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Importância dos Jogos na Educação

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
CINTHIA CONCEIÇÃO UEMURA CORDEIRO RA:0434552 
 
ERIKA DOS SANTOS PATEZ RA: 0431497 
 
JHENNYFFER FERNANDA RIBEIRO LIRA CATARINA RA: 0425900 
 
LUANA MACIEL RAMOS RA:0403752 
 
ROSANA VIEIRA COUTINHO DO NASCIMENTO GOES RA:0445015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA A EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – SP 
2024
Trabalho de conclusão de curso apresentado como 
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel 
Universidade Paulista. 
 
Orientação: André dos Anjos 
UNIVERSIDADE PAULISTA 
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
CINTHIA CONCEIÇÃO UEMURA CORDEIRO RA:0434552 
 
ERIKA DOS SANTOS PATEZ RA: 0431497 
 
JHENNYFFER FERNANDA RIBEIRO LIRA CATARINA RA: 0425900 
 
LUANA MACIEL RAMOS RA:0403752 
 
ROSANA VIEIRA COUTINHO DO NASCIMENTO GOES RA:0445015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA A EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO – SP 
2024 
CINTHIA CONCEIÇÃO UEMURA CORDEIRO RA:0434552 
 
ERIKA DOS SANTOS PATEZ RA: 0431497 
 
JHENNYFFER FERNANDA RIBEIRO LIRA CATARINA RA: 0425900 
 
LUANA MACIEL RAMOS RA:0403752 
 
ROSANA VIEIRA COUTINHO DO NASCIMENTO GOES RA:0445015 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA A EDUCAÇÃO 
INFANTIL 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso para obtenção 
do título de graduação em Pedagogia 
apresentado à Universidade Paulista – UNIP. 
 
 
 
Aprovado(a) em: ______/______/______ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
_________________________________ 
Prof. ou Profa. Dr(a)./Me(a). xxxxxxxxxxxx 
Universidade Paulista - UNIP 
 
_________________________________ 
Prof. ou Profa. Dr(a)./ Me(a). xxxxxxxxxxxx 
Universidade Paulista - UNIP 
 
_________________________________ 
Prof. ou Profa. Dr(a)./ Me(a). xxxxxxxxxxxx 
Universidade Paulista - UNIP 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedicamos a Deus, que dá sentido a tudo em nossas vidas.Obrigada por essa grande 
conquista! Existe grandes marcos na história de cada um, e esse momento sela um dos nossos 
capítulos mais importantes, escrito com ajuda de muitas mãos, as quais merecem nossos mais 
profundos e sinceros agradecimentos,à nossa família, pelo apoio e amor incondicionais. 
Obrigada por tudo de maravilhoso que compartilhamos juntos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradecemos primeiramente a Deus, por nos ter dado forças para seguir até aqui. E 
aos nossos familiares e amigos pelo apoio e compreensão neste momento tão importante em 
nossas vidas, ajudando-nos a não desistir deste sonho. Por fim, a todos que contribuíram 
direta ou indiretamente para a conclusão desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATOLOGRÁFICA 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 10 
CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO INFANTIL E LUDICIDADE ............................................ 13 
1.1 Desenvolvimento Infantil ................................................................................................... 15 
1.2 A Educação Infantil no Brasil ............................................................................................ 17 
1.3 Ludicidade .......................................................................................................................... 19 
CAPÍTULO II – DINÂMICAS DA LUDICIDADE - JOGOS E BRINCADEIRAS 
NA FORMAÇÃO INFANTIL ............................................................................................... 21 
2.1 O Lúdico no Ambiente Escolar .......................................................................................... 21 
2.2 O Lúdico e a Aprendizagem das Crianças.......................................................................... 22 
2.3 A brincadeira x criança ....................................................................................................... 23 
2.3.1 O jogo x criança ............................................................................................................... 24 
2.3.2 Os desafios do professor para estimular o brincar frente as tecnologias ......................... 25 
2.3.3 A influência da tecnologia na saúde física e mental da criança ...................................... 26 
CAPÍTULO III - PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COM JOGOS, BRINQUEDOS E 
BRINCADEIRAS ................................................................................................................... 27 
3.1 Importância das Leis e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na educação 
Infantil ...................................................................................................................................... 29 
3.2 Métodos que integram a ludicidade nas atividades escolares............................................. 30 
3.2.1 O lúdico e a prática pedagógica naeducação infantil ...................................................... 31 
3.2.2 Brinquedo, brincadeira e jogo ......................................................................................... 34 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 39 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................. 41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
Este estudo investiga o papel dos jogos, brinquedos e brincadeiras no desenvolvimento 
integral da criança, com enfoque nas áreas cognitiva, social e emocional. Foi adotada uma 
abordagem qualitativa, utilizando-se de um levantamento bibliográfico extenso para explorar 
as contribuições de teóricos clássicos e contemporâneos sobre as atividades lúdicas infantis. A 
pesquisa se baseia nas teorias de Jean Piaget, Lev Vygotsky e Jerome Bruner, além de 
incorporar estudos recentes que abordam as mudanças tecnológicas e sociais e seu impacto 
nas práticas lúdicas. Os resultados apontam que o engajamento em atividades lúdicas 
potencializa o desenvolvimento de habilidades essenciais como solução de problemas, 
empatia, criatividade e interação social. Essas descobertas sublinham a influência positiva 
dessas práticas no desenvolvimento infantil. Conclui-se que a inclusão consciente de 
atividades lúdicas no contexto educacional e familiar é crucial para um desenvolvimento 
saudável e harmonioso. O estudo propõe diretrizes para a efetiva aplicação dessas atividades, 
reafirmando sua importância como ferramentas de desenvolvimento e contribuindo para o 
debate sobre educação infantil. 
 
Palavras-chave: Brincadeiras; Desenvolvimento Infantil; Educação Lúdica. 
 
ABSTRACT 
 
This study investigates the role of games, toys, and play in the comprehensive development of 
children, focusing on cognitive, social, and emotional areas. A qualitative approach was 
adopted, utilizing an extensive literature review to explore the contributions of both classical 
and contemporary theorists on children's play activities. The research is based on the theories 
of Jean Piaget, Lev Vygotsky, and Jerome Bruner, and it incorporates recent studies that 
address technological and social changes and their impact on playful practices. The findings 
indicate that engagement in playful activities enhances the development of essential skills 
such as problem-solving, empathy, creativity, and social interaction. These discoveries 
underscore the positive influence of these practices on child development. It is concluded that 
the conscious inclusion of playful activities in the educational and family context is crucial for 
healthy and harmonious development. The study proposes guidelines for the effective 
application of these activities, reaffirming their importance as developmentaltools and 
contributing to the practical and academic debate on early childhood education. 
 
Keywords: Play; Child Development; Playful Education. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
INTRODUÇÃO 
 
A infância é uma fase crucial do desenvolvimento humano, caracterizada por intensa 
aprendizagem e descoberta. Entre os diversos meios através dos quais as crianças exploram e 
compreendem o mundo ao seu redor, os jogos, brinquedos e brincadeiras assumem um papel 
fundamental, não apenas no aspecto lúdico, mas também como ferramentas essenciais para o 
desenvolvimento cognitivo, social e emocional. Esta pesquisa procura aprofundar a 
compreensão sobre como essas atividades influenciam o desenvolvimento infantil, uma 
temática que, apesar de sua relevância, ainda apresenta lacunas significativas na literatura 
acadêmica contemporânea. 
A escolha deste tema é motivada pela necessidade de entender mais profundamente o 
impacto dos jogos, brinquedos e brincadeiras na formação da criança. Embora autores como 
Piaget (1962), Vygotsky (1978) e Bruner (1976) tenham destacado a importância do lúdico no 
desenvolvimento infantil, há um espaço considerável para aprofundar essas análises, 
especialmente no contexto das transformações sociais e tecnológicas recentes. Este trabalho 
busca contribuir para essa discussão, fornecendo insights atualizados e relevantes para 
educadores, psicólogos e pais. 
O principal objetivo deste estudo é analisar os efeitos dos jogos, brinquedos e 
brincadeiras na evolução das habilidades cognitivas, sociais e emocionais durante a infância. 
Pretende-se explorar como essas atividades podem influenciar aspectos como a criatividade, o 
raciocínio lógico, a interação social e a autoexpressão, contribuindo assim para um 
desenvolvimento infantil mais pleno e equilibrado. A pesquisa buscará responder à seguinte 
questão: De que maneira os jogos, brinquedos e brincadeiras contribuem para o 
desenvolvimento cognitivo, social e emocional na infância? 
A hipótese central deste trabalho é que a participação regular em jogos, brinquedos e 
brincadeiras estimula o desenvolvimento de habilidades essenciais na infância, como a 
capacidade de resolver problemas, a empatia e a criatividade, impactando positivamente o 
crescimento integral da criança. 
Para fundamentar este estudo, serão consultadas as obras de Jean Piaget sobre o 
desenvolvimento cognitivo infantil, Lev Vygotsky sobre a importância do contexto social na 
aprendizagem e Jerome Bruner sobre a educação baseada na descoberta. Além disso, serão 
considerados trabalhos mais recentes que abordam a influência da tecnologia e das mudanças 
socioculturais nas práticas lúdicas infantis. 
7 
 
