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Sarna Demodécica 1 Agravos e Imunidade em Saúde Animal - UNIBH Grupo 7: 1. Leticia Viglioni - 12411214 2. Ana Carolina Salomão - 12410577 3. Juliana Baêta Vaz de Melo - 124113656 4. Emanuelly Victória dos Santos - 12415727 5. Katleen Almeida - 124114788 6. Ana Claudia Xavier - 32220678 7. Ana Clara de Oliveira - 124114273 8. Karolayne Cristina de Morais - 12416197 INTRODUÇÃO AGENTE ETIOLÓGICO CLASSIFICAÇÃO PARASITÓLOGICA MORFOLOGIA TIPOS DE DEMODICIOSE CICLO DE REPLICAÇÃO DO AGENTE TRANSMISSÃO DIAGNÓSTICO RESPOSTA IMUNE CONCLUSÃO 2 Tópicos Introdução A demodiciose provocada pelo ácaro Demodex é subdividida em demodiciose localizada e demodiciose generalizada, sendo aquela conhecida como sarna vermelha e esta popularmente como sarna negra. O ectoparasita mantém uma relação interespecífica com o hospedeiro, sendo comensal à pele dos animais, mas quando há a proliferação demasiada do ácaro passa a ser caracterizado como uma dermatopatia. 3 (Fonte: Dra.Ciciane Marten 2022) As dermatopatias participam de uma abrangente área de estudo na Medicina Veterinária, uma vez que a frequência de problemas cutâneos em cães ocupam de 30 a 40% dos casos atendidos na clínica de pequenos animais. Nesse sentido o objetivo de estudo do Demodex é compreender sua ecologia e relação parasita- hospedeiro, visando melhorar o diagnóstico, tratamento e prevenção da condição dermatológica, assim como entender a resposta imune diante da presença do ácaro. 4 Sarna Demodécica.(Fonte: Juliana Melo 2022) 5 AGENTE ETIOLÓGICO A demodiciose canina é uma dermatopatia parasitária, não zoonótica, na qual o ácaro vive comensal à pele dos animais, até que por fatores de imunossupressão há a proliferação demasiada do Demodex, o qual é encontrado nas glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e folículo piloso dos animais. Sarna Demodécica.(Fonte: Unicarevet 2021) 6 Classificação Parasitológica Pertencentes ao reino Animalia, filo Arthropoda de subfilo Chelicerata, classe Arachnida, subclasse Acari, da ordem dos Acariformes, subordem Trombidiforme, família Demodicidae, gênero demodex e espécie Demodex canis, Demodex catis, Demodex bovis, Demodex caprae, Demodex equi, Demodex ovis, Demodex phylloides, Demodex folliculorum. Sarna Demodécica.(Fonte: Úrsula Lima 2020) MORFOLOGIA O Demodex canis é um ácaro de aspecto vermiforme, alongado e afilado, com um aspecto semelhante a um charuto, sendo observado três partes distintas: o gnatossoma, abarca a falsa cabeça, local onde situa-se a peça bucal formada por quelíceras ligadas aos palpos triarticulados (FORTES,1977). As quelíceras são estruturas usadas para penetrar na pele e folículos pilosos e para a sucção, enquanto os palpos triarticulados são estruturas sensoriais. Sequencialmente há o podossoma, porção central com a inserção de quatro pares de patas, curtas, sem cerdas e articuladas nos adultos e 3 pares de patas nas ninfas, os tarsos apresentam duas garras dentadas. 7 Demodex canis, (vista dorsal) Regiões Anatômicas.(Fonte: VASQUES, 1986) A porção final conhecida por opistossoma anulado (Pseudo-segmentação) (GUIMARÃES,2001) é afunilado, com estrias transversais em formato de anel e longo, possuindo o abdome distinto do opistossoma. E na base desta parte que observa-se o poro genital (SANTARÉM, 2007; SANTOS et al., 2009). Este poro está na região anterior ventral do abdome e há dimorfismo sexual. O idiossoma corresponde à maior parte do corpo do ácaro, abrange o podossoma e o opistossoma. 8 Morfologia. (Fonte: Arther RG 2009) 9 TIPOS DE DEMODICIOSE 10 Demodiciose Localizada Na demodiciose localizada, as lesões podem ocorrer por todo o corpo do animal, porém é mais comum que sejam focadas em regiões como: comissuras labiais, zona periocular e região toráxica. Geralmente a DL possui resolução espontânea e acomete, em sua grande maioria, animais com menos de um ano de idade. Mas, pode surgir em cães até 2 anos de idade ou em adultos (ESCCAP, 2012). Demodiciose canina localizada.