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4) haveria a necessidade de lei complementar, já que tal lei exige quórum qualificado, e tão somente o mesmo, na sistemática legal tributada, poderá gerar o efeito repristinatório, fazendo voltar a vigorar a lei primitiva. • Vide doutrina. 5 – As taxas são os tributos que tem por hipótese de incidência uma atuação estatal. Assinale a alternativa que corretamente delimite tal atuação, nos termos da Constituição Federal e da legislação tributária: 1) os serviços públicos universais (uti universi) podem ser custeados por meio de taxas, já que alcançam a coletividade considerada como um todo, o mesmo não podendo se dizer a respeito dos atos de política; 2) tanto os serviços públicos uti universi, como os uti singuli, também chamados singulares, na medida em que são mensuráveis e divisíveis, podem ser custeados por meio de taxas, juntamente com os atos de política; QUESTÕES OBJETIVAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 453 3) somente os serviços públicos específicos, por serem de utilização individual e mensurável podem ser custeados mediante taxas de serviço, ocorrendo o mesmo com os atos de polícia, que devem ser específicos e divisíveis para serem custeados mediante taxas de polícia; 4) a atuação estatal suscetível de ser custeada mediante taxa é aquela que se refere indiretamente ao contribuinte, tal como uma obra pública que causa valorização imobiliária, aumentando o valor de mercado dos imóveis localizados em suas imediações. • Vide art. 145, II, da CF. 6 – Compete aos Municípios instituir impostos sobre três itens abaixo, exceto um que deve ser assinalado: 1) transmissão causa mortis e doação, de qualquer bem ou direito; 2) propriedade predial e territorial urbana; 3) transmissão inter vivos a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis; 4) vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos. • Vide art. 156, I, II, III e IV, e §§, da CF. 7 – A isenção, a emissão e a anistia tributárias são institutos que não podem ser confundidos. Assinale a alternativa que os distinga corretamente: 1) a anistia é o perdão legal do débito tributário; a isenção é uma imitação legal do âmbito de validade da norma jurídica tributária; e a remissão é a exclusão do crédito tributário às penalidades pecuniárias; 2) a anistia diz respeito exclusivamente à penalidade e há de ser concedida antes da constituição do crédito tributário; a remissão é o perdão legal do débito tributário já constituído e a isenção evita o nascimento da própria obrigação tributária; 3) a anistia e a remissão só podem ser concedidas antes do nascimento do tributo, e a isenção, após o nascimento da obrigação tributária; 4) a isenção é o perdão legal do débito tributário, uma causa extintiva do crédito tributário, já a remissão e a anistia dizem respeito tão somente às penalidades pecuniárias. • Vide arts. 180 a 182 do CTN. 8 – Assinale a afirmação falsa: 1) as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos; 2) a União, em determinados casos, poderá, mediante lei complementar instituir empréstimos compulsórios; 3) sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal; 4) em casos especiais, é permitido à União instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situações equivalentes. • Vide doutrina. 9 – Remissão é: 1) uma modalidade de extinção dos créditos tributários e consiste na liberação graciosa da dívida por parte do credor; 2) a perda do Direito pelo decurso de prazo; 3) o prazo estabelecido em lei para que a Fazenda Pública constitua o crédito tributário, isto é, efetue o respectivo lançamento; 4) a criação de tributos através dos quais obtém as receitas que facultarão o atendimento à arrecadação. • Vide art. 172 do CTN. 10 – A respeito da decadência e da prescrição, assinale a alternativa correta: 1) com o lançamento eficaz, adequadamente notificado o sujeito passivo, abre-se o prazo de 10 anos para que a Fazenda Pública ingresse em juízo com a ação de cobrança (execução fiscal); 2) a prescrição não se opera em relação à Fazenda Pública, que pode ingressar com a ação de cobrança a qualquer tempo; 3) a Fazenda dispõe de cinco anos para efetuar o ato jurídico administrativo do lançamento, e, não o praticando, nesse período, decai o direito de celebrá-lo; 4) a decadência não opera em relação à Fazenda Pública, que a qualquer tempo pode efetuar o ato jurídico administrativo do lançamento. • Vide art. 156, V, do CTN. 100º EXAME DE ORDEM – OAB/SP – Gabarito: 1–3; 2–4; 3–3; 4–3; 5–3; 6–1; 7–2; 8–4; 9–1; 10–3. QUESTÕES OBJETIVAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 