A abordagem metodológica será qualitativa, com a realização de um levantamento 
bibliográfico abrangente, incluindo tanto a literatura clássica sobre o tema quanto estudos 
contemporâneos. Serão analisados dados secundários disponíveis em publicações científicas, 
livros e artigos acadêmicos. 
 Este trabalho visa explorar a interseção entre a ludicidade e a educação infantil, 
abordando como essas práticas lúdicas contribuem para o desenvolvimento integral das 
crianças e qual é a relevância da preparação docente para a incorporação efetiva dessas 
atividades no ambiente educativo. 
Estrutura do Trabalho do Capítulo 1: Educação Infantil e Ludicidade - Uma 
Perspectiva Histórica e Contemporânea Neste primeiro capítulo, exploramos o contexto 
histórico da educação infantil, destacando a evolução da percepção social sobre a infância e a 
importância do brincar. Além disso, discutimos o papel crucial da formação docente na 
integração eficaz de práticas lúdicas no currículo, enfatizando como a literatura acadêmica 
aborda esses aspectos dentro do espectro educacional. 
 Capítulo 2: Dinâmicas da Ludicidade - Jogos e Brincadeiras na Formação Infantil 
fazer análise se aprofunda nos fundamentos teóricos e na classificação dos jogos e 
brincadeiras, examinando seu impacto no aprendizado e desenvolvimento de competências e 
habilidades nas crianças. Também abordamos a interação entre tecnologia e ludicidade na 
educação infantil, refletindo sobre como os educadores podem utilizar essas ferramentas de 
forma inovadora e benéfica. 
 Capítulo 3: Práticas Pedagógicas com Jogos, Brinquedos e Brincadeiras- Este 
capítulo examina diversas práticas pedagógicas inovadoras que integram jogos, brinquedos e 
brincadeiras no ambiente educacional, destacando como essas estratégias promovem o 
desenvolvimento integral da criança. A discussão baseia-se em evidências teóricas e estudos 
de pesquisa relevantes que ilustram a eficácia dessas abordagens lúdicas. 
Considerações Finais - Conclui-se reafirmando a vitalidade dos jogos, brinquedos e 
brincadeiras na promoção de um desenvolvimento saudável e em uma aprendizagem 
significativa para as crianças. Enfatiza-se que, ao valorizar e incorporar o lúdico na educação, 
é possível não apenas enriquecer a experiência educacional, mas também apoiar o bem-estar e 
o crescimento integral dos alunos. 
Ao integrar atividades lúdicas ao currículo, promove-se uma abordagem holística da 
educação que reconhece e respeita as diversas maneiras pelas quais as crianças exploram e 
compreendem o mundo ao seu redor. Essa metodologia não só facilita a assimilação de novos 
conhecimentos de forma mais natural e engajada, mas também estimula habilidades sociais, 
7 
 
emocionais e cognitivas essenciais. 
Ademais, a prática do lúdico nas escolas permite que as crianças desenvolvam a 
criatividade, a resiliência e a capacidade de resolver problemas de maneira inovadora. Essas 
competências são fundamentais não apenas para o sucesso acadêmico, mas também para o 
desenvolvimento pessoal e profissional futuro dos alunos. 
Portanto, é imperativo que educadores e formuladores de políticas educacionais 
continuem a explorar e a expandir o uso de recursos lúdicos na educação. Assim, garantir-se-á 
que as crianças tenham acesso a um ambiente de aprendizado que não apenas respeite sua 
natureza intrinsecamente curiosa e exploratória, mas que também promova o seu 
desenvolvimento como indivíduos completos e capazes. 
13 
 
 
CAPÍTULO I – EDUCAÇÃO INFANTIL E LUDICIDADE 
 
 
 Na etapa da Educação Infantil, as atividades lúdicas e recreativas proporcionam às 
crianças a oportunidade de se expressarem por meio de jogos e brincadeiras diárias, 
contribuindo para o desenvolvimento de suas habilidades motoras, cognitivas e sociais. O ato 
de brincar desempenha um papel crucial no desenvolvimento da identidade e da autonomia 
infantil. 
 
 [...] cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a desejar, relacionando os 
seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel na brincadeira e suas regras. Dessa 
maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, 
aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade. 
(WAJSKOP, 1984, p.114). 
 
 
 Ao envolver-se em atividades lúdicas, a criança se depara com desafios que despertam 
seu interesse e estímulo para continuar brincando e aprendendo. O desejo e entusiasmo pela 
exploração e diversão são inatos na criança. Ao brincar, a criança cria relações humanas, joga 
e analisa opções. Em relação à brincadeira, afeto, motricidade, linguagem, percepção, 
desempenho, memória e outras funções cognitivas estão altamente conectadas. Por meio da 
brincadeira, a criança pratica habilidades emergentes, como as de representar o mundo e de 
distinguir entre pessoas oportunidades acima de tudo os jogos de faz de conta. 
É nesse ponto que entra o lúdico como um diferencial, pois é nele que você consegue 
saber mais sobre a criança: o que ela sente, sabe e como reage desafio oferecido e estes são 
alguns dos pontos que ela não verbaliza. O Lúdico na educação infantil fornece contextos de 
aprendizagem que promovemum perfeito desenvolvimento da criança, mas deve haver uma 
medida entre o uso execução lúdico instrumental, ou seja, jogar e jogar com o objetivo de 
realização fins escolares, mas também como uma forma de brincadeira livre que contém 
alegria e divertido, e para este último, o lúdico é essencial. 
 De acordo com CAVALLARI e ZACHARIAS (2009.p.14) “a partir do momento que 
uma pessoa passa a concretizar a vontade chamada lazer, ela está tendo sua recreação”. No 
entanto, deve-se notar que a recreação não é um exercício, mas sim uma circunstância, uma 
atitude. E este exercício praticado para atingir sua recreação é chamado de atividade Lúdica 
ou atividade recreativa, por isso deve ser observada para não confundir lazer com atividades 
lúdicas. Esta pergunta é importante porque é sempre difícil entender algumas situações, que 
são na maioria confuso na sala de aula cotidiana. (CAVALLARI e ZACHARIAS 2009 p.14 ). 
14 
 
 Hoje, o uso de atividades lúdicas em sala de aula é essencial para a criança desenvolver 
de uma forma mais prazerosa porque há tantas coisas a serem descobertas, sempre dos jogos 
mais simples aos mais complexos. É necessário que o ato de brincar assuma o papel de agente 
nessa prática social, promovendo o fortalecimento do diálogo, permitindo à criança 
desenvolver a autonomia em suas ações e interações. Ao participar de jogos e brincadeiras, a 
criança é capaz de criar suas próprias regras de interação social, além de aprimorar suas 
habilidades motoras, sua interação com objetos e sua capacidade de se relacionar com outras 
crianças em um ambiente propício ao desenvolvimento. 
 As palavras de FERNÁNDEZ (2001,p.29) apontam a relação entre a aprendizagem e o 
brincar de maneira cativante 
 
Aprender é apropriar-se da linguagem, é historiar-se, recordar o passado para 
desperta-se ao futuro; é deixar-se surpreender pelo já conhecido. Aprender é 
reconhecer-se, admitir-se. Crer e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos textos visíveis 
e possíveis. Só será possível que as professoras e professores possam gerar espaços 
de brincar-aprender para seus alunos quando eles simultaneamente construírem para 
si mesmos, (FERNÁNDEZ, 2001: 29). 
 
 É importante que o educador reconheça e respeite o conhecimento prévio de cada 
criança e compreenda os motivos pelos quais trabalhar com abordagens lúdicas é benéfico 
para os estudos. Ao combinar o tempo livre com os estudos, é possível transferir esses 
recursos para as atividades em família. Comparado com momentos de diversão na sala de 
aula, ele oferece a possibilidade de aproveitar o tempo restante em sala de aula de forma mais 
significativa. 
 
O brinquedo, a brincadeira e o jogo são recursos auxiliares para o desenvolvimento 
físico, mental e sócio emocional da criança. Essas atividades assumem função lúdica 
(diversão, prazer ou certo desprazer que o brinquedo propicia) e função educativa 
(conhecimento e apreensão do mundo, que completa o indivíduo em seu saber). 
(KISHIMOTO,2003, p.94). 
 
 As atividades lúdicas desempenham um papel fundamental no bem-estar físico, mental 
e social das crianças. Os brinquedos e as brincadeiras proporcionam alegria, satisfação e 
prazer à criança, pois ela se envolve e se sente parte integrante de um determinado jogo. No 
entanto, é importante ressaltar que também podem surgir sentimentos de insatisfação quando 
a criança não consegue alcançar seus objetivos ou ideais durante a brincadeira. 
 A importância dos jogos está na atividade lúdica em que a criança desenvolve o 
conhecimento do mundo adulto, e em particular os primeiros sinais da capacidade humana, a 
15 
 
capacidade de imaginar. “Brincando a criança cria situações fictícias, transformando com 
algumas ações o significado de alguns objetos”. (VYGOTSKY, 1991, p.122). 
 Através dos jogos, a criança adentra o mundo dos adultos e manifesta interesse em 
aprender sobre ele, criando um mundo imaginário exclusivo, no qual ela desenvolve suas 
próprias brincadeiras, inspiradas no universo dos mais crescidos. Os jogos e brincadeiras 
refletem a maneira como os adultos se relacionam com as crianças, revelando suas 
concepções e representações sobre o sujeito infantil. É fundamental falar, organizar, sugerir, 
respeitar e apreciar os jogos infantis, pois é por meio da atividade lúdica que a criança adquire 
conhecimentos sobre o mundo adulto, dando os primeiros indícios de sua capacidade 
imaginativa e enraizando-se na sua vivência infantil. 
 A criança aprende a enfrentar o mundo moldando sua personalidade, enfrentando o 
medo através da brincadeira e a criança encontra sua identidade. O professor é o principal 
responsável por fazer e preparar uma ferramenta didática para o jogador aos alunos sobre o 
jogo e os momentos do jogo e as regras a seguir. O jogo pode ser considerado não apenas um 
prazer, mas também um complemento que a criança se diverte brincando e aprende de forma 
prazerosa e sem muito esforço despesas para que possam aprender de uma forma diferente 
quando superarem suas dificuldades. 
 
