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Teoria da Cor: Simbolismo e Significado

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TEORIA DA COR 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Ed Marcos Sarro 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, trabalharemos aspectos que dizem respeito à mecânica da 
cor do ponto de vista fisiológico e de como a luz se transforma em cor dentro de 
nosso cérebro. Também trabalharemos questões de referencial e relatividade, 
posto que, ainda que o ser humano seja o mesmo em todo lugar, as cores podem 
não significar a mesma coisa em diferentes culturas e contextos. Essa 
relatividade também pode estar ligada a questões de gosto e preferência 
pessoal, ou mesmo étnica, que podem ter maior ou menor valor expressivo. Ou 
ainda, pode estar delimitada pelos limites da deficiência visual, o que requer um 
olhar diferenciado. 
CONTEXTUALIZANDO 
O trabalho com a cor requer, entre outras coisas, a compreensão do seu 
uso como símbolo. Para isso, o designer precisa desenvolver repertório cultural 
mínimo de modo que conheça as nuances e as particularidades de significado 
que uma cor ganha em diferentes contextos. Com a globalização e a 
diversidade que caracteriza o nosso tempo, não só as demandas de mercado 
têm se tornado técnica e culturalmente mais complexas, como também tem sido 
mais frequente profissionais criativos de origens muito diferentes trabalharem em 
projetos comuns. De certa forma, isso desafiará a competência técnica e o 
potencial expressivo de um designer. Cabe a ele se preparar com conhecimento. 
TEMA 1 – O SIMBOLISMO DAS CORES 
1.1 Cor como índice 
Como vimos em aulas anteriores, a cor é, entre outras coisas, informação, 
podendo conter em si mensagens cujo significado pode ser objetivo ou 
arbitrário. Se olharmos uma fruta como a banana (Figura 1), por exemplo, a 
aparência esverdeada pode significar que ela ainda não esteja de fato madura e 
adequada para o consumo. 
 
 
 
3 
 
Figura 1 – Banana verde 
 
Créditos: Kaband/Shutterstock. 
A essa potencialidade de lermos uma mensagem na qual não há de fato 
uma vontade, chamamos de comunicação visual não intencional (Munari, 2005). 
O verde, aqui, ao contrário do que vimos no caso do sinal verde de trânsito, 
conota uma proibição. Não no sentido de lei ou de regra moral, mas sinalizando 
para o fato de que a fruta não está boa para se comer. Aqui dizemos que a cor 
tem uma função indicial, ou seja, ela aponta para alguma característica que é 
tomada como uma mensagem. 
1.2 Cor e simbolismo 
O verde pode ter outras conotações e significados de acordo com o 
contexto, a cultura, a época e os usos e costumes. Na cultura popular, o verde é 
associado à esperança, possivelmente devido a algo que Jung chamava de 
arquétipo: um objeto ou personagem usado para representar um conceito 
universal. São ideias que acabam se tornando parte do inconsciente coletivo 
após sua repetição de geração em geração (Jung, 2008). 
Talvez o verde esteja relacionado à ideia de chegada da primavera, 
estação das flores, das frutas e do ressurgimento das folhas nas árvores e da 
vegetação verde após os rigores do inverno, principalmente no hemisfério Norte. 
O verde representaria, assim, a esperança de que, após uma estação cinzenta 
de frio, chegará a primavera com o sol e o colorido das flores (Figura 2). 
 
 
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Figura 2 – Campo de tulipas 
 
Créditos: Odd-Add/Shutterstock. 
 
No mundo islâmico, o verde é considerado uma cor importante e visto por 
alguns como um símbolo da religião (Figura 3). 
Figura 3 – Bandeira da Arábia Saudita 
 
Créditos: Loveshop/Shutterstock. 
O verde é citado várias vezes no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, 
como a cor das vestimentas que são usadas no Paraíso Islâmico. 
Já no futebol, o verde pode ser a cor do gramado ou a cor principal ou 
uma das cores de um time: Palmeiras, Coritiba, Chapecoense (Figura 4), 
Guarani e Goiás, por exemplo, são times do futebol brasileiro que têm o verde 
como cor-símbolo em seus brasões, bandeiras e uniformes. 
 
