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Diagnostico diferencial de epilepsia e convulsão

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SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
1 
 
Diagnostico diferencial de 
epilepsia e convulsão 
DEFINIÇÃO 
CRISE CONVULSIVA: Falha na condução elétrica no 
cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum 
ponto suscetível, a qual gera sinais e sintomas específicos, 
como abalos musculares, perda de consciência, salivação, 
perda esfincteriana. 
• Crise provocada: decorrente de uma causa 
imediata identificada (sabe-se a etiologia) 
• Crise não provocada: quando não há uma causa 
conhecida para a crise, mesmo após investigação 
clínica, laboratorial e de imagem. 
EPILEPSIA: é uma desordem cerebral crônica 
caracterizada pela predisposição persistente/recorrente 
de gerar crises convulsivas. Apresenta várias etiologias. 
FISIOPATOLOGIA 
• Eventos intrínsecos da membrana de 
determinadas células, de forma que ficará mais 
excitatória; 
• O grau de desinibição da população neuronal, de 
modo que ficará mais exposto aumentando a 
atividade elétrica; 
• Presença de circuitos recorrentes excitatórios, 
aumentando a atividade cerebral; 
• Modulação da concentração de íons transmissores 
no espaço intercelular; 
• Presença de interações elétricas entre os 
neurônios. 
CAUSAS DE EPILEPSIA E CONVULSÕES 
 
DIAGNOSTICO 
• História clínica (anamnese) + exame físico 
• Testemunha ocular, ou seja, uma pessoa que 
presenciou uma crise do paciente 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
Deve-se ter pelo menos 1 desses pontos: 
• 2 crises não provocadas, em um intervalo > 24 
horas, pois caso for menor de 24 horas possa ser 
atividade elétrica anormal do evento passado; 
• Paciente com alta chance de recorrência (epilepsia 
provocada), por exemplo paciente com alteração 
estrutural no SNC; 
• Síndrome epiléptica. 
Obs.: epilepsia provocada é quando se sabe o fator causal 
EXAMES COMPLEMENTARES 
ELETROENCEFALOGRAMA 
Esse exame é o principal método utilizado tanto para 
diagnostico quanto para acompanhamento e ele precisa ser 
capaz de responder essas 3 perguntas: 
• O paciente tem epilepsia? Se sim, terá uma 
alteração no EEG 
• Onde está localizada a zona epileptogênica? 
• O tratamento está sendo adequado? 
O EEG deve ser solicitado obrigatoriamente em vigília e 
sono para se confirma o diagnostico 
Obs.: um resultado normal de EEG não exclui a 
possibilidade do indivíduo possuir epilepsia. 
Normalmente, 90% dos casos deve-se repetir o exame para 
tentar detectar a alteração. 
RM / TC 
Utilizado, principalmente, para investigar a etiologia da 
epilepsia. 
Et
io
lo
gi
a 
Estrutural 
AVC / Trauma / 
Infecção
Malformações
Genética Mutação genética
Infecciosa Neurocisticercose 
Tuberculose / HIV / 
Toxo / CMV
Metabólica 
Uremia / Distúrbios 
eletrolíticos
Imune 
Desconhecida / 
Idiopática
•Existência ou não de aura, se ocorreu algo que 
precipitou a crise ou não 
•Idade de inicio 
•Frequência de ocorrência 
•Eventos pré e perinatais 
•Crises febris 
•História familiar de crise convulsiva 
•Infecções / Traumas / Intoxicação (investigar 
as principais causas) 
ANOTAR
SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
2 
 
• Solicita se suspeitar de lesão estrutural, por 
exemplo tumor, mal formação vascular, esclerose. 
CASO REFRATÁRIO: persistência de crise apesar do 
uso de 2 fármacos de primeira linha, em dose adequada, 
ou seja, o paciente não está respondendo ao tratamento 
proposto. 
Se refratário obrigatório realizar: 
• RM do encéfalo 
• Diário das crises, ou seja, o paciente irá registrar 
horário, dia, fator que predispõem as crises 
• Relatório com descrição detalhada da medicação 
previa (fármaco utilizado, dose prescrita) 
• Teste psicométrico para os casos com efeitos 
cognitivos negativos associados ao tratamento 
EXAMES LABORATORIAIS 
Utilizado para definir a etiologia ou auxiliar no 
diagnostico diferencial: 
• Glicemia 
• Rastreio infeccioso 
• Distúrbios eletrolíticos 
• Perfil toxicológico 
• Infecção do SNC: coleta de liquor 
ECG: exclusão de DD (síncope) 
DIAGNOSTICO DIFERENCIAL 
• Sincope; 
• Ataque isquêmico transitório (AIT); 
• Ataque de pânico, pode confundir com crise de 
ausência; 
• Crise não epiléptica psicogênica; 
• Arritmias cardíacas; 
• Migrânea (enxaqueca); 
• Distúrbio metabólico. 
CLASSIFICAÇÃO DAS CRISES CONVULSIVAS 
CRISE EPILÉPTICAS FOCAIS 
Pode ser definida por apresenta 
um início focal de modo que são 
bem localizadas, podendo ser 
unifocal ou multifocal. Iniciada 
em rede neural limitada apenas a 
um hemisfério cerebral, 
podendo ter uma evolução para 
bilateralidade. 
Além disso, a crise pode ser Motora de forma que terá 
início motor com sintomas principalmente motores ou 
pode ser Não motor de modo que prevalecerá sintomas 
sensitivos. 
É subdividida a partir da percepção e se baseia na 
consciência do paciente durante uma crise: 
• Perceptiva: apresenta a consciência intacta, ou 
seja, o paciente sabe relatar toda a crise, pois ele 
sentiu e presenciou todo o período; 
• Disperceptiva: em qualquer momento da crise 
convulsiva, o paciente perdeu a consciência; 
CRISE EPILÉPTICAS GENERALIZADAS 
Apresenta um início com bilateralidade de modo que 
acomete ambos os hemisférios. Pode ser subdividida em: 
• Motora: bilateral desde o 
início, ou seja, a atividade 
elétrica alterada estará 
presente em ambos os 
lados do cérebro; 
• Não motora (crise de 
ausência): súbita parada 
da atividade e da percepção com período rápido, 
varia questão de segundos; 
Obs.: é importante ressaltar que o inicio envolve somente 
um hemisfério, porem rapidamente a atividade elétrica 
alterada é distribuída bilateralmente 
CRISE EPILÉPTICAS DE INÍCIO 
DESCONHECIDO 
Não conseguem caracterizar o início da crise, apenas 
informam desconhecimento 
TIPOS DE EPILEPSIA 
 