1.1 Desenvolvimento Infantil 
 
 
 O jogo sempre foi uma atividade intrínseca ao ser humano, conforme abordado pelos 
autores Álvaro Cabral e Christiano Monteiro Oiticica em sua tradução da obra de Jean Piaget 
(1896-1980) intitulada "A formação do Símbolo na Criança: imitação, jogo e sonho, imagem 
e representação". Neste livro, Piaget explora minuciosamente a valorização do brincar na 
infância. É relevante ressaltar, de acordo com o autor Cabral , que: 
 
“ O jogo evolui, pelo contrário, por relaxamento do esforço adaptativo e por 
manutenção e exercício de atividade pelo prazer único de dominá-lo e delas extrair 
como que um sentimento de eficácia ou de poder. A imitação e o jogo unirse-ão, 
bem entendido, mas somente no nível da representação, e constituirão assim o 
conjunto do que poderíamos designar por adaptação inatuais, em contraste com a 
inteligência em ato em trabalho. ( CABRAL e OITICICA,2009:118).” 
 
 
 Segundo MARTIÑÁ (2005, p.133), fazer do próprio corpo uma relação de bens ou de 
recursos, ou seja, “um inventário, é uma forma de começar a conhecer -se como o mais 
16 
 
próximo de si, para depois generalizar esse conhecimento para o outro e toda realidade 
exterior”. 
 Nesse sentido, a função sensorial pode ser uma etapa do seu desenvolvimento uma 
criança que precisa ser estimulada para possibilitar um melhor desenvolvimento físico, 
psicológico e cognitivo. Da mesma forma, o treinamento silencioso combina naturalmente em 
um ambiente descontraído que geralmente segue a fase de aquecimento recém-concluída. 
Imagine Na opinião do autor, esta proposta ainda deve ser considerada por toda criança ou 
aluno mentalmente para o seu corpo. 
 Distinguir partes mais rijas de partes mais macias; identificar diferenças de 
flexibilidade dos ombros, braços e de cada articulação do corpo; imaginar, sem se mover, as 
possibilidades e impossibilidades de movimentos das mãos, pés e respectivos dedos, e de 
outras partes do corpo. (MARTIÑÁ, 2005: 133). 
 Portanto, se a brincadeira for estimulada desde cedo, a criança mostra o início pensar 
nas suas fronteiras, limites, saber lidar com as situações no futuro, trabalhar com recursos 
cognitivos, emocionais, sociais e físicos; suas habilidades, habilidades, possibilidades e 
também seus limites. Piaget tem a proposta de um agrupamento considerando o nível do 
desenvolvimento cognitivo, e que cada etapa desse desenvolvimento se deve a superação da 
etapa anterior. Abaixo as etapas: 
 Estágio sensório – motor (0-2 anos): Jogos de exercícios - nessa fase é trabalhado o 
reflexo é a fonte da informação, que desde os primeiros nos de vida, a criança sente alegria 
quando realiza a repetição de movimentos e gestos coo: bater, puxar, apertar ou lançar 
objetos. 
 Estágiopré-operatório (2-6 anos): Jogos simbólicos – nessa fase a criança expõe 
capacidade de trocar um objeto concreto, por algo que o caracteriza, assim criando símbolos. 
Cria situações, fantasias abrindo espaço para a imaginação. 
 Estágio operatório concreto (6 a 11 anos): jogos de regras – nessa etapa, a criança 
adquire noções de espaço e de tempo, é onde se inicia o processo dos jogos em grupos, a 
divisão das responsabilidades e já aceita a regras os jogos que são colocadas pela coordenação 
do grupo; 
 Estágio operatório formal (11 anos até a fase adulta): jogos de estratégias nessa etapa, os 
jogos já assumem uma configuração mais complicadas, pois passam por associações sensório-
motoras e intelectuais. Se conciliam em um conjunto bem mais rigoroso com regras e a 
disputa se torna mais presente. 
17 
 
 A prática do brincar contribui para o desenvolvimento da criança, preparando-a para 
futuras responsabilidades no trabalho. Durante as brincadeiras, a criança é convidada a 
exercitar sua atenção e concentração, o que promove o aumento da autoestima e auxilia na 
construção de relações de confiança, tanto consigo mesma quanto com os outros. Além disso, 
brincar proporciona à criança a oportunidade de desenvolver habilidades sociais, como 
compartilhar espaços e experiências com outras pessoas. 
 Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por processos 
íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança 
determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar 
mesmo se não a entendemos.” (GARDNEI apud FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004). 
 Todas essas vantagens devem ser reforçadas no ambiente escolar. Como já 
mencionado, o jogo facilita o aprendizado e ativa, ou seja, promove a criatividade diretamente 
para a criação de conhecimento. Então professores deve estar atento ao praticar este jogo e 
melhorar o seu contexto. Ao observar o jogo os educadores são capazes de entender as 
necessidades de cada criança, seu nível desenvolvimento, sua organização e utilizá-los no 
planejamento de atividades pedagógicas. 
 
1.2 A Educação Infantil no Brasil 
 
A trajetória da Educação Infantil no Brasil é marcada por significativos progressos que 
contribuíram para a democratização do acesso à educação de qualidade no país. Esses avanços 
são delineados em documentos fundamentais como a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), que destaca os aspectos históricos desse nível educacional e estabelece diretrizes 
claras para o desenvolvimento e aprendizado infantil. 
Segundo a BNCC (2018), as crianças têm seis direitos essenciais ao seu 
desenvolvimento: conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. Para 
facilitar esses direitos, o documento define cinco campos de experiências: "O eu, o outro e o 
nós"; "Corpo, gestos e movimentos"; "Traços, sons, cores e formas"; "Escuta, fala, 
pensamento e imaginação"; e "Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações". 
Cada um desses campos abrange objetivos de aprendizagem organizados por faixa etária, que 
visam a promover uma educação integral e adaptada às necessidades das crianças. 
Historicamente, a expressão "pré-escolar" foi utilizada até a década de 1980 para 
designar a fase educacional que precedia o Ensino Fundamental, não sendo considerada parte 
da educação formal. Com a Constituição Federal de 1988, essa visão começou a mudar, e a 
18 
 
Educação Infantil foi reconhecida como dever do Estado para crianças de zero a seis anos. A 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, consolidou essa mudança ao integrar 
a Educação Infantil à Educação Básica, e emendas subsequentes, como a Emenda 
Constitucional nº 59 de 2009 e alterações na LDB em 2013, estabeleceram a obrigatoriedade 
do atendimento educacional para crianças de quatro e cinco anos. 
Além de formalizar direitos, a BNCC ressalta a importância de integrar educação e 
cuidado, promovendo uma prática educativa que considera as interações e a brincadeira como 
eixos centrais. Isso reflete a crescente compreensão de que cuidar é uma parte indissociável 
do processo educativo. O envolvimento das famílias e o estabelecimento de um diálogo 
contínuo entre instituições de ensino e comunidade são fundamentais para maximizar as 
oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento durante a primeira infância. 
Ao longo da história, a percepção sobre a infância não foi constante, moldando-se 
conforme as alterações sociais de cada era. Na Roma Antiga, por exemplo, os laços afetivos 
eram frequentemente eclipsados por relações de conveniência, resultando em frequentes 
abandonos e adoções, conforme indica Tomas (2001). No Império Romano, o cuidado e a 
educação inicial das crianças eram confiados às amas de leite. Apenas os meninos tinham o 
privilégio de uma educação formal, sob a tutela de pedagogos responsáveis tanto pela 
instrução didática quanto pelas boas maneiras, um ensino marcado pela severidade e escassez 
de afeto (Ariès, 1960). 
Conforme Ariès (1981) destaca, na Idade Média, o conceito de infância era 
praticamente inexistente. As crianças eram rapidamente integradas ao mundo adulto, 
geralmente a partir dos seis ou sete anos, sem nenhuma consideração especial pela sua 
fragilidade ou necessidades específicas. A sociedade medieval não atribuía valor aos 
sentimentos infantis, e as famílias não mantinham vínculos afetivos fortes. As crianças eram 
vistas como miniaturas adultas, inclusive na arte da época, e esperava-se que adotassem 
comportamentos e responsabilidades adultas precocemente. 
Essa desvalorização persistiu por séculos, influenciada pela estrutura social e 
econômica, pela alta mortalidade infantil e pela alocação de responsabilidades educacionais a 
terceiros, como amas de leite (Corso & Corso, 2006). Foi apenas no final do século XVII, 
com uma maior influência da igreja católica na educação e no núcleo familiar, que começou a 
haver uma mudança de perspectiva, valorizando-se a criação de laços afetivos e emocionais 
dentro das famílias. 
 