 
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Figura 4 – Bandeira do Chapecoense 
 
Créditos: CP DC Press/Shutterstock. 
Complementar ao verde, o vermelho tem sido uma cor muito popular ao 
longo da história e plena de significados e simbolismo. Vermelho é a cor da parte 
interna do útero (Figura 5) na qual ficamos submersos por aproximadamente 
nove meses da gestação. 
Figura 5 – Ilustração de feto no útero 
 
Créditos: Adike/Shutterstock. 
É a cor do sangue e do planeta Marte, coincidentemente o deus da guerra 
dos antigos romanos. Cor associada à luta, à violência e ao impacto. 
Tradicionalmente, tem sido usada como a cor símbolo dos partidos mais à 
esquerda do espectro político, aludindo às lutas históricas e revoluções 
(Guimarães, 2001). Mas é também a cor do Partido Republicano, a direita 
conservadora norte-americana, que tem por mascote um elefante (Figura 6). 
 
 
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Figura 6 – O burro Democrata e o elefante Republicano. 
 
Créditos: Handies Peak / Shutterstock. 
Também era, junto com o preto e o branco, uma das cores do Nazismo 
na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial (Figura 7). 
Figura 7 – Desfile na Alemanha nazista 
 
Créditos: Everett Historical/Shutterstock. 
Ficamos vermelhos de vergonha ou de raiva (Guimarães, 2001) quando 
nossa conta fica no “vermelho”, ou seja, sem dinheiro ou no cheque especial. 
Vermelho é a cor do cartão que expulsa o jogador do campo de futebol, mas o 
amarelo é para as faltas menos graves. O amarelo pode ser indicador de 
fraqueza física, fome ou doença (como a hepatite ou a icterícia) ou de 
desnutrição. Mas pode ser também a cor do ouro, da riqueza (Petit, 2003), da 
realeza e do papado (Figura 8). 
 
 
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Figura 8 – Bandeira do Estado do Vaticano 
 
Créditos: Millenius/Shutterstock. 
 
Por falar em papado, a cor complementar do amarelo, o roxo, está 
associada à espiritualidade e, no caso do carmim, sua variante, é a cor do 
episcopado na Igreja Católica (Figura 9), na Igreja Anglicana e na Igreja 
Metodista, por exemplo. 
 
Figura 9 – Bispo católico 
 
Créditos: Alexandros Michailidis/Shutterstock. 
 
O azul é a cor do dito “sangue nobre”, do céu e das águas, e, como já 
citamos, a cor do planeta Terra quando visto do espaço. É a cor do Partido 
Democrata nos Estados Unidos da América. E de marcas ligadas à Tecnologia 
(Petit, 2003), como a Microsoft. 
O preto conota sobriedade, descrição e, em alguns casos, elegância 
(Negrão; Camargo, 2008). Cor muito usada em trajes de gala de algumas 
 
 
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celebridades no Oscar. É a cor de forças de elite, dos carros oficiais e de 
uniformes de algumas empresas de segurança privada. Mas também é a cor do 
luto, associada à morte no Ocidente (Petit, 2003). Já no Extremo Oriente, em 
países como a China, por exemplo, é o branco que tem esse significado (Schmid, 
2005). 
O branco é reconhecido universalmente como a cor da paz e da pureza 
(Petit, 2003). Até a Era Vitoriana, não era costume as noivas usarem vestidos 
brancos no casamento (Figura 10), mas a cor que quisessem. 
Figura 10 – Noiva em vestido branco 
 
Créditos: ATeam/Shutterstock. 
Como parte do ambiente moral da Inglaterra sob os 64 anos do reinado 
da Rainha Vitória, o branco passou a ser a cor dos vestidos de casamento, 
possivelmente por aludir à virgindade. A rainha inaugurou o hábito ao se casar 
ela própria de branco, numa atitude inovadora para a época (Malva, 2018). 
1.3 Cor e individualidade 
As cores são associadas à faixa etária, estilo de vida e ao gosto individual. 
Eventualmente, têm a ver com percepções internas, repertório pessoal e a 
maneira de cada um sentir o mundo e a realidade. 
Em artigo do jornal A Folha de São Paulo, o publicitário Lincoln Seragini, 
citando Rainer der Schulenberg, conta uma lenda segundo a qual Santa Rosa 
de Lima (Figura 11), numa tarde com um pôr-do-sol muito bonito, teria 
encontrado pelo caminho uma mulher cega. 
 
