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Epilepsia Rolândica Benigna

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412 TOY, SIMPSON & TINTNER
RESPOSTAS PARA O CASO 49:
Epilepsia rolândica benigna
Resumo: um garoto de sete anos, previamente sadio e normal sob ponto de vista de 
desenvolvimento neurológico, é levado à emergência após uma crise noturna envol-
vendo incapacidade de falar e clônus hemifacial, seguidos por uma aparente crise 
tônico-clônica secundariamente generalizada. Embora confuso no estado pós-ictal, 
no momento o paciente encontra-se de volta ao estado normal. Seu exame não apre-
senta nada digno de nota, assim como a história de parto, a história médica e a his-
tória de desenvolvimento. A história familiar é significativa para episódios similares 
apresentados por seu pai, quando criança.
•	 Diagnóstico	mais	provável:	epilepsia rolândica benigna.
•	 Próximo	passo	diagnóstico: obter um eletrencefalograma (EEG) como paciente 
ambulatorial.
•	 Próximo	passo	terapêutico: tranquilização, assim como monitoração para eventos 
subsequentes.
ANÁLISE
Objetivos
 1. Entender a diferença entre crises parciais, generalizadas e secundariamente 
generalizadas.
 2. Saber as características clínicas da epilepsia rolândica benigna (ERB), assim como 
de outras epilepsias focais benignas da infância.
 3. Estar ciente do prognóstico em longo prazo da ERB e considerações na decisão 
de tratamento.
 4. Saber quando uma crise focal na infância requer uma elaboração diagnóstica 
posterior e como proceder com a avaliação.
Considerações
Este menino de sete anos sofreu uma crise epiléptica noturna com generalização 
secundária, não associada com qualquer desencadeante óbvio. O diagnóstico mais 
provável é de ERB. Ela é a epilepsia focal mais comum da infância, não tem etiologia 
conhecida e é uma epilepsia relacionada à localização. Trata-se de uma epilepsia he-
reditária, embora o modo de hereditariedade permaneça obscuro. ERB costuma ter 
seu início entre os três e 13 anos. Em geral, as crises cessam antes que o paciente che-
gue aos 20 anos, e cerca de dois terços dos pacientes apresentaram apenas uma crise 
ou muito poucas. A apresentação típica da crise com ERB inicia com manifestações 
sensorimotoras de um dos lados da face e da boca. Parestesias orais unilaterais, assim 
como atividade clônica e/ou tônico-clônica são comuns. A incapacidade de falar, que 
pode ser observada se a crise envolve o hemisfério dominante, bem como o hemisfé-
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