19 
 
Ariès (1981) observa que, com essa mudança, a família passou a centralizar suas 
atenções na criança, elevando-a a uma posição de importância inédita, onde a perda ou a 
substituição de uma criança passou a ser vista como uma fonte de imenso sofrimento. Com o 
tempo, isso levou a um planejamento familiar mais consciente e a uma relação de cuidado 
recíproco entre pais e filhos. 
Essa nova visão da infância começou a consolidar-se ainda mais no século XX, 
culminando com a declaração dos direitos da criança pela Assembleia Geral das Nações 
Unidas em 1959 e a adoção da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança em 
1989, reconhecendo as crianças como cidadãos plenos de direitos (Tomas, 2001). Hoje, a 
sociedade reconhece a necessidade de proporcionar um ambiente que valorize e facilite o 
crescimento e o desenvolvimento das crianças como membros integrais e ativos da 
comunidade. 
Em resumo, a Educação Infantil no Brasil, conforme delineado na BNCC e apoiado 
por legislação específica, é vista como uma etapa crucial que não só prepara as crianças para 
etapas futuras da educação formal, mas também as envolve em um processo contínuo de 
desenvolvimento pessoal e social. A conscientização de todos os envolvidos – pais, 
educadores, governo e comunidade – sobre a importância desta fase é essencial para o avanço 
contínuo desta etapa educacional. 
 
1.3 Ludicidade 
 
A ludicidade, derivada do termo latino "Ludus" que significa "jogo" ou "brincar", é 
um conceito fundamental na educação, abrangendo jogos, brincadeiras e todas as atividades 
que envolvem a fantasia e a imaginação. Essencial no processo de ensino-aprendizagem, 
especialmente na Educação Infantil, a ludicidade é uma ferramenta chave para o 
desenvolvimento cognitivo das crianças, permitindo queelas interpretem e construam seus 
pensamentos por meio da brincadeira. 
Abordar o conceito do lúdico na atualidade, especialmente no contexto da educação 
infantil, apresenta desafios devido à diversidade de perspectivas e investigações sobre o tema. 
Winnicott (1995 apud PINTO; TAVARES, 2010, p.230) descreve o lúdico como uma 
atividade envolvente e prazerosa, capaz de capturar completamente a atenção do indivíduo, 
gerando entusiasmo. Almeida (2009, p.01) explora a etimologia do termo lúdico, derivado do 
latim "ludus", que significa "jogo", indicando uma atividade essencialmente espontânea e 
recreativa. 
20 
 
 
Piaget e Winnicott (1975 apud DALLABONA; MENDES, 2010, p.03) observam que 
as noções de jogo, brinquedo e brincadeira são construções que evoluem com a experiência 
pessoal, servindo tanto para designar formas de brincar quanto para denotar diversão. Por sua 
vez, Velasco (1996 apud FERNANDES, 2012, p.13) e Kishimoto (1994 apud MAURÍCIO, 
2008) afirmam que a brincadeira é uma forma de entretenimento própria da infância, uma 
atividade espontânea que facilita o desenvolvimento e a socialização sem exigir planejamento 
ou seriedade. 
Gaspar (2011, p.12) sugere que o lúdico é definido comumente como algo que 
proporciona prazer e alegria, sendo um catalisador de experiências gratificantes, tais como 
interações entre pessoas e animais ou crianças e brinquedos. De modo geral, pode-se entender 
a atividade lúdica como uma prática criativa que estimula naturalmente o pensamento e a 
aquisição de conhecimento de maneira agradável e espontânea. 
É importante reconhecer que a curiosidade e o aprendizado são aspectos intrínsecos à 
condição humana, e que o contato e a convivência com outros favorecem essa dinâmica de 
descoberta e integração social. Conforme Negrine (2000 apud SÁ, 2004, p. 02), a capacidade 
lúdica é vista como um reflexo da trajetória de vida, configurando-se mais como um estado de 
espírito e um conhecimento que se desenvolve progressivamente através das experiências de 
vida. 
Jean Piaget (1972), um pioneiro no estudo da cognição infantil, observou que as 
crianças nascem com pré-condições neurológicas para adquirir conhecimento, mas é através 
do jogo — seja simbólico ou com regras ajustadas à idade — que essas capacidades são 
efetivamente estimuladas e desenvolvidas. 
Além dos benefícios cognitivos, a ludicidade também fomenta o desenvolvimento 
sócio-afetivo e psicomotor. No contexto social, as crianças desenvolvem vínculos afetivos e 
aprendem a coexistir harmoniosamente com outras pessoas e com o mundo ao seu redor. No 
aspecto psicomotor, atividades físicas como correr, pular e explorar o ambiente são cruciais, 
especialmente num mundo cada vez mais digital, onde o excesso de tecnologia pode impactar 
negativamente esse desenvolvimento. 
Lev Vygotsky (1989) enfatizou a importância do brinquedo no desenvolvimento 
infantil, argumentando que é por meio das atividades lúdicas que a criança aprende a agir 
numa esfera cognitiva, guiada por motivações internas, em vez de responder passivamente a 
estímulos externos. 
21 
 
Célestin Freinet também ressaltou que a ludicidade não é apenas um meio de diversão, 
mas uma abordagem que engloba o desenvolvimento pessoal, cultural e social, além de 
contribuir significativamente para a saúde mental e física. 
Segundo Luckesi (2000), a ludicidade é uma experiência de imersão total, onde a 
pessoa está completamente engajada e presente, não apenas em jogos e brincadeiras, mas em 
qualquer atividade que integre pensamento, emoção e ação. Esse estado de engajamento pleno 
transforma qualquer atividade em uma experiência lúdica, independentemente de seu 
contexto. 
Assim, a ludicidade representa um componente vital no desenvolvimento integral das 
crianças, oferecendo um caminho enriquecedor e essencial para o aprendizado e o 
crescimento pessoal. Ao promover uma abordagem lúdica na educação, estamos não só 
capacitando as crianças para o conhecimento acadêmico, mas também para a vida em sua 
plenitude. 
 
CAPÍTULO II – DINÂMICAS DA LUDICIDADE - JOGOS E BRINCADEIRAS 
NA FORMAÇÃO INFANTIL 
 
2.1 O Lúdico no Ambiente Escolar 
 
O uso do lúdico como um instrumento pedagógico é essencial na educação infantil, 
pois enquanto as crianças engajam-se em jogos e brincadeiras, elas não só se divertem mas 
também aprendem de maneira eficaz. De acordo com Grassi (2008, citado por Modesto & 
Rubio, 2014, p.2), o jogo é uma atividade que envolve esforço físico ou mental que promove 
o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e emocionais, alcançando um objetivo 
dentro de um conjunto de regras estabelecidas. 
A brincadeira, segundo Kishimoto (2002, p. 23), deve ser integrada na proposta 
pedagógica das escolas como um eixo central no trabalho educativo com crianças. Esta 
integração facilita não apenas o aprendizado acadêmico mas também fortalece as relações 
sociais dentro e fora da sala de aula, como em ambientes como a brinquedoteca. 
Piaget (1975, p.55) ressaltou que o ato de brincar é uma forma das crianças 
expressarem seu aprendizado, interagindo ativamente com o meio lúdico e revelando 
características que muitas vezes não são visíveis em outros contextos, especialmente em 
crianças mais introvertidas. Vygotsky (1998, citado por Vaz, 2013, p.19), destacou a 
22 
 
importância do lúdico na educação ao observar que ele cria uma "zona de desenvolvimento 
proximal" que facilita o amadurecimento dos processos cognitivos e sociais em formação. 
As preocupações com a eficácia do lúdico são compartilhadas por diversos educadores 
e teóricos, como Resende (1999, p. 42-43), que argumenta a favor de uma educação que não 
se concentre apenas nos talentos ou gênios, mas que busque oferecer igualdade de 
oportunidades de aprendizado para todos os estudantes. 
De acordo com Silva (2003, p. 16), muitas vezes as atividades lúdicas são 
subestimadas e vistas como perda de tempo dentro do contexto escolar, uma percepção que 
precisa ser mudada para que o verdadeiro valor educativo das brincadeiras seja reconhecido. 
Pereira (2005, p.19-20) defende que as atividades lúdicas oferecem muito mais do que 
entretenimento; são oportunidades de descoberta, construção de conhecimento e integração 
social. Por fim, Modesto e Rubio (2014, p. 03) reforçam que a discussão sobre a importância 
dos jogos e brincadeiras na educação vem ganhando espaço, reconhecendo a capacidade das 
crianças de raciocinar e resolver problemas durante estas atividades. 
Portanto, é evidente que a ludicidade desempenha um papel crucial no 
desenvolvimento infantil, contribuindo para o crescimento cognitivo, emocional e social das 
crianças, enquanto transforma a sala de aula em um espaço dinâmico de aprendizado ativo e 
construtivo. 
 