 
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Figura 11 – Imagem de Santa Rosa de Lima 
 
Créditos: Jairo Rosales/Shutterstock.Condoída pela situação, a santa teria curado a mulher da cegueira para 
que ela pudesse contemplar a luz e as cores daquele dia. No entanto, insatisfeita 
com o milagre, a mulher lhe teria retrucado que, se aquelas eram as cores que 
Santa Rosa tanto prezava, então que lhe devolvesse aquelas que ela, como 
cega, podia “enxergar” dentro de sua mente (O lado..., 1988). 
TEMA 2 – A COR NA COMPOSIÇÃO 
Como veremos mais à frente nesta aula, compor e combinar cores é uma 
tarefa que deve estar de acordo com o impacto emocional, psicológico e 
simbólico que se pretende que as cores tenham sobre as pessoas que interagem 
com elas. É algo que está além do gosto pessoal tanto do designer quanto do 
usuário final e envolve responsabilidade e profissionalismo (Figura 12), por se 
tratar de um assunto que diz respeito ao bem-estar de outras pessoas. 
Figura 12 – Designers trabalhando com cores 
 
Créditos: Rawpixel.com/Shutterstock. 
 
 
10 
Em projetos de design (ou outro tipo de trabalho criativo que implique o 
uso da cor) dizemos que a aplicação da cor tem de ser feita com base em um 
objetivo claro e definido. A isso, damos o nome de composição (Tai, 2018). 
Nesse processo, a cor deve se harmonizar não só com cores entre si, mas 
também com os outros elementos visuais1 (Figura 13). 
Figura 13 – Composição com tons de azul 
 
Créditos: Africa Studio/Shutterstock. 
Em geral, as formas de composição envolvendo a cor dizem respeito à 
adequação ao uso, à sua atratividade ao olhar do usuário, ao seu grau de 
visibilidade (por contraste) e à ilusão que ela proporciona em termos de 
sensações: distância ou proximidade, extensão de área, temperatura (já vimos), 
peso, consistência e expressões subjetivas de alegria, leveza etc. (Tai, 2018). 
Na aula 4, comentamos sobre eventuais conflitos no uso da cor em 
combinação com fontes inadequadas ou em situações em que a relação da 
figura com o fundo não é favorável em termos de cores. Além das questões 
sensoriais em si, que estão relegadas ao nível mais objetivo da percepção 
humana (com pequenas variações de pessoa para pessoa), há também os 
impactos subjetivos da cor no âmbito das emoções e da mente. E, à vezes, até 
sobre a saúde física e emocional. 
 
 
1 Nós já trabalhamos um pouco isso quando tratamos da harmonização de cores por meio de 
contrastes. 
 
 
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2.1 Efeitos psicológicos da cor 
Diz-se que a cor preta em roupas tende a afinar a silhueta de quem a 
veste, talvez porque o preto absorva a energia luminosa em vez de expandi-la. 
É divulgado também que o vermelho excita (Silveira, 2015) e que tons pastéis 
tendem a acalmar. Tons pouco saturados de azul, amarelo, verde e rosa são 
associados a bebês e tendem a ser usados em artigos infantis (Figura 14). 
Figura 14 – Tons pastéis para bebês 
 
Créditos: FamVeld/Shutterstock. 
Os uniformes de profissionais da saúde já foram em sua maioria brancos 
e, há alguns anos, foram substituídos por outros em um tom de azul ou verde 
azulado (Figura 15). 
Figura 15 – O azul no jaleco acalma o paciente 
 
Créditos: Pressmaster/Shutterstock. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/pressmaster
 
 
12 
Isso, segundo alguns, teria diminuído a incidência do efeito “jaleco 
branco”, no qual uma pessoa tende a ter sua pressão arterial aumentada pela 
simples visão de um médico ou enfermeiro vestido de branco. Como parte de um 
esforço de humanizar a medicina pela cor, hoje já se permitem tocas coloridas e 
com desenhos em pediatrias, na obstetrícia e nas salas de parto de hospitais e 
maternidades. Mesmo assim, os tons de cinza, bege e alguns tons de azul são 
as cores mais comuns em paredes de hospitais (Figura 16). 
Figura 16 – Projeto de sala de espera de consultório 
 
Créditos: Alhim/Shutterstock. 
As relações entre cor e saúde não são novas. A cromoterapia (Figura 
17) é uma prática que não tem reconhecimento científico, mas que desde a 
Antiguidade é cultivada como recurso terapêutico 
Figura 17 – A cor em terapias alternativas 
 
Créditos: Kzenon/Shutterstock. 
 