FOCAL 
•EEG: descargas epileptiformes focais 
•Crises perceptivas
•Crises disperceptivas
•Crises motoras
•Crises não motoras
•Crise focal evoluindo para crise tonico-clonica bilateral
GENERALIZADA
•EEG: atividade de complexos de espícila - onda 
generalizados 
•Tônica-clônica 
•Ausência 
•Atônica 
•Mioclonia
COMBINADA 
•Crises focais + generalizadas
•Obrigatório o EEG 
DESCONHECIDO 
•Incapacidade de determinar se o tipo de epilepsia é focal 
ou generalizado. Normalmente, por causa das poucas 
informações disponíveis. 
SOI V | Ana Beatriz Rodrigues 
 
3 
 
ESTADO DE MAL EPILÉTICO 
É definido como a presença de 2 ou mais crises sem a 
completa recuperação da consciência entre elas OU uma 
crise com mais de 30 minutos de duração. No entanto, uma 
crise com duração próximo a 5 minutos já pode ser 
considerada um mal epilético, devendo ser tratada com 
benzodiazepínico/Diazepam. Além disso, pode ser 
caracterizada como uma Emergência medica. 
CAUSAS 
• Má aderência ao tratamento 
• Lesão estrutural 
• Alteração metabólica (ex.: hipo/hiperglicemia) 
• Intoxicação 
• Overdose de drogas 
• Sepse 
SINAIS E SINTOMAS 
• Abalos convulsivos 
• Sialorreia (produção excessiva de saliva) 
• Perda de consciência (pode ocorrer ou não) 
• Liberação dos esfíncteres anal e vesical 
TRATAMENTO 
OBJETIVOS 
• Melhorar qualidade de vida, visando a redução no 
numero de crises; 
• Controlar a ocorrência de crises 
• Minimizar os efeitos adversos 
PRINCÍPIOS 
• Fármaco depende do tipo de crise 
• Monoterapia é preferível 
EXEMPLO 
Epilepsia generalizada: Valproato, Lamotrigina, 
Topiramato ou Levetiracetam 
Epilepsia focal: Carbamazepina, Lamotrigina, 
Topiramato, Lacosamida ou Levetiracetam 
 
CRITÉRIOS DE INTERRUPÇÃO 
Falha de tratamento: após período de 3 meses com 
medicação em dose máxima, sem resposta 
Remissão das crises: > 2 anos sem crises utilizando a 
mesma dose de medicação 
TEMPO DE TRATAMENTO 
• Imprevisível 
• Reavaliação a cada 3 meses 
• Verificar níveis terapêuticos da droga se 
necessário 
o Carbamazepina 4-12g/ml 
o Fenitoína 10-20 g/ml 
o Fenobarbital 10-30g/ml 
o Ácido valpróico50-100g/ml 
CRISE AGUDA 
• Suporte clinico (monitorização, O2) 
• Controle de via aérea 
• Medicação 
o Diazepam EV 
o Fenitoína E 
ADULTOS COM EPILEPSIA FOCAL
•Carbamazepina, Fenitoína e Ácido valpróico 
CRIANÇAS COM EPILEPSIA FOCAL 
•Carbamazepina
IDOSOS COM EPILEPSIA FOCAL 
•Lamotrigina e Gabapentina
CRISE GENERALIZADA 
•Ácido valpróico 
CASOS REFRATÁRIOS 
•Avaliar cirurgia. Geralmente, em casos de lesão estrutural 
ou com problema anatômico. 
•Obs.: Em casos de lesão estrutural primeiramente se 
tenta tratar com fármaco.

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