455 101º EXAME DE ORDEM – OAB/SP 1 – O princípio da anterioridade, na sistemática tributária em vigor, exige que: 1) via de regra os tributos devam ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os institui, podendo ser aumentados a qualquer tempo, desde que decorrido o prazo de um ano de sua criação; 2) os tributos só possam ser cobrados pelo menos dois anos após a lei que os instituiu, já que o princípio da anualidade não foi adotado pela atual Constituição Federal; 3) a própria lei que crie um determinado tributo deva expressamente especificar o momento oportuno para que se efetue a sua cobrança, para que os contribuintes saibam com antecedência o momento exato que deverão ter de recolhê-lo; 4) a lei que crie ou aumente um tributo, ao entrar em vigor, fique com sua eficácia paralisada, até o início do próximo exercício financeiro, quando poderá então incidir e produzir efeitos na ordem jurídica. • Vide doutrina. 2 – Podemos diferenciar as taxas dos preços públicos utilizando apenas um dos seguintes critérios: 1) os preços públicos sempre pressupõem uma imposição legal que independe d a vontade das partes, possuindo um caráter impositivo, na medida em que o Estado pode criar obrigações e deveres aos cidadãos, obrigando-os a pagar tarifas de forma coercitiva, ao passo que as taxas são pagas em um clima de liberdade contratual, podendo o contribuinte pagá-las ou não, caso queira ou não receber um determinado benefício; 2) a taxa nasce da lei e é assim, compulsória, resultante de uma atuação estatal que se desenvolve sob a égide de um regime público ao passo que o preço público é a contrapartida de uma prestação contratual voluntária; 3) os preços devem ser criados tão somente mediante lei que anteceda a sua cobrança pelo Estado, ao passo que as taxas ou tarifas, podem ser cobradas a qualquer momento, sem que haja necessidade de previsão legal ou até mesmo de específica contraprestação estatal; 4) é tão somente a mensurabilidade do serviço público prestado que tem o condão de distinguir apropriadamente o meio hábil através do qual o Poder Público poderá ressarcir-se de uma atividade prestada ao contribuinte, sendo certo que se tal serviço for mensurável (água e luz, por exemplo), deverá ser cobrado mediante taxa, e se não for dimensionável, deverá ser cobrado mediante a instituição de preço público (pedágio, limpeza das ruas etc.). • Vide arts. 77 a 80 do CTN. 3 – Podemos definir apropriadamente a isenção tributária, como: 1) uma limitação legal do âmbito de validade da norma jurídica tributária, que impede o nascimento de um determinado tributo; 2) o perdão legal do débito tributário; 3) a exclusão do crédito tributário relativa a penalidades pecuniárias, que há de ser concedida antes da constituição do crédito; 4) a extinção de determinados tributos, ocorrida mediante cancelamento administrativo de débitos inscritos na dívida ativa. • Vide arts. 176 a 179 do CTN. 4 – A cobrança judicial do crédito tributário, certamente: 1) está sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, inventário ou arrolamento; 2) não está sujeita a concurso de credores em inventário ou arrolamento, sendo inclusive, pagos preferencialmente a quaisquer outros créditos habilitados em tais processos, os créditos tributários vencidos ou vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento; 3) não está sujeitaa concurso de credores ou habilitação apenas na falência, já que o artigo 188 do CTN estipula os créditos tributários como encargos da massa falida, pagáveis preferencialmente a quaisquer outros; 4) não está sujeita a nenhum concurso de preferência, exceto ao que se verifica entre as pessoas jurídicas de direito público e nos casos de concordata preventiva. • Vide art. 155 do CTN. QUESTÕES OBJETIVAS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 457 5 – O Município é pessoa jurídica de direito público interno, dotada, nos termos da Constituição Federal, de competência legislativa própria e exclusiva. Assim, pode-se afirmar com relação aos Municípios, que: 1) tão somente o governo federal pode intervir no exercício da competência tributária dos Municípios, não obstante serem dotados de competência legislativa própria, devem abrir mão de seus tributos diante de lei federal, hierarquicamente superior, que assim o estabeleça; 2) nem o governo federal, nem o estadual, ou até mesmo qualquer tratado internacional podem obrigar os Municípios a instituir ou deixar de instituir tributos que são abrangidos por sua competência tributária; 3) apesar de tal competência legislativa, os Municípios não estão