 
13 
 
Acredita-se, em alguns círculos alternativos, que dados os supostos 
efeitos benéficos da cor sobre o corpo e a mente (O lado..., 1988) a exposição a 
luzes coloridas poderia trazer equilíbrio e harmonia ao organismo como um todo. 
2.3 As paletas de cores 
Um conceito importante quando se considera o uso da cor numa 
composição (dados os impactos psicológicos ou emocionais) é o de que as cores 
devem representar uma unidade com os demais elementos visuais da 
composição. Essa unidade deve transmitir uma mensagem não verbal, uma 
narrativa em termos de tema geral, ao qual damos o nome de paleta. O termo 
paleta faz referência direta à peça de madeira fina e chata, geralmente 
semicircular, em que artistas colocam pequenas porções de tinta nas cores 
escolhidas e que vão misturar ou usar puras na tela que estão pintando (Figura 
18). 
Figura 18 – Artista com sua paleta 
 
Créditos: Kuznetcov_Konstantin/Shutterstock. 
Normalmente, essas cores são coerentes com a temática da composição 
na qual o artista trabalha. No caso do design, a paleta é o conjunto de cores que, 
quando colocadas lado a lado na composição, de modo estratégico, expressam 
estímulos visuais de acordo com o discurso que se espera ser percebido ou 
recebido pelo observador (Figura 19). 
 
 
 
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Figura 19 – A “paleta” do designer 
 
Créditos: Indypendenz/Shutterstock. 
Podemos atribuir características a cada paleta: uma paleta de cores frias 
(um arranjo de azuis, violetas e verdes) ou uma paleta de cores quentes, com 
tons de amarelo, laranja e vermelho. Uma paleta de tons terra, com variações de 
marrom, laranja e ocre. A isso chamamos também de esquemas de cores, e eles 
podem contemplar também temas: “chamativo”, “tranquilidade”, “jovial” etc. (Tai, 
2018). 
No design de moda, as coleções de cada estação (primavera, verão, 
outono e inverno) tendem a se organizar com base em paletas de cores da 
estação (Figura 20) do ano ou a seguir as tendências da moda, da cultura, dos 
movimentos culturais e das preferências estéticas de uma época ou 
simplesmente do marketing. 
Figura 20 – Coleção outonal 
 
Créditos: Indigo Photo Club/Shutterstock. 
 
 
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Em épocas da Copa do Mundo da FIFA, é esperado que as confecções 
lancem coleções que aludam às cores da Seleção Brasileira (Figura 21). 
Figura 21 – Mochila do torcedor 
 
Créditos: Reel2Reel/Shutterstock. 
 
Isso vale para outros setores que têm a cor como elemento de trabalho. 
Uma novela de televisão que tenha grande audiência pode lançar tendência 
quanto a determinada paleta de cores. Nas empresas aéreas, por exemplo, 
desde os uniformes dos mecânicos, passando pelo balcão de embarque e pelos 
crachás dos comissários de bordo, até a pintura da fuselagem das aeronaves, 
tudo deve seguir a paleta de cores escolhida para transmitir o conceito da marca 
(Figura 22) além da mensagem comercial que a companhia quer passar aos 
clientes (Petit, 2003) e aos concorrentes, claro. 
Figura 22 – Cores da tripulação 
 
Créditos: Mascha Tace/Shutterstock. 
 
 
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TEMA 3 – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA COR 
Compreender os aspectos fisiológicos da cor é importante para o designer 
porque, em última instância, ele projeta para outras pessoas que não são ele 
próprio (apesar de supostamente ele também compartilhar das mesmas 
características anatômicas e biológicas de outros seres humanos). Aqui são 
levadas em conta as questões de experiência do usuário, uma vez que há uma 
diferença entre a cor do objeto em si (quando é uma fonte primária da cor) e a 
percepção da cor refletida pelo objeto. Considera-se, aqui, que aspectos 
fisiológicos inerentes à sensação das cores influenciam a construção de sua 
percepção cultural, como veremos mais adiante quando tratarmos de deficiência 
visual e cor. 
3.1 A dinâmica dafisiologia da visão cromática 
A dinâmica da visão das cores está intimamente ligada ao 
funcionamento de células dos olhos (Figura 23) altamente especializadas e que, 
em conjunto com o nervo ótico, transmitem para o cérebro a sensação e a 
percepção das cores (Guimarães, 2001). 
Figura 23 – Corte do olho humano 
 