2.2 O Lúdico e a Aprendizagem das Crianças 
 
O brincar é uma atividade que promove o desenvolvimento físico, cognitivo e 
psicológico, incentivando o crescimento intelectual, a exploração do conhecimento e 
facilitando os processos de aprendizagem. O lúdico é visto como uma estratégia eficaz para 
desenvolver a atenção, um elemento essencial para o aprendizado, além de fomentar o 
respeito, a confiança e fortalecer as relações sociais dentro do grupo. 
De acordo com Vygotsky (1984, citado por Dallabona e Mendes, 2010, p.06), o ato de 
brincar tem um papel crucial no desenvolvimento do pensamento infantil. Através do jogo e 
da brincadeira, a criança manifesta suas capacidades cognitivas, visuais, auditivas, táteis e 
motoras, e aprende a se relacionar cognitivamente com o mundo ao seu redor. 
No decorrer do brincar, as crianças constroem e reconstruem sua percepção do mundo; 
elas desenvolvem habilidades sociais por meio da interação, e da adoção e experimentação de 
regras e papéis sociais nas brincadeiras. As crianças também reelaboram suas experiências 
diárias em contextos imaginários ou virtuais, conforme descrevem Dallabona e Mendes23 
 
(2010, p.06). 
Segundo Modesto e Rubio (2014, p.03), o jogo é essencial para a expressão da 
criatividade infantil, permitindo que as crianças utilizem suas capacidades de forma completa, 
conectando-se com seu próprio ser. A aprendizagem durante o jogo ocorre através da 
formação de conceitos, que são absorvidos de maneira mais natural e duradoura durante a 
brincadeira. 
É fundamental que os educadores não vejam as atividades lúdicas meramente como 
um passatempo, mas como uma oportunidade para interação, troca e compartilhamento. Silva 
(2011, p. 27) enfatiza que a atividade lúdica bem conduzida pode integrar pensamentos, 
emoções e movimentos na prática pedagógica diária, sendo, portanto, essencial para o 
desenvolvimento integral da criança. 
Espera-se que o lúdico seja incorporado de forma contínua no dia a dia das instituições 
educativas, tornando-se uma parte vital da atuação do educador, que deve estar plenamente 
engajado e flexível durante a prática. A utilização de jogos e brincadeiras em sala de aula é 
crucial para o desenvolvimento social, principalmente para alunos que enfrentam dificuldades 
de relacionamento e compreensão. 
Educadores que integram jogos e brincadeiras em suas práticas pedagógicas 
promovem a socialização e cooperação entre os alunos, facilitando a participação coletiva na 
resolução de problemas. Modesto e Rubio (2014, p. 04) observam que essa abordagem 
permite trocas ricas de experiências entre os alunos e amplia as formas de abordar e resolver 
questões. 
Portanto, espera-se que o educador transcenda o papel tradicional de transmissor de 
informações e assuma uma posição de mediador vital nas interações das crianças com os 
objetos de conhecimento. Ao incorporar o lúdico, a sala de aula se transforma em um 
ambiente onde o conhecimento é reelaborado de maneira coletiva ou individual, e a criança 
torna-se a protagonista de sua própria trajetória social e construtora de sua identidade. 
Modesto e Rubio (2014, p. 05) destacam que as crianças, ao estarem envolvidas com o lúdico, 
seguem naturalmente o caminho para a autoafirmação social, impulsionando o seu 
aprendizado. 
 
2.3 A brincadeira x criança 
 
 Seres humanos têm capacidades tremendas para aprender e se desenvolver, como 
pode ser facilmente visto se observarmos uma criança explorando ativamente seu ambiente 
24 
 
durante os primeiros anos de vida e depois na escola e em outros meios educacionais. 
O Brinquedo e a criança estão interligados. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver 
algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. 
Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da 
utilização e experimentação de regras e papéis sociais. 
Piaget, In Kishimoto (1998), diz: “[...] a polêmica em torno da utilização pedagógica 
do lúdico deixa de existir quando se respeita sua natureza. O significado usual da prática 
educativa e os estudos de natureza psicológica referendam sua adoção na educação infantil.” 
(1994, p.22). A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, 
sendo por isso indispensável à prática educativa. É importante para o desenvolvimento físico, 
intelectual e social, e por isso seu conceito vem sendo ampliado, deixando de ser visto como 
um simples divertimento, sendo seu uso favorecido pelo contexto lúdico, oferecendo à criança 
a oportunidade de utilizar a criatividade, o domínio de si e à afirmação da personalidade. 
A brincadeira olhada de forma pedagógica nos faz repensar a prática e as 
oportunidades que acontecem em nossa sala. O papel da brincadeira educativa é bastante 
forte, mas nem tudo é marcado pela função pedagógica. As crianças precisam de momentos 
da brincadeira para a brincadeira. Cabe ao professor o papel de observador/mediador nestes 
momentos, procurando intervir quando for absolutamente necessário. 
Portanto a ludicidade vem para abrir novos espaços na educação, com vista ao 
crescimento de todos, professores e alunos, sendo importante termos a conscientização do 
tempo que é dado à criança para brincar e se desenvolver. A educação escolar, principalmente 
a Educação Infantil, precisa estar fundamentalmente comprometida com o experimentar, 
sentir, vivenciar da criança, ou seja, desenvolver habilidades práticas que lhe permitam, ao 
mesmo tempo, interagir com o mundo e, aos poucos, ir construindo um sentido para o vivido, 
para a sua vida e tudo que a cerca, isto é, estabelecer relações de pertencimento e de 
identificação. 
As atividades lúdicas são animações que têm como intenção causar prazer e 
entretenimento a quem pratica, e ainda contribuir para o desenvolvimento das potencialidades 
humanas das crianças, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento físico, 
motor, emocional, cognitivo e social. 
 
2.3.1 O jogo x criança 
 
 É por meio dos jogos que as crianças vivenciam diferentes papéis, reinventa e 
25 
 
experimenta, ou seja, aprendem que existem regras básicas a serem seguidas, em um processo 
de descobrimento da própria identidade e é nesta interação que se efetivam as trocas, a 
negociação e a cumplicidade, surgindo assim às regras de conduta que darão sentido a prática 
educativa no dia a dia na sala de aula. 
O jogo tem uma influência positiva, ensinando as crianças a aceitar regras, esperar sua 
vez, aceitar o resultado lidar com frustrações e elevar o nível de motivação. Dessa forma, 
brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende 
a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprende regras e conseguir uma participação 
satisfatória. 
A situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de 
comportamento, embora possa ser um jogo com regras formais estabelecidas. A criança 
imagina-se mãe da boneca e, dessa forma, deve obedecer as regras do comportamento 
maternal. (Vygotsky, 1998, p. 108). 
Com relação ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele é essencial na vida da criança. E 
que o mesmo pode ser estruturado em três formas: 
- Jogo de exercício que é aquele em que a criança repete uma determinada situação por 
puro prazer e satisfação. 
-Jogos simbólicos, que satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar 
mentalmente o acontecido, mas de executar a representação. 
-Jogo com regras, estes se caracterizam pela regularidade, limitações e restrições de 
maneira harmoniosa. 
Neste sentido, Piaget (1978, p. 189) descreve: “Todo jogo é, num certo sentido, 
altamente interessado, pois o jogador se preocupa certamente com o resultado de sua 
atividade”. Os jogos estão ligados não só ao divertimento e ao desenvolvimento físico, mas 
também e principalmente ao desenvolvimento intelectual, aprimorando reflexos, estimulando 
a memória, exercitando o raciocínio e apropriando a realidade humana. 
De modo geral, o jogo é uma atividade dinâmica, expressão de alegria, desafiador, 
prazeroso e competitivo. É movimento e ação, regido por regras e desafios que estimulam e 
ativam a aprendizagem da criança no seu desenvolvimento pessoal e de sociabilidade. 
 
2.3.2 Os desafios do professor para estimular o brincar frente as tecnologias 
 
De acordo com estudos realizados por Borges, Rocha e Rodrigues (2014), as 
atividades lúdicas relacionadas aos brinquedos têm sofrido influências do capitalismo desde a 
26 
 
era da industrialização. Brinquedos, que anteriormente eram vistos como ferramentas 
puramente para diversão, agora são considerados produtos de consumo, transformando-se em 
objetos de desejo na sociedade capitalista, que cada vez mais incorpora tecnologia para 
atender às suas demandas. A tecnologia, particularmente, está se tornando cada vez mais 
presente na infância, ocupando um espaço anteriormente dedicado à exploração e descoberta 
livres. 
Gomes (2013) observa que a globalização e a tecnologia têm um impacto significativonos processos de socialização, na aquisição de valores, percepção e ação no mundo, afetando 
inclusive as maneiras de brincar. No ambiente contemporâneo, as crianças já nascem imersas 
em uma cultura dominada pela tecnologia, o que altera suas formas de brincar e aprender. 
Dispositivos como tablets, smartphones e videogames oferecem jogos que estimulam o 
desenvolvimento mental e a oralidade, mas podem limitar o desenvolvimento de habilidades 
motoras, afetando potencialmente o desenvolvimento cognitivo e o processo de 
aprendizagem. 
É essencial que os espaços educacionais se adaptem a essa nova realidade para 
proporcionar uma aprendizagem de qualidade e significativa. Gomes (2013) sugere que 
aplicativos podem ser úteis para desenvolver capacidades cognitivas, ajudando no 
aprendizado de cores, formas e coordenação motora, além de auxiliar no processo de 
alfabetização. Professores devem estar abertos a adaptar seus métodos pedagógicos, 
utilizando uma variedade de recursos para resgatar brincadeiras tradicionais e integrar 
tecnologias de forma crítica, enriquecendo o aprendizado dos alunos. 
Em meio a essas mudanças, Friedman (2009) destaca que cada geração de crianças 
adapta brincadeiras antigas e cria novas, refletindo características e sensibilidades próprias. 
Esse dinamismo sublinha a importância histórica das brincadeiras tradicionais e como elas são 
transformadas em resposta às mudanças sociais. Assim, é crucial que os educadores façam 
uma ponte entre o resgate dessas atividades lúdicas e a integração com as novas tecnologias, 
garantindo que o ato de brincar continue sendo uma janela privilegiada para a cultura. 
 