(Fonte: MOTTA; HAYECK, 2008). 11 Demodiciose Generalizada ( DG) É a apresentação clínica mais severa e potencialmente letal (MUELLER et al., 2012). A DG é considerada quando há doze ou mais zonas de lesão e geralmente ocorre em animais com menos de um ano. Essa demodiciose pode levar ao desenvolvimento de uma foliculite severa, acompanhada de exsudação hemorrágica e colonização por bactérias oportunistas, podendo, em casos extremos, levar à morte do cão (SANTAREM, 2007). Demodiciose canina generalizada ( Fonte: SCOTT et al., (2001). O ciclo de replicação do Demodex é dividido em 4 estágios, os quais se passam de forma intradérmica no hospedeiro, sendo monoxeno. Em primeiro lugar, as fêmeas depositam de 20 a 24 ovos dentro do folículo piloso. Os ovos fusiformes eclodem larvas com três paredes de patas (hexápoda) que migram para a superfície da pele do hospedeiro, passam por estágios de desenvolvimento até se tornarem ninfas com quatro pares de patas e por fim tornam-se adultos também octópodes. O ciclo demora de 20 a 35 dias para se completar.Adendo ao ato contínuo a cópula, os machos não regressam para o folículo e morrem na superfície da epiderme (WALL; SHEARE, 2001; MEIRELES, 1984.) Por se tratar de um parasita já existente na pele dos cães, a proliferação do agente se dá por fatores de imunossupressão, como o estresse, diabetes mellitus e hipotiroidismo, que potencializam essa replicação. Assim, é importante notar que não há a reprodução do agente no ambiente, mas fatores do meio ambiente podem favorecer a replicação ao afetar o sistema imunológico do animal. 12 CICLO DE REPLICAÇÃO DO AGENTE 13 TRANSMISSÃO A sarna demodécica pode ser transmitida no ato direto de amamentação da mãe para os neonatos nos dois ou três primeiros dias de vida destes, ademais não há a transmissão in útero ou transplacentária e após as primeiras dezesseis horas é possível notar a presença do ácaro no folículo piloso dos filhotes. 14 ASPECTOS CLÍNICOS Os principais sinais do desenvolvimento da sarna demodécica são: alopecia, hiperpigmentação, lambedura e mordedura excessivas, descamação, dor, eritema, formação de crostas e bolhas na pele. 15 DIAGNÓSTICO No intuito de diagnosticar a presença da sarna demodécica, são utilizados métodos como raspados cutâneos, citologia por fita adesiva e de cerúmen, tricogramas para identificação do ácaro e biópsia cutânea em casos crônicos e fibrosados. Esses métodos auxiliam a identificar a presença do agente e a caracterizar as lesões, auxiliando no diagnóstico e tratamento adequados. Porém, anterior a realização de exames, é fundamental que seja realizada uma anamnese detalhada, visando a identificação das zonas focais da alopecia sem prurido até piodermites crônicas (NESBITT; ACKERMAN, 1998). 16 O raspado cutâneo por ser um exame mais acessível e fácil de ser realizado geralmente é a primeira opção para o diagnóstico. Nesse caso, são feitos raspados profundos em diversas regiões do corpo (evitando os locais mais frágeis) até que obtenha-se o sangramento capilar. Já a citologia por fita adesiva, é uma prática mais aceita pelos animais, uma vez que não é dolorosa e consiste na sobreposição da fita de acetato na superfície lesiona, para depois colocar a fita em uma lâmina de microscópio para observar a presença do ácaro. DIAGNÓSTICO Ademais, há o método de tricograma, em que alguns pelos são arrancados com uma pinça e analisados em uma lâmina de microscópio com uma gota de óleo mineral, para que os ácaros fiquem bem aderidos e facilite a visualização no microscópio. Outra opção, é a biópsia que expõe variáveis graus de perifoliculite, forunculose e foliculite. 