Créditos: ilusmedical/ Shutterstock. 
A rigor a luz entra pela córnea e é captada pela retina, uma película que 
envolve todo o globo ocular e em cujo fundo estão complexas terminações 
nervosas que se conectam ao nervo ótico (Guimarães, 2001). No fundo da retina, 
 
 
17 
encontram-se dois tipos básicos de células: os cones e os bastonetes (Figura 
24). Os cones são responsáveis pela percepção das cores primárias, no caso, o 
verde, o vermelho e o azul. Já os bastonetes são células que captam variações 
de claro e escuro (Silveira, 2015). 
Figura 24 – Detalhe dos cones e bastonetes 
 
Para você entender melhor o funcionamento do olho humano, tire um 
tempinho para ver o seguinte vídeo: 
<https://www.youtube.com/watch?v=IDgPSd2OjJ8>. 
Na história recente da pesquisa no campo da óptica, alguns 
pesquisadores foram particularmente importantes na descoberta dos 
mecanismos que produzem a percepção da cor pelos órgãos da visão, como 
veremos. 
3.1 Young, Helmholtz e König, pioneiros da Óptica Fisiológica 
Em 1801, o médico inglês Thomas Young (1773-1829) concluiu que a 
visão da luz colorida é baseada em três órgãos humanos fotossensíveis 
diferentes. Sua teoria foi batizada de Teoria Tricromática da Visão das Cores e 
deu início aos estudos da Óptica Fisiológica moderna (Silveira, 2015). Sua teoria 
foi posteriormente retomada pelos alemães Hermann Ludwig Ferdinand von 
 
 
18 
Helmholtz (1821 – 1894) e Arthur König (1856 – 1901) seu colaborador. 
Helmholtz e König concluíram que, de fato, três tipos de células da retina (as 
fibrilas nervosas, também chamadas de cones, que veremos mais à frente) 
eram responsáveis pela percepção das cores vermelha, verde e azul, 
consideradas aqui como cores primárias e que dariam origem a todas as demais 
(Silveira, 2015). 
3.2 Hering e a percepção psicológica da cor 
As teorias da Óptica Fisiológica sofreram oposição de estudiosos que 
entendiam o fenômeno da percepção da cor como também um fenômeno 
psicológico, como Karl Ewald Konstantin Hering (1834 – 1918). Hering afirmava 
haver uma diferença entre as cores-luz percebidas e as cores-pigmento opacas 
primárias que estimulam a percepção cromática. Enquanto as cores-luz seriam 
de fato o vermelho, o verde e o azul, seus equivalentes pigmentos seriam o 
vermelho, o azul e o amarelo, traduzido para o verde na retina (Silveira, 2015). 
Com o passar do tempo, as teorias de Helmholtz e Hering passaram a ser vistas 
como duas facetas da mesma realidade: enquanto o primeiro trabalhava a 
percepção da cor, o segundo se ateve mais a aspectos da sensação cromática, 
ambos com base na fisiologia da visão da cor (Silveira, 2015). 
3.3 Maxwell e a junção de teorias 
Em 1859, o escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) demonstrou algo 
nessa linha ao obter uma imagem em cores por síntese aditiva, ou seja, a partir 
de cor-luz. O processo tricromático de percepção/sensação das cores pela 
visão se dá pela seleção das cores percebidas por meio de sua decomposição 
em cores primárias (Silveira, 2015). 
3.4 Cor e visão: inseparáveis? 
Como vimos até aqui (salvo alguns casos em que supostamente a 
percepção sensorial da cor tenha se dado por outros sentidos adaptados), os 
órgãos humanos responsáveis pelo registro da cor são os olhos e o nervo ótico. 
Isso implica dizer que, geralmente, os seres humanos (e alguns animais) 
precisam da visão (Figura 25) para incorporarem a informação de cor ao seu 
repertório funcional. 
 
 
19 
Figura 25 – A cor “está” nos olhos 
 
Créditos: Kuttelvaserova Stuchelova/Shutterstock. 
Como veremos adiante, ainda nesta aula, em anos recentes ocorreram 
iniciativas por parte de designers no sentido de proporcionar meios de inclusão 
e acessibilidade para que pessoas com deficiência visual experimentem a 
sensação de cor, por meio do tato e de sistemas de codificação que utilizem 
outros recursos que não a visão. 
TEMA 4 – CONFORTO VISUAL 
A aplicação adequada de um arranjo cromático em determinado suporte 
ou no espaço também diz respeito ao nível de conforto visual que ela pode 
trazer ao observador (Figura 26). 
Figura 26 – Conforto também no que e como se vê 
 
Créditos: Fizkes/Shutterstock. 
 
 
 
 
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Além dos aspectos relativos à cor que dizem respeito ao funcionamento 
explícito dos órgãos da visão, há também questões práticas e funcionais no uso 
das cores quanto aos efeitos que a organização ou o posicionamento de cores 
entre si e destas em relação ao contexto que incidem sobre o observador 
(Schmid, 2005). 
4.1 Conforto visual e a cor no ambiente físico 
Conforto visual aqui diz respeito, na maior parte das vezes, à escolha e 
à combinação de cores no ambiente físico, desde as cores de paredes e outros 
elementos arquitetônicos, de portas, vidros de janelas e da iluminação, além da 
textura e da superfície de móveis e objetos: “[...] uma cor quente como o laranja, 
aplicada em mais de uma parede, pode tornar-se sufocante. O couro e madeira, 
nos seus tons naturais, reforçam a sensação tátil e calor visual” (Schmid, 2005, 
p. 311). 
A iluminação do espaço pode tanto valorizar quanto prejudicar a 
percepção das cores de objetos e do ambiente, tornando-os cansativos ao olhar 
e pouco atraentes (Idem, 2005). 
A cor das coisas e dos espaços pode ser manipulada pelo manejo 
proposital da luz ambiental de modo a criar sensações nos usuários (Tai, 2018), 
como na iluminação de centros culturais, exposições, eventos e espetáculos. 
Sobre isso falaremos mais na aula 6, especificamente na aplicação da cor em 
ambientes construídos, atividade afim ao Design de Interiores. 
4.2 Conforto visual e a cor no ambiente virtual 
Acreditamos que, no que diz respeito ao conforto visual, normalmente o 
que vale para o espaço físico, também vale para o ambiente virtual, o 
ciberespaço. Talvez com mais severidade posto que a tela do computador, 
tablet ou smartphone esteja mais próximo do usuário do que o ambiente 
circundante, aumentando sua exposição ao que de bom ou ruim certa paleta de 
cores pode trazer (Figura 27). 
 
 
 
21 
Figura 27 – A tela como desconforto 
 
Créditos: Leszek Glasner/Shutterstock. 
Além disso, a temperatura da cor pode ter efeitos de maior ou menor 
conforto (ou até mesmo desconforto) para os olhos do observador e isso está 
ligado, em última instância, a questões de Ergonomia (Tai, 2018). Falaremos 
mais sobre esse assunto na aula 6. 
Como auxílio ao processo de escolher cores que se harmonizem de 
forma integrada e tornem confortável a experiência do usuário, existe um site 
chamado Coolors (https://coolors.co/) no qual você pode gerar suas paletas de 
acordo com o projeto. 
4.3 Conforto visual e escolhas 
Como complemento a tudo o que vimos até aqui, inclusive quanto aos 
impactos da cor sobre o usuário final, entendemos que o conforto visual 
proporcionado por determinado arranjo de cores pode influenciar as suas 
decisões de compra e de uso (Figura 28) . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://coolors.co/
 
 
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Figura 28 – Escolha de cores “confortáveis” 
 
Créditos: Leszek Glasner/Shutterstock. 
Aqui nos referimos não só a questões de gosto ou preferência pessoal, 
mas como a cor influencia a decisão de compra por conta do nível de conforto 
visual que ela proporciona ao usuário ou consumidor. 
No caso do projeto gráfico, isso envolve a compreensão e a aplicação 
coordenada dos contrastes simultâneos e consecutivos (Tai, 2018). É o caso, 
por exemplo, de quando se usa o preto com 100% das outras cores CMYK na 
composição de um texto impresso. As outras cores tendem a se sobressair 
criando ruídona leitura, principalmente se o texto for em fonte pequena. O ideal 
é zerar as outras cores e deixar o preto puro. Você poderá entender isso melhor 
vendo este vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=IR854y9U88c>. 
A questão não se restringe às fontes e outros elementos gráficos, mas 
também à própria cor do papel, sua textura ou se ele tem brilho ou é fosco, 
influenciando o impacto da cor impressa. Em embalagens, por exemplo, isso é 
particularmente importante por conta da concorrência com outros produtos na 
gôndola (Negrão; Camargo, 2008) e também por causa de estímulos advindos 
da comunicação visual ambiental e das cores internas da loja. 
TEMA 5 – ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO E COR 
Nos últimos anos, tem aumentado no mundo e no Brasil o nível de atenção 
para com as questõe envolvendo a acessibilidade e a inclusão de pessoas com 
deficiência a produtos e serviços (públicos e privados) por meio do design 
inclusivo ou de acessibilidade (Figura 29). 
 
 
 
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Figura 29 – Símbolo internacional de acessibilidade 
 
Créditos: Ivsanmas/Shutterstock. 
A partir da assinatura da Lei Nacional da Inclusão, em 16 de julho de 
2005 e apoiadas nas Normas 9050 da ABNT, que tratam da acessibilidade, 
intensificaram-se ações e iniciativas no sentido de usar o design como 
ferramenta para a inclusão de pessoas com deficiência a processos, espaços e 
eventos antes restritos a pessoas sem deficiência. Essas ações contemplam 
indivíduos com dificiências diversas: motoras, visuais, auditivas, intelectuais; 
permanentes ou momentâneas (ABNT, 2015). Em alguns casos, acreditamos 
que isso possa abranger também o analfabetismo funcional, que apesar de 
não ser uma deficiência de fato, é um fator de exclusão porque limita a pessoa 
ao acesso de importantes aspectos do mundo letrado por conta do não domínio 
pleno do sistema de leitura e escrita. 
5.1 Deficiência visual e a cor 
No caso das pessoas que têm distúrbios de visão das cores, a construção 
de mundo subjetiva relativa às cores está baseada na maneira como 
fisiologicametne elas apreendem a informação cromática e a processam em 
seus cérebros. Na verdade, não se trata de de uma questão de inferioridade, 
mas de uma forma diferente de ver as cores do mundo (Silveira, 2015). 
Numa cultura ou em um contexto em que o azul hipoteticamente fosse a 
cor para o sinal de “Pare” (ou por conta das dificuldades com visão da cor 
vermelha, em certos tipos de daltonismo) toda a construção simbólica relativa à 
associação do vermelho com o conceito de proibição deveria ser repensada por 
alguém vindo de outro princípio normativo (Silveira, 2015). 
O design inclusivo, no que diz respeito à deficiência visual, tem buscado 
incluir a pessoa cega, com baixa visão ou com daltonismo no universo da cor, 
 
 
24 
por meio de soluções que envolvem a sinestesia entre visão e tato ou, no caso 
da não visão ou visão parcial de cores, o uso de códigos de equivalência. 
5.2 A cor percebida por outros sentidos 
Em alguns museus e espaços culturais do Brasil, o Museu Oscar 
Niemeyer (MON) em Curitiba (Figura 30), como a Pinacoteca do Estado de São 
Paulo (Figura 31) ou o Museu da UFRGS, em Porto Alegre, existe a preocupação 
de tornar os acervos tão acessíveis quanto possível à pessoa com deficiência. 
Figura 30 – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba-PR 
 
Créditos: R.M. Nunes/Shutterstock. 
 
No caso dos deficientes visuais, isso se dá por meio de soluções que 
envolvem áudio descrição, as legendas em Braille e os objetos didáticos 
acessíveis em que, por exemplo, são reproduzidas em escala reduzida obras 
de arte de escultura para serem tateadas com a mão e os dedos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 31 – Pinacoteca do Estado de SP 
 
Créditos: Cifotart/Shutterstock. 
As pinturas são reproduzidas por meio de texturas tridimensionais que 
tentam se aproximar do efeito e da expressão que o artista queria originalmente 
criar pela combinação dos elementos pictóricos, inclusive a cor. 
5.2 A cor codificada 
Uma maneira de tornar a percepção de cores acessível à pessoa com 
deficiência visual é associar cada cor ao toque da textura (Figura 32) de objetos 
ou materiais que são de uma cor específica (entender a cor marrom, por 
exemplo, ao tocar a terra ou o tronco de uma árvore) ou relacionar cada cor com 
uma sensação física ou emocional (Wikihow, s/d). 
Figura 32 – Cascas de árvores são rústicas e marrons 
 
Créditos: Sutham/Shutterstock. 
 
 
26 
Recentemente, professores e alunos do curso de Engenharia Mecânica 
da UFPR (Universidade Federal do Paraná) desenvolveram um sistema baseado 
no Braille que ajuda cegos a identificar cores (UFPR, 2017). Ele é 
complementado por um “relógio” triangular que relaciona as cores do círculo 
cromático com a posição das horas no sistema analógico. Veja mais em: 
<https://www.ufpr.br/portalufpr/eventos/pesquisadoras-da-ufpr-criadoras-de-
codigos-de-cores-para-deficientes-visuais-palestram-na-bpp-18-de-maio/>. 
Para os daltônicos (pessoas que não veem cores ou que as veem 
alteradas), o sistema ColorADD, criado pelo designer português Miguel Neiva 
(Costa, 2016) se baseia nas cores primárias (azul, vermelho e amarelo): cada 
cor tem seu símbolo gráfico específico e por meio de combinações dos símbolos 
entre si se faz a indicação de diferentes cores. Veja mais em: 
<http://www.coloradd.net/>. 
Ambos os sistemas podem ser úteis em situações do dia a dia, como 
comprar uma roupa numa loja, por exemplo, uma vez que tornam a pessoa com 
deficiência visual menos dependente da ajuda de um vidente. Também é uma 
maneira de tornar mais eficaz a ajuda que se venha a dar ao deficiente. 
TROCANDO IDEIAS 
Neste Trocando Ideias, você usará o fórum on-line para discutir com os 
seus colegas os resultados obtidos nas atividades do Na Prática desta aula sobre 
as cores dos times de futebol, sobre o uso da cor nos sites e sobre o livro Flicts 
do Ziraldo. 
NA PRÁTICA 
Vamos fazer alguns exercícios para fixar os conteúdos vistos nesta aula: 
1. Você sabe o significado da cor do seu time do coração? Pesquise na 
internet ou converse com amigos e descubra mais sobre isso. 
2. Visite pelo menos três websites de internet diferentes e avalie o uso da 
cor em cada um deles. Faça uma comparação, analisando aspectos 
positivos e negativos quanto ao conforto visual. 
3. Você conhece o livro Flicts, de Ziraldo? Juntamente com O Menino 
Maluquinho (também de autoria de Ziraldo) ele já se tornou um clássico 
da literatura infantil no Brasil, tendo várias edições. Procure na biblioteca 
http://www.coloradd.net/
 
 
27 
da universidade ou mesmo na biblioteca pública de seu bairro ou de sua 
cidade um exemplar de Flicts e leia a história da cor que não tinha um 
lugar no mundo. O que será que Ziraldo quis dizer com essa metáfora? 
FINALIZANDO 
Concluímos mais esta aula esperando que você tenha aproveitado bem o 
conteúdo apresentado quanto à simbologia da cor do ponto de vista subjetivo e 
a importância de compor as cores de uma maneira objetiva, de acordo com os 
requisitos de um projeto. Também vimos um pouco sobre como se processa a 
percepção da cor por meio de nossos olhos e do nosso cérebro e como a cor 
pode influenciar nossa sensação de conforto visual e afetar nosso bem-estar 
como um todo. Por fim, aprendemos que mesmo quem não vê de forma plena 
pode ter acesso à cor por meio de outros sentidos e que o design tem um papel 
importante nesse processo de inclusão. 
 
 
 
28 
REFERÊNCIAS 
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equipamentos urbanos. 3. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 
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<http://www.coloradd.net/>. Acesso em: 23 jan. 2020. 
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<https://coolors.co/>. Acesso em: 23 jan. 2020. 
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gráfica. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=IR854y9U88c>. 
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cultural da simbologia das cores. São Paulo: Annablume, 2000. 
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Acesso em: 23 jan. 2020. 
UFPR. Pesquisadores da UFPR criam código de cores para pessoas cegas 
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<https://www.ufpr.br/portalufpr/noticias/pesquisadores-da-ufpr-criam-codigo-de-
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https://pt.wikihow.com/Descrever-Cores-Para-uma-Pessoa-Cega
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