2.3.3 A influência da tecnologia na saúde física e mental da criança 
 
O fenômeno da substituição das brincadeiras tradicionais, como pega-pega e esconde-
esconde — atividades que envolvem interação física —, por jogos digitais em dispositivos 
eletrônicos, está impactando negativamente a saúde física e mental das crianças, aumentando 
a incidência de obesidade devido ao sedentarismo, ou seja, a falta de atividade física 
27 
 
resultante do uso excessivo de tecnologia. 
Machado (2011) destaca que a tecnologia tem ocupado um espaço significativo no 
universo infantil, reduzindo as atividades físicas entre as crianças, que se tornam 
progressivamente mais sedentárias por passarem muito tempo assistindo televisão, jogando 
videogame ou usando computadores, negligenciando assim as oportunidades de desfrutar das 
atividades cotidianas ao ar livre. 
Esse aumento na interação com dispositivos eletrônicos está condicionando os 
estímulos que anteriormente eram associados às brincadeiras ao ar livre, fazendo com que a 
tecnologia torne-se um substituto para os reforços naturais e primários das atividades 
tradicionais. Essa nova realidade faz com que o lazer seja frequentemente confundido com 
outras atividades como estudo, devido à falta de controle e diretrizes claras sobre o uso da 
tecnologia. 
No cenário do século XXI, onde a tecnologia avança rapidamente, a facilidade de 
acesso à informação contribui para uma vida mais sedentária, uma vez que a comodidade e a 
rapidez na obtenção de informações reduzem o esforço necessário para buscar alternativas de 
lazer e estudo. 
Com a dependência crescente da tecnologia, principalmente entre crianças, há um 
aumento do isolamento social. No entanto, esse problema pode ser controlado se os pais e 
responsáveis se conscientizarem e tomarem medidas para reintroduzir as brincadeiras 
tradicionais e promover a interação física, de modo a evitar que seus filhos tornem-se 
excessivamente dependentes de recursos tecnológicos. 
Guedes aponta que, até mesmo no ambiente escolar, falta a incorporação de atividades 
que estimulem a psicomotricidade e a criatividade das crianças de maneira prática e dinâmica 
através do contato físico, possibilitando assim a recuperação dos hábitos tradicionais de 
brincar entre colegas e familiares. Isso destaca a necessidade de reavaliar o uso da tecnologia, 
balanceando seus aspectos benéficos e prejudiciais ao desenvolvimento infantil. 
 
CAPÍTULO III - PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COM JOGOS, BRINQUEDOS E 
BRINCADEIRAS 
 
A ludicidade, como explorada através dos jogos e brincadeiras, oferece um território 
fértil para o desenvolvimento cognitivo das crianças. O ato de brincar, conforme descrito por 
Piaget e Vygotsky, não é apenas uma atividade recreativa, mas uma ferramenta essencial que 
facilita a construção de conhecimento e o desenvolvimento de habilidades complexas como a 
28 
 
resolução de problemas, a criatividade e a capacidade de planejamento. Ao brincar, a criança 
experimenta situações que desafiam seu entendimento e estimulam sua capacidade de pensar 
de forma abstrata e concreta. 
Uma questão crítica que surge é como os educadores e o sistema educacional podem 
integrar efetivamente a ludicidade no currículo formal sem diminuir a seriedade percebida da 
educação infantil. A preocupação com o equilíbrio entre jogo e educação formal é uma 
constante, onde a ludicidade deve ser vista não como um substituto, mas como um 
complemento que enriquece o processo educacional. 
Os educadores têm um papel fundamental na orquestração de um ambiente que 
promove a ludicidade. Eles devem ser capacitados para identificar e utilizar jogos e 
brincadeiras que se alinham com os objetivos educacionais. Isso inclui não apenas a seleção 
de atividades adequadas, mas também a adaptação e moderação dessas atividades para atender 
às diversas necessidades de aprendizagem das crianças. 
A capacitação dos professores para utilizar a ludicidade como uma ferramenta 
pedagógica eficaz é crucial. Como podem os programas de formação de professores 
incorporar módulos ou cursos que preparem os futuros educadores para integrar o jogo como 
uma estratégia de ensino? Além disso, como as escolas podem apoiar os professores em 
exercício para continuar desenvolvendo suas habilidades nesse aspecto? 
Com o avanço da tecnologia, a natureza do jogo infantil tem mudado. Enquanto os 
dispositivos digitais podem oferecer novas oportunidades para o jogo imaginativo e interativo, 
eles também podem limitar as interações físicas que são essenciais para o desenvolvimento 
motor e social das crianças. 
O desafio atual é como integrar tecnologia de maneira que complemente as atividades 
lúdicas tradicionais sem substituí-las. Como os educadores e pais podem equilibrar o uso da 
tecnologia para garantir que as crianças ainda tenham oportunidades suficientes para 
brincadeiras físicas e interativas? Qual o papel das políticas educacionais na regulação do uso 
da tecnologia na educação infantil? 
A ludicidade não apenas apoia o desenvolvimento cognitivo e social, mas também é 
crucial para a saúde mental das crianças. Através do jogo, as crianças aprendem a gerenciar 
suas emoções, enfrentar desafios e resolver conflitos, desenvolvendo resiliência e 
adaptabilidade. 
Diante do crescente reconhecimento dos problemas de saúde mental em crianças, 
como a ansiedade e o estresse, como a educação infantil pode intensificar o uso de atividades 
29 
 
lúdicas para apoiar o bem-estar emocional das crianças? Qual o papel dos pais e da 
comunidade neste processo? 
Essa ampliação do capítulo 1 oferece uma oportunidade para um exame mais 
detalhado e uma discussão rica sobre como a ludicidade é integrada na educação infantil, 
destacando seu impacto vital no desenvolvimento abrangente das crianças. 
 
3.1 Importância das Leis e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na educação Infantil 
 
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo estabelecido 
como um plano orgânico e sequencial de aprendizagem essencial para o desenvolvimento do 
aluno ao longo das etapas da educação básica, conforme estabelecido pelo Plano Nacional de 
Educação (PNE). Definido no artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), Lei nº9.394/1996, este documento é direcionado exclusivamente para a educação 
escolar e é orientado por princípios éticos, políticos e estéticos visando à formação integral do 
ser humano e ao estabelecimento de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva 
(BRASIL, 2017). 
A BNCC configura o currículo das redes de ensino federal, estadual e municipal, 
sendo integrante da política nacional da Educação Básica. Seu propósito é contribuir para a 
formação de educadores, bem como para a avaliação e elaboração de conteúdos educacionais 
e para determinar os critérios de infraestrutura necessária para o progresso educacional. 
Com a globalização, a busca por inovação no campo educacional brasileiro se 
intensificou, pois o aprendizado é visto como fundamental no processo educativo. O estudante 
deve ser capaz de compreender o seu contexto histórico e cultural, comunicando-se de 
maneira criativa, analítica, crítica e colaborativa, preparado para novas experiências e 
demonstrando resiliência e responsabilidade (BRASIL, 2017). 
Segundo Souza (2020), é crucial desenvolver a competência de "aprender a aprender", 
além de saber gerenciar informações e navegar nas culturas digitais. Essas habilidades são 
essenciais para solucionar problemas, tomar decisões e entender situações complexas, bem 
como para aprender a conviver com as diferenças e diversidades. 
Importante ressaltar que a BNCC influencia significativamente a educação integral, 
reconhecendo a Educação Básica como um meio para alcançar o desenvolvimento humano 
completo, sob uma perspectiva tanto cognitiva quanto afetiva. A escola é concebida como um 
espaço democrático de aprendizado e inclusão, onde o respeito às diversidades é fundamental. 
Os direitos ao aprendizado propostos pela BNCC buscam uma mudança substancial no 
30 
 
ensino e aprendizagem, visando a uma formação integral que mantenha os alunos na escola e 
contribua para a formação de cidadãos capazes de transformar e enriquecer a sociedade. A 
BNCC orienta sobre os conhecimentos e habilidades essenciais a serem desenvolvidos pelas 
crianças e jovens em todo o país, formando a base dos currículos e projetos político-
pedagógicos das escolas (SOUZA, 2020). 
A BNCC visa garantir que os alunos desenvolvam competências gerais, orientando o 
trabalho escolar e docente em todas as áreas de ensino. Essas competências são definidas 
como a capacidade de mobilizar conhecimentos, conceitos, habilidades, práticas, cognições e 
emoções sociais, além de atitudes e valores para responder a demandas complexas do dia a 
dia, da cidadania plena e do mundo do trabalho, abrangendo todas as etapas da educação 
básica, desde a infância até o ensino médio (BRASIL, 2017). 
O Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990, artigo 
2º, parágrafo único, enfatiza que a criança, como todo ser humano, está inserida em uma 
sociedade que deve proporcionar um desenvolvimento favorável, seja ele psicomotor, afetivo 
ou cognitivo (BRASIL, 2017). 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI, Resolução 
CNE/CEB nº 5/2009), artigo 4º, descrevem a criança como um ser histórico, detentor de 
direitos, que interage, brinca, imagina e constrói sua própria cultura em sociedade. O artigo 9º 
sublinha que as práticas pedagógicas desta fase da educação básica, focadas em interações e 
brincadeiras, são experiências através das quais as crianças constróem e assimilam 
conhecimentos por meio de suas ações e interações com outras crianças e adultos, facilitando 
a aprendizagem, desenvolvimento e socialização (BRASIL, 2010). 
Conforme Souza (2020), a BNCC também promove interação e brincadeiras, 
garantindo seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil, propiciando 
às crianças o papel ativo na resolução de problemas e na construção de conhecimentos 
significativos com eles mesmos e com os outros, englobando convivência, brincadeira, 
participação, exploração, expressão e conhecimento. Esses direitos são fundamentais para o 
desenvolvimento infantil. 
 