17 DIAGNÓSTICO 18 RESPOSTA IMUNE A resposta imune desempenha um papel fundamental na defesa do organismo contra o agente, tendo como principal objetivo o processo de reconhecimento do “próprio e do não próprio” e gerar uma resposta coletiva e coordenada, diante das consequênciasfisiologicas e patológicas. Em suma, é a reação do organismo após ter tido contato com moléculas estranhas e microorganismos. RESPOSTA IMUNE 19 Nesse sentido, na presença do Demodex, a imunidade inespecífica atua, a partir do momento que há a barreira mecânica contra o ácaro e a ativação de reflexos como a coceira. Em seguida, a segunda linha de defesa age, buscando uma resposta organizada, assim há a resposta inespecífica e por conseguinte a presença de inflamações na pele do hospedeiro. Assim, há a ativação de leucócitos, visando a detecção e supressão dos invasores, como os eosinófilos e mastócitos (atuam na resposta inflamatória na epiderme) e as células dentríticas que são apresentadoras de antígeno, permitindo o reconhecimento por parte dos linfócitos e a ativação da resposta imune específica. RESPOSTA IMUNE 20 Nessa por sua vez, na imunidade humoral, existe a produção da terceira linha de defesa, os anticorpos em que os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos iniciando o aumento da igE, ja que ao sensibilizar o sistema imunologico ocasiona respostas como a hipersensibilidade do tipo 1. No local das lesões o linfócito T, imunidade celular e também existe a liberação de citocinas e quimiocinas nas lesões. E fundamental entender o papel da resposta imune do organismo, para assim, desenvolver abordagens melhores em relação ao sistema imunológico, incluindo melhoria da qualidade de vida, atenção às deficiências nutricionais e doenças que comprometem o sistema imunológico, melhor escolha do fármaco no controle da infecção ou da inflamação. Diante do exposto, conclui-se que o estudo permitiu a melhor compreensão sobre os sinais clínicos, diagnóstico e resposta imune do hospedeiro diante da presença do Demodex, causador da sarna demodécica, assim como a aprendizagem taxonômica e etiológica do ácaro. Não obstante, o grupo notou que o tratamento da demodiciose ainda é um objeto de estudos e pesquisas constantes, já que, por ser um ácaro comensal a pele e que se manifesta diante de casos de imunossupressão, dificulta o desenvolvimento de fármacos que atuem no tratamento. Além do mais, grande parte dos casos possuem cura espontânea quando ocorre em filhotes, por ser uma doença autolimitante. Notou-se também, que os fármacos mais vendidos atuam contra as infecções bacterianas causadas nas lesões e não diretamente no ácaro. Outrossim, os medicamentos que atuam no parasita, como o Amitraz, não tem o mecanismo de ação completamente elucidado e é menos eficaz em cães adultos. 21 CONCLUSÃO 22 REFERÊNCIAS ESTEVES, Ana Cristina. Demodiciose generalizada em cão da raça Tecktel: relato de caso, 2015. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/127060/000971304.pdf? sequence=1 TOLEDO, Flavia. Demodiciose canina, 2009. Disponível em: https://arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/fgt.pdf FERREIRA, Arão. Frequência de Demodicose em Cães mantidos no Centro de Vigilância Ambiental em Saúde e Zoonose de Campina Grande. Disponívem em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/4148?locale=pt_BR SOUZA, Bruna. Dermatite atópica canina: revisão de literatura, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/veterinaria/article/download/2246 5/18501/ Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia. (Cadernos Técnicos da Escola de Veterinária da UFMG) N.1- 1986 - Belo Horizonte, Centro de Extensão da Escola de Veterinária da UFMG, 1986-1998. N.24-28 1998-1999 - Belo Horizonte, Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia, FEP MVZ Editora, 1998-1999v. ilustr. 23cm N.29- 1999- Belo Horizonte, Fundação de Ensino e Pesquisa em Medicina Veterinária e Zootecnia, FEP MVZ Editora, 1999¬Periodicidade irregular. 1. Medicina Veterinária - Periódicos. 2. Produção Animal - Periódicos 3. Produtos de Origem Animal, Tecnologia e Inspeção - Periódicos. 4. Extensão Rural - Periódicos. I. FEP MVZ Editora, ed. 23 REFERÊNCIAS