil; pois ocorre interação e potencialização de efeito vasodilatador, o que gera hipotensão) e se PAS < 100 (no infarto. Na IC pode) O2: para pacientes com SpO2<90% · Dar O2 para paciente que não precisa → não melhora mortalidade e aumenta área de infarto na ressonância Morfina: reduz ação do clopidogrel → fazer morfina em último caso, só se não estiver melhorando a dor, se não responder ao nitrato/ casos refratários · Dose 1-5mg (inicia com menor dose, e vai aumentando conforme a necessidade do paciente) REVISÃO: · ECG Em 10 Min · IAM com Supra ST - EMERGÊNCIA! · Se serviço com Hemodinâmica → ATC em 60 min · 120 minutos se não houver hemodinâmica · Impossível? → Trombolítico · Se instável → Cateterismo · SCA sem Supra de ST · Definir risco: ICP vs Conservador · ICP: instável, marcador de necrose positivo ou alto risco por escores Medicações para fazer agora: · Antiagregantes (AAS + IADP) AAS 160-325mg Clopidogrel 300-600 mg ? Ticagrelor 180 mg ? Prasugrel 60 mg – se Supra · Heparina · Medicações que podem esperar: BB, IECA, estatina image3.png image1.png image5.png image4.png image2.png image6.png image7.png