3.2 Métodos que integram a ludicidade nas atividades escolares 
 
É fundamental reconhecer a importância da ludicidade no desenvolvimento infantil e 
nos processos educacionais, pois ela fomenta um aprendizado mais efetivo. Assim, é essencial 
que todos os envolvidos no ambiente escolar participem ativamente nesse intercâmbio de 
31 
 
conhecimentos. 
Para incorporar a ludicidade nas atividades escolares, é crucial que os educadores 
primeiro compreendam seu significado e suas contribuições. Com esse entendimento, eles 
poderão criar ambientes estimulantes, implementar atividades que utilizem jogos e brinquedos 
educativos, e encorajar o trabalho em equipe, assegurando que todas as crianças tenham a 
oportunidade de expressar-se e serem ouvidas. 
De acordo com Moyles (2006), ao estruturarmos atividades lúdicas, podemos expandir 
e intensificar o processo de aprendizagem das crianças. O uso do jogo como ferramenta de 
ensino enriquece as dinâmicas de ensino e aprendizagem. 
Jogos didáticos e brincadeiras, tanto dirigidas quanto espontâneas, são práticas 
valiosas no processo educacional das crianças. Nessas atividades, elas vivenciam situações 
que demandam variadas atitudes e comportamentos, como cooperação e respeito, aprendendo 
a interagir com os outros, respeitar regras e limites, além de desenvolver tolerância e 
habilidades sociais. Assim, o brincar se torna um meio para descobrir e explorar novos 
caminhos. 
Educadores podem utilizar o lúdico para desafiar e instruir as crianças por meio de 
jogos, brincadeiras, contações de histórias e dinâmicas diversas, sendo criativos na busca por 
atividades que sejam atraentes e envolventes para seus alunos. 
Com o objetivo de facilitar a compreensão dos temas abordados ao longo do curso, é 
essencial estabelecer um diálogo entre os conceitos de ludicidade e metodologias ativas, 
fornecendo assim o apoio necessário para os estudos futuros. Destaca-se que, conforme os 
estudos de Luckesi (2002, 2014, 2015) e de Vial (2015), as experiências consideradas lúdicas 
estão intrinsecamente ligadas às vivências individuais acumuladas ao longo da vida. Por isso, 
tais atividades ou experiências são identificadas como potencialmente lúdicas, dada a sua 
capacidade de engendrar experiências de caráter lúdico. 
Nesta perspectiva, atividades que fomentam a imaginação e criatividade, como dança, 
música, vídeos, dramatizações, poesias e jogos, são vistas como potencialmente lúdicas, 
segundo a classificação proposta por Vial (2015). No que tange às metodologias ativas, 
percebe-se que o foco é o protagonismo do estudante, promovendo uma aprendizagem prática 
que é reflexiva e colaborativa, envolvendo estratégias como debates, aulas interativas, criação 
de painéis e projetos, júri simulado, entre outras (Moran, 2015; Athaus; Bagio, 2017). 
Ao correlacionar a metodologia ativa com o conceito lúdico, observa-se uma 
validação dos princípios de Dewey, que criticava a educação tradicional por sua abordagem 
unidimensional e destacava a aprendizagem através de jogos como uma alternativa viável 
32 
 
(Costa, 2012). Entretanto, conforme Moran (2015), as metodologias ativas devem ser 
estruturadas com objetivos claros, podendo ser enriquecidas pelo uso de tecnologias digitais 
que proponham desafios e atividades contextualizadas, estimulando a pesquisa e a avaliação 
crítica de diferentes perspectivas (Moran, 2015). 
Essa abordagem se alinha às propostas de projetos lúdicos de Vial (2015), que exigem 
a elaboração de um roteiro estratégico para atingir os objetivos desejados, como na 
dramatização de um poema. É crucial que tanto professores quanto alunos estejam 
adequadamente preparados para implementar tais atividades, evitando a concepção errônea de 
que o ensino lúdico pode desviar-se dos objetivos educacionais substantivos. 
A viabilidade de transformar esses ideais empráticas efetivas dentro das salas de aula 
implica uma análise da infraestrutura disponível. Moran (2015) sugere que o ambiente físico 
das escolas deve ser adaptado para uma pedagogia mais ativa e centrada no aluno, com salas 
de aula multifuncionais e conectividade adequada para o uso de tecnologias móveis (Moran, 
2015). Embora tais mudanças demandem investimentos significativos, adaptações imediatas 
podem ser feitas através da reorganização das salas de aula e uso estratégico de recursos 
tecnológicos disponíveis. 
Finalmente, Bacich e Moran (2018) enfatizam a importância de criar um ambiente 
escolar acolhedor que fomente a criatividade e a participação ativa, potencializando o 
envolvimento dos alunos e a colaboração nas atividades propostas. Esta abordagem 
colaborativa e centrada no aluno pode aumentar significativamente a motivação e a eficácia 
da aprendizagem, tornando o conhecimento mais relevante e diretamente aplicável à vida dos 
estudantes (Bacich e Moran, 2018). 
 
3.2.1 O lúdico e a prática pedagógica na educação infantil 
 
 A educação infantil é crucial para o desenvolvimento das crianças e deve fornecer 
ferramentas para facilitar o exercício da cidadania desde cedo. É importante que a 
aprendizagem nesta fase considere o ritmo individual de cada criança, reconhecendo que cada 
uma é um ser ativo com direitos, e que se desenvolve por meio das interações diárias com 
adultos e outras crianças.Os Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Infantil 
(1998) enfatizam a necessidade de proporcionar práticas educativas de qualidade para as 
crianças nessa fase, destacando a importância do lúdico, dos brinquedos e das brincadeiras. 
Além disso, oferecem um conjunto de orientações pedagógicas para professores que atuam 
neste nível de ensino. 
33 
 
 Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCN) (BRASIL 
1998, V.1, p.13) reconhecem o direito das crianças de brincar como uma forma essencial de 
expressão, pensamento, interação e comunicação infantil, colocando o lúdico como um pilar 
fundamental para o desenvolvimento infantil e valorizando seu papel na educação infantil. 
 
O lúdico é apresentado como uma atividade crucial no desenvolvimento da criança, 
pois é através do brincar que ela desenvolve capacidades como atenção e 
imaginação. Os RCN nos informam sobre a importância do brincar, que se constitui 
como uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da 
imaginação e na interpretação da realidade. Ao brincar, as crianças se tornam 
autoras de seus papéis, escolhendo e praticando suas fantasias e conhecimentos de 
maneira autônoma (BRASIL 1998, V.2, p.23). 
 
 A criança que vivencia brincadeiras imaginárias, criadas por ela mesma, é capaz de 
usar seu pensamento para resolver problemas significativos. A brincadeira cria um espaço 
onde as crianças podem explorar o mundo e internalizar uma compreensão única sobre 
pessoas, sentimentos e conhecimentos diversos (BRASIL 1998). 
 As instituições de Educação Infantil devem oferecer condições para que as 
aprendizagens ocorram tanto nas brincadeiras quanto em situações pedagógicas intencionais, 
orientadas pelos adultos. É essencial entender que essas aprendizagens, variadas em natureza, 
são integradas ao processo de desenvolvimento infantil (BRASIL 1998). 
 A brincadeira favorece a autoestima das crianças, ajudando-as a superar 
progressivamente suas conquistas de forma criativa (BRASIL,1998, V.1, p.27). O papel do 
professor é crucial no desenvolvimento das brincadeiras na educação infantil, atuando como 
mediador no processo de aprendizado das crianças. Educar significa proporcionar situações de 
cuidado, brincadeira e aprendizagens orientadas de forma integrada que contribuam para o 
desenvolvimento das capacidades infantis (BRASIL, 1998, V.1 p.23). 
 O professor é a figura central na estruturação do espaço lúdico na vida das crianças, 
organizando sua base estrutural por meio da oferta de objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, 
além de delimitar e arranjar espaços e tempos para brincar (BRASIL, 1998, V.1p.28). 
 Assim, a educação infantil desempenha um papel fundamental no desenvolvimento 
das crianças ao promover o brincar como uma ferramenta educativa. As atividades lúdicas 
devem ser uma constante nas salas de aula, visando não apenas o desenvolvimento emocional 
dos alunos, mas também ampliando a compreensão dos educadores sobre as possibilidades 
afetivas no contexto escolar (ALMEIDA 2008, p.22). 
 Segundo Oliveira (2011), o currículo na educação infantil deve ser entendido como 
34 
 
um projeto coletivo, adaptativo e criativo, voltado para o "aqui-e-agora" de cada contexto 
educativo, envolvendo sensibilidade e uma visão da criança como um indivíduo competente e 
com direitos, além de garantir a participação das famílias e da comunidade nesse processo 
colaborativo. 
 Neste novo contexto educacional, a educação infantil requer uma estrutura curricular 
aberta e flexível, capaz de oferecer meios para desenvolver atividades diversificadas, que 
promovam o desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor das crianças, enriquecendo suas 
oportunidades de crescimento. 
O campo lúdico tem despertado interesse significativo entre pesquisadores e 
educadores devido à sua relevância nas práticas educativas, sugerindo que atividades como 
jogos, brinquedos e brincadeiras podem ser instrumentos eficazes para promover o 
desenvolvimento e a aprendizagem infantil. Estas atividades lúdicas demonstram que é 
possível aprender de forma divertida e engajante. 
No contexto escolar, a ludicidade é essencial não apenas para introduzir atividades que 
as crianças possam experimentar de maneira livre e espontânea, mas também para revisar e 
adaptar os projetos educativos às necessidades pedagógicas e sociais da comunidade escolar, 
particularmente as das crianças. 
As escolas têm a responsabilidade de estabelecer os princípios pedagógicos e fornecer 
atividades que estimulem o desenvolvimento infantil de maneira dinâmica e agradável. 
Dewey, como citado por Kishimoto (2008, p. 100), aponta que a vida social da criança é 
fundamental para seu desenvolvimento e que a escola deve facilitar esse processo ao permitir 
que as crianças expressem a vida comunitária através de suas atividades. 
Apesar da reconhecida importância do brincar no desenvolvimento infantil, Barros 
(2009, p. 44) observa que essa prática ainda não alcançou a importância necessária no 
ambiente educacional, sugerindo uma lacuna entre a teoria e a prática. O brincar deve ser 
reconhecido e integrado de maneira substancial nas práticas pedagógicas. 
Muzzi (2018, p. 7) destaca que o lúdico é um meio vital para o desenvolvimento da 
identidade e da autonomia infantil, oferecendo um cenário propício para o desenvolvimento 
integral da criança com uma abordagem qualitativa, visto que é na infância que se formam as 
bases para uma vida futura. 
As atividades lúdicas são mais do que simples inclusões de jogos e brincadeiras; são 
quaisquer atividades que proporcionam prazer e aprendizado simultâneos, facilitando a 
socialização e o desenvolvimento emocional e físico da criança. Kishimoto (2010, p. 41) 
ressalta que usar o jogo na educação infantil é uma maneira de maximizar a construção do 
35 
 
conhecimento ao incorporar elementos lúdicos que motivam e engajam as crianças 
ativamente. 
Além disso, Brougére (2010, p. 111) sugere que o ambiente de aprendizagem deve 
ser cuidadosamente preparado pelo educador para estimular o brincar, visando alcançar 
resultados pedagógicos específicos. Isso implica que o professor deve proporcionar um 
espaço adequado que favoreça as atividades lúdicas, reconhecendo sua importância para o 
desenvolvimento infantil de maneira colaborativa e significativa. 
Por fim, o Referencial CurricularNacional para Educação Infantil (Brasil, 1998, p. 23) 
enfatiza que as escolas devem oferecer condições para que as crianças aprendam tanto através 
de brincadeiras quanto de situações pedagógicas intencionais, integrando essas aprendizagens 
ao processo de desenvolvimento infantil. Brougére (2010, p.111) também reitera que o 
educador pode criar um ambiente que estimula a brincadeira para alcançar os resultados 
desejados, sublinhando a necessidade de uma abordagem intencional e bem planejada na 
integração do lúdico nas práticas educativas. 
 
3.2.2 Brinquedo, brincadeira e jogo 
 
Brinquedos têm sido, ao longo da história, fontes de memórias encantadoras para 
pessoas de todas as idades. Eles são considerados objetos encantados, passados de geração 
para geração, cativando tanto crianças quanto adultos. Diferente dos jogos, brinquedos 
estabelecem uma relação próxima com a criança sem a necessidade de regras fixas para sua 
utilização (KISHIMOTO, 1994). 
Brinquedos sempre carregam consigo elementos do passado infantil dos adultos, 
repletos de memórias e imaginação. O termo “brinquedo” não pode ser simplificado aos 
vários significados de jogo, pois é intrinsecamente ligado à criança e possui dimensões 
materiais, culturais e técnicas. Como objetos, eles são essenciais para o ato de brincar. 
Brinquedos proporcionam à criança a chance de explorar, descobrir, inventar e aprender, 
estimulando sua curiosidade, confiança e independência, além de contribuir para o 
desenvolvimento de linguagem, pensamento, concentração e atenção. 
Brinquedos transformam a realidade adulta para a escala infantil, amenizando a 
percepção de impotência que as crianças podem sentir diante dos adultos. Por meio do 
brincar, são desenvolvidas a inteligência e a sensibilidade das crianças, e a qualidade das 
oportunidades oferecidas através dos brinquedos assegura que suas potencialidades e 
afetividade se desenvolvam harmoniosamente. 
36 
 
Segundo Vygotsky (1994), citado por Oliveira, Dias e Roazzi (2003), o prazer não é a 
principal característica do brinquedo, contrariamente ao que muitos pensam. O brinquedo 
atende a necessidades específicas, que são os motivos que impulsionam a criança a agir, 
promovendo assim seu desenvolvimento. 
A brincadeira é vista como uma forma de diversão típica da infância, uma atividade 
espontânea e prazerosa que inclui exercícios físicos, construção de conhecimento e 
socialização com outras crianças, muitas vezes transmitida de uma geração para outra ou 
adquirida espontaneamente pela criança (MALUF, 2003). 
Brinquedo e brincadeira são interconectados diretamente com a experiência infantil, 
distinguindo-se claramente do jogo, conforme explicado por Kishimoto (1994). Para a 
criança, a brincadeira flui de sua espontaneidade e imaginação, independente de regras 
estritas, emergindo simplesmente de um objeto como uma bola ou um espaço livre 
(VELASCO, 1996). 
Vygotsky define a brincadeira por três características: imaginação, imitação e regras, 
presentes em todos os tipos de brincadeiras infantis, sejam elas tradicionais ou de faz-de-conta 
(VYGOTSKY). Além de ser um passatempo, a brincadeira auxilia no desenvolvimento das 
crianças, fomentando processos de socialização e exploração do mundo (MALUF, 2003). 
Jogo, brinquedo e brincadeira, apesar de suas diferenças ortográficas e fonéticas, são 
frequentemente utilizados com propósitos pedagógicos similares no contexto educacional: 
como facilitadores do desenvolvimento e aprendizado infantil. 
De acordo com o Minidicionário da Língua Portuguesa Aurélio (2001), a palavra 
"brinquedo" refere-se a um objeto com o qual as crianças podem brincar, enquanto 
"brincadeira" é descrita como um entretenimento ou diversão. Por outro lado, "jogo" é 
definido como uma atividade que pode ser física ou mental, baseada em um conjunto de 
regras que determinam ganhos e perdas. 
A diferença gramatical também é notável, com "brincar" implicando em diversão 
infantil, e "jogar" sugerindo a participação em um jogo com regras estabelecidas e a 
possibilidade de riscos. Compreender esses termos e sua relevância pedagógica requer uma 
análise aprofundada de seus significados e intenções. 
Marafon (2009, p. 9053) explica que a brincadeira é uma atividade motivada pelo 
próprio ato de brincar, originando-se do desejo interno da criança de engajar-se em 
atividades que lhe proporcionem prazer. A brincadeira é, portanto, uma expressão da 
liberdade infantil para explorar o que é intrinsecamente interessante para elas, sem objetivos 
externos. 
37 
 
Rolim, Guerra e Tassigny (2008, p. 180) ressaltam a importância da brincadeira 
como um meio vital para o desenvolvimento infantil. Eles observam que a brincadeira é uma 
parte essencial da infância, merecendo atenção e participação ativa dos adultos para 
monitorar e interagir com as crianças durante essas atividades. 
Segundo Kishimoto (1994, p. 4), o brinquedo é um objeto de múltiplos usos para a 
criança, que pode ser adaptado e manipulado de diversas maneiras, permitindo que ela crie e 
recrie cenários imaginários, agindo assim sobre seu próprio desenvolvimento cognitivo e 
criativo. 
Vygotsky (1991) destaca o papel dos brinquedos na promoção do pensamento 
abstrato e na separação entre realidade e imaginação, servindo como instrumentos para o 
aprendizado e a inovação cognitiva. 
Oliveira e Sousa (2008, p. 7) argumentam que, embora os brinquedos sejam 
importantes para iniciar brincadeiras, as próprias brincadeiras muitas vezes ultrapassam as 
limitações impostas pelos brinquedos, permitindo às crianças explorar além das regras pré-
estabelecidas. 
Piaget (2010, p. 99) discorre sobre o papel fundamental do jogo no desenvolvimento 
infantil, onde ele serve como meio de assimilar a realidade e transformar o conhecimento em 
novas possibilidades de aprendizagem, além de ajudar na diferenciação entre o que é real e o 
que é imaginário. 
Kishimoto (1994) observa que o jogo, como um fenômeno linguístico e social, varia 
significativamente de acordo com as regras culturais e materiais específicos de cada 
sociedade. 
Karl Groos, citado por Piaget (2010), vê o jogo como uma preparação vital para a vida 
futura das crianças, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de habilidades 
físicas e cognitivas e servindo como um recurso educacional poderoso para introduzir 
conceitos como leitura, matemática e escrita. 
Já o jogo é considerado um resultado de sistemas linguísticos e sociais, possuindo um 
conjunto de regras e sendo visto também como um objeto. O sentido de um jogo varia 
conforme a linguagem e o contexto social, refletindo como diferentes sociedades atribuem 
significados variados aos jogos. 
Essas estruturas de regras sequenciais definem a modalidade de cada jogo, fazendo 
com que o jogo seja tanto uma atividade quanto um objeto de aprendizado e diversão para a 
criança. O jogo, portanto, é um meio essencial para a criança canalizar energia, liberar 
fantasia e integrar-se, sempre trazendo novidades que capturam seu interesse e contribuem 
38 
 
para a construção de seu conhecimento interno. 
Karl Groos, conforme citado por Piaget em 2010, ressalta que o jogo é uma 
preparação essencial para o futuro das crianças, atuando como um pilar para o 
desenvolvimento de habilidades físicas e cognitivas. Ele argumenta que o jogo é uma 
ferramenta educativa robusta, ideal para introduzir conceitos fundamentais como leitura, 
matemática e escrita. O jogo, nesse sentido, não é apenas recreativo, mas uma maneira efetiva 
de preparar as crianças para desafios futuros, fomentando habilidades que serão cruciais ao 
longo de suas vidas. 
Além disso, o jogo é visto como o resultado de sistemas linguísticos e sociais, 
incorporando um conjunto de regras e funcionando também como um objeto tangível. O 
significado de um jogo pode variar significativamente dependendo das normas linguísticas e 